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segunda-feira, 28 de julho de 2014

AUTOCONHECIMENTO - A Consciência - Parte II









A Educação da Consciência

A aceitação sem questionamento do modelo educativo que predomina em nosso País, torna-se preocupante. Recebemos uma educação a base de domesticidade intelectiva com poucas reflexões.
O aluno, na escola, cedo já recebe uma maciça dose de informações que nem sempre o estimula a pensar, refletir, questionar, inquirir, observar, refletir.

Há muitos séculos que nas escolas são enfiados em nossas cabeças todos os conhecimentos disponíveis. Após isso, liberamos o adolescente para enfrentar a vida ativa, cabendo a este utilizar os conhecimentos na medida de suas necessidades.

Nos tempos modernos, qualquer especialista que passou por uma universidade só começa a ter uma vida profissional após os seus 25 a 30 anos.

A história nos diz que Richelier foi nomeado bispo de Luçon aos 21 anos e deu conta de sua atividade.

Temos que no mundo moderno, na idade em que a capacidade cerebral humana é mais forte e fecunda, nossa sociedade, prisioneira de uma concepção ultrapassada de ensino, ainda teima em manter seus futuros líderes numa inútil e interminável adolescência.

Não devemos nos espantar  ao ver milhares de estudantes universitários se revoltarem ou desanimarem diante da montanha de teorias e informações as quais jamais utilizarão. Além do mais, se algum dia precisar, já estarão com certeza ultrapassada.

Devemos primar por uma revolução nos métodos de ensino, tornando-os mais objetivos e atendendo as necessidades do País, do Estado, da região





Não é sensato, que determinados ensinos sejam impostos a alunos que por força das circunstâncias pouco ou raramente o utilizarão.

Assim, temos que cursos rápidos, que melhor atendem a urgência interior da região, País, etc. sejam introduzidos.

De nada adianta enchermos uma criança e ou adolescente de informações aos quais pouco ou nenhum proveito terá na sua vida pessoal.
Ademais, o que chamamos hoje de ciência, via de regra, não passa de um amontoado de informações, muitas vezes, completamente falsas em relação a realidade.

A aprovação na escola não significa ter consciência das matérias estudadas. Há que se criar laboratórios práticos já no início para tudo.

Assim, em uma região agrícola, cedo o aluno deve ir às plantações, para receber suas devidas instruções acerca da produção agrícola, bem como, os meios práticos de adquirirmos maior e melhor produtividade qualitativamente, bem como, ser estimulado a dar suas sugestões de melhoria.

Nas cidades grandes, os alunos devem receber instruções práticas de como desenvolver o seu lado profissional, no manejo de artes industriais, administrativas, etc.

Assim, temos a prática aliado a teoria bem cedo na vida dos estudantes.
Conhecer pela teoria é uma coisa, saber pela prática é outra. Urge a junção do conhecimento teórico e prático, bem como, aliado ao estímulo da criatividade para progredirmos integralmente. Neste caso, quando isto ocorre, temos o verdadeiro cientista.

Há que se criar uma sociedade cientificamente preparada.

O conhecimento da psicologia gnóstico só é real quando sabiamente compreendido na teoria e prática.

O maior problema enfrentado pelos estudantes de hoje de forma geral, no processo de educação, consiste no fato de terem que estudar e, pior ainda, aceitar teorias alheias, sem que seja dado o direito de divergir e de pensar independentemente. Sem a prática, o estudante torna-se um dependente de informações de terceiros que nem sempre constitui o melhor para um grupo, uma região, etc.

Assim, a educação torna-se uma palavra mal entendida atualmente.

Entende-se por educação, um acúmulo muitas vezes até exagerado de informações e ou teorias.

Educação significa também, o ato de estimular os homens no desenvolvimento de seus talentos, capacidades e potencialidades natas de cada um.

Isto, só é possível em um ambiente onde seja dado o direito  de divergir e de criticar sadiamente as informações transmitidas; onde seja possível a experimentação de toda a teoria.

O despertar da inteligência, só é possível, erradicando de nossa psique os elementos subjetivos que nela inserimos.

Nossos educadores precisam trabalhar e vacinar os estudantes a eliminar, sobretudo, o medo e incentivar a livre iniciativa. Estes constituem os maiores obstáculos para fluir nossa inteligência.

Medo e Imitação

O desenvolvimento de nossas capacidades e potencialidades natas só torna-se possível, em um ambiente onde não haja medo e imitação.

“Devemos inspirar em nossos instrutores, contudo, jamais imitá-los ou ter medo destes”.


A imitação castra a nossa faculdade criativa. O medo ao que dirão muitas vezes nos impele a imitação, nos tornando mecanicistas, castrando o livre arbítrio. Este é nossa possibilidade de progresso interior.

Nos dias atuais, a sociedade nos impulsiona a imitar modelos existentes. Por isso,  nosso progresso é lento. Pensamos com a cabeça alheia. Isto é um ato de mediocridade intelectiva.


Na vida, desde cedo somos impelidos a ser macacos, a imitar tudo o que os outros fazem.

Adoramos ídolos de barro. Criamos estes. Alimentamos-nos das sombras dos homens de gênio.

Há que despertarmos o nosso gênio interior. Este é o nosso Real e Verdadeiro Ser.

Desde a infância os professores ensinam as crianças a imitar, colar uma arvore uma casa, um animal, etc. Isto não é criação. Isto não vem a ser a manifestação da inteligência. Isto é imitação.

Criação é captar o essencial, uma invenção, o abstrato, a alma de algo observado.

Em uma sala de aula, muitas vezes, uma crítica destrutiva nos induz ao medo. Assim, criamos fantasmas, medo de nos submeter ao ridículo, etc.

A educação da consciência, proposto pela psicologia gnóstica, nos convida ao caminho da liberdade, pois, para sermos livres precisamos perder os medos e apegos.

Ser livre é assumir o que somos. Todo medroso é escravo. Escravo de conceitos alheios, de opiniões, de teorias e modelos existentes.

Nossa proposta é de aos poucos, mostramos um conhecimento integral, formando homens livres, independentes, capazes de pensarem, agirem e criarem por si mesmos, de brilhar com luz própria. 

Ser um sol, jamais uma lua.

Segundo Gurdjieff, o processo de imitação somente funciona onde não seja necessário o exercício da criatividade. Esclarecendo melhor, a imitação é mecânica, desligada do livre arbítrio, própria do centro motor, jamais da inteligência.

Os Conceitos

Todas as sensações são mudanças dos elementos psíquicos do homem. Existem sensações em cada uma das dimensões básicas da natureza e do homem. As sensações experimentadas sempre deixam registro na memória. Há dois tipos de memória:

Memória animal  ou física e memória metafísica ou espiritual.

A memória animal ou física grava as sensações materiais.

A memória metafísica ou espiritual grava as sensações captadas noutras dimensões, como por exemplo, nos sonhos.

As recordações das sensações constituem as percepções. Toda percepção física ou psíquica é realmente a recordação de uma sensação. Essas recordações organizam-se em grupos, associando-se e dissociando-se, atraindo-se ou repelindo-se. A soma total de várias sensações convertidas em causa comum projeta-se externamente como objeto. Por isso dizemos que “essa árvore é verde” - “esse prédio é alto” - “aquela pessoa é feia” - “essa flor tem cheiro ruim”.

As percepções físicas são vistas com os sentidos físicos: olhos, ouvidos, nariz, boca e tato. As percepções psíquicas são vistas com os sentidos psíquicos. Os conceitos sempre se formam com as recordações das percepções. Os conceitos emitidos pelos gênios têm origem nas suas recordações transcendentais de suas percepções psíquicas. As somas das percepções formam as palavras. As palavras dão origem à linguagem e ao fenômeno da comunicação. Não haveria linguagem, nem, comunicação, se não houvesse conceitos.


Não há conceitos quando não existem percepções. Assim, todo aquele que lança conceitos sobre as realidades metafísicas sem as haver previamente conhecido, por melhores que sejam suas intenções, acabará faltando com a realidade.
Nos níveis elementais da vida psíquicas muitas sensações são manifestadas por meio de alaridos, gritos, trovões, sons desconexos (para nós), mas que revelam alegria, terror, prazer, dor ou qualquer sensação. Conceito e palavra é uma mesma substância. O conceito é interno; a palavra, externa. As idéias são conceitos abstratos e pertencem ao mundo dos arquétipos. O conteúdo místico das sensações e emoções transcendentais, por exemplo, não pode ser expresso por palavras, por que essas tão somente sugerem tal conteúdo. Dizem os grandes mestres universais que só a arte régia da natureza pode definir essas emoções e sensações transcendentais e superlativas. Os exemplos marcantes dessa arte podem ser vista nas pirâmides do antigo Egito e do México; nas estátuas da ilha de Páscoa, nas obras de um escultor do porte de Miguel Ângelo ou nas músicas e sinfonias de um mestre como Ludwig Van Beethoven. A arte régia é a principal característica das civilizações e culturas serpentinas.
As características do mundo ou de uma determinada realidade mudam sempre que é mudado o aparelho de  percepção. O desenvolvimento psíquico faz com que o mundo se altere. Todo aquele que elimina de sua mente os elementos subjetivos (conceitos alheios) passará a ver a realidade tal qual é, não como foi dita que é, ou que pensa que é. Para se ter idéia exata, conceito exato sobre uma realidade, é necessário ter consciência desperta. Para despertar consciência é preciso eliminar os elementos subjetivos da mente.
Com o advento da consciência desperta surge um novo tipo de intelectualidade: o intelecto iluminado que manifesta a voz da intuição.
A consciência tem infinitos graus de desenvolvimento. Desenvolve-se a consciência pelo autoconhecimento, pelo auto-aperfeiçoamento e pela auto-análise contínua. Informação intelectual não é vivência; é erudição. Erudição (informação) não é experimentação. Mesmo a experimentação  tridimensional (ou física, material) não é total. São necessárias as vivências e a experimentação direta e unitotal.

Compreensão – Experimentação

A compreensão não vem da memória. A memória é tão só um arquivo de percepções. Compreensão intelectual de um conceito não significa compreensão integral. A compreensão integral surge da experimentação, da captação direta das realidades que se está transmitindo ou conhecendo. O Dr. Samael Aun Weor diz em seus manuscritos que “a compreensão verdadeira se manifesta como ação espontânea, natural e simples, livre dos processos de seleção conceitual, não havendo indecisões de nenhuma espécie. A compreensão baseada na recordação do que temos lido ou na norma de conduta que nos ensinaram ou nas recordações da memória, é calculadora, dualista e dependente de conceitos alheios”.
Esse tipo de mecanismo leva à comparação. Quando se compara é impossível ver a realidade como é  integralmente. Além do mais, a comparação faz surgir a inveja e a frustração. Quando uma realidade é compreendida totalmente, passa a fazer parte integral da psique. Assim, a memória fica sobrando. Só a consciência nos dá compreensão unitotal, experimentação direta. Como recorda o estudante, a filosofia gnóstica é a filosofia da consciência desperta.


 Dourado
Fontes: Gurdjieff - Gnosis - Samael Aun Weor

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