Translate

quinta-feira, 3 de abril de 2014

RELIGIÃO - BÍBLIA - Paulo de Tarso e o Conceito de Salvação no Cristianismo


Paulo de Tarso e o Conceito de Salvação no Cristianismo



Descrição:

Os efeitos que Paulo de Tarso e crenças pagãs teve na formação da idéia da salvação no Cristianismo, quando na realidade a menção da salvação de Cristo era diferente daquela na qual se acredita hoje.

Salvação pode ser definida como libertação do pecado e suas punições; o caminho para salvação, entretanto, varia de uma religião para outra.

No Cristianismo, a salvação é obtida através da doutrina da Expiação Vicária.  Uma vez que no Cristianismo a natureza humana é considerada desobediente e pecadora, essa doutrina afirma que Jesus “prestou satisfação plena” a Deus pelos pecados do homem através de sua morte e ressurreição.  Em resumo, Jesus tomou nosso lugar e sua morte nos absolveu de nossos pecados.

Isso contraria o que é encontrado no Torá, onde Deus diz: “... cada qual morrerá por seu próprio pecado.” (Deuteronômio 24:16)
A questão de Jesus, como salvador da humanidade, é refutada no Alcorão, onde Deus diz que Ele
“... obliterou-lhes os corações, por causa de suas perfídias... E por dizerem:
Matamos o Messias, Jesus, filho de Maria, o Mensageiro de Deus, embora não sendo, na realidade, certo que o mataram, nem o crucificaram, senão que isso lhes foi simulado...” (Alcorão 4: 155-157)

Salvação de Acordo com Jesus

Em nenhum lugar nos quatro evangelhos Jesus afirmou explicitamente que morreria para salvar a humanidade do pecado. 

Quando foi abordado por um homem que perguntou o que ele poderia fazer para obter vida eterna, Jesus disse a ele para manter os Mandamentos (Mateus 19:16,17); em outras palavras, obedecer a Lei de Deus. A uma pergunta semelhante feita por um advogado, como registrado no evangelho de Lucas, Jesus disse para amar a Deus e ao próximo (Lucas 10:25-28).

O papel de Jesus é deixado claro no Alcorão onde Deus diz:
“O Messias, filho de Maria, não é mais do que um mensageiro, do nível dos mensageiros que o precederam; ...Observa como lhes elucidamos os versículos e observa como se desviam da verdade.” (Alcorão 5: 75)
A missão de Jesus não era, portanto, estabelecer um método novo de obter a salvação, menos ainda fundar um novo sistema de crença; como até a Bíblia destaca, Jesus buscava apenas remover dos judeus a ênfase no ritual e levá-los de volta à virtude (Mateus 6:1-8).

Paulo de Tarso

Para a origem da doutrina da expiação, não se deve ir aos ensinamentos de Jesus, mas sim às palavras de Paulo, o verdadeiro fundador do Cristianismo; em ensinamentos dos atuais termos e práticas cristãos.
Como muitos judeus, Paulo não estava acostumado aos ensinamentos de Jesus, e ele próprio perseguiu os seguidores de Jesus por suas crenças não convencionais.  Esse perseguidor zeloso se tornou um pregador ardente, entretanto, através de uma conversão repentina por volta de 35 EC. 
Paulo alegou que um Jesus ressuscitado apareceu para ele em uma visão, escolhendo Paulo como instrumento para levar seus ensinamentos aos gentios (Gálatas 1:11, 12: 15, 16).
A credibilidade de Paulo em qualquer âmbito é questionável, entretanto, quando consideramos que:
(1) existem quatro versões contraditórias de sua suposta “conversão” (Atos 9:3-8; 22: 6-10; 26: 13-18; Gálatas 1:15-17);
(2) a Bíblia diz em passagens como Números 12:6, Deuteronômio 18:20 e Ezequiel 13:8-9, que revelações vêm SOMENTE de Deus e
(3) relatos de numerosos desentendimentos entre os outros discípulos e Paulo com relação aos ensinamentos, como registrado em Atos.
(4) Experiência e observação ensinaram a Paulo que pregar entre os judeus não era viável; ele, portanto, escolheu os não-judeus.  Ao fazê-lo, entretanto, Paulo desconsiderou um comando direto de Jesus contra pregar para outros que não os judeus (Mateus 10:5-6).
Em resumo, Paulo colocou de lado os ensinamentos verdadeiros de Jesus em seu desejo de ser um sucesso.

