São muitos os questionamentos sobre
a relação dos muçulmanos com o profeta Jesus (AS). Neste texto, temos
alguns importantes indícios sobre a posição do Islam, retirados da
própria Bíblia.
A Bíblia Nega a Divindade de Jesus(AS)
Cristãos e muçulmanos acreditam em Jesus, o amam e honram. Entretanto, estão divididos em relação à sua divindade.
Felizmente essa diferença pode ser
resolvida se referirmos a questão tanto à Bíblia quanto ao Alcorão,
porque tanto a Bíblia quanto o Alcorão ensinam que Jesus não é Deus.
Está claro o bastante para todos que o
Alcorão nega a divindade de Jesus e, por essa razão, não precisamos
despender muito tempo explicando isso.
Por outro lado, muitas pessoas não
entendem a Bíblia. Sentem que a crença em Jesus como Deus é tão
propagada que deve ter vindo da Bíblia. Esse artigo mostra de forma
muito conclusiva que a Bíblia não ensina isso.
A Bíblia claramente ensina que Jesus não é Deus. Na Bíblia Deus é sempre outro além de Jesus.
Alguns dirão que algo que Jesus disse ou
fez durante sua estada na terra prova que ele é Deus. Mostraremos que
os discípulos nunca chegaram à conclusão de que Jesus é Deus. E aquelas
foram pessoas que viveram e caminharam com Jesus e, portanto, sabiam em
primeira mão o que ele disse e fez. Além disso, nos é dito em Atos dos
apóstolos na Bíblia que os discípulos estavam sendo guiados pelo
Espírito Santo. Se Jesus é Deus, certamente eles deviam saber. Mas não
sabiam. Continuaram adorando o único e verdadeiro Deus que era adorado
por Abraão, Moisés e Jesus (ver Atos 3:13).
Todos os escritores da Bíblia
acreditavam que Deus não era Jesus. A idéia de que Jesus é Deus não se
tornou parte da crença cristã até após a Bíblia ser escrita e muitos
séculos se passaram até se tornar parte da fé dos cristãos.
Mateus, Marcos e Lucas, autores dos três
primeiros evangelhos, acreditavam que Jesus não era Deus (ver Marcos
10:18 e Mateus 19:17). Acreditavam que ele era o filho de Deus no
sentido de ser uma pessoa virtuosa. Muitos outros também são igualmente
chamados filhos de Deus (ver Mateus 23:1-9).
Paulo, considerado o autor de treze ou
quatorze cartas na Bíblia, também acreditava que Jesus não é Deus.
Para Paulo Deus primeiro criou Jesus e então usou Jesus como agente para
criar o resto da criação (ver Colossenses 1:15 e 1 Coríntios 8:6).
Idéias semelhantes são encontradas na carta aos Hebreus e também no
evangelho e cartas de João, compostos setenta anos depois de Jesus. Em
todos esses escritos, entretanto, Jesus continua uma criatura de Deus e,
como tal, para sempre subserviente a Deus (ver 1 Coríntios 15:28).
Porque Paulo, João e o autor de Hebreus
acreditavam que Jesus foi a primeira criatura de Deus, parte do que
escreveram mostra claramente que Jesus era um poderoso ser
preexistente. Isso é com frequência entendido de forma equivocada que
ele deve ter sido Deus. Mas dizer que Jesus era Deus é ir contra o que
esses mesmos autores escreveram. Embora esses autores tivessem essa
crença posterior de que Jesus era superior que todas as criaturas,
também acreditavam que ele continuava inferior a Deus. De fato, João
cita Jesus dizendo: “… o Pai é maior que eu.” (João 14:28). E Paulo
declara que a cabeça de toda mulher é seu marido, a cabeça de todo homem
é Cristo e a cabeça de Cristo é Deus (ver 1 Coríntios 11:3).
Consequentemente, encontrar algo nesses
escritos e alegar que ensinam que Jesus é Deus é utilizar e citar de
forma errônea o que esses autores disseram. O que escreveram deve ser
entendido no contexto de sua crença de que Jesus é uma criatura de Deus
como eles disseram claramente.
