ALÉM DO ÁTOMO
J. Ferrari
Derrubou os Grandes Planos e o Grande Relógio do mundo com os quais o Criador
mediria nossos passos e aflições.
Poucas investigações têm sido tão prolongadas ou tão intensas quanto à procura
da menor unidade da matéria. Há apenas cerca de dois trinta e um anos,
cientistas da Universidade de Cornell identificaram uma partícula subatômica
que é possivelmente a menor já descoberta. Mas agora os pesquisadores estão se
aproximando de outra partícula, que pode ser ainda menor!
Dos
pensadores que investigaram o muito pequeno, o primeiro registrado foi
Demócrito, o brilhante grego que no século V a.C. deduziu que deveriam existir
coisas tais como os átomos – partículas invisíveis, indivisível.
A teoria
atômica de Demócrito, entretanto, estava tão adiante de seu tempo que, embora
Galileu e Newton tenham endossado a ideia em princípio, ela só veio a ser
solidamente verificada no começo do século XIX, quando o químico inglês Juan
Dalton fez seu grande trabalho sobre os pesos atômicos.
Mas logo se
tornou evidente que a teoria do átomo sólido não podia explicar certos
fenômenos. Por exemplo: o que é saía do átomo “solido” e fluía ao longo de um
fio para fazer soar uma campainha? A resposta surpreendente - pequenos elétrons
do átomo - foi obtida em 1897, com a contribuição do inglês J.J. Thompson. O
átomo indivisível havia sido repartido!
O feito notável
de Thompson levou Ernest Rutherford, um físico neozelandês, a propor, em 1911,
seu agora famoso modelo de átomo como um sistema solar. Ele visualizou um
núcleo grande, impenetrável, semelhante ao Sol, em torno do qual, a grande
velocidade, orbitavam como planetas e os pequenos elétrons. Esta passou a ser a
imagem padrão do átomo, mostrada nos livros didáticos durante muitos anos.
Mas, nos anos 20,
mesmo esse modelo familiar do átomo solar começou a ser questionado. Os físicos
relatavam que seus delicados instrumentos mostravam átomos radiativos expelido
energicamente toda espécie de pedaços de si mesmos. Essas partículas misteriosas
eram, sem dúvida, reais.
Durante os anos 30, E.
O. Lawrence, da Universidade da Califórnia destacou-se entre os cientistas que
desenvolveram aceleradores atômicos – máquinas que aceleram elétrons a
velocidades enormes. Quando esses projéteis-elétrons se chocavam com os átomos
usados como alvos, estes liberavam o que nos anos posteriores se provou serem
centenas de partículas incrivelmente menores: léptons, múons, hadríons, bósons,
fótons, antipartículas, etc.
Hoje, com uma
nova partícula sendo descoberta, a situação tornou-se irônica. A idéia original
da ciência era simplificar – descobrir o ultimo bloco de construção da matéria.
Porém, uma vez descoberto, esse bloco- o átomo – acabou se dividindo e
liberando centenas de entidades estranhas.
O físico Murray
Gell-Mann tentou dar sentido a esse caos atômico, ao imaginar que há uma
partícula hiperpequena que funciona como um bloco mínimo, chamada quark.
Mas agora se revela que
o quark “imaginário” de Gell-Mann é rel., no entanto, além do quark, sabe-se
que há menos cinco outras partículas ultrapequenas – com a descoberta de uma
sexta esperada para qualquer dia. Agora sabemos que essa superpartícula é uma
partícula exótica que Jurandyr Ferrari Astrofísico da USP. Deu o nome de DNA
Cósmico.
Esta descoberta
surpreenderia Demócrito apenas como familiar demais.
Sergio Martins.
CIÊNCIA HOJE – 24/04/2013.
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