A Influência Pagã

Entre os pagãos do tempo de Paulo havia uma grande variedade de deuses.  Embora esses deuses tivessem nomes diferentes e fossem adotados por povos de diferentes áreas do mundo – Adônis da Síria, Dionísio da Trácia, Átis da Frígia, por exemplo – o conceito básico em cada culto era o mesmo: esses filhos de deuses morreram de mortes violentas e ressurgiram para salvar seu povo.
Uma vez que os pagãos tinham um salvador tangível – deuses em suas antigas religiões, eles não queriam menos da nova; eles não eram capazes de aceitar qualquer tipo de divindade invisível.  Paulo fez muitas acomodações, pregando que um salvador chamado Jesus Cristo, o filho de Deus, morreu e ressuscitou para salvar a humanidade do pecado (Romanos 5:8-11; 6:8-9).
A própria Bíblia aponta o erro do pensamento de Paulo.  Embora cada um dos quatro evangelhos contenha um relato da crucificação de Jesus, esses relatos são estritamente boatos; nenhum dos discípulos de Jesus foi testemunha, porque o abandonaram no Jardim (Marcos 14:50).
No Torá, Deus diz que aquele que é “pendurado em uma árvore” - crucificado – é “amaldiçoado” (Deuteronômio 21:23). Paulo contornou isso dizendo que Jesus se tornou amaldiçoado para assumir os pecados do homem (Gálatas 3:13); ao fazê-lo, entretanto, Paulo deixou de lado a própria Lei de Deus.
A ressurreição, na qual Paulo diz que Jesus “superou” a morte e os pecados para a humanidade (Romanos 6: 9-10), desempenha um papel tão importante que aquele que não acredita nela não é considerado um bom cristão (1 Coríntios 15:14).
Aqui, também, a Bíblia oferece pouco suporte às noções de Paulo; primeiro, além de não existirem testemunhas para a ressurreição, todos os relatos pós-ressurreição são contraditórios sobre quem foi ao túmulo, o que aconteceu lá e até sobre onde e para quem Jesus apareceu (Mateus 28; Marcos 16; Lucas 24; João 20).
Segundo, embora o Cristianismo afirme que o corpo depois da ressurreição estará em uma forma espiritual (1 Coríntios 15:44), Jesus obviamente não havia mudado, porque ele comeu com seus discípulos (Lucas 24:30, 41-43) e permitiu que eles tocassem suas feridas (João 20:27). Finalmente, como o filho divino de Deus no Cristianismo, é dito que Jesus compartilha dos atributos de Deus; ninguém pode deixar de se admirar, entretanto, com a possibilidade de Deus morrer...
Em seu desejo de ganhar almas entre os pagãos, Paulo simplesmente retrabalhou uma variedade de crenças pagãs principais para montar o esquema cristão de salvação. 
Nenhum profeta – incluindo o próprio Jesus – ensinou esses conceitos; eles são de inteira autoria de Paulo.


Descrição: Um olhar sobre como antigas crenças pagãs se inseriram no Cristianismo através de Paulo de Tarso. Incluída, também, a menção da história do pecado original e salvação a partir de uma perspectiva islâmica.

O Sacrifício Supremo

Acostumados por muito tempo a fazerem sacrifícios aos seus deuses, os pagãos compreenderam facilmente a noção de Paulo de que Jesus foi o “sacrifício supremo” cujo sangue lavou os pecados.   Uma cerimônia comum durante essa época em vários cultos do Oriente Médio, como os de Átis e Mitras, era a do “taurobólio”: uma pessoa descia em um poço coberto com uma grelha sobre o qual um touro (ou carneiro), dito como representando a própria divindade pagã, era então abatida cerimonialmente. Ao cobrir-se com o sangue, dizia-se que a pessoa no poço havia “renascido” com seus próprios pecados lavados.
Vale mencionar que os judeus tinham aberto mão de sacrifícios em 590 antes da Era Comum, depois da destruição de seu Templo.  As noções de Paulo, conseqüentemente, estavam em contradição direta tanto com os ensinamentos do Velho Testamento (Oséias 6:6) quanto com os ensinamentos do próprio Jesus (Mateus 9:13), que enfatizou como Deus desejava boas virtudes, não sacrifícios.
Embora Paulo enfatizasse que o “amor” de Deus estava por trás do sacrifício de Jesus (Romanos 5:8), a Doutrina da Expiação mostra uma divindade rígida que só se satisfaz com o assassinato de seu filho inocente. Paulo estava completamente sem base aqui, porque o Velho Testamento está cheio de referências ao amor e misericórdia de Deus em relação ao homem (Salmos 36:5, Salmos 103:8-17) revelado através de Seu perdão (Êxodos 34: 6,7; Salmos 86:5-7), do qual até Jesus falou (Mateus 6:12).
A influência pagã no Cristianismo se estende até seu símbolo sagrado.  Embora Paulo chame a cruz de Jesus de “o poder de Deus” (1 Coríntios 1:18), trabalhos de referência como a Enciclopédia Britânica, o Dicionário de Símbolos, A Cruz em Ritual, Arquitetura e Arte destacam que a cruz era usada como um símbolo religioso séculos antes do nascimento de Jesus. Baco da Grécia, Tammuz de Tiro, Bel de Caldéia, e Odin da Noruega são apenas uns poucos exemplos de deuses pagãos antigos cujo símbolo sagrado era uma cruz.

