Olá queridos!
Quero começar uma série de postagens sobre as propaladas "Contradições do Novo Testamento" com um dos temas da minha preferência!
Paulo e Jesus seriam as bases de igrejas diferentes? Muitos "estudiosos" sentem-se tentados a declarar que o apóstolo Paulo ensinou um outro cristianismo, rompendo com o cristianismo apostólico, dando início ao que chamam de "paulinismo". Engrossam o coro dos "estudiosos" desde Rudolf Bultmann (o teólogo da demitologização que negou os milagres de Jesus), passando por catedráticos católicos contemporâneoas (cujos nomes não merecem ser citados), até defensores de um radical neo-judaísmo cabalístico conflitante. Este assunto é tão recorrente que inclusive já foi capa de uma revista "famosa" em Dezembro/2003.
O que talvez a maioria desconheça é que esta polêmica não é nada contemporânea... Já havia sido levantada por F.C.Baur, fundador e professor da escola teológica de Tubingen, no século 19. Seus argumentos e suas provas foram tão débeis que ninguém deu crédito para ele na sua época.
Mas mesmo não sendo uma polêmica nova, de vez em quando ela (re)surge com uma roupagem nova através de "estudiosos" que desejam colocar sobre si uma pretensa luz da sabedoria e revelação...
O ponto central do problema é o seguinte: Teria Paulo traído Jesus? Teria Paulo deturpado os ensinamentos de Jesus? Os ensinamentos de Paulo são conflitantes com os ensinamentos de Jesus?
A origem das críticas
As principais críticas repousam na pretensa opinião de que Paulo defende, através de suas cartas, a obediência dos cristãos aos opressores romanos, o pagamento de impostos, faz apologia da escravidão, legitima a submissão feminina e esboça uma doutrina de salvação distinta daquela que Jesus pregou. Os críticos de Paulo chegam a afirmar que a sua conversão foi uma farsa!!
Vamos ver agora alguns textos que são usados como justificativas para estas críticas.
Obediência ao Estado
Quero começar uma série de postagens sobre as propaladas "Contradições do Novo Testamento" com um dos temas da minha preferência!
Paulo e Jesus seriam as bases de igrejas diferentes? Muitos "estudiosos" sentem-se tentados a declarar que o apóstolo Paulo ensinou um outro cristianismo, rompendo com o cristianismo apostólico, dando início ao que chamam de "paulinismo". Engrossam o coro dos "estudiosos" desde Rudolf Bultmann (o teólogo da demitologização que negou os milagres de Jesus), passando por catedráticos católicos contemporâneoas (cujos nomes não merecem ser citados), até defensores de um radical neo-judaísmo cabalístico conflitante. Este assunto é tão recorrente que inclusive já foi capa de uma revista "famosa" em Dezembro/2003.
O que talvez a maioria desconheça é que esta polêmica não é nada contemporânea... Já havia sido levantada por F.C.Baur, fundador e professor da escola teológica de Tubingen, no século 19. Seus argumentos e suas provas foram tão débeis que ninguém deu crédito para ele na sua época.
Mas mesmo não sendo uma polêmica nova, de vez em quando ela (re)surge com uma roupagem nova através de "estudiosos" que desejam colocar sobre si uma pretensa luz da sabedoria e revelação...
O ponto central do problema é o seguinte: Teria Paulo traído Jesus? Teria Paulo deturpado os ensinamentos de Jesus? Os ensinamentos de Paulo são conflitantes com os ensinamentos de Jesus?
A origem das críticas
As principais críticas repousam na pretensa opinião de que Paulo defende, através de suas cartas, a obediência dos cristãos aos opressores romanos, o pagamento de impostos, faz apologia da escravidão, legitima a submissão feminina e esboça uma doutrina de salvação distinta daquela que Jesus pregou. Os críticos de Paulo chegam a afirmar que a sua conversão foi uma farsa!!
Vamos ver agora alguns textos que são usados como justificativas para estas críticas.