Vemos então que alguns dos escritores
posteriores tinham uma visão superior de Jesus, mas nenhum dos
escritores da Bíblia acreditava que Jesus é Deus. A Bíblia ensina
claramente que existe apenas um único Deus, o único a quem Jesus adorou
(ver João 17:3).
No restante dos artigos exploraremos a
Bíblia mais profundamente e lidaremos com as passagens que são citadas
equivocadamente com mais frequência como provas da divindade de Jesus.
Mostraremos, com a ajuda de Deus, que não significam o que com
frequência são usadas para provar.
Atos dos Apóstolos
Jesus realizou muitos milagres e sem dúvida disse muitas coisas
maravilhosas sobre si mesmo. Algumas pessoas usaram o que ele disse e
fez como prova de que era Deus. Mas seus discípulos originais que
viveram e caminharam com ele e testemunharam o que ele disse e fez,
nunca chegaram a essa conclusão.
Os Atos dos Apóstolos na Bíblia detalha a atividade dos discípulos em
um período de trinta anos após Jesus ser elevado aos céus. Ao longo
desse período, eles nunca se referiram a Jesus como Deus. De forma
contínua e consistente usam o título de Deus para se referir a outro e
não a Jesus.
Pedro se levantou com os onze discípulos e se dirigiu à multidão dizendo:
“Homens de Israel, ouçam: Jesus de Nazaré era um homem aprovado por
Deus entre vós por milagres, prodígios e sinais, que Deus por ele fez no
meio de vós, como vós mesmos bem sabeis.” (Atos 2:22).
Era Deus, portanto, Quem realizava os milagres através de Jesus para
convencer as pessoas de que Jesus era apoiado por Deus. Pedro não viu
os milagres como prova de que Jesus é Deus.
De fato, a forma como Pedro se refere a Deus e a Jesus deixa claro
que Jesus não é Deus. Porque ele sempre mantém o título de Deus
distante de Jesus. Tome as seguintes referências, por exemplo:
“Deus elevou esse Jesus…” (Atos 2:32)
“Deus fez Jesus, que crucificastes, Senhor e Cristo.” (Atos 2:36)
Em ambas as passagens o título de Deus é distanciado de Jesus. Por que ele fez isso, se Jesus era Deus?
Para Pedro Jesus foi um servo de Deus. Pedro disse:
“Deus elevou seu servo…” (Atos 3:26).
O título de servo se refere a Jesus. Isso está claro da passagem anterior na qual Pedro declarou:
“O Deus de Abraão, Isaque e Jacó, o Deus de nossos antepassados, glorificou seu servo Jesus.” (Atos 3:13).
Pedro deve ter sabido que Abraão, Isaque e Jacó nunca falaram de um
Deus trino. Sempre falaram de Deus como o único Deus. Aqui, como em
Mateus 12:18, Jesus é o servo de Deus. Mateus nos diz que Jesus era o
mesmo servo de Deus mencionado em Isaías 42:1. Então, de acordo com
Mateus e Pedro, Jesus não é Deus, mas servo de Deus. O Velho Testamento
diz repetidamente que Deus é único (por exemplo, Isaías 45:5).
Todos os discípulos de Jesus tinham essa opinião. Em Atos 4:24 nos é dito que os fiéis oravam a Deus dizendo:
“…eles elevaram suas vozes unanimemente em oração a Deus. ‘Senhor,’
eles disseram, ‘tu que fizestes os céus, a terra e o mar, e tudo que
neles há.’”
Está claro que não estão orando para Jesus porque dois versos depois se referem a Jesus como
“…teu santo servo Jesus, ao qual ungiste.” (Atos 4:27).
Se Jesus era Deus, seus discípulos deviam ter dito isso claramente.
Ao invés disso, continuaram pregando que Jesus era Cristo de Deus. Em
Atos é dito:
“E todos os dias, no templo e nas casas, não cessavam de ensinar, e de anunciar a Jesus Cristo.” (Atos 5:42).
A palavra grega “Cristo” é um título humano. Significa “ungido”. Se
Jesus era Deus, porque os discípulos se referiam a ele continuamente
com títulos humanos como servo e Cristo de Deus e usavam de forma
consistente o título de Deus para alguém que ressuscitou Jesus? Temiam
os homens? Não! Corajosamente pregavam a verdade sem temer
aprisionamento ou morte. Quando confrontados pela oposição das
autoridades, Pedro disse:
“Importa antes obedecer a Deus que aos homens. O Deus de nossos pais que ressuscitou Jesus…” (Atos 5:29-30).