Pecado Original

Central para a Doutrina da Expiação é a noção de Paulo de que a humanidade é uma raça de malfeitores, que herdou de Adão seu pecado em comer do fruto proibido.  Como resultado desse Pecado Original, o homem não pode servir como seu próprio redentor; boas obras não têm valor, diz Paulo, porque mesmo elas não podem satisfazer a justiça de Deus (Gálatas 2:16).
Como resultado do pecado de Adão, o homem está predestinado a morrer.  Através de sua morte, entretanto, Jesus recebeu a punição que era do homem; através de sua ressurreição Jesus venceu a morte, e a virtude foi restaurada.  Para obter a salvação um cristão só precisa ter fé na morte e ressurreição de Jesus (Romanos 6:23).
Apesar de sua posição proeminente no Cristianismo, a noção de um “pecado original” não é encontrada entre os ensinamentos de qualquer profeta, inclusive Jesus.  No Velho Testamento Deus diz: “...o filho não levará a iniqüidade do pai, nem o pai levará a iniqüidade do filho, ...” (Ezequiel 18:20-22). A responsabilidade pessoal também é enfatizada no Alcorão, onde Deus diz: “De que nenhum pecador arcará com culpa alheia? De que o homem não obtém senão o fruto do seu proceder? (Alcorão 53:38-39)
A doutrina do pecado original deu a Paulo os meios para justificar influência pagã em seu esquema de salvação.  A irresponsabilidade se tornou a marca do Cristianismo através dessa doutrina, porque ao “transferir” os pecados para Jesus, os seguidores não assumem responsabilidade por suas ações.

Salvação no Islã

Por volta do século 7 as doutrinas concebidas por Paulo tinham sido embelezadas a ponto de o Cristianismo ser uma religião quase que inteiramente feita pelo homem.  Nesse momento Deus escolheu enviar Muhammad como Seu Mensageiro Final, para esclarecer as coisas de uma vez por todas para a humanidade.
Uma vez que Deus é Todo-Poderoso, Ele não precisa da charada inventada pelos cristãos para perdoar o homem.  No Alcorão Deus diz que todos nós somos criados em um estado de bondade (30:30); Ele não sobrecarregou o homem com qualquer “pecado original”, tendo perdoado Adão e Eva (2:36-38; 7:23,24) como Ele nos perdoou (11:90; 39:53-56).
Como somos todos pessoalmente responsáveis por nossas ações (2:286; 6:164), não existe necessidade de um salvador inventado pelo homem no Islã; a salvação vem de Deus somente (28:67).
Assim o Islã buscou restaurar o verdadeiro significado do monoteísmo, porque no Alcorão Deus pergunta:
“E quem melhor professa a religião do que quem se submete a Deus, é praticante do bem e segue a crença de Abraão, o monoteísta?” (Alcorão 4:125; 41:33)

A Religião de Homens

A evidência de que o conceito de salvação no Cristianismo – sua Doutrina da Expiação Vicária – não veio de Deus mas do homem, via rituais e crenças pagãos, é esmagadora.
Paulo efetivamente desviou o centro de adoração de Deus ao dizer que Jesus era o agente divino de sua salvação (Gálatas 2:20). Ao fazê-lo, entretanto, Paulo deixou de lado todos os ensinamentos dos profetas de Deus e até o conceito de monoteísmo em si, uma vez que Deus no Cristianismo precisa de Jesus para ser Seu “ajudante” divino.

Examine Melhor

Com a própria salvação em jogo, os cristãos deviam examinar melhor o que acreditam e por que.  Deus diz no Alcorão:
“Ó Povo do Livro! Não exagereis em vossa religião e não digais de Deus senão a verdade. O Messias, Jesus, filho de Maria, foi tão-somente um mensageiro de Deus... sabei que Deus é Uno. Glorificado seja! Longe está a hipótese de ter tido um filho. A Ele pertence tudo quanto existe nos céus e na terra.  e Deus é mais do que suficiente Guardião.”  (Alcorão 4:171)



RELIGIÃO - BÍBLIA - Contribuição dos Babilônios para a formação do contexto do Novo Testamento



As principais contribuições dos Babilônios para a formação do contexto do Novo Testamento foram as seguintes: 
1.    A grande contribuição babilônia foi o seu sistema de cativeiro, que permitia o agrupamento dos povos conquistados em bairros, o que permitia a preservação da cultura, da língua e das tradições religiosas. 
2.    Início da Diáspora judaica. Tiago 1:1 – “às 12 tribos da dispersão” (esta palavra, no grego é “Diáspora”). Era uma preparação para a pregação do Evangelho.
3.    Na Babilônia nasceram as sinagogas: Devido à distância de Jerusalém e a impossibilidade de utilização do Templo, que havia sido destruído por Nabucodonosor, o povo passou a adotar uma forma temporária de retenção do conhecimento de Jeová. Os grupos de adoradores passaram a se reunir regularmente em determinadas casas para ouvir sobre a Lei, que era lida nestes lugares. Além da leitura das Sagradas Escrituras, havia sempre uma palavra de meditação, o cântico de alguns salmos e a prática de orações. Com o passar do tempo, estes lugares foram reconhecidos pelos líderes religiosos como úteis para manter os judeus unidos em torno da sua identidade nacional e sua religião (Hale, 2001, p. 9). Ainda segundo Hale, no período do exílio algumas influências babilônicas e persas foram introduzidas no judaísmo:


“Algumas influências sutis das religiões da Babilônia e da Pérsia foram introduzidas nas instruções religiosas dadas pela sinagoga. Estas podem ser vistas nas doutrinas em desenvolvimento acerca da vida depois da morte, angelologia e demonologia.”
 
4.    Com a multiplicação das sinagogas, as cópias existentes da Lei tornaram-se insuficientes parar atender a todos, e novas cópias precisaram ser confeccionadas. Em função desta demanda, alguns judeus acabaram se especializando neste tipo de cópia, dando origem ao escribismo sagrado (de onde surgiram os escribas). É sempre bom lembrar que o ofício de “escriba” já existia desde a época de Davi e Salomão, mas este tipo de atividade ficava restrita ao registro das crônicas reais, aos registros de alistamento militar, pagamento de tributos e demais atividades administrativas do reino. O escribismo sagrado, portanto, foi uma importante inovação que surgiu no período do cativeiro babilônico e que foi determinante para a formação do contexto do Novo Testamento.
Postado por Jair Souza às 

http://novotestamento.blogspot.com/
http://n

RELIGIÃO - BÍBLIA - Contribuições dos Assírios para a formação do contexto do Novo Testamento

Contribuições dos Assírios para a formação do contexto do Novo Testamento


Os Assírios e seu poderoso império deixaram as seguintes contribuições ao contexto geral do Novo Testamento:
·         Estímulo e desenvolvimento do comércio e das rotas comerciais;Grande legado cultural e literário (rei Assurbanípal);
·         Imposição do seu politeísmo às nações subjugadas;
·         O sistema de cativeiro dos Assírios sobre Israel, responsável pelo surgimento dos samaritanos;
·         A preservação de Judá e Jerusalém, pelo não ataque de Senaqueribe.