Obediência ao Estado
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Jesus: “Cuidarei e protegerei o fraco e aqueles que são oprimidos e
todas as criaturas que sofrem injustiça” – Ev. dos 12 Santos, 46:18
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Paulo: “Cada um se submeta às autoridades constituídas, pois não há
autoridade que não venha de Deus, e as que existem foram estabelecidas por
Ele.” – Rom 13:1-3
Sobre a Escravidão
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Jesus: “Protegereis o fraco (...) Deus mandou-me ajudar os quebrantados,
para proclamar a liberdade aos cativos” – Ev dos 12 Santos 13:2
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Paulo: “Quanto a vós outros, servos, obedecei a vosso senhor segundo a
carne com temor e tremor, na sinceridade do vosso coração, como a Cristo, não
servindo à vista, como para agradar a homens, mas como servos de Cristo,
fazendo, de coração, a vontade de Deus” - Ef 6:5-6
Doutrina da Salvação
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Jesus: “Mas eis que um maior que Moisés está aqui, e Ele vos dará a mais
alta Lei, ainda a perfeita Lei, e esta Lei obedecereis (...). Aqueles que
acreditam e obedecem salvarão suas almas, e aqueles que não obedecem as
perderão. Pois digo a vós, escribas e fariseus, não entrareis no Reino ddo Céu”
– Ev dos 12 Santos 25:10
·
Paulo: “Se, com a tua boca, confessares Jesus como Senhor e, em teu
coração, creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo” – Rm
10:9
Qual a origem da fonte que dá base às críticas?
Embora criativas e polêmicas, estas questões foram todas baseadas no texto apócrifo do Evangelho dos 12 Santos (ou Evangelho dos Ebionitas), ou seja, toda a argumentação que sustenta tanto a matéria da revista quanto a opinião dos "estudiosos" está baseada nas declarações de uma fonte pouquíssimo conhecida e de credibilidade nula.
Vale lembrar que os ebionitas sim eram uma seita sincrética judaica/gnóstica e que, devido às suas crenças de origem judaica, tinham todo interesse em deturpar tanto a pessoa quanto os ensinamentos de Jesus.
A lógica é mais ou menos esta: pegue um texto sobre Maomé, escrito por um judeu místico e desconhecido que se converteu ao Zoroastrismo e vejam o resultado... Será que só porque o texto é antigo, e fala sobre religião, dá para levá-lo a sério? Porque então estes estudiosos se apoiam em um texto apócrifo, desconhecido, sem credibilidade, de origem judaica/gnóstica, para justificar algo sobre o cristianismo?
O Jesus histórico revelado através de Paulo
Tudo aquilo que Paulo escreve a respeito de Jesus confirma a historicidade deste, senão vejamos:
Embora criativas e polêmicas, estas questões foram todas baseadas no texto apócrifo do Evangelho dos 12 Santos (ou Evangelho dos Ebionitas), ou seja, toda a argumentação que sustenta tanto a matéria da revista quanto a opinião dos "estudiosos" está baseada nas declarações de uma fonte pouquíssimo conhecida e de credibilidade nula.
Vale lembrar que os ebionitas sim eram uma seita sincrética judaica/gnóstica e que, devido às suas crenças de origem judaica, tinham todo interesse em deturpar tanto a pessoa quanto os ensinamentos de Jesus.
A lógica é mais ou menos esta: pegue um texto sobre Maomé, escrito por um judeu místico e desconhecido que se converteu ao Zoroastrismo e vejam o resultado... Será que só porque o texto é antigo, e fala sobre religião, dá para levá-lo a sério? Porque então estes estudiosos se apoiam em um texto apócrifo, desconhecido, sem credibilidade, de origem judaica/gnóstica, para justificar algo sobre o cristianismo?
O Jesus histórico revelado através de Paulo
Tudo aquilo que Paulo escreve a respeito de Jesus confirma a historicidade deste, senão vejamos:
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Gl 3:16 - Jesus era descendente de Abraão;
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Rm 1:3 - Jesus era descendente de Davi;
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Gl 4:4 - Jesus viveu sob a lei judaica;
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1 Co 11:23-25 - Jesus foi traído na noite em que instituiu uma ceia
memorial;
·
Gl 3:1 - Jesus morreu por crucificação;
·
1 Ts 2:15 - as autoridades judaicas tinham parte da responsabilidade
sobre a morte de Jesus
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1 Co 15:4-8 - Jesus foi sepultado, ressuscitou ao terceiro dia e foi
visto por várias testemunhas
Jesus e Paulo são bases da mesma Igreja
O que a maioria dos "estudiosos" ignora são as avassaladoras provas de que não há diferenças entre o que Paulo ensinou e o que Jesus ensinou.
Vamos a uma pequena mostra?
O que a maioria dos "estudiosos" ignora são as avassaladoras provas de que não há diferenças entre o que Paulo ensinou e o que Jesus ensinou.
Vamos a uma pequena mostra?
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Ambos ensinaram que o cristianismo completava o judaísmo
o
Jesus: Mt 5:17; Lc 16:16
o
Paulo: Rm 10:4; Cl 2:16,17
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Ambos ensinaram que os seres humanos são pecadores
o
Jesus: Mc 3:28; Jo 8:24
o
Paulo: Rm 3:23; Ef 2:1; 1Co 15:3
·
Ambos ensinaram a necessidade de expiação dos pecados por sangue
o
Jesus: Mc 10:45; Mt 26:28
o
Paulo: Ef 1:7; Rm 5:8; 1Co 5:7
·
Ambos enfatizaram a ressurreição de Cristo
o
Jesus: Lc 24:46; Jo 2:19,21
o
Paulo: Rm 4:25; Rm 10:9
·
Ambos ensinaram que a salvação é mediante a fé
o
Jesus: Mt 19:25,26; Jo 3:36, 3:16, 5:24; Mc 1:15
o
Paulo: Ef 2:8,9; Rm 4:5
·
Ambos ensinaram o mesmo a respeito do divórcio e novo casamento
o
Jesus: Mc 10:9,11 (cf. Dt 24:1-4 e Gn 1:27, 2:24)
o
Paulo: 1 Co 7:10 ss.
·
Ambos ensinaram o mesmo a respeito do sustento ministerial
o
Jesus:Mt 10:10; Lc 10:7
o
Paulo: 1 Co 9:14
·
Ambos ensinaram o mesmo a respeito da ingestão de comida
o
Jesus: Lc 10:7,8
o
Paulo: 1 Co 10:27
·
Ambos ensinaram a pagar tributos
o
Jesus: Mc 12:13-17 ss.
o
Paulo: Rm 13:1-7
·
Ambos ensinaram a lei de Cristo (Gl 6:2)
o
Quanto à forma correta de exortação
§ Jesus: Mt 18:15
§ Paulo: Gl 6:1
o
Quanto ao tratar os inimigos
§ Jesus: Lc 6:27, 28;
Mt 5:44
§ Paulo: Rm 12:14; 1 Co
4:12
o
Quanto ao amor ao próximo
§ Jesus: Mt 22:37-40;
cf Mc 12:28-34
§ Paulo: Rm
13:8,10
o
Quanto à segunda vinda de Cristo
§ Jesus: Lc 12:39
§ Paulo: 1 Ts
5:2-5
Ademais, se este tema fosse ao menos uma pequena conjectura entre os
cristãos primitivos, certamente encontraríamos relatos de debates e registros
entre os defensores e opositores desta tese, pois o que não falta à Igreja
Cristã são os registros francos e honestos sobre suas discussões teológicas
mais profundas. Até mesmo as discussões sobre a humanidade e a divindade de
Jesus foram debatidas e registradas nos concílios da Igreja Primitiva, no
entanto, esta mesma Igreja se cala profundamente sobre este tema, o que para
nós um uma prova concreta de que ao menos esta discórdia não existia!
Conclusões
Diante do exposto, creio que podemos chegar a algumas conclusões bastante claras sobre este tema:
Conclusões
Diante do exposto, creio que podemos chegar a algumas conclusões bastante claras sobre este tema:
1. As críticas não são
novas: se apenas em 2003 a revista Superinteressante publicou uma matéria sobre
isso, a polêmica já vem desde o século 19, com F.C. Baur, fundador da
controversa escola teológica alemã de Tubingen.
2. As críticas são
infundadas: todos os argumentos estão baseados em um texto apócrifo,
desconhecido, sem credibilidade hermenêutica, sem reconhecimento pela crítica
textual e de origem judaica/gnóstica.
3. As provas sobre a
integridade do ensino de Paulo com os de Jesus são irrefutáveis, é só ler o
Novo Testamento!!
4. Não há nenhum relato,
ao longo de toda a rica e documentada história da Igreja Cristã, que ao menos
indique uma discórdia entre os ensinamentos de Jesus e Paulo.
É isso aí... Como diria um famoso desenho animado: por enquanto é só
pessoal...
Shalon Shalon
Para saber mais:
Shalon Shalon
Para saber mais:
·
Bíblia Sagrada: Novo Testamento (Os 4 Evangelhos e as 13 Cartas de
Paulo)
·
BRUCE, F. F.; Paulo – o apóstolo da graça, São Paulo:Shedd Publicações,
2003
·
BULTMANN, Rudolf; Teologia do Novo Testamento, São Paulo:Teológica, 2004
·
LADD, George Eldon; Teologia do Novo Testamento, São Paulo: Hagnos, 2003
Postado por Jair Souza
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