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terça-feira, 12 de agosto de 2014

MEDITAÇÃO - O Raio da Luz




O RAIO DA LUZ


Se você tem dois pontos opacos, são eles que o mantém preso aqui no planeta Terra.

O coeso é sólido e apertado e, entre os seus átomos não existe espaços e a luz não penetra, se reflete, tal como àquele à quem você quer dar a mão e lhe fecha a porta.

Assim é o raio da luz, que lhe vira as costas e vai embora.




Dragão

INVEJA - Os Roedores da Glória - José Ingenieros



 
 
Os Roedores da Glória - José Ingenieros



Todo aquele que se sente capaz de criar um destino, com o seu talento e com o seu esforço, está inclinado a admirar o esforço e o talento nos demais; o desejo da própria glória não pode sentir-se coagido pelo legítimo enaltecimento alheio.

Aquele que tem méritos sabe o que eles custam, e os respeita; estima, nos outros, o que desejaria que os outros estimassem nele.

O medíocre ignora esta admiração franca: muitas vezes se resigna a aceitar o triunfo que ultrapassa as restrições da sua inveja. Mas aceitar não é amar, resignar-se não é admirar.

Os espíritos de asas curtas são malévolos; os grandes engenhos são admirativos.

Estes sabem que os dons naturais não se transformam em talento ou engenho sem um esforço, que é a medida do seu mérito.

Sabem que cada passo no sentido da glória custa trabalhos e vigílias, meditações profundas, tentativas de fim, consagração tenaz, a esse pintor, a esse poeta, a esse filósofo, a esse sábio; e compreendem que eles consumiram porventura o seu organismo, envelhecendo prematuramente; e a biografia dos grandes homens lhes ensina que muitos renunciaram o repouso ou o pão, sacrificando, tanto um como outro, a fim de ganhar tempo para meditar, ou para comprar um livro iluminador de suas meditações.

Essa consciência daquilo em que o mérito importa, os faz respeitar.

O invejoso, que o ignora, vê o resultado a que os outros chegam e ele não, sem suspeitar quantos espinhos foram semeados no caminho da glória.

Todo escritor medíocre é candidato a criticastro.

A incapacidade de criar impele-o a destruir.

Sua falta de inspiração o induz a corroer o talento alheio, empanando-o com especiosidades que denunciam a sua irreparável inferioridade.

Os altos engenhos são equânimes na crítica de seus iguais, como se reconhecessem, neles, uma consangüinidade em linha direta; no êmulo, não vêem nunca um rival.

O verdadeiro critico enriquece as obras que estuda, e em tudo o que toca deixa um rastro de sua personalidade.

Os criticastros, que são, por instinto, inimigos da obra, desejam diminuí-la, pela simples razão de que eles não a escreveram.

Nem saberiam escrevê-la, se o criticado lhes contestasse:

"Faze-a melhor".

Têm as mãos travadas por fitas métricas; seu afã de medir os outros corresponde ao sonho de rebaixá-los até à sua própria medida.

São, por definição, prestamistas, parasitas, vivem do alheio, pois se limitam a baralhar, com mão hábil, o mesmo que aprenderam no livro que procuram desacreditar.

Quando um grande escritor é erudito, reprovam-no como falto de originalidade; se não o é, apressam-se a culpá-lo de ignorância.

Se emprega um raciocínio que outros usaram, denominam-no plagiário, embora assinale as fontes da sua sabedoria; se omite a assinalação, acusam-no, por serem vulgares, de improbidade.

Em tudo encontram motivo para maldizer e invejar, revelando a sua antipatia interna.

O criticastro medíocre é incapaz de alinhavar três idéias fora do fio que a rotina lhe sugere.

Sua bojuda ignorância obriga-o a confundir o mármore com o mecaxisto, e a voz com o falsete, inclinando-o a supor que todo o escritor original é um heresiarca.

Os pacóvios dariam o que não têm, para saber escrever um pouquinho, para serem incorporados à crítica profissional.

É o sonho dos que não podem criar.

Permite uma maledicência medrosa e que não compromete, feita de mendacidade prudente, restringindo as perversidades para que fiquem mais agudas tirando aqui uma migalha e dando ali um arranhão, velando tudo o que pode ser objeto de admiração, rebaixando sempre com a oculta esperança de que possam aparecer a um mesmo nível os críticos e os criticados.

O escritor original sabe que atormenta os medíocres aguilhoando-lhes essa paixão que os desespera em face do brilho alheio; o desespero dos fracassados é o lucro que melhor pode premiar o seu labor luminoso.

O ridículo de um Zoilo chega sempre a andar passo a passo com a glória de um Homero.

Fermentam, em cada gênero de atividade intelectual, como pragas pediculares da originalidade; não perdoam aquele que incuba, em seu cérebro, essa larva silenciosa.

Vivem para manchá-lo ou destroná-lo, sonham com o seu extermínio, conspiram com uma intemperança de terroristas, esgrimem sórdidas calúnias que fariam enrubescer um paquiderme.

Vêem um perigo em cada astro e uma ameaça em cada gesto; tremem, pensando que existem homens capazes de subverter rotinas e preconceitos, de acender novos planetas no céu, de arrancar sua força aos raios e às cataratas, de infiltrar novos ideais às raças envelhecidas, de suprimir as distâncias, de violar a força de gravidade e de abalar o governo...

Os espíritos rotineiros são rebeldes à admiração: não reconhecem o fogo dos astros porque nunca tiveram, em si, uma única chispa.

Jamais se entregam de boa-fé aos ideais ou às paixões que lhes assaltam o coração; preferem opor-lhes mil raciocínios, para privar-se do prazer de admirá-los.

Confundirão sempre o equívoco e o cristalino, rebaixando todo ideal até às baixas intenções que supuram em seus cérebros.

Pulverizarão todo o belo, esquecendo que o trigo moído e feito farinha já não pode germinar em espigas douradas, à luz do sol.

"É um grande sinal de mediocridade - disse Leibniz - elogiar sempre moderadamente".

Pascal dizia que os espíritos vulgares não encontram diferenças entre os homens :

descobrem-se mais tipos originais, à medida que se possui maior engenho.

O criticastro é miserável; admira um pouco todas as coisas, mas nada merece a sua admiração decidida.

Aquele que não admira o melhor, não pode melhorar.

Os que não sabem admirar não têm futuro.

É uma covardia aplacar a admiração; é preciso cultivá-la, como fogo sagrado, evitando que a inveja a cubra com a sua pátina ignominiosa.

JOSÉ INGENIEROS
(1877-1925)

De O Homem Medíocre, trad. Gesner de Wilson Morgado, Rio, Melson, 1963.

ARTE NOS NEGÓCIOS - Tática de Negociação - Tática do Bode


Tática de Negociação - Tática do Bode
 
 
 
 







Era uma vez um homem sábio que vivia num pequeno vilarejo. Uma mulher infeliz foi até ele em busca de conselho.

Ela vivia numa pequena choupana, onde mal cabiam seu marido e as duas crianças. Acontece que os pais de seu marido ficaram numa situação difícil, não tendo mais onde viver. Sendo boa, ela deixou que eles se mudassem para a já lotada cabana. Não demorou muito para que a situação ficasse complicada. "O que devo fazer?", perguntou ela ao sábio.

Ele alisou a barba, pensou um pouco e perguntou:
 
"A senhora tem um bode?".
 
"Sim", ela disse, "mas o que isso tem a ver com o meu problema?".
 
"Eu sei o que fazer - leve o bode para a choupana por uma semana e depois volte aqui". Ela seguiu o conselho relutantemente, mas já que ele era um sábio...

Passada uma semana as coisas pioraram. Cada vez que o bode se virava, os seis moradores tinham que mudar de lugar. Era impossível dormir. A senhora em prantos, resolveu voltar ao sábio.
 
"Estou muito pior do que antes" disse ela e lhe contou toda a história.

Ele mais uma vez alisou a barba, pensou um pouco e perguntou:
 
"A senhora tem galinhas?".
 
"Sim", ela disse, "mas o que isso tem a ver com o meu problema?".
 
"Eu sei o que fazer - leve as galinhas para a choupana por uma semana e depois volte aqui". Mais cética do que nunca, ela novamente seguiu o conselho do sábio.

Após uma semana, histérica, ela retornou.
 
"Você é louco", disse ela.
 
"Seu conselho não vale nada.
 
Agora é impossível viver na minha choupana. O bode se vira, as galinhas voam, os hóspedes tossem, as crianças acham penas na sopa e eu brigo todos os dias com meu marido.
 
É tudo culpa sua!”.

Calmamente o sábio alisou sua barba, pensou mais um pouco e disse:
 
"Cara senhora, tente mais uma coisa quando voltar para casa. Retire as galinhas. Retorne aqui em uma semana".
 
"Esse homem é meio bobo", ela pensou. Mas por via das dúvidas, ela decidiu seguir o conselho pela última vez.

Após uma semana ela retornou. "Como se sente minha senhora?" ele perguntou.
 
"Isto é ridículo, mas me sinto um pouco melhor agora que as galinhas estão fora da choupana".
 
Ele ouviu o comentário e disse: "Tenho a solução final para seu problema. Tire o bode".

”A senhora tirou o bode e viveu feliz para sempre com seu marido, crianças e sogros."

É desta maneira que negociadores experientes conseguem levar vantagem em seus negócios.
 
Eles criam dificuldades artificiais.

(o bode), e lentamente vai retirando uma por uma, dando a impressão que está fazendo uma concessão dolorosa.
 
Esta é a tática mais utilizada em negociações sindicais.
 
Se pede muito para se conseguir aquilo que é realmente o desejado.
 
Experimente utilizar esta técnica e você ficará surpreendido com os resultados.
 

 Anônimo

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