O cativeiro assírio sobre Israel e o surgimento dos Samaritanos

Os assírios conquistaram e exilaram o Reino do Norte dos israelitas, cuja capital era a cidade de Samaria, resultando na extinção das 10 tribos de Israel. Os profetas Elias, Eliseu, Isaías, Jeremias, Ezequiel Oséias, Miquéias, Naum Sofonias e Zacarias todos se referem à Assíria. O relato do cativeiro de Israel está registrado em 2 Reis 15 e 17:
·         841 a.C., o rei de Israel Jeú (2 Re 9:3), impressionado com as conquistas de Salmaneser III, paga-lhe tributo. Este fato é retratado no Obelisco Negro de Salmaneser III. Há um outro relato que fala das batalhas deste monarca assírio contra o rei Acabe (1 Re 16:29).
·         752 a 742 a.C., o rei de Israel Menaém paga tributo ao rei assírio Tiglate Pileser III, ou rei Pul, como também ficou conhecido (2 Re 15:19). Nota: O tributo estabelecido foi de 1.000 talentos de prata, o que corresponde a 3.000.000 siclos de prata. Como cada homem rico ou poderoso iria contribuir com 50 siclos de prata por cabeça, foram necessários 60.000 mil homens para o pagamento de tal tributo (2 Re 15:20).
·         732 a.C., no reinado de Peca, o rei Assírio Tiglate Pileser invade o norte de Israel e deporta parte de seus habitantes (2 Re 15:29 ; Isaías 7:8);
·         730 a.C., Oséias mata Peca (2 Reis 15:30) e assume o trono de Israel (2 Re 17:1);
·         730 a.C., Salmanezer V, rei Assirío, subjuga Oséias e este lhe paga impostos (2 Re 17:3);725 a.C., Salmaneser V inicia cerco da Samaria por 3 anos, pois Oséias conspirou contra ele enviando mensageiros ao rei Sô, do Egito (2 Re 17:5);
·         722 a.C., o rei Salmanezer V morre durante o cerco a Samaria;
·         722 a.C., o rei Sargão II consuma a queda de Israel, levando o povo para a Assíria (2 Re 17:6). Isaías cita o rei Sargão II (Is. 20:1)

Depois disto a região da Samaria começa a ser progressivamente repovoada com povos da Babilônia, Cuta, Ava, Hamate e Sefarvaim (2 Re 17:24-41), o que culminou com a formação dos samaritanos conforme descrita no Novo Testamento, ou seja, um povo com uma mistura de tradições, cultura e religiões que aos poucos foram se miscigenando, resultando no fim histórico das 10 tribos de Israel.

Postado por Jair Souza 


O Dia da Bíblia é comemorado desde 1549, quando na Inglaterra o bispo Cranmer, incluiu no livro de orações do rei Eduardo VI um dia dedicado para a intercessão pela leitura das Sagradas Escrituras. A data escolhida foi o segundo domingo antes do Natal e, desde então, passou a ser celebrada definitivamente neste dia.

No Brasil, o dia da Bíblia só passou a ser celebrado em 1850, com a chegada dos primeiros missionários evangélicos europeus e americanos, que para cá vieram anunciar a mensagem do evangelho e a importância da Palavra de Deus ser lida e anunciada na língua materna de uma nação. Importante ressaltar que este também foi o ano em que o tráfico de escravos foi abolido no Brasil.

Durante o período Imperial, as denominações evangélicas tinham várias restrições em sua liberdade de culto, e a celebração do Dia da Bíblia não podia ser manifestada publicamente. Com o declínio do Império e a ascensão da República, os evangélicos tiveram mais liberdade e o Dia da Bíblia foi se popularizando.

Um fator decisivo para a institucionalização do Dia da Bíblia foi a fundação, em junho de 1948, da Sociedade Bíblica do Brasil. Neste mesmo ano, foram realizadas as primeiras manifestações públicas do Dia da Bíblia, em São Paulo, no monumento do Ipiranga.

Atualmente, a comemoração do Dia da Bíblia em alguns países ocorre não no segundo domingo de dezembro, mas no segundo domingo de setembro, em homenagem ao trabalho de Jerônimo, o tradutor da Vulgata, famosa tradução da Bíblia para o latim. A Sociedade Bíblica do Brasil estima que, hoje, cerca de 60 países comemoram o Dia da Bíblia, mobilizando milhões de pessoas em todo o mundo.