Eles não estavam o Espírito Santo? Não! Eram apoiados pelo Espírito
Santo (ver Atos 2:3, 4:8 e 5:32). Estavam simplesmente ensinando o que
aprenderam de Jesus – que Jesus não era Deus, mas sim servo e Cristo de
Deus.
O Alcorão confirma que Jesus era o Messias (Cristo) e que era servo de Deus (ver Alcorão Sagrado 3:45 e 19:30).
Jesus não é Todo-Poderoso e não é Onisciente
Cristãos e muçulmanos concordam que Deus é Todo-Poderoso e
Onisciente. Os evangelhos mostram que Jesus não era todo-poderoso e nem
onisciente, já que teve algumas limitações.
Marcos nos diz em seu evangelho que Jesus foi incapaz de fazer
qualquer obra poderosa em sua cidade exceto algumas poucas coisas: “Ele
não podia fazer ali nenhum milagre, a não ser curar alguns enfermos,
impondo-lhes as mãos.” (Marcos 6:5). Marcos nos diz que quando Jesus
tentou curar um cego o homem não foi curado após a primeira tentativa, e
Jesus tentou uma segunda vez (ver Marcos 8:22-26).
Sendo assim, embora tenhamos um grande amor e respeito por Jesus, precisamos entender que ele não era o Deus todo-poderoso.
O evangelho de Marcos também revela que Jesus tinha limitações em seu
conhecimento. Em Marcos 13:32 Jesus declarou que não sabia quando
seria o último dia, mas que somente o Pai sabia (ver também Mateus
24:36).
Consequentemente, Jesus não podia ter sido o Deus onisciente. Alguns
dirão que Jesus sabia quando o último dia ocorreria, mas escolheu não
dizer. Mas isso complica ainda mais a situação. Jesus podia ter dito
que sabia, mas não queria dizer. Ao invés disso, disse que não sabia.
Devemos acreditar nele. Jesus não mente.
O evangelho de Lucas também revela que Jesus tinha conhecimento
limitado. Lucas diz que Jesus cresceu em sabedoria (Lucas 2:52). Em
Hebreus também (Hebreus 5:8) lemos que Jesus aprendeu obediência. Mas o
conhecimento e sabedoria de Deus são sempre perfeitos e Deus não
aprende coisas novas. Ele sempre sabe tudo. Então, se Jesus aprendeu
algo novo isso prova que ele não sabia tudo antes disso e,
consequentemente, não era Deus.
Outro exemplo para o conhecimento limitado de Jesus é o episódio da
figueira nos evangelhos. Marcos nos diz o seguinte: “E, no dia
seguinte, quando saíram de Betânia, Jesus teve fome. E, vendo de longe
uma figueira que tinha folhas, foi ver se nela acharia alguma coisa; e,
chegando a ela, não achou senão folhas, porque não era tempo de figos.”
(Marcos 11:12-13).
É claro desses versos que o conhecimento de Jesus era limitado.
Primeiro, ele não sabia que a árvore não tinha frutos. Segundo, não
sabia que não era a estação para ter expectativa de encontrar figos nas
árvores.
Ele podia se tornar Deus depois? Não! Porque existe apenas um Deus e
Ele é Deus da eternidade até a eternidade (ver Salmos 90:2).
Algumas pessoas podem dizer que Jesus era Deus, mas tomou a forma de
um servo e, consequentemente, ficou limitado. Bem, isso significaria
que Deus mudou. Mas Deus não muda. Deus disse isso de acordo com
Malaquias 3:6.
Jesus nunca foi Deus e nunca será. Na Bíblia Deus declara: “… antes
de mim deus nenhum se formou, e depois de mim nenhum haverá.” (Isaías
43:10).
