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quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

GNOSE - O Inferno

Sobre o Inferno 

P. - O Inferno de fogo e chamas, do qual nos fala a religião católica, nos tempos atuais já não podemos admiti-lo mais que uma superstição religiosa, de acordo com os homens de ciência. É isto certo, Mestre?

V.M. - Distinto cavalheiro! Permita-me informar-lhe que qualquer inferno do tipo religioso é exclusivamente
simbólico.
Não é demais, nestes instantes, recordar o inferno de gelo dos nórdicos, o inferno chinês com todos os seus
suplícios amarelos, o inferno budista, o inferno maometano ou a ilha infernal dos antigos povoadores do país de Maralpleicie, cuja civilização hoje já se oculta entre as areias do deserto de Gobi.
Inquestionavelmente, estes variados infernos tradicionais alegorizam, de forma enfática, o reino mineral
submerso.
Recorde o senhor, bom amigo, que Dante encontrou seu “Infernus” entre as entranhas vivas da Terra. Leia-se a Divina Comédia.

P. - Mestre, o senhor nos fala do mundo mineral submerso; no entanto, todas as perfurações das companhias mineradoras e petroleiras e de outra índole, que foram praticadas sobre a crosta terrestre, não mostraram sinais de um mundo vivo que pudesse estar sequer na primeira camada interior da Terra. Onde se encontra esse mundo mineral submerso?

V.M. - Grande amigo! Permita-me informar-lhe que o mundo tridimensional de Euclides não é tudo.
Ostensivelmente, acima deste mundo de três dimensões (comprimento, largura e altura) existem várias
dimensões superiores. Obviamente, de acordo com a lei dos contrastes, sob esta zona tridimensional existem também várias infradimensões de tipo mineral submerso.
É indubitável que os citados infernos de tipo dantesco correspondem a estas infradimensões.

P. -Perdoa-me, Mestre, que insista, porém, em todos os livros que por minha inquietude esquadrinhei, não
recordo de nenhum escrito ou documento que nos fale dessas infradimensões, quanto menos nos indique como podemos descobri-las. Portanto, pergunto-lhe, qual é o objetivo de falar de infradimensões que, até onde pude comprovar, nenhum ser humano viu ou apalpou?

V.M. - Distinto cavalheiro! Sua pergunta me parece interessante. Porém, convém esclarecer que o Movimento Gnóstico Cristão Universal tem sistemas, métodos de experimentação direta, mediante os quais podemos verificar a crua realidade das infradimensões da natureza e do cosmos.
Nós podemos e devemos situar os nove círculos dantescos, precisamente, debaixo da epiderme da Terra, no interior do organismo planetário em que vivemos.
Obviamente, os nove círculos citados correspondem inteligentemente a nove infradimensões naturais.
Resulta palmário e manifesto que os nove céus da Divina Comédia de Dante são nove dimensões de tipo
superior, intimamente correlacionadas com as nove de tipo inferior.
Quem estudou alguma vez a Divina Comédia do ponto de vista esotérico não poderá ignorar a realidade dos
mundos infernos.

P. - Mestre, que diferença básica existe entre os infernos do catolicismo e os que considera o Movimento
Gnóstico?

V.M. - Bom amigo! A diferença entre os infernos simbólicos de uma e outra religião é a que pode haver entre bandeira e bandeira de diferentes nações. Cada país alegoriza sua existência com um pavilhão nacional; assim também, cada religião simboliza os mundos infernos com alguma alegoria de tipo infernal.
Porém, infernos cristãos ou chineses, ou budistas, etc., etc., todos eles, no fundo, não são senão diferentes
emblemas que correspondem ao cru realismo dos infernos atômicos da natureza e do cosmos.

P. - Por que as pessoas têm pesadelos, como dizemos vulgarmente? Que acontece neste caso? Será que
viajam a esses mundos infradimensionais?