Agradecimentos

À Sociedade Bíblica do Brasil (http://www.sbb.org.br)

http://novotestamento.blogspot.com/



Postado por Jair Souza

RELIGIÃO - BÍBLIA - Contribuição dos Medo-Persas na formação do contexto do Novo Testamento



Quando Ciro dominou a Babilônia proclamou um edito de liberdade aos filhos do cativeiros, permitindo-lhes voltar a Jerusalém. Além desta bênção o exílio contribuiu fortemente para o estabelecimento das seguintes contextos:

1. Destruição da idolatria - o cativeiro babilônico curou para sempre os judeus do pecado da idolatria

2. Reflorescimento do exclusivismo judaico - Os judeus se consideravam limpos, e imundos os demais povos. Este exclusivismo degenerou em orgulho, que tem aspectos negativos e positivos. Foi o fomentador das bárbaras rivalidades com os samaritanos.

3. Cisma Samaritano - Fruto de rivalidades comerciais, preconceitos raciais e preconceitos religiosos.

4. Observância da Lei Mosaica - Com o sofrimento oriundo do cativeiro babilônico, o povo voltou-se espontaneamente para a Lei do Senhor. Queriam obedecer o Senhor em tudo. Assim a Lei voltou a ter um lugar todo especial no coração e na vida do povo.

5. Surgimento do Escribismo sagrado - Os cativos possuíam poucas cópias da Lei e, como os sacerdotes não conseguiam realizar a quantidade de cópias necessárias, um grupo de leigos consagrados levantou-se para copiar a Lei. Escrevendo-a, foram se familiarizando com ela e, aos poucos, tornaram-se intérpretes da Lei. No Novo Testamento, eram chamados de "escribas" ou "doutores da Lei", constituindo um partido ao lado dos fariseus.

6. Mudanças do Sacerdotismo - Durante o exílio, o sacerdotismo sofreu radicais transformações. No tempo de Moisés era uma questão puramente religiosa. Agora, depois do exílio, uma questão puramente política. O lugar do sumo sacerdote transformou-se numa posição política e reservada aos protegidos dos dominadores.

7. Mudanças no culto público - Devido à ausência do Templo sagrado, destruído no início do cativeiro, os judeus passaram a observar rigorosamente outros aspectos do culto público no exílio: a circuncisão e o sábado. Introduziram em seu ritual os banhos purificadores, quatro dias especiais de jejum (Zac. 7:5 e 8:19). Depois do exílio, muitos judeus não voltaram para Judá, espalhando-se por outras partes do mundo (a Diáspora judaica). Impelidos em seus corações a prestarem cultos ao Senhor, começaram os judeus, cada um em suas cidades, a se reunirem em casa de uma família, onde liam o Velho Testamento, oravam, cantavam Salmos e comentavam a Lei. Era o surgimento das sinagogas, das quais o apóstolo Paulo muito se valeu para anunciar o Evangelho. Reverdecimento da Esperança Messiânica à Matéria que permeia todo o VT, baseando-se na promessa de Deus em Gn 3:15. As promessas feitas a Abraão, a Isaque, a Jacó e posteriormente a Davi. Nos períodos de crise espiritual, onde os judeus eram derrotados, reverdecia a esperança messiânica, o anseio pelo cumprimento das inúmeras profecias a respeito do Messias, líder que libertaria os judeus de todo o jugo e opressão.


Postado por Jair Souza 




RELIGIÃO - BÍBLIA - Contradições do NT - 01 - Teria Paulo traído Jesus e fundado uma seita cristã?


Olá queridos!

Quero começar uma série de postagens sobre as propaladas "Contradições do Novo Testamento" com um dos temas da minha preferência!

Paulo e Jesus seriam as bases de igrejas diferentes? Muitos "estudiosos" sentem-se tentados a declarar que o apóstolo Paulo ensinou um outro cristianismo, rompendo com o cristianismo apostólico, dando início ao que chamam de "paulinismo". Engrossam o coro dos "estudiosos" desde Rudolf Bultmann (o teólogo da demitologização que negou os milagres de Jesus), passando por catedráticos católicos contemporâneoas (cujos nomes não merecem ser citados), até defensores de um radical neo-judaísmo cabalístico conflitante. Este assunto é tão recorrente que inclusive já foi capa de uma revista "famosa" em Dezembro/2003.

O que talvez a maioria desconheça é que esta polêmica não é nada contemporânea... Já havia sido levantada por F.C.Baur, fundador e professor da escola teológica de Tubingen, no século 19. Seus argumentos e suas provas foram tão débeis que ninguém deu crédito para ele na sua época.

Mas mesmo não sendo uma polêmica nova, de vez em quando ela (re)surge com uma roupagem nova através de "estudiosos" que desejam colocar sobre si uma pretensa luz da sabedoria e revelação...