O Mandamento Mais Importante na Bíblia e no Alcorão
Alguns dirão que toda essa discussão sobre a divindade de Jesus é
desnecessária. Dizem que o importante é aceitar Jesus como seu salvador
pessoal. Ao contrário disso, os escritores da Bíblia enfatizaram que,
para ser salvo, é necessário entender quem é Deus exatamente. A
incapacidade de entender isso violaria o primeiro e mais importante de
todos os mandamentos na Bíblia. Esse mandamento foi enfatizado por
Jesus, que a paz esteja sobre ele, quando um professor da lei de Moisés
lhe perguntou: “’De todos os mandamentos, qual é o mais importante?’ ‘O
mais importante,’ respondeu Jesus, ‘é este: Ouve, ó Israel: o Senhor
nosso Deus é o único Senhor. Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o
teu coração, de toda a tua alma e de todas as tuas forças.’” (Marcos
12:28-30).
Note que Jesus cotou o primeiro mandamento do livro Deuteronômio
6:4-5. Jesus confirmou não somente que esse mandamento continua válido,
mas também que é o mais importante de todos os mandamentos. Se Jesus
achasse que era Deus, por que não disse? Ao invés disso, ele confirmou
que Deus é único. O homem que questionou Jesus entendeu e o que o homem
disse em seguida deixa claro que Jesus não é Deus, porque ele disse a
Jesus: “’Muito bem, Mestre,’ respondeu o homem. ‘Com verdade disseste
que Deus é um, e fora dele não há outro.’” (Marcos 12:32).
Agora, se Jesus era Deus, ele teria dito isso ao homem. Ao invés
disso, deixou o homem se referir a Deus como alguém que não era Jesus e
até constatou que o homem falava sabiamente: “E Jesus, vendo que havia
respondido sabiamente, disse-lhe: ‘Não estás longe do reino de Deus.’”
(Marcos 12:34). Se Jesus sabia que Deus é uma trindade, porque não
disse? Por que não disse que Deus é um em três ou três em um? Ao invés
disso, ele declarou que Deus é único. Imitadores verdadeiros de Jesus o
imitarão também nessa declaração da unicidade de Deus. Não
acrescentarão a palavra três onde Jesus nunca disse isso.
A salvação depende desse mandamento? Sim, diz a Bíblia! Jesus
deixou claro quando um outro homem se aproximou dele para aprender
(Marcos 10: 17-29). O homem caiu de joelhos e disse a Jesus: “Bom
Mestre, que hei de fazer para herdar a vida eterna?” Jesus respondeu:
Por que me chamas bom? Ninguém é bom, exceto Deus.” (Marcos 10:17-18).
Ao dizê-lo, Jesus fez uma distinção clara entre si próprio e Deus.
Então prosseguiu com a resposta à pergunta do homem sobre como obter
salvação. Jesus lhe disse: “Se é que queres entrar na vida, guarda os
mandamentos.” (Mateus 19:17, ver também Marcos 10:19).
Lembre que o mais importante de todos os mandamentos, de acordo com
Jesus, é conhecer Deus como o único Deus. Jesus também enfatizou isso
no evangelho de acordo com João. Em João 17:1, Jesus levantou seus
olhos para os céus e orou, dirigindo-se a Deus como Pai. Então no verso
três, falou a Deus: “E a vida eterna é esta: que te conheçam, a ti só,
por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem tu enviaste.” (João
17:3).
Isso prova acima de qualquer dúvida que se as pessoas querem obter a
vida eterna devem conhecer o Único, Aquele para quem Jesus orou, o único
e verdadeiro Deus, e devem conhecer Jesus como enviado pelo verdadeiro
Deus. Alguns dizem que o Pai é Deus, o Filho é Deus e o Espírito Santo é
Deus. Mas Jesus disse que o Pai sozinho é o único e verdadeiro Deus.
Os verdadeiros seguidores de Jesus o seguirão nisso também. Jesus tinha
dito que seus verdadeiros seguidores são aqueles que se apegam aos seus
ensinamentos. Ele disse: “Se vós permanecerdes na minha palavra,
verdadeiramente sereis meus discípulos.” (João 8:31). Seu ensinamento é
que as pessoas devem continuar a guardar os mandamentos, especialmente o
primeiro mandamento, que enfatiza que Deus é único e que Deus deve ser
amado de todo coração e com todas as forças.