V.M. - Com o maior gosto darei resposta a esta interessante pergunta do auditório. Quero, senhores e
senhoras, que compreendam o que são, certamente, os pesadelos.
A anatomia oculta ensina que, no baixo ventre, existem sete portas infernais, sete chacras inumanos, ou
vórtices negativos de forças sinistras.
Pode dar-se o caso de que alguém, indigestado por alguma comida pesada, ponha em atividade, mediante a
desordem, tais chacras infernais. Então se abrem as portas abismais, como o ensina claramente a religião de
Maomé, e o sujeito penetra, nessa noite, nos mundos infernos.
Isto é possível mediante o desdobramento da personalidade. Não é difícil para o ego penetrar na morada de
Plutão.
Os monstros dos pesadelos existem realmente; provêm originalmente dos tempos arcaicos; habitam
normalmente nas infradimensões do mundo mineral submerso.

P. - Quer isto dizer, Venerável Mestre, que não somente os que morrem sem ter salvo sua alma entram no
Inferno?

V.M. - Resulta patente, claro e manifesto que os vivos também penetram nos mundos infernos, como o estão demonstrando os pesadelos. Ostensivelmente, o infraconsciente humano é de natureza infernal; poderia dizer-se, com inteira claridade meridiana, que nos infernos atômicos do homem estão todos os horrores abismais.
Com outras palavras enfatizamos o seguinte: Os abismos infernais de maneira alguma se acham divorciados de nosso próprio subconsciente e infraconsciente. Agora compreenderá o auditório o motivo pelo qual é tão fácil penetrar, a qualquer hora, dentro dos nove círculos dantescos.

P. - Querido Mestre, realmente não compreendo por que primeiro nos diz que os mundos infernos se acham
nas infradimensões da Terra e, depois, menciona que esses abismos atômicos se encontram dentro de nós
mesmos. Quisera ser tão amável de me esclarecer isto?

V.M. - Sua pergunta me parece magnífica. Quem quiser descobrir as leis da natureza deve encontrá-las dentro de si mesmo. Quem, dentro de si mesmo não encontre o que busca, não o encontrará fora de si mesmo, jamais. Os antigos disseram: “Homem, conhece-te a ti mesmo e conhecerás o universo e os deuses”. Tudo o que existe na natureza e no cosmos devemos encontrá-lo em nosso interior. Assim, pois, os nove círculos dantescos infernais estão dentro de nós mesmos, aqui e agora.

P. - Mestre, eu tive pesadelos onde vi um mundo de obscuridade e muitos monstros. Será que entrei nesses
mundos infradimensionais ou infernais?

V.M. - Sua pergunta resulta bastante importante. É necessário que o auditório compreenda que essas
infradimensões estão no fundo submerso de nossa natureza. Obviamente, repito, com os pesadelos se abrem as sete portas dos infernos atômicos do baixo ventre e, então, descemos aos mundos submersos.
Raras são as pessoas que em sua vida não fizeram alguma visita ao reino de Plutão. Entretanto, é bom,
senhores e senhoras, que, ao estudar esta questão, pensemos no cru realismo natural desses mundos que
estão colocados nas infradimensões do planeta em que vivemos. Pensemos, por um instante, em mundos que se penetram e compenetram mutuamente sem se confundirem, em regiões densamente povoadas, etc., etc. De modo algum devemos tomar as alegorias religiosas à letra morta; busquemos o espírito que vivifica e que dá vida. Os diversos infernos das religiões alegorizam realidades cruamente naturais. Não devemos confundir os símbolos com os fenômenos cósmicos em si mesmos.

P. - Mestre, quisera que me explicasse o senhor um pouco mais sobre esses mundos infernos, já que, dentro
desses pesadelos que tive, nunca vi luz, nem rostos formosos. Poderia dizer-me por quê?