O ponto central do problema é o seguinte: Teria Paulo traído Jesus? Teria Paulo deturpado os ensinamentos de Jesus? Os ensinamentos de Paulo são conflitantes com os ensinamentos de Jesus?

A origem das críticas

As principais críticas repousam na pretensa opinião de que Paulo defende, através de suas cartas, a obediência dos cristãos aos opressores romanos, o pagamento de impostos, faz apologia da escravidão, legitima a submissão feminina e esboça uma doutrina de salvação distinta daquela que Jesus pregou. Os críticos de Paulo chegam a afirmar que a sua conversão foi uma farsa!!

Vamos ver agora alguns textos que são usados como justificativas para estas críticas.

Obediência ao Estado
·         Jesus: “Cuidarei e protegerei o fraco e aqueles que são oprimidos e todas as criaturas que sofrem injustiça” – Ev. dos 12 Santos, 46:18
·         Paulo: “Cada um se submeta às autoridades constituídas, pois não há autoridade que não venha de Deus, e as que existem foram estabelecidas por Ele.” – Rom 13:1-3
Sobre a Escravidão
·         Jesus: “Protegereis o fraco (...) Deus mandou-me ajudar os quebrantados, para proclamar a liberdade aos cativos” – Ev dos 12 Santos 13:2
·         Paulo: “Quanto a vós outros, servos, obedecei a vosso senhor segundo a carne com temor e tremor, na sinceridade do vosso coração, como a Cristo, não servindo à vista, como para agradar a homens, mas como servos de Cristo, fazendo, de coração, a vontade de Deus” - Ef 6:5-6
Doutrina da Salvação
·         Jesus: “Mas eis que um maior que Moisés está aqui, e Ele vos dará a mais alta Lei, ainda a perfeita Lei, e esta Lei obedecereis (...). Aqueles que acreditam e obedecem salvarão suas almas, e aqueles que não obedecem as perderão. Pois digo a vós, escribas e fariseus, não entrareis no Reino ddo Céu” – Ev dos 12 Santos 25:10
·         Paulo: “Se, com a tua boca, confessares Jesus como Senhor e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo” – Rm 10:9 
Qual a origem da fonte que dá base às críticas?

Embora criativas e polêmicas, estas questões foram todas baseadas no texto apócrifo do Evangelho dos 12 Santos (ou Evangelho dos Ebionitas), ou seja, toda a argumentação que sustenta tanto a matéria da revista quanto a opinião dos "estudiosos" está baseada nas declarações de uma fonte pouquíssimo conhecida e de credibilidade nula.

Vale lembrar que os ebionitas sim eram uma seita sincrética judaica/gnóstica e que, devido às suas crenças de origem judaica, tinham todo interesse em deturpar tanto a pessoa quanto os ensinamentos de Jesus.

A lógica é mais ou menos esta: pegue um texto sobre Maomé, escrito por um judeu místico e desconhecido que se converteu ao Zoroastrismo e vejam o resultado... Será que só porque o texto é antigo, e fala sobre religião, dá para levá-lo a sério? Porque então estes estudiosos se apoiam em um texto apócrifo, desconhecido, sem credibilidade, de origem judaica/gnóstica, para justificar algo sobre o cristianismo?
 

O Jesus histórico revelado através de Paulo

Tudo aquilo que Paulo escreve a respeito de Jesus confirma a historicidade deste, senão vejamos:
·         Gl 3:16 - Jesus era descendente de Abraão;
·         Rm 1:3 - Jesus era descendente de Davi;
·         Gl 4:4 - Jesus viveu sob a lei judaica;
·         1 Co 11:23-25 - Jesus foi traído na noite em que instituiu uma ceia memorial;
·         Gl 3:1 - Jesus morreu por crucificação;
·         1 Ts 2:15 - as autoridades judaicas tinham parte da responsabilidade sobre a morte de Jesus 
·         1 Co 15:4-8 - Jesus foi sepultado, ressuscitou ao terceiro dia e foi visto por várias testemunhas
Jesus e Paulo são bases da mesma Igreja

O que a maioria dos "estudiosos" ignora são as avassaladoras provas de que não há diferenças entre o que Paulo ensinou e o que Jesus ensinou.