Amamos Jesus, mas não devemos amá-lo como Deus. Hoje muitos amam
Jesus mais do que amam Deus. Isso é porque vêem Deus como uma pessoa
vingativa que queria puni-los e Jesus como o salvador que os resgatou da
ira de Deus. Entretanto, Deus é nosso único salvador. De acordo com
Isaías 43:11, Deus disse: “Eu, eu sou o SENHOR, e fora de mim não há
Salvador.” Deus também disse, de acordo com Isaías 45:21-22: “Porventura
não sou eu, o SENHOR? Pois não há outro Deus senão eu; Deus justo e
Salvador não há além de mim. Olhai para mim, e sereis salvos, vós, todos
os termos da terra; porque eu sou Deus, e não há outro.”
O Alcorão confirma o primeiro mandamento e o dirige a toda a
humanidade (ver Alcorão Sagrado 2:163). E Deus declara que os
verdadeiros crentes O amam acima de tudo e de todos (Alcorão 2:165).
Paulo Acreditava que Jesus não era Deus
Em sua primeira carta a Timóteo, Paulo escreveu: “Conjuro-te diante
de Deus, e de Cristo Jesus, e dos anjos eleitos, que sem prevenção
guardes estas coisas,…” (1 Timóteo 5:21).
Está claro que o título de Deus não se aplica a Jesus Cristo, mas a
outro. No capítulo seguinte, ele novamente diferencia entre Deus e
Jesus quando diz: “Diante de Deus, que todas as coisas vivifica, e de
Cristo Jesus, que perante Pôncio Pilatos deu o testemunho da boa
confissão,…” (1 Timóteo 6:13).
Paulo prossegue falando da segunda vinda de Jesus: “a vinda de nosso
Senhor Jesus Cristo;… a qual Deus manifestará no tempo próprio…” (1
Timóteo 6:14-15).
De novo, o título de Deus é deliberadamente afastado de Jesus.
Muitas pessoas acham que quando Jesus é chamado de “Senhor” na Bíblia
isso significa “Deus”. Mas na Bíblia esse título significa mestre ou
professor e pode ser usado para humanos (ver 1 Pedro 3:6).
O que é mais importante, entretanto, é notar o que Paulo disse sobre
Deus na seguinte passagem, que mostra claramente que Jesus não é Deus:
“aquele que possui, ele só, a imortalidade, e habita em luz inacessível;
a quem nenhum dos homens tem visto nem pode ver; ao qual seja honra e
poder sempiterno.” (1 Timóteo 6:15-16).
Paulo disse que somente Deus é imortal. Imortal significa que ele
não morre. Cheque qualquer dicionário. Agora, quem quer que acredite
que Jesus morreu não pode acreditar que Jesus é Deus. Tal crença seria
contradizer o que Paulo disse aqui. Além disso, dizer que Deus morreu é
uma blasfêmia contra Deus. Quem geriria o mundo se Deus morresse?
Paulo acreditava que Deus não morre.
Paulo também disse naquela passagem que Deus habita em luz
inacessível – que ninguém viu ou pode ver Deus. Paulo sabia que muitas
milhares de pessoas tinham visto Jesus. Ainda assim Paulo disse que
ninguém tinha visto Deus, porque estava certo que Jesus não era Deus.
Foi por isso que Paulo continuou ensinando que Jesus não era Deus, mas
era o Cristo (ver Atos 9:22 e 18:5).
Quando estava em Atenas, Paulo falou de Deus como “O Deus que fez o
mundo e tudo o que nele há, sendo ele Senhor do céu e da terra, não
habita em templos feitos por mãos de homens;” (Atos 17:24).
Então
identificou Jesus como “o homem que ele (ou seja, Deus) ordenou.” (Atos
17:31).
Claramente, para Paulo, Jesus não era Deus, e ele ficaria chocado em
ver seus escritos usados para provar o oposto do que acreditava. Paulo
até testemunhou em corte dizendo: “Admito que adoro o Deus de nossos
pais…” (Atos 24:14).
Também disse que Jesus é o servo daquele deus, pelo que lemos em
Atos: “O Deus de Abraão, Isaque e Jacó, o Deus de nossos antepassados,
glorificou seu servo Jesus.” (Atos 3:13).
