TRANSGÊNICOS - Arroz Dourado
O "Arroz dourado" é um arroz
geneticamente modificado, de modo a conter grandes quantidades do elemento
beta-caroteno, que é convertido no organismo em vitamina A. Desta
forma, a ingestão de arroz dourado tem como conseqüência uma maior
obtenção de vitamina A, beneficiando aqueles que sofrem de carências
vitamínicas.
O beta-caroteno é
responsável pela cor laranja das cenouras, e é por esta razão que este tipo de
arroz é dourado. Para ocorrer a criação do betacaroteno no arroz, são
implantados três novos genes: dois de narciso e o terceiro de uma bactéria.
O "Arroz
Dourado" traz vantagens,
tais como atenuar as carências vitamínicas ( neste caso a carência de vitamina
A), sendo muito importante nos países subdesenvolvidos devido à dieta pobre e
extremamente limitada, na qual faltam vitaminas essenciais ao organismo. Como
consequência desta dieta restrita, muitas pessoas chegam a cegar ou morrer. Por
exemplo, na Ásia, onde a população se alimenta de arroz de manhã à noite, a
morte ou cegueira por falta de vitamina A é muito frequente.
Por outro lado, o
"Arroz Dourado" não traz só vantagens. Tem algumas desvantagens, como
a dependência dos países pobres para com os países ricos, pois apenas as
grandes empresas privadas têm meios para desenvolver plantas geneticamente
modificadas. Tornando as plantas estéreis, as empresas podem impedir os
agricultores de criar novas sementes para o ano seguinte, forçando-os a
comprar-lhes o novo arroz.
Ainda, alguns opositores à
modificação genética receiam que, se o arroz dourado resultar como maior
aceitação da engenharia genética, as empresas vão continuar a modificar plantas
para obtenção de lucros. Desse modo, poderá criar-se uma situação em que as
grandes empresas detenham os direitos sobre todas as boas colheitas.
Nas Filipinas, o
International Rice Research Institute (IRRI) desenvolve diversas pesquisas
sobre o "Arroz Dourado". Normalmente, o "Arroz Dourado" é
cruzado com as espécies locais para obter variedades produtoras de "Arroz
Dourado" adaptadas ao meio onde serão implementadas.
Para mais
informações, estão disponíveis na nossa secção de "links" dois
endereços que aprofundam o tema abordado anteriormente. A página "Golden
Rice" e a página do IRRI dispõem de diversas informações sobre as
pesquisas elaboradas neste campo da Biotecnologia.
Foi
escolhido o arroz devido a este ser o alimento básico para cerca de 60% da
população mundial. Também de entre todos os grãos comestíveis, é o que possui o
código genético mais curto; o seu genoma é trinta e sete vezes menor do
que o do trigo, e seis vezes menor que o do milho, sendo, por isso, mais fácil
o seu estudo, a sua compreensão, e manipulação. Ainda é capaz de sintetizar uma
substância percursora do betacaroteno, a geranil-geranil difosfato que, com a
ajuda de três enzimas, pode ser transformada em betacaroteno.
Métodos de obtenção do Arroz Dourado
De início,
os cientistas identificaram os três genes responsáveis pela produção das três
enzimas necessárias para a transformação do geranil-geranil difosfato em
betacaroteno, na erva do narciso ( Narcissus
pseudonarcissus) e na bactéria erwinia ( Erwinia
uredovora). De seguida, para isolar estes genes, foram usadas enzimas de
restrição, que reconhece as sequências nucleotídicas (curtas, de quatro a seis
pares de bases) correctas em moléculas de DNA e lhes fazem um corte na
estrutura de desoxirribose-fosfato das dupla cadeia de DNA, como uma tesoura
cortando um pedaço de fita.
Os genes, juntamente com os
segmentos de DNA responsáveis pela sua activação, são inseridos em plasmídeos,
moléculas circulares de DNA que se duplicam e vivem no interior das agrobactérias
conhecidas como Agrobacterium
tumefasciens. Estas bactérias são usadas como meio de transporte de
pedaços de DNA para a célula vegetal, nos processos de engenharia genética. Na
natureza, essa bactéria infecta a célula vegetal, provocando a formação de
tumores na planta. Posteriormente, e quando estas são usadas como
transportadoras de novos genes, são retirados os genes que formam os tumores, e
apenas ficam os genes que interessam.
Agora, a bactéria
contendo os genes para a produção do betacaroteno no seu plasmídeo, é posta em
contacto com células do embrião da semente do arroz e estes são incorporados no
DNA da célula do arroz. Por sua vez, os três genes incorporados passam a
produzir as três enzimas responsáveis pela transformação do geranil-geranil
difosfato em betacaroteno, tornando o grão de arroz amarelo.
Por
fim, as primeiras plantas do arroz transgénico são submetidas a cruzamentos
entre indivíduos da mesma espécie, permitindo a selecção daquelas que
apresentam padrões desejáveis. E são estas as sementes que irão germinar nos
campos de culturas geneticamente modificadas.
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