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domingo, 26 de janeiro de 2014

PARTIDO VERDE - AGROTÓXICOS - O perigo dos agrotóxicos – Anvisa revelou que 36% das amostras de alimentos estavam impróprias para o consumo


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O agronegócio brasileiro vem pressionando a Presidência da República e o Congresso para diminuir o papel do setor de saúde na liberação dos Agrotóxicos. O Brasil é o maior consumidor desses venenos no planeta e a cada dia se torna mais dependente deles.

Qual o impacto que essas medidas terão na saúde da população brasileira? No Brasil, a cada ano, cerca de 500 mil pessoas são contaminadas, segundo o Sistema Único de Saúde (SUS) e estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS). Os brasileiros estão consumindo alimentos com resíduos de Agrotóxicos acima do limite permitido e ingerindo substâncias tóxicas não autorizadas.

Em outubro, a Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) revelou que 36% das amostras analisadas de frutas, verduras, legumes e cereais estavam impróprias para o consumo humano ou traziam substâncias proibidas no Brasil, tendência crescente nos últimos anos. Os Agrotóxicos afetam a saúde dos consumidores, moradores do entorno de áreas de produção agrícola ou de Agrotóxicos, comunidades atingidas por resíduos de pulverização aérea e trabalhadores expostos.

Mesmo frente a esse quadro, mais dramática é a ofensiva do agronegócio e sua bancada ruralista para aprofundar a desregulamentação do processo de registro no país. Qualquer Agrotóxico, para ser registrado, precisa ser analisado por equipes técnicas dos ministérios da Agricultura, Saúde e Meio Ambiente. Inspirados na CTNBIO, instância criada para avaliar os Transgênicos, que até hoje autorizou 100% dos pedidos de liberação a ela submetidos, os ruralistas querem a criação da CTNAGRO, na qual o olhar da saúde e Meio Ambiente deixaria de ser determinantes para a decisão.

Quem ganha e quem perde com essa medida? Não há dúvida que entre os beneficiários diretos está o grande agronegócio, que tem na sua essência a monocultura para exportação. Esse tipo de produção não pode viver sem o veneno porque se baseia no domínio de uma só espécie vegetal, como a soja. Por isso, a cada dia, surgem novas superpragas, que, associadas aos Transgênicos, têm exigido a liberação de Agrotóxicos até então não autorizados para o Brasil.

O mais recente caso foi a autorização emergencial do benzoato de amamectina usado para combater a lagarta Helicoverpa, que está dizimando as lavouras de soja de norte a sul do país. A lei que garantiu a liberação desse veneno tramitou e foi aprovada em um mês pelo Congresso e pela Presidência da República. A pergunta que não quer calar é: no momento em que a população brasileira espera um Estado que garanta o direito constitucional à saúde e ao ambiente, por que estamos vendo o contrário? Na maioria dos estados brasileiros os Agrotóxicos não pagam impostos.

O Estado brasileiro tem sido forte para liberalizar o uso de Agrotóxicos, mas fraco para monitorar e controlar seus danos à saúde e ao ambiente. Enquanto isso, todos nós estamos pagando para ser contaminados…

Fernando Carneiro é professor da UNB e coordenador de saúde e Meio Ambiente da Associação Brasileira de Saúde Coletiva

Fonte : Jornal O Globo

 

http://pv.org.br/2014/01/25/o-perigo-dos-agrotoxicos-anvisa-revelou-que-36-das-amostras-de-alimentos-estavam-improprias-para-o-consumo/

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