Para Paulo, somente o Pai é Deus. Paulo disse que existe “um Deus e
Pai de todos…” (Efésios 4:6). De novo Paulo disse: “… todavia para nós
há um só Deus, o Pai,… e um só Senhor, Jesus Cristo…” (1 Coríntios 8:6).
A carta de Paulo aos Filipenses (Filipenses 2:6-11) é frequentemente
citada como prova que Jesus é Deus. Mas a mesma passagem mostra que
Jesus não é Deus. Essa passagem tem que concordar com Isaías 45:22-24
na qual Deus disse que todo joelho deve se dobrar para Deus e toda
língua deve confessar que virtude e força estão somente em Deus. Paulo
estava consciente dessa passagem, porque a citou em Romanos 14:11.
Sabendo disso, Paulo declarou: “Me ajoelho diante do Pai.” (Efésios
3:14).
A carta aos hebreus (Hebreus 1:6) diz que os anjos de Deus devem
adorar o Filho. Mas essa passagem depende de Deuteronômio 32:43, na
versão septuaginta do Velho Testamento. Essa frase não pode ser
encontrada no Velho Testamento usado pelos cristãos hoje, e a versão
septuaginta não é mais considerada válida pelos cristãos. Entretanto,
mesmo a versão septuaginta não diz para adorar o Filho. Diz para deixar
os anjos de Deus adorarem Deus. A Bíblia insiste que somente Deus deve
ser adorado. “Quando o Senhor tinha feito um pacto com os israelitas, e
lhes ordenara, dizendo: Não temereis outros deuses, nem vos inclinareis
diante deles, nem os servireis, nem lhes oferecereis sacrifícios; Mas
sim ao Senhor, que vos fez subir da terra do Egito com grande poder e
com braço estendido, a ele temereis, a ele vos inclinareis, e a ele
oferecereis sacrifícios. Quanto aos estatutos, às ordenanças, à lei, e
ao mandamento, que para vós escreveu, a esses tereis cuidado de observar
todos os dias; e não temereis outros deuses; e do pacto que fiz
convosco não vos esquecereis. Não temereis outros deuses, mas ao Senhor
vosso Deus temereis, e ele vos livrará das mãos de todos os vossos
inimigos.” (2 Reis 17:35-39).
Jesus, que a paz esteja sobre ele, acreditava nisso porque também
enfatizou em Lucas 4:8. E Jesus se prostrou em sua face e adorou Deus
(ver Mateus 26:39). Paulo sabia que Jesus adorava Deus (ver Hebreus
5:7). Paulo ensinou que Jesus permanecerá para sempre subserviente a
Deus (ver 1 Coríntios 15:28).
Evidência do Evangelho de João
O evangelho de João, o quarto evangelho, foi concluído com sua forma
presente setenta anos após Jesus ser elevado aos céus. Esse evangelho
em sua forma final diz mais uma coisa sobre Jesus que era desconhecida
dos três evangelhos anteriores – que Jesus era o Verbo de Deus. João
quer dizer que Jesus foi o agente através do qual Deus criou tudo. Isso
com frequência é mal interpretado como significando que Jesus era o
próprio Deus. Mas João estava dizendo, como Paulo já havia dito, que
Jesus foi a primeira criatura de Deus. No Apocalipse na Bíblia,
encontramos que Jesus é: “o começo da criação de Deus” (Apocalipse 3:14;
ver também 1 Coríntios 8:6 e Colossenses 1:15).
Quem diz que o Verbo de Deus é uma pessoa distinta de Deus deve
também admitir que o Verbo foi criado, porque o Verbo fala na Bíblia: “O
Senhor me criou como a primeira das suas obras…” (Provérbios 8:22).
Esse evangelho, entretanto, ensina claramente que Jesus não é Deus.
Se não continuasse esse ensinamento, contradiria os outros três
evangelhos e também as cartas de Paulo que claramente estabelecem que
Jesus não é Deus. Encontramos aqui que Jesus não era coigual com o Pai,
porque Jesus disse: “… o Pai é maior que eu.” (João 14:28).
As pessoas esquecem disso e dizem que Jesus é igual ao Pai. Em quem
devemos acreditar – em Jesus ou nas pessoas? Muçulmanos e cristãos
concordam que Deus é autoexistente. Isso significa que Ele não deriva
Sua existência de ninguém. Ainda assim João nos diz que a existência de
Jesus foi causada pelo Pai. Jesus disse nesse evangelho: “… eu vivo
por causa do Pai…” (João 6:57).
João nos diz que Jesus não pode fazer nada sozinho quando cita Jesus
dizendo: “Não posso de mim mesmo fazer coisa alguma…” (João 5:30). Isso
está acordo com o que aprendemos sobre Jesus dos outros evangelhos. Em
Marcos, por exemplo, aprendemos que Jesus realizou milagres através de
um poder que não estava em seu controle. Isso fica especialmente claro
no episódio em que uma mulher é curada de sua hemorragia incurável. A
mulher veio por trás dele e tocou seu manto, e ela foi imediatamente
curada. Mas Jesus não tinha idéia de quem o tocou. Marcos descreve as
ações de Jesus: “E logo Jesus, percebendo em si mesmo que saíra dele
poder, virou-se no meio da multidão e perguntou, ‘Quem me tocou as
vestes?’” (Marcos 5:30). Seus discípulos não puderam fornecer uma
resposta satisfatória, então Marcos nos conta: “Mas ele olhava em redor
para ver a que isto fizera.” (Marcos 5:32). Isso mostra que o poder que
curou a mulher não estava dentro do controle de Jesus. Ele sabia que o
poder tinha saído dele, mas não sabia para onde tinha ido. Algum outro
ser inteligente tinha que guiar aquele poder para a mulher que precisava
ser curada. Deus foi aquele ser inteligente.
Não é de admirar, então, que em Atos dos apóstolos lemos que foi Deus quem fez os milagres através de Jesus (Atos 2:22).
Deus fez milagres extraordinários através de outros também, mas isso
não faz dos outros Deus (ver Atos 19:11). Por que, então, Jesus é tomado
como Deus? Até quando Jesus ressuscitou seu amigo Lázaro dos mortos,
teve que pedir a Deus para fazê-lo. A irmã de Lázaro, Marta, sabia
disso porque disse a Jesus: “E mesmo agora sei que tudo quanto pedires a
Deus, Deus to concederá.” (João 11:22).
Marta sabia que Jesus não era Deus, e João que relatou essa aprovação
sabia disso também. Jesus tinha um Deus, porque quando foi elevado aos
céus, disse: “…eu subo para meu Pai e vosso Pai, para meu Deus e vosso
Deus.” (João 20:17).
João estava certo que ninguém tinha visto Deus, embora soubesse que
muitas pessoas tinham visto Jesus (ver João 1:18 e 1 João 4:12). De
fato, o próprio Jesus disse às multidões que nunca tinham visto o Pai,
nem ouviram a voz do Pai (João 5:37). Note que se Jesus era o Pai, sua
declaração aqui teria sido falsa.
Quem é o único Deus no evangelho de
João? Somente o Pai.
Jesus testemunhou isso quando declarou que o Deus dos judeus é o Pai
(João 8:54). Jesus também confirmou que somente o Pai é o único e
verdadeiro Deus (ver João 17:1-3). E Jesus disse aos seus inimigos: “Mas
agora procurais matar-me, a mim, homem que vos tem dito a verdade que
de Deus tem ouvido;” (João 8:40). De acordo com João, portanto, Jesus
não era Deus e nada que João escreveu deve ser tomado como prova de que
ele era Deus – a menos que se deseje discordar de João.
Deus e Jesus são Dois Seres Separados
Por exemplo, em Mateus 9:2, Jesus disse a certo homem: “Filho, tem
bom ânimo, perdoados te são os teus pecados.” Por causa disso alguns
dizem que Jesus deve ser Deus, uma vez que somente Deus pode perdoar
pecados. Entretanto, se estiver disposto a ler apenas uns poucos versos
adiante, encontrará que a multidão “… glorificou a Deus, que dera tal
poder aos homens.” (Mateus 9:8). Isso mostra que a multidão sabia, e
Mateus concorda, que Jesus não era o único homem a receber tal
autoridade de Deus.
O próprio Jesus enfatizou que não falava com base em sua própria
autoridade (João 14:10) e não fazia nada com base em sua própria
autoridade, mas fala somente o que o Pai o ensina (João 8:28). O que
Jesus fez foi o que se segue. Jesus anunciou ao homem o conhecimento
que recebeu de Deus de que Deus havia perdoado o homem.
Note que Jesus não disse “eu perdoei seus pecados”, mas sim “seus
pecados foram perdoados”, implicitando que, como seria entendido pelos
ouvintes judeus, que Deus havia perdoado o homem. Jesus, então, não
tinha o poder de perdoar pecados e naquele mesmo episódio chamou a si
mesmo de “o Filho do Homem” (Mateus 9:6).
João 10:30 é frequentemente usado como prova de que Jesus é Deus
porque Jesus disse “eu e o Pai somos um.” Mas, lendo os próximos seis
versos, encontraremos Jesus explicando que seus inimigos estavam errados
em pensar que ele alegava ser Deus. O que Jesus obviamente queria
dizer aqui é que ele é um com o Pai em propósitos. Jesus também
suplicou que seus discípulos fossem um assim como Jesus e o Pai eram
um. Obviamente, ele não estava suplicando que todos os seus discípulos
de alguma forma se fundissem em um único indivíduo (ver João 17:11 e
22). E quando Lucas relata que os discípulos eram todos um, Lucas não
quer dizer que se tornaram um único ser humano, mas que compartilhavam
um propósito comum embora fossem seres separados (ver Atos 4:32). Em
termos de essência, Jesus e o Pai são dois, porque Jesus disse que são
duas testemunhas (João 8:14-18). Eles têm que ser dois, uma vez que um é
superior ao outro (ver João 14:28). Quando Jesus suplicou para ser
salvo da cruz, disse: “Pai, se queres, passa de mim este cálice; todavia
não se faça a minha vontade, mas a tua.” (Lucas 22:42).
Isso mostra que tinham duas vontades separadas, embora Jesus
submetesse sua vontade a vontade do Pai. Duas vontades significam dois
indivíduos separados.
Além disso, é relatado que Jesus disse: “Deus meu, Deus meu, por que
me desamparaste?” (Mateus 27:46). Se um deles desamparou o outro, então
devem ser duas entidades separadas.
De novo, é relatado que Jesus disse: “Pai, nas tuas mãos entrego o
meu espírito.” (Lucas 23:46). Se o espírito de um pode ser colocado nas
mãos do outro, eles devem ser dois seres separados.
Em todas essas instâncias, Jesus é claramente subordinado ao Pai.
Quando Jesus se ajoelhou e orou obviamente não estava orando para si
mesmo (ver Lucas 22:41). Estava orando para seu Deus.
Em todo o Novo Testamento, somente o Pai é chamado de Deus. De fato,
os títulos “Pai” e “Deus” são usados para designar um indivíduo, não
três, e nunca Jesus. Isso também é claro do fato que Mateus substituiu o
título “Pai” no lugar do título “Deus” em pelo menos dois lugares em
seu evangelho (compare Mateus 10:29 com Lucas 12:6 e Mateus 12:50 com
Marcos 3:35). Se Mateus estava certo ao fazê-lo, então somente o Pai é
Deus.
Jesus era o Pai? Não! Porque Jesus disse: “E a ninguém na terra
chameis vosso pai, porque um só é o vosso Pai, o qual está nos céus.”
(Mateus 23:9). Então Jesus não é o Pai, uma vez que estava na terra
quando disse isso.
O Alcorão busca trazer as pessoas de volta para a verdadeira fé que
foi ensinada por Jesus e por seus verdadeiros discípulos que continuaram
em seus ensinamentos. Aquele ensinamento enfatizou um comprometimento
contínuo com o primeiro mandamento de que Deus é único. No Alcorão Deus
orienta os muçulmanos a chamar os leitores da Bíblia de volta para a
verdadeira fé. Deus disse no Alcorão:
Dize: “Ó povo do Livro (cristãos e judeus)! Vinde, para chegarmos a
um termo comum, entre nós e vós: Comprometamo-nos, formalmente, a não
adorar senão a Deus, a não Lhe atribuir parceiros e a não nos tomarmos
uns aos outros por senhores, em vez de Deus.” (Alcorão 3:64).
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