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sexta-feira, 18 de julho de 2014

RELIGIÃO - ISLAMISMO - A Fé do Muslim

A Fé do Muslim


Tem sido já mencionado que a Fé sem ação pratica é um dilema sem saída, no que diz respeito ao Islam. Pela sua natureza, a Fé é muito sensível e pode ser sumamente eficiente. Na falta de pratica ou uso, logo perde a vitalidade e a força de motivação. A única maneira de vitalizar a Fé e de fazer servir o seu próprio fim é a pratica. A pratica é a que concede a Fé o seu alimento, sobrevivência e eficiência. Em troca, a Fé é a que inspira ao homem a Constância na sua devoção e a perseverança na sua pratica. Isso é porque a correlação entre a Fé e a pratica é fortíssima, e a interdependência das duas é desde já compreensível. Uma pessoa sem fé carece de qualquer fonte verdadeira de inspiração e, portanto, não tem nenhum objetivo digno de realização ou mesmo de aspiração. A vida tal pessoa carece de sentido, é viver o dia a dia, o que não é viver. Por outro lado, a pessoa que reconhece a Fé, mas não pratica engana-se a si própria, e de fato não tem Fé nenhuma; neste caso, ela não é mais do que uma pobre criatura vazia e errante.

A correlação entre a Fé e a pratica no Islam reflete-se vivamente em todos o edifício da religião e põe de manifesto a profunda filosofia dos seus ensinamentos. O Islam não reconhece nenhuma separação entre alma e o corpo, o espírito e a matéria, a religião e a vida, Aceita o homem assim como Deus o criou e reconhece-lhe a natureza como sendo composta de alma e corpo. Não negligencia a natureza espiritual do homem, senão, este seria como qualquer animal. Nem menospreza as suas necessidades físicas; senão, seria um anjo, o que não é e não pode ser. Conforme o Islam, o homem fica no centro do fluxo da criação. Ele não é puramente espiritual, porque os seres puramente espirituais são os anjos e o único Ser acima dos anjos é Deus. Ele não é inteiramente material ou físico, porque os únicos seres desta classe são os animais e outras criaturas irracionais. Devido a esta sua natureza complementar, o homem tem exigências paralelas e necessidades paralelas: espirituais e materiais, morais e físicas. A religião capaz de ajudar o homem e de o aproximar de Deus é a religião que leva em conta todas estas exigências e necessidades, a religião que eleva o estado espiritual e disciplina os desejos físicos. E esta é a religião do Islam.

A opressão de um dos dois lados da natureza humana, ou a perturbação do equilíbrio, ou a inclinação para uma direção só, seria uma contradição abusiva para com a natureza humana, assim como um irresponsável desafio a própria natureza de que Deus criou o homem.

Por reconhecer completamente a natureza humana tal como é, e por estar altamente interessado no seu bem-estar, tanto espiritual como material, o Islam não considera a religião como um assunto pessoal ou como uma entidade separada da vida quotidiana geral. Noutras palavras, a religião só tem valor se os seus ensinamentos marcarem efetivamente a vida pessoal e publica de cada ser. Por outro lado, a vida carece de sentido se não for organizada e guiada pela Lei Divina. Isso explica a razão porque o Islam estende o seu sentido de organização a todos os campos da vida: comportamento individual e social, trabalho e industria, economia e política, relações nacionais e internacionais, etc. Também demonstra a razão porque o Islam não reconhece o “secularismo” ou a separação da religião das ações diárias do homem. A interação entre a verdadeira religião e a vida cheia de sentido é vital. Por isso, o Islam penetra em todas as esferas da vida para guiar todas as atividades humanas de maneira sã e integral, aceitável por Deus e bondosa para com o homem.

Em resultado desta correspondência necessária entre a verdadeira religião e a vida quotidiana, o Islam não segue a doutrina dos “seis dias para o para mundo e um dia para o senhor”. Tal doutrina parece-nos que enfraquece a vitalidade da religião. Além disso, manifesta uma grave injustiça feita a Deus pelo homem e acabrunha a alma deste por sérios prejuízos. É uma grave negligencia das necessidades espirituais e morais que são tão importantes como os desejos materiais, se não ainda mais importantes do que estes. É uma perigosa deformação da natureza do homem, e tal desequilíbrio é sinal de degeneração. De modo semelhante, se o homem estabelecer seis dias para a devoção ou meditação exclusiva e um dia para si próprio, ele não seria nada melhor. O equilíbrio não deixaria de estar perturbado. Portanto, a solução natural e lógica é a oferecida pelo o Islam. Por ter uma natureza complementar e por ficar no centro da corrente da criação, o homem correrá grave perigos se negligenciar quer uma alma, quer o seu corpo, ou se permitir a um dos dois dominar o outro. Alimentar os dois, sustentar os dois de maneira sã e equilibrada, eis a mais difícil prova do sentimento humano da justiça e da integridade assim como da força a passar esta prova, o Islam tem-lhe acudido com o auxilio das praticas regulares da Fé.

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