V.M. - Com o maior gosto darei resposta a esta pergunta. As trevas infernais são outro modo da luz;
correspondem, certamente, à gama do infravermelho. Os habitantes de tais domínios subterrâneos percebem
as diversas variantes de colorido, correspondente a essa zona do espectro solar.
Que que os senhores, meus amigos, compreendam que todas as cores que existem no ultravioleta se
encontram também no infravermelho.
Que existe um amarelo do ultravioleta, isto é algo muito notável; porém, no infravermelho, o amarelo existe
também, de forma diferente, e assim também sucede com as demais cores. Assim, pois, repito, de forma
enfática, o seguinte: As trevas são outra forma da luz.
Inquestionavelmente, os habitantes do reino mineral submerso se acham demasiado afastado do Sagrado Sol Absoluto e, por isso, resultam, certamente, terrivelmente malignos e espantosamente feios.

P. - Eu concebo, Mestre, que, nos mundos submersos da Terra, exista toda classe de monstros e que aí
habitem; porém, como é possível que dentro de mim mesmo, que sou tão pequeno em comparação com o
planeta, possa encontrar precisamente esses mundos?

V.M. - Bom amigo! Permita-me dizer-lhe que qualquer molécula de amido ou de ferro, cobre, etc., etc., é todo um sistema solar em miniatura. Um discípulo de Marconi imaginava precisamente o nosso sistema solar como uma grande molécula cósmica.
Quem não descobre, numa simples molécula, o movimento dos planetas ao redor do Sol está, certamente,
muito longe de compreender astronomia.
Nada se encontra desligado neste universo. Em verdade, não existe efeito sem causa, nem causa sem efeito.
Assim, também, dentro de cada um de nós há forças e átomos que se correlacionam ora com as esferas
celestes, ora com as esferas infernais.
É bom saber que, em nosso organismo, existem centros psíquicos que nos põem em relação com as nove
dimensões superiores do cosmos ou com as nove dimensões inferiores.
Já disse claramente que este mundo tridimensional em que vivemos não é tudo; pois, acima, temos as
dimensões superiores e, abaixo, as inferiores.
Inquestionavelmente, todas estas dimensões, celestiais ou infernais, estão relacionadas com as distintas zonas
de nossa própria psique e por isso é que, se não as descobrimos dentro de nós mesmos, não as descobrimos em nenhuma parte.

P. - Mestre, o senhor menciona amiúde a palavra abismos atômicos. Por que atômicos?

V.M. - Esta pergunta me parece extraordinária e com o maior gosto vou dar resposta. Antes de tudo, quero que o senhor saiba que todo átomo é um trio de matéria, energia e consciência.
Pensemos, por um momento, nas inteligências atômicas; obviamente existem as solares e as lunares. Também existem inteligências malignas atômicas, terrivelmente perversas.
Os átomos do inimigo secreto, dentro do nosso organismo, estão controlados por certo átomo maligno, situado exatamente no osso coccígeo.
Este tipo de átomos causa enfermidades e origina, em nós, distintas manifestações de perversidade.
Ampliemos um pouco mais esta informação e pensemos, por um momento, em todos os átomos malignos do planeta Terra. Obviamente, os mais pesados, os mais demoníacos habitam na morada de Plutão, quer dizer, nas infradimensões do mundo em que vivemos. Agora compreenderá o senhor o motivo pelo qual falamos de abismos atômicos, de infernos atômicos, etc.


P. - Creio que a maioria de todos nós, quando pensamos em termos de átomos, imaginamos algo infinitamente pequeno. Logo, então, quando nos fala de que todos os sóis e planetas do cosmos constituem um átomo, transtorna um pouco nosso processo raciocinativo. É isto congruente, Mestre?
V.M. - Distinto cavalheiro e amigo! Jamais me ocorreu pensar em reduzir todo o universo ou os universos a um simples átomo. Permita-me dizer-lhe que mundos, sóis, satélites, etc., são constituídos por somas de átomos e isto é diferente, verdade? Se em alguma parte de minha oratória comparei o sistema solar com uma grande molécula, eu o fiz baseado na lei das analogias filosóficas; jamais quis reduzir tal sistema a um simples átomo.

Sim Há Inferno, Sim Há Diabo, Sim Há Carma (Samael Aun Weor)
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