Vamos a uma pequena mostra?
·         Ambos ensinaram que o cristianismo completava o judaísmo
o    Jesus: Mt 5:17; Lc 16:16
o    Paulo: Rm 10:4; Cl 2:16,17 
·         Ambos ensinaram que os seres humanos são pecadores 
o    Jesus: Mc 3:28; Jo 8:24 
o    Paulo: Rm 3:23; Ef 2:1; 1Co 15:3 
·         Ambos ensinaram a necessidade de expiação dos pecados por sangue 
o    Jesus: Mc 10:45; Mt 26:28 
o    Paulo: Ef 1:7; Rm 5:8; 1Co 5:7 
·         Ambos enfatizaram a ressurreição de Cristo 
o    Jesus: Lc 24:46; Jo 2:19,21 
o    Paulo: Rm 4:25; Rm 10:9 
·         Ambos ensinaram que a salvação é mediante a fé 
o    Jesus: Mt 19:25,26; Jo 3:36, 3:16, 5:24; Mc 1:15 
o    Paulo: Ef 2:8,9; Rm 4:5 
·         Ambos ensinaram o mesmo a respeito do divórcio e novo casamento 
o    Jesus: Mc 10:9,11 (cf. Dt 24:1-4 e Gn 1:27, 2:24) 
o    Paulo: 1 Co 7:10 ss.
·         Ambos ensinaram o mesmo a respeito do sustento ministerial
o    Jesus:Mt 10:10; Lc 10:7 
o    Paulo: 1 Co 9:14 
·         Ambos ensinaram o mesmo a respeito da ingestão de comida 
o    Jesus: Lc 10:7,8 
o    Paulo: 1 Co 10:27 
·         Ambos ensinaram a pagar tributos 
o    Jesus: Mc 12:13-17 ss. 
o    Paulo: Rm 13:1-7 
·         Ambos ensinaram a lei de Cristo (Gl 6:2) 
o    Quanto à forma correta de exortação
§  Jesus: Mt 18:15 
§  Paulo: Gl 6:1 
o    Quanto ao tratar os inimigos 
§  Jesus: Lc 6:27, 28; Mt 5:44 
§  Paulo: Rm 12:14; 1 Co 4:12 
o    Quanto ao amor ao próximo 
§  Jesus: Mt 22:37-40; cf Mc 12:28-34 
§  Paulo: Rm 13:8,10 
o    Quanto à segunda vinda de Cristo 
§  Jesus: Lc 12:39 
§  Paulo: 1 Ts 5:2-5 
Ademais, se este tema fosse ao menos uma pequena conjectura entre os cristãos primitivos, certamente encontraríamos relatos de debates e registros entre os defensores e opositores desta tese, pois o que não falta à Igreja Cristã são os registros francos e honestos sobre suas discussões teológicas mais profundas. Até mesmo as discussões sobre a humanidade e a divindade de Jesus foram debatidas e registradas nos concílios da Igreja Primitiva, no entanto, esta mesma Igreja se cala profundamente sobre este tema, o que para nós um uma prova concreta de que ao menos esta discórdia não existia!

Conclusões

Diante do exposto, creio que podemos chegar a algumas conclusões bastante claras sobre este tema:
1.    As críticas não são novas: se apenas em 2003 a revista Superinteressante publicou uma matéria sobre isso, a polêmica já vem desde o século 19, com F.C. Baur, fundador da controversa escola teológica alemã de Tubingen.
2.    As críticas são infundadas: todos os argumentos estão baseados em um texto apócrifo, desconhecido, sem credibilidade hermenêutica, sem reconhecimento pela crítica textual e de origem judaica/gnóstica.
3.    As provas sobre a integridade do ensino de Paulo com os de Jesus são irrefutáveis, é só ler o Novo Testamento!!
4.    Não há nenhum relato, ao longo de toda a rica e documentada história da Igreja Cristã, que ao menos indique uma discórdia entre os ensinamentos de Jesus e Paulo.
É isso aí... Como diria um famoso desenho animado: por enquanto é só pessoal...

Shalon Shalon




Para saber mais:
·         Bíblia Sagrada: Novo Testamento (Os 4 Evangelhos e as 13 Cartas de Paulo)
·         BRUCE, F. F.; Paulo – o apóstolo da graça, São Paulo:Shedd Publicações, 2003
·         BULTMANN, Rudolf; Teologia do Novo Testamento, São Paulo:Teológica, 2004
·         LADD, George Eldon; Teologia do Novo Testamento, São Paulo: Hagnos, 2003
Postado por Jair Souza