MEDICINA
OCULTA
LIÇÃO I
Os fins principais da iniciação hermética. - A
medicina oculta.
O
hermetista ou adepto do Hermetismo é, ao mesmo tempo, médico do corpo da alma e
do espírito.
Outrora a
ciência era organizada nas suas menores seções em corpo, alma e espírito.
O iniciado
estudava sempre os fatos (corpo), as leis (alma) e os princípios (espírito) em
ação na Natureza.
A Ciência,
como a Natureza, era viva.
Nos antigos
santuários, a natureza era estudada no seu Corpo, na sua Vida e no seu
Espírito, formando tudo uma só e única ciência.
O estudo do
Corpo revelava as leis da Organização universal, tanto a natural como a social.
O estudo da
Vida permitia compreender as leis da transformação.
O estudo
do Espírito descobriu as leis da criação.
Possuindo
estes conhecimentos, o hermetista dirigia as organizações sociais e explorações
terrestres; era o legislador e o engenheiro.
Transmutava os metais vis em prata e ouro, e os animais e vegetais úteis
para o homem; era o alquimista.
Podia
ainda, sob certas condições, criar entes vivos. E devido a estes conhecimentos
dos seus adeptos que o Egito constitui ainda hoje a admiração dos nossos homens
de ciência pelas suas construções gigantescas, pelos fenômenos que aí se passam,
pelas descobertas maravilhosas que aí se fazem.
Ouçamos o
que diz a respeito do Egito, Champol-lion-Figeac:
"
Tudo foi singular ou misterioso neste País para sempre célebre.
As primeiras paginas dos anais humanos nos entretem
com seus imensos trabalhos e sua glória: sua constituição física era
caracterizada por fenômenos particulares, e o progresso das ciências não
enfraqueceu, em nossos dias, o grande interesse que sempre excitaram.
"As
origens do rio ao qual deve sua existência e sua fertilidade, nos são
desconhecidas como eram aos mais antigos
observadores da Natureza; e este rio merece ainda o culto divino eu uma
filosofia reconhecedora lhe deu há mais de quatro mil anos.
É sempre o Pai nutridor do Egito e as variações
extraordinárias que se manifestam periodicamente no seu estado, exerceram
grande influência sobre as vistas políticas e os estabelecimentos dos primeiros
legislativos.
"Os
maiores fenômenos morais se desenvolveram ainda nesta terra desde a origem das
sociedades humanas.
"Então, o isolamento dos povos lhes impedia encontrarem e
combaterem-se. O vale do Nilo gozou por muito tempo a calma tão necessária às
nações como os indivíduos para elaborar grandes pensamentos e fundar sobre
bases sólidas a felicidade pública ou doméstica.
O País foi observado com atenção e perseverança
inesgotáveis; o conhecimento das leis do clima inspirou regras de polícia que
participaram da constância destas leis; uma experiência refletida concorreu
incessantemente para torná-las mais completas e mais perfeitas, e a
constituição política propôs-se a submeter a regras certas os próprios
movimentos da vontade e da inteligência gerais, à imitação destas leis
eternamente semelhantes que submetem cada dia o solo do Egito à ação dos mesmos
fenômenos.
"Os
sábios egípcios prenderam-se com rara predileção a tudo o que era em si
verdadeiro, útil e durável. A felicidade de todos era o fim do seu estudo do
homem e da natureza, estudo esclarecido pela constância, fortificado pela
solidão; estes sábios compreenderam felizmente que, para chegar este nobre fim,
deviam tornar-se ao mesmo tempo reis e pontífices, adivinharam assim os
verdadeiros fundamentos da sociedade humana, e aquela que criaram no Egito teve
uma duração que nenhuma outra igualou ou talvez jamais igualará, testemunha
irrecusável do poder das leis habilmente apropriadas ao espírito e aos costumes
do povo que governam, e também das luzes, do desinteresse e da probidade do
legislador.
"Nosso espírito comove-se profundamente ao espetáculo desta
organização moral e política do antigo Egito, que parece ter saído das mãos do
Criador perfeitamente dotado das instituições mais necessárias à sua existência
e ao seu desenvolvimento social; com efeito, ignoram-se as suas origens e, nas
épocas mais afastadas às quais a crítica histórica remonta, ela encontrou o
Egito com suas leis seus costumes, suas cidades seus reis e seus deuses; e
atrás destas mesmas épocas, havia ainda ruínas de épocas mais antigas.
"Em
Tebas, partes arruinadas de diversos edifícios permitem reconhecer restos de
construções anteriores, empregados como materiais nestes mesmos edifícios que
existem hoje desde há 36 séculos"
Esta
citação um pouco extensa nos mostra quando o progresso do Egito deve ao
conhecimento dos seus iniciados.
A iniciação hermética tinha por fim formar homens
verdadeiramente sábios que pudessem empregar seus conhecimentos para a
felicidade moral e material da nação e do povo.
O iniciado
estudava as leis da Natureza pelo estudo dos três planos de manifestação,
procurando sempre descobrir o mecanismo da ação em conjunto destes três planos.
A
iniciação hermética tinha por fim desenvolver no homem a vontade e suas
melhores qualidades.
Depois de
ter adquirido o conhecimento total, o iniciado tinha de adapta-lo para instruir
e aperfeiçoar seus irmãos.
Este
sacerdócio do hermetista compreendia a teurgia, a terapêutica, a taumaturgia e
a magia.
Além
destas, havia outras adaptações dos conhecimentos herméticos, cuja enumeração
seria muito extensa.
Papus
traça o retrato moral do hermetista nestes termos:
"Quando o iniciado tinha, depois de um trabalho incessante,
penetrado por si só os segredos da Unidade, tinha a faculdade de
especializar-se para adaptar, em proveito da multidão, um dos aspectos do
Absoluto.
É proibido ao homem, em todos os planos, guardar
para si só as riquezas materiais ou
intelectuais de que é na Terra um simples depositário, pois a cristalização da
alma espera, do outro lado, aqueles que cultivaram o egoísmo em qualquer das
suas forma.
O trabalho acumulado pelo iniciado devia, pois,
antes de tudo, aproveitar à massa dos deserdados; eis porque aquele que se
tinha elevado tanto, devia por sua alta ciência ao serviço de todos, e isto
gratuitamente.
"Então nasciam as adaptações do Absoluto às contingências da vida
humana.
No Colégio dos Sábios, um consagrava sua ciência à
evolução das almas pelo apelo das forças divinas: era o teurgo; outro
dirigia-se ao meio dos doentes e feridos, e afastava o sofrimento: era o
terapeuta, que, geralmente, era também taumaturgo.
Tratava-se de agir diretamente sobre a Natureza e
não sobre a Humanidade: o mago mandava as forças intelectuais do plano físico,
e fazia brotarem as fontes em país estéril ou desmaterializava os blocos de
granito; o hermetista, terapeuta da Natureza, criava pela sua ciência os metais
preciosos que enriqueciam o Colégio dos Sábios e lhe davam o meio de ação
necessária."
A iniciação
hermética tem por objeto reintegrar o homem no seu estado primitivo, isto é, no
seu estado de felicidade antes da queda no Éden.
Ela
permitia ao homem elevar-se do submúltiplo à Unidade original.
Tendo
chegado a este ponto, o iniciado trabalhava para a reintegração dos seus
irmãos.
Para
alcançar seu fim, o hermetista começava pela regeneração do seu físico, por
meio de um regime apropriado que lhe permita adquirir um sangue puro.
Regenerava
seu corpo astral pelos exercícios respiratórios, a ausência de toda sensação e
sentimento, ou a cultura dos sentimentos nobres e elevados, tais como o das
artes e o da observação da Natureza.
A sua mente
era regenerada pela meditação e o exercício do Verbo, a verdadeira prece
mágica.
Ao mesmo
tempo, o neófito procurava desenvolver o poder total do seu ente, a
"Vontade".
A parte as
provas de coragem e de sangue frio por que passava o neófito, das quais
falaremos incidentalmente, eis como se realizava esta regeneração.
O iniciado
era submetido a um regime cada vez menos carnívoro, comia verduras e frutos,
abstinha-se de sal, favas, feijões e outros legumes prejudiciais aos
intestinos e ao estomago, pois estes
órgãos devem estar perfeitamente limpos.
Ao mesmo
tempo praticava a respiração profunda, a fim de aumentar o sangue e torná-lo de
qualidade mais pura. A respeito do emprego da respiração pelos Egípcios,
podemos dizer que os egiptólogos modernos descobriram fragmentos do antigo Livro das Respirações, que era empregado na
iniciação hermética.
O estudo
das belezas da Natureza, das artes e, sobretudo, da música, desenvolvia os
sentidos internos do neófito que, pela meditação e concentração mental,
ajudadas pelo seu regime, ensaiava a saída em corpo astral e aprendia a agir
nos dois planos.
Os antigos
podiam elevar-se muito neste caminho,
pois a vida daquele tempo não era cheia de lutas como a do nosso século.
O templo
dava ao neófito tudo o que lhe era necessário, e ele podia estudar sossegado
sem ter que pensar no seu sustento.
Porém, nós
não podemos segui-los no mesmo caminho. A nossa iniciação nos mistérios da
Natureza deve ser mais lenta, mais
ponderada, se não quisermos romper completamente o nosso equilíbrio em vez de
caminharmos mais para ele.
Por esta
razão, dividimos o desenvolvimento do nosso estudante em três graus.
Em cada
grau é necessário não esquecer que a regeneração deve ser física, mental e
moral ao mesmo tempo.
O estudante
deve purificar e desenvolver o físico por meio de exercícios e uma alimentação
conveniente: as emoções e os sentimentos, pela audição de música escolhida e a
observação de fenômenos grandiosos da Natureza; o intelecto pela leitura e
meditação de obras notáveis e valiosas.
O silêncio das paixões,
tranqüilidade da mente, os raios do sol e o ar deixarão o sangue mais puro do
que qualquer espécie de droga depurativa.
No seu
regime alimentar, o neófito se abstinha completamente do sal (cloreto de
sódio), e o discípulo que queira passar para o regime vegetariano deve reduzir
o uso do sal cada vez mais, chegando a abster-se completamente dele depois de
um ano ou mais.
Com o
emprego do sal, os bons efeitos do regime vegetariano se acham
consideravelmente reduzidos.
Vamos,
agora, traçar o caminho a seguir para o discípulo obter a regeneração do seu
ente.
Primeiro grau
No volume
Educação Pessoal demos princípios gerais sobre o desenvolvimento de cada um, os
quais podem ser considerados como base geral da regeneração individual.
Aqui daremos regras mais positivas e cada vez mais
difíceis de seguir, porém que recompensarão o esforço daquele que as praticar
ou mais se aproximar delas.
Os
exercícios indicados devem ser praticados diariamente, se for possível, à mesma
hora e durante um tempo sempre igual.
É a
pratica metódica dos exercícios que produzirá mais resultados do que os
exercícios em si mesmos.
No
primeiro grau, o estudante começará regularizando bem a sua ração alimentar.
Não deve
passar fome, porém deve alimentar-se moderadamente para que o estomago fique
sempre leve.
Na alimentação
é necessário mastigar os alimentos até que formem uma só massa compacta.
Esta regra
é muito importante e deve ser seguida o mais escrupulosamente possível.
Ao
levantar-se, o estudante sentar-se-á no leito e fará 10 minutos de meditação
sobre os seus progressos e o fim que deseja alcançar.
Depois
disso, o estudante praticará o seguinte exercício respiratório:
1o. tempo - Aspirar o ar lentamente, enchendo
primeiro o ventre e depois o peito durante 3 segundos.
2o. tempo - Reter o ar nos pulmões durante 15
segundos.
3o. tempo - Expelir todo o ar em 6 segundos.
4o. tempo - Conservar os pulmões sem ar durante
15 segundos.
O
progresso do discípulo na prática deste exercício está na razão direta da
regularidade dos movimentos respiratórios.
Este
exercício aumenta a longevidade.
Conforme
Vierwordt, a prolongação do intervalo entre a respiração e a expiração e
vice-versa, tem uma influência notável sobre a quantidade de ácido carbônico
contido no ar inspirado.
Eis o que
diz a esse respeito:
"Fiz
quatro séries e experiências para determinar até onde ia esta influência sobre
a quantidade de ácido carbônico que sai dos pulmões.
"Na
primeira série, diz o Dr. Paul, fechou a boca e tapou o nariz durante um certo
tempo que variava de vinte segundos a um máximo de sessenta que não pôde
ultrapassar; fez, depois, uma inspiração tão profunda quanto ´possível durante
um intervalo mais ou menos longo, no fim do qual fez a mais profunda expiração
possível. Pode prolongar esta experiência até 70, 80 e 120 segundos.
"Na
terceira série fez uma inspiração ordinária antes de suspender os movimentos
respiratórios, e depois de ter levado esta suspensão a 39 segundos, fez uma
expiração ordinária.
"Na
quarta série das suas experiências procurou determinar em que período, depois
de para os movimentos respiratórios, a quantidade de ácidos carbônico contida
nos pulmões e no ar é igual; achou que esta condição se produzia no fim de 40
segundos.
"Dispõe os resultados das três primeiras séries de experiências em
vários quadros, mostrando, de um lado a diferença entre a quantidade absoluta e
a qualidade por cento do ácido carbônico contido no ar expirado em diferentes
períodos, depois da suspensão dos movimentos respiratórios nas condições
designadas; e, de outro lado, as quantidades análogas quando os movimentos
respiratórios se produzem de modo normal.
"Na
primeira série de experiência, a quantidade por cento de ácido carbônico
contido no ar expirado, depois dos movimentos respiratórios terem sido
suspensos durante vinte segundos era mais elevada 1,73 do que quando estes
movimentos tinham lugar normalmente.
Porém, a quantidade absoluta de gás no ar expirado é
de 33,445 polegadas cúbicas por minuto; por dia 994,199 graus de carbono.
Quando há só uma respiração por minuto, a quantidade por cento de ácido
carbônico no ar expirado pode ser avaliada em 6,42 e a quantidade absoluta em
19,581 polegadas cúbicas por minuto; por dia, 351,9244216 graus de carbônico.
"Na
segunda série de experiência, em que começava por uma inspiração tão profunda
quanto podia, seguida, depois da suspensão dos movimentos respiratórios, de uma
profunda expiração, a quantidade de ácido carbônico formado nos pulmões durante
os quinze primeiros segundos era um pouco mais forte do que teria sido, se os
movimentos respiratórios tivessem sido suspensos durante 95 segundos; ela
diminuía até 14,078 polegadas cúbicas; por dia, 244,83 graus de carbono.
No fim de 100 segundos, a quantidade por cento de
ácido carbônico era 3,08 acima da quantidade normal da respiração ordinária.
"Na
terceira série de experiência o ácido carbônico no ar expirado no fim de trinta
segundos ultrapassava 1,565 por cento a quantidade normal. Quando duas eram as
respirações por minuto, a proporção de ácido carbônico o ar expirado era 5,65
por cento.
"O
número normal das respirações é de 12 por minuto.
O volume médio de cada respiração é 30,5 polegadas e
a proporção de ácido carbônico é normalmente 4,1 por cento por volume.
Resulta, evidentemente, destas experiências que a
quantidade absoluta de ácido carbônico que sai dos pulmões num tempo dado é
menor na expiração retardada do que na expiração normal; ao passo que a
proporção atrasada do que na expiração normal." **
** Dr. N.C. Paul, num artigo do Theosophist.
Diminuindo
a absorção do ácido carbônico por meio de prolongamento dos intervalos
respiratórios, também a quantidade de ácido expirada será menor, o que é
importante para a saúde do discípulo, e se acha demonstrando pelas experiências
do autor acima citado.
O
exercício que indicamos deve ser praticado três vezes por dia, com o estomago
vazio.
É muito
perigoso para a saúde praticá-lo com o estomago cheio.
No caso em
que o estudante não possa marcar os segundos de duração de cada tempo, poderá
contar mentalmente os números da forma seguinte:
Para o
primeiro tempo, de 1 a 7 ; para o segundo de 1 a 30; para o terceiro, de 1 a
14; e para o quarto, de 1 a 30.
Depois de
feito este exercício, deve terminar, nas sessões da manhã e da noite, com o
exercício da cura de movimento.
No ato
respiratório, o estudante deve imaginar que o ar dirige para todas as partes do
organismo.
Depois de
um mês a dois desta prática pode passar ao segundo grau e praticar exercícios
mais difíceis.
Segundo grau
No segundo grau, o discípulo
entra numa fase muito importante da sua regeneração.
Começa a
dirigir-se de acordo com as leis mais importantes da vida mais os seus atos e
pensamentos.
Os tempos
dos exercícios respiratórios indicados no grau anterior serão aumentados nas
seguintes proporções:
1o.
tempo - Inspiração: 6 segundos
2o.
tempo - Pausa: 60 segundo
3o.
tempo - Expiração: 12 segundos
4o.
tempo - Pausa: 60 segundos
Deve
dirigir suas correntes respiratórias de acordo com as regras expostas por Rama
Prasad, na sua Ciência da Respiração, de que vamos resumir que a parte que
trata da influência dos Tattwas sobre a saúde e as ações e estados mentais
correspondentes a esses Tattwas.
Vimos
como a função respiratória tem uma grande importância no progresso do
individuo.
De fato,
é pela respiração que nos pomos em contato com a vida terrestre pela atmosfera
e daí com a vida universal.
Querendo,
pois, aproximar-se cada vez mais da Natureza, o estudante tem de regularizar os
seus movimentos respiratórios de acordo com as vibrações do Grande Alento
universal.
A terra,
como organismo vivo que é, aspira e expira as correntes vitais emanadas do Sol
e refletidas pela Lua.
A
corrente solar é positiva e dirige-se do Oriente para o Ocidente passando pelo
pólo norte.
Pelo
contrário, a corrente lunar é negativa e dirige-se do Ocidente para o Oriente
passando pelo pólo sul.
No
organismo humano dá-se um fenômeno análogo.
A
corrente solar ou positiva(Súria Svara) penetra pela narina direta e desce pelo
lado direito do corpo.
A
corrente lunar ou negativa (Chandra Svara)
penetra pela narina esquerda.
Os nervos
pelos quais se exerce a respiração lunar, inclusive a narina esquerda, chama-se
artéria lunar (Chandra Nadi). A narina direita e os nervos pelos quais se
efetua a respiração solar formam a artéria solar (Súria Nadi).
Quando um
indivíduo se acha em perfeita saúde, a
respiração segue as leis que vamos expor em seguida.
A
corrente da respiração começa exatamente ao nascer do sol e muda de duas em
duas horas aproximadamente.
No
primeiro dia a Lua Crescente (Lua Nova a Lua Cheia), exatamente ao nascer do
Sol, a respiração começa a correr pela narina direita e continua nela durante
duas horas desiguais ou duas planetárias(*)
, passando depois para a narina direita durante um tempo igual, e assim
por diante.
No
primeiro dia da Lua Minguante (Lua Cheia a Lua Nova), no momento exato do
nascer do Sol, a respiração começa a
correr pela narina direita e nela continua durante duas horas planetárias,
passando depois para a esquerda, na qual fica durante o mesmo tempo, decorrido
o qual volta para a narina direita.
Eis uma
tabela completa da corrente respiração ao nascer do Sol, durante os dias da Lua
Crescente e depois durante os da Lua Minguante.
(*) No seu livro Respiração, Rama Prasad diz que a corrente da
respiração muda de narina em cada duas horas de 60 minutos ou em 120 minutos.
Porém, lendo o seu livro das Forças Suitís da Natureza, pode-se compreender
facilmente que o autor, escrevendo na Índia, que tem pouca latitude e cujas
horas planetárias são praticamente iguais as horas de 60 minutos, não tinha
necessidade de distinguir a hora planetária ou desigual da hora comum de 60
minutos. O mesmo não acontece, porém, com a nossa latitude. Esta hora
planetária calcula-se achando a diferença entre o nascer e o ocaso do sol, eu
dá a duração do dia, e dividindo essa duração ´por 12.
Por exemplo, para acharmos a duração da hora planetária no Rio de
Janeiro, no dia 20 de Junho, temos:
Ocaso do Sol
........................................... 17 h. 15
Nascer do Sol........................................... 6 h. 33
Diferença ou duração do dia .................
10 h. 42
que equivale a 642 minutos.
A
hora planetária, então, é igual a 642/12 ou 53 minutos e meio.
A
corrente muda-se em cada duas horas destas, isto é, em cada 107 minutos. Pelo
contrário, à noite, depois do por do sol, a corrente fica na mesma narina
durante 133 minutos, pois a hora noturna tem 66 minutos e meio.
Em
outras épocas as horas diurnas terão mais de 60 minutos e as noturnas menos.
Lua Crescente
1o. DIA: a respiração corre pela narina
esquerda.
2o. DIA: idem
3o. DIA: idem
4o. DIA: a respiração corre pela narina
direita.
5o. DIA: idem
6o. DIA: idem
7o. DIA: a respiração corre pela narina
esquerda.
8o. DIA: idem
9o. DIA: idem
10o.DIA: a respiração corre pela narina
direita.
11o.DIA: idem
12o.DIA: idem
13o.DIA:a respiração corre pela narina
esquerda.
14o.DIA: idem
15o.DIA: idem
Lua Minguante
1o. DIA: a respiração corre pela narina
direita.
2o. DIA: idem
3o. DIA: idem
4o. DIA: a respiração corre pela narina
esquerda.
5o. DIA: idem
6o. DIA: idem
7o. DIA: a respiração corre pela narina
direita.
8o. DIA: idem
9o. DIA: idem
10o.DIA:a respiração corre pela narina
esquerda.
11o.DIA:idem
12o.DIA:idem
13o.DIA:a respiração corre pela narina
direita.
14o.DIA:idem
15o.DIA:idem
O
estudante deve fazer a aplicação experimental destes dados, pois só assim
poderá tirar proveito do estudo da respiração.
As três
artérias principais pelas quais passa a respiração chamam-se, em sânscrito:
Ida, Pingala e Sushumna.
A
respiração passa por Ida, quando entra pela narina esquerda e, neste caso,
passas pelo lado esquerdo da coluna vertebral.
Quando
passa por Pingala, a respiração entra pela narina direita e corre pelo lado
direito do corpo.
Sushumna é
a própria espinha dorsal e, quando a respiração corre por ela, penetra pelas
duas narinas ao mesmo tempo.
Quando o
organismo não segue as leis naturais da respiração, a saúde é mais ou menos
afetada.
Eis o que
diz o autor citado, a esse respeito:
"No
primeiro dia, a inteligência está confusa; no segundo, perde-se a saúde; no
terceiro, fala-se por mais; no quarto, dá-se a destruição do objeto desejado;
no quinto, a destruição da posição mundana; no sexto, a destruição de todos os
objetos; no sétimo, moléstia e dor; no oitavo, a morte.
"Quando naqueles oito dias, nos três tempos, a respiração é má,
nesse caso, o efeito é absolutamente mau; quando não sucede inteiramente assim,
pode haver algum bem".
Isto nos
mostra a razão porque o estado de um doente melhora em certas horas do dia e
agrava-se noutras.
Para que
os efeitos indicados acima se realizam é preciso que durante o dia inteiro a
corrente da respiração esteja em desacordo com as leis da natureza.
No caso
de, respiração variável, isto é, quando ela fica ora em acordo, ora em
desacordo com as leis indicadas acima, os efeitos serão mais ou menos
prejudiciais à saúde.
Quando
nas segundas, quartas, quintas e sextas-feiras, a respiração se opera pela
narina esquerda, os nossos atos são mais bem sucedidos e não apresentam
dificuldades, sobretudo se forem realizados no período da Lua Crescente.
A
respiração correndo pela narina direita é muito favorável às terças-feiras,
sábados e domingos, principalmente no
período da Lua Minguante.
No
período em que a respiração corre por uma narina suas qualidades mudam cinco
vezes, formando o que os hindus chamam os cinco Tattwas: Akasa, Vayú, Tejas,
Apas e Prithivi.
A
fim de determinar qual destes elementos ou Tattwas domina, o estudante dirigirá
sua respiração para um espelho.
Se a expiração produzir uma forma quadrada, é
o Tattwa Prthivi que está em vibração; se a forma for a de meia lua ou um
crescente, é Apas que está vibrando; sendo uma forma circular, é Vayú. Se for
triangular, é Tejas e, enfim, se a respiração formar no espelho um certo número
de pontos, é Akasa que domina no momento.
A
corrente da respiração passando durante o dia pela narina esquerda e durante a
noite pela narina direta é indício de boa saúde.
Para
dirigir a corrente de uma narina para a outra, é necessário tapar aquela e
deitar-se com o lado dela para baixo. Por esta forma é possível corrigir a
respiração errada e melhorar a saúde.
Ao
praticar estes exercícios, deveis ter o pensamento concentrado somente naquilo
que estais fazendo e nos bons efeitos que deveis auferir.
As
observações destas correntes respiratórias e da sua concordância com as leis
naturais que as dirigem, devem ser feitas a miúdo pelo estudante, afim de
verificar o estado do seu organismo e poder regularizá-lo sempre que haja
alguma divergência.
Depois
da prática dos exercícios indicados deve-se fazer alguns minutos de meditação,
sobretudo à noite, com o fim de dormir um sono profundo e reparador.
Terceiro grau
Este
grau é o desenvolvimento do grau anterior.
Neste
ponto, o estudante deve tratar de educar o seu sono, afim de obtê-lo muito
profundo, que lhe permita reparar bem as forças gastas pelo seu organismo.
Este
sono profundo é chamado Sushupti pelas yogis e nele o homem está livre de todas
as emoções, sensações, pensamentos, sonhos, etc.
Com este
fim, o estudante, terá de reduzir aos poucos o jantar e por-se num estado de
profunda meditação antes de deitar-se.
Neste
terceiro grau da sua respiração deve praticar diariamente a meditação.
Nada é
mais útil para o aperfeiçoamento do estudante do que a prática da meditação,
mas também nada é mais difícil de ser bem realizado.
A fim de
aperfeiçoar-se na meditação, o estudante pode servir-se, a principio, de
objetos materiais, procurando compará-los com outros e refletir sobre eles;
porém, depois que tiver adquirido uma certa capacidade de meditação, de meditar
sobre seu ser interno e externo e sobre as correntes vitais que circulam pelo
seu corpo.
É por
meio desta meditação e concentração que conseguirá absorver maior quantidade de
força vital e desfazer qualquer estado mórbido do seu organismo, podendo
dispor, assim, de muita força vital e gozar sempre boa saúde.
Nesta
lição ensinamos ao estudante aos meios de gozar a mais perfeita saúde, o que lhe
é necessário antes de tratar da saúde dos outros.
Na lição
seguinte começaremos o estudo dos processos empregados na medicina hermética e
da preparação dos remédios conforme os princípios herméticos.
DESENHO
DEENHO
LIÇÃO II
A medicina do corpo. - A origem da alopatia.
"A
ciência do terapeuta é tríplice, e pode dirigir-se quer ao corpo físico, quer
ao corpo astral, quer ao ente psíquico. A cada uma destas divisões corresponde
uma medicina especial.
"Modificamos o corpo físico pela ação das substâncias materiais
dadas em altas dose. Daí a medicina materialista, a alopatia, a medicina dos
contrários, a única que conhece e admite a maioria dos contemporâneos imbuídos
de positivismo estreito."
Esta
citação do mestre nos mostra claramente a origem da alopatia.
Em
todas as doenças de origem física, a alopatia dará bons resultados.
No
tratamento das doenças que dependem do corpo físico, os antigos hermetistas
empregavam as plantas medicinais em tintura, decocções ou pós.
As plantas eram sempre colhidas em horas e
dias escolhidas de acordo com as influências planetárias.
Depois de colhidas, as plantas eram tratadas
por um sistema pouco diverso da manipulação farmacêutica atual, no caso das
doenças serem de origem física; porém, de ordinário preferia-se agir sobre o
astral do doente e empregava-se uma manipulação que permitia apoderar-se da
vida da planta.
Empregavam-se também os metais e preparados químicos, porém com muito
menos freqüência.
Os
remédios tirados do reino animal estiveram muito em voga só entre os
hermetistas
da
decadência,
e a ciência moderna está voltando a eles com os modernos preparados do óleo de
fígado de bacalhau e outros similares, porém os antigos hermetistas não faziam uso das preparações
animais.
Na lição
V descreveremos os progressos herméticos de preparação das plantas e dos metais
para o tratamento das doenças.
Damos
aqui uma lista das plantas mais empregadas na medicina hermética, sua
correspondência planetária e as indicações terapêuticas da maior parte delas,
conforme os antigos hermetistas.
Elas
terão toda a sua virtude se forem colhidas no dia e na hora do planeta que as
governa.
Onde não
há indicação especial, empregam-se em forma de chás.
BOTANOLOGIA
PLANTAS DA LUA
As
plantas da lua geralmente são caracterizadas pela sua aparência bizarra, sua
cor branca, gosto insípido e falta de cheiro. Vivem na água ou perto dela; são
frias, leitosas narcóticas, anti-afrodisíacas e possuem folhas grandes.
As
principais plantas lunares são:
abóbora,
açucena,
agrião,
alface,
alfeneiro,
aveia,
bananeira,
beldroega,
cardamina,
couve,
dente de cão,
Ébulo,
erva pinheira,
erva serpentina,
heléboro branco,
íris,
lunária,
lírio,
margaridas,
mastruço,
melânica,
nenúfar,
papoula branca,
pepino,
pervinca menor,
pés de galinha,
rosa branca,
sândalo branco,
saxifrágia,
tília,
trevo,
violeta amarela.
Em geral, as plantas lunares eram aplicadas no tratamento das doenças
causadas pela Lua, Saturno e Vênus.
Indicações terapêuticas particulares
Abóbora
- As sementes se empregam contra lombrigas e solitária. Cozidas em água, são
úteis na bronquite.
Açucena
- A água das suas folhas é boa para as queimaduras e para branquear a pele ou
tirar suas manchas.
A água destilada da raiz diminui as dores dos olhos
e do estomago.
O bulbo, que está sob a influência de Marte, pilado
e fervido com miolo de pão, faz amadurecer e furar os abcessos em pouco tempo.
Algumas folhas comidas por ocasião do parto fazem expelir as secundinas e o
feto morto.
Agrião
- É depurativo. Sua água destilada é boa para o tratamento da tinha e da sarna.
Alface
- Aumenta o leite das amas e é soporífica. É útil nas queimaduras e
escaldamentos.
Bananeira
- As flores são úteis na blenorragia.
Beldroega
- A semente pilada e comida com mel é boa para a asma.
Couve
- As sementes são vermífugas. A decocção das folhas é boa para a inflamação do estomago.
A espécie de cor vermelha é útil na febre amarela e contra a bílis. As folhas
aplicam-se nos furúnculos.
Ébano
- A casca é purgativa. As folhas são resolutivas.
Erva
pinheira - É cicatrizante e útil nas feridas.
Heléboro
branco - A espécie de flores vermelhas dá um purgativo violento e é
esternutatório.
Lírio
- A água das suas folhas é boa para as queimaduras e para branquear a pele ou
tirar suas manchas.
A água destilada da raiz diminui as dores dos olhos
e do estomago.
O bulbo, que está sob a influência de Marte, pilado
e fervido com miolo de pão, faz amadurecer e furar os abcessos em pouco tempo.
Algumas folhas comidas por ocasião do parto fazem expelir as secundinas e o
feto morto.
Margarida
- A decocção da planta inteira resolve as inflamações da boca. O sal revolve as
obstruções causadas pela bílis e a pedra. Emprega-se com excelente resultado
nas febres.
Mastruço
- Usa-se como o agrião.
Melancia
- Sua água destilada cura febres e inflamações do estomago.
Nenúfar
- Misturado com uma planta de Saturno cura a blenorragia. Sua raiz faz cessar
os fluxos e as flores brancas.
Papoula
branca - Seu suco e sua flor em pó curam a pleuris. Sua água destilada
emprega-se contra a erisipela da cabeça.
Pepino - Usa-se como melancia.
Saxifrágia - A semente tomada com o
suco da planta dissolve os cálculos da bexiga.
Sândalo
branco - O óleo purifica o sangue e expele os vírus tóxicos.
Trevo
- Colhido com flores, emprega-se internamente contra a epilepsia, sendo também
diurético.
Violeta
amarela (goivo amarelo) - É utilizado contra a apoplexia.
PLANTAS DE MERCÚRIO
As
plantas correspondentes a Mercúrio têm um sabor misto e um pouco adstringente;
produzem flores sem frutos, folhas pequenas e de cores variadas.
As principais
plantas de Mercúrio são:
abrótano,
aipo,
alcaçuz.
alfazema,
amoreira,
aveleira,
avenca branca,
calaminta,
cenouras,
chicória,
coralina,
cubebas,
endro,
ênula-campana,
erva-gato,
escabiosa,
funcho,
germandria,
hera,
junquilho,
língua de cão,
mandrágora,
mangerona,
melíloto,
mercurial,
pé de lebre,
salsaparilha,
segurelha,
titímalo,
valeriana,
vime.
As plantas de Mercúrio são
aplicadas no tratamento das doenças de Mercúrio, Júpter e Urano.
Indicações terapêuticas particulares
Abrótano -
É útil nos partos e contra as doenças do sangue e dos pulmões.
Aipo - A
semente é digestiva e calmante. É empregado como diurético. Limpa as feridas e
desinflama os seios das amas.
Alcaçuz -
É diurético e lenitivo.
Alfazema -
Seu óleo cura as convulsões. Em chá é bom na debilidades.
Amoreira -
Esta planta é consagrada a Mercúrio, porém as amoras estão sob a
influência de Júpter.
As amoras maduras são aperitivas e purgativas; as
verdes são boas para curar fluxos, escarros de sangue e inflamações da boca.
Aveleira -
O alcoolato de pau de aveleira fabricado numa conjunção da Lua e de Mercúrio é
excelente para a vista.
Cenoura -
Emprega-se contra a febre amarela obstrução do baço nas crianças, aftas e
dartros.
Chicória
- Purifica, acalma e cura as obstruções do organismo.
Cubebas -
Curam insônia, blenorragia e fraqueza de memória.
Ênula-campana - Internamente contra asma, tísica, dispepsia. A raiz
emprega-se externamente na sarna.
Erva-gato
- Colhida em tempo favorável, produz um aumento de vitalidade, sabendo
extrair-lhe o arcano.
Escabiosa
- Cura a asma e serve em loções contra as chagas e feridas.
Funcho - A água destilada da planta verde é
boa para as inflamações dos olhos. A infusão da planta faz vir as regras.
Germandria - É purgativa, sudorífica e diurética. Exteriormente faz
cessar as dores dos fluxos de sangue e das hemorróidas.
Hera -
Serve contra as doenças da garganta e o mau hálito, sendo fervida com vinho
velho e sal, e em gargarejos.
Hera
terrestre - Emprega-se em todas a afecções do peito. Em cataplasmas diminui as
dores do parto.
Mandrágora - É narcótico, útil na melancolia.
Mangerona
- O óleo que dela se extrai é bom contra as nevroses, letargias e apoplexias.
Uso interno e externo.
Meliloto
- É útil nas doenças dos olhos e para a circulação do sangue.
Mercurial
- É purgativa
Salsaparrilha - A infusão da raiz é depurativa e serve contra as doenças
venéreas e a obesidade.
Titímalo
- É um purgativo violento. A sua raiz posta em infusão no vinagre durante três
dias, cura a hidropisia.
Valeriana
- A raiz da espécie grande é governada por Saturno e é a melhor contra asma,
hidropisia e infecções. Em infusão, facilita a concepção e cura as doenças
nervosas.
Vime - A
decocção das folhas, em vinho, cura a epilepsia.
PLANTAS DE VÊNUS
As
plantas governadas por Vênus são pequenas, tem flores grandes e róseas, sabor
doce e cheiro agradável; são afrodisíacas, dão muitas sementes e frutos doces.
As principais, plantas
governadas por Vênus são:
acelga,
álamo,
aquilégia,
arenária,
rubra,
atanásia,
azedas,
azevinho,
ameixas,
bardana,
borragem,
castanhas,
centeio,
cerejeira,
consolda real,
dedaleira,
favas,
genciana,
gerânio,
grama,
groselha,
hortelã,
jacinto,
malva,
malvaísco,
mil folhas,
mirto,
morangos,
narciso,
pereira,
poejo aromático,
primavera,
sabugueiro,
saponária,
arça,
atirião,
serpão,
tomilho,
trigo,
tussilagem,
verbena,
violeta,
visco de carvalho,
visco de pinheiro alvar,
zimbro.
Estas plantas são aplicadas no tratamento das
doenças produzidas por Vênus, Marte e Netuno.
Indicações terapêuticas particulares
Acelga -
Contra a enterite
Arenária
rubra - Planta cinzenta, pequena e copada, de flores vermelhas, 5 pétalas e 5
estiletes. Floresce de Abril a setembro. Em infusão de 40 gramas por litro,
evacua as areias e acalma as cólicas nefríticas.
Atanásia -
Contra doenças nervosas e vermes.
Azedas -
São depurativas e refrescantes. A raiz cortada em rodelas e macerada em bom
vinagre durante dois dias, emprega-se em loções contra os dartros.
Azedinho -
É sudorífico, em infusão
Bardana -
Age sobre a pele e serve no tratamento das úlceras, sífilis, gota, etc. Suas
folhas pulverizadas servem contra velhas úlceras. Sua raiz cura as dores de
dentes, se for colhida quando o Sol está em Virgo e na Lua Nova.
Borragem -
É diurética e purifica o sangue
Cerejeira
- As cerejas purificam e refrescam o sangue
Consolda
real - Parecelso (que a chama Aquilina) empregava-a constantemente.
O pó feito dela cura feridas e hemorróidas. A
decocção é usada em compressas contra cataratas e belidas. A raiz é bom remédio
contra fluxos de sangue.
Dedaleira
- Submetida a uma prolongada destilada, dá um licor, para uso externo, nas
feridas. Internamente, toma-se em dose homeopática contra palpitações do
coração, opressão e vômitos incoercíveis.
Favas - O
fruto está sob a influência de Saturno. A decocção de favas grelhadas ou
torradas e moídas é boa contra as pedras e areias. O emplastro da sua farinha
resolve os tumores das partes sexuais e outras moléstias da pele.
Genciana
- É febrífuga e útil no tratamento das escrófulas.
Grama -
A água destilada e a decocção servem contra a febre amarela, nefrite, areias e
dispepsia.
Jacinto
- A raiz cozida cura os tumores dos testículos
Malva - É calmante e resolve toda espécie
de inflamações.
Malvaísco - É emoliente. Emprega-se em tisanas, cataplasmas e banhos nas
inflamações. A flor misturada com terebentina e gordura de porco dá uma pomada
que dissolve os tumores da matriz. A infusão da raiz em vinho cura a retenção
da urina.
Mil
folhas - Útil nas doenças do útero e dores de dentes. Faz parar o sangue.
Misto -
Os vapores da sua infusão, aspiradas pela boca, curam a enxaqueca. O fruto
seco, pulverizados e preparado com clara de ovo, forma um emplastro que,
aplicado no estomago e na boca, faz parar os vômitos.
Morangos
- Emprega-se contra pedras na bexiga e febre amarela.
Narciso
- A água da sua raiz aumenta a secreção
do esperma. Em loção fortalece os seios.
Poejo
aromático - A variedade de flores amarelas e purgativa e útil contra a sarna.
Primavera - Seu sal é purgativo brando. Cura as inflamações da boca e da
língua e afasta a melancolia.
Sabugueiro - A decocção é útil nas hemorróidas. O óleo tirado das suas
sementes é bom contra a gota. As flores curam a erisipela e as queimaduras.
Suas casca é boa contra a hidropisia. A semente é sudorífica. O visco
(parasita) que nasce perto do sabugueiro é específico contra e epilepsia.
Saponária - Excelente contra a sífilis
Satirião
- Afrodisíaca
Serpão -
Contra mordeduras de cobra.
Tomilho
- As infusões são boas para dentes cariados e contra a coqueluche.
Trigo -
Bom para furúnculos e dores de dentes.
Tussilagem - Emprega-se contra catarros e asma. Toma-se como bebida ou
fuma-se .
Verbena
(ou gervão) - A água destilada emprega-se contra a anemia do nervo ótico. Sendo
preparada por uma longa destilação, obtém-se um licor que dissolve o sangue
coagulado nas veias e é útil contra a tuberculose, devendo ser tomada em dose
homeopática. A raiz cura escoriações e úlceras. A semente misturada com a
semente de peônia de um ano cura a epilepsia. Deve ser colhida quando o Sol e a
Lua estão abaixo do horizonte e a estrela Sírio (12o47 de Câncer) se
acha no Ascendente.
Violeta -
É boa para o peito e o coração.
Visco de
carvalho - Sua infusão, tomada no fim da época menstrual, facilita a
concepção.
As vagens frescas facilitam o parto. Secas,
pulverizadas e dissolvidas em bom vinho servem contra a epilepsia.
Visco de
pinheiro alvar - As vagens dão uma tintura útil contra as doenças do peito.
Zimbro
(genebra) - Sua semente e suas vagens são boas contra hidropisia, cólicas,
tosse, asma, sarna, gota. Seu extrato é excelente para a asma. O óleo do pau é
bom para as doenças da pele e o reumatismo. A decocção das suas vagens com a de
flores de sabugueiro cura as hemorróidas. O óleo de zimbro com suco de papoula,
tomado em doses muito pequenas, é bom para o tratamento dos sofrimentos
cerebrais.
PLANTA DO SOL
As plantas
solares são aromáticas e de gosto acidulado. Sua altura é média, as flores são
amarelas e os frutos são bons. De ordinário voltam-se para o sol, acompanham seu
movimento ou trazem sua figura nas folhas, flores ou frutos.
As plantas
governadas pelo Sol são:
açafrão,
agárico,
alcaravia,
alecrim,
amendoeira,
Angélica,
arnica,
arruda,
silvestre,
artemísia,
camomila,
canela,
celidônia,
cevada,
erva cidreira,
erva de São João,
freixo,
laranja,
loureiro,
nogueira,
oliveira,
peônia,
pimpinela,
rinchão,
rosmaninho,
sândalo vermelho,
sene,
tanchagem,
tormentila,
videira.
As plantas
solares são empregados para o tratamento das doenças produzidas pelo Sol,
Saturno e Netuno.
Indicações terapêuticas particulares
Açafrão - Útil na héctica. Seu óleo e sua tintura
curam a anemia e a melancolia.
Alcaravia - É estomacal, sobretudo a semente.
Alecrim - (Ver Rosmaninho).
Amendoeira - As amêndoas são boas para as pessoas
fracas, as amas e os tísicos. São calmantes nas inflamações. Emprega-las com
ovos nas bronquites.
Angélica - É estimulante e excelente para o
estomago. As folhas são dominadas por Saturno e, sendo colhidas quando este planeta
está em Capricórnio, curam a gota. A raiz, colhida quando o Sol está em Leo, é
boa para as gangrenas e mordeduras venenosas. A infusão no vinho cura as
úlceras internas. A decocção da raiz, tomada em jejum, cura a tosse inveterada.
Arnica - Emprega-se no tratamento das feridas;
porém, pode envenenar.
Arruda silvestre - Serve contra clorose e provoca
regras. Pilada com salva em vinagre cura a febre quartã.
Artemísia - Contra a epilepsia e a dança de São
Guido. Suas fumigações, tomadas em banho de assento, libertam rapidamente a mãe
da criança morta em seu seio. Sua água é
sudorífica e vermífuga. Cozida em vinho e tomada em pequenas doses repetidas,
impede o aborto. Produz as regras.
Camomila - Sendo colhida na conjunção de Marte, Lua
e Sol, cura os engorgitamentos dos humores nos órgãos torácicos. É boa para a
histeria e febres intermitentes.
Canela - Tira-se da canela, por destilação
prolongada, um óleo avermelhado que é excelente tônico.
Celidônia - A raiz emprega-se contra as gangrenas.
Escolher a que nasce nas ruínas.
Cevada - É diurética e refresca o sangue.
Erva cidreira -As flores são antispasmódicas,
cordiais e hepáticas. A água de erva cidreira, misturada com abrótano e
esmeralda preparada, é, conforme Paracelso, boa para as dores do parto e ajuda
na expulsão das secundinas.
Erva de São João (ou menstrasto) - Útil nas cólicas
e diarréias.
Freixo - As folhas são boas contra o reumatismo. A
casca é um poderoso febrífugo. Conforme Paracelso, se fizer um rapazote virgem
colher um ramo quando Saturno esta no Escorpião, este ramo cura dores, gota e
faz secar as chagas.
Laranja - A casca é boa para a metrorragia. As
laranjas são boas para a garganta e os intestinos.
Loureiro - As vagens são governadas por Marte e
expelem os vermes. Todas as partes da árvore são antimicrobianas. O suco das
folhas, tomado na dose de 3 ou 4 gotas em água, provoca as regras, corrige os
desarranjos do estômago, melhora a surdez e as dores dos ouvidos, e apaga as
manchas do rosto. As vagens colhidas na hora de Marte ou de Vênus, pulverizadas
e postas em vinho, curam as cólicas.
Nogueira - A casca da raiz é contraveneno e vomito;
cura inflamações da boca. A decocção das folhas tomada na razão de uma xícara
grande pela manhã e à tarde, cura escrófulas, erupções cutâneas e tumores,
porém, é necessário usa-la muito tempo. Esta decocção é a base de um tratamento
da sífilis, sendo necessário, todavia, que o doente tenha grande vitalidade
para resistir.
Oliveira - O óleo de oliva, é um poderoso
condensador de luz e força magnética.
Peônia - Alivia as dores de cabeça e as do parto.
Para a epilepsia das crianças, tomam-se as sementes de uma planta que floresce
pela primeira vez e pendura-se no pescoço da criança, ou dá-se a decocção desta
semente. A flor e o cálice desta planta estão sob a influência da Lua. A água
destilada, feita quando a Lua, Marte e Júpter estão em Câncer, cura a epilepsia
e as crises menstruais.
Pimpinela - Contra as doenças infecciosas.
Rinchão - É antiscorbútico e peitoral.
Rosmaninho - O óleo das suas flores é branco e
transparente, aromático e vulnerário. Suas flores fervidas em vinho branco,
empregadas em loção, refrescam o rosto, e em gargarejos dão um hálito
agradável. Bom como detersivo contra a lepra, sífilis e feridas; útil na
epilepsia.
Sândalo vermelho - Contra as hemorragias.
Sene - A decocção é purgativa.
Tanchagem - As raízes são boas contra úlceras,
enxaquecas e fluxos menstruais muito abundantes. As folhas, em cataplasmas,
curam as úlceras. A semente esmagada em vinho ou as folhas preparadas no
vinagre fazem cessar a disenteria. Cura a febre amarela e dá uma água para
tratamento dos olhos.
Tormentila - É contraveneno.
Videira - O suco das folhas cura disenteria,
hemorragia e vômitos. As uvas assadas, pulverizadas e aplicadas no ventre em
cataplasmas, curam a disenteria. As folhas e filamentos, machucados em
cataplasmas e aplicadas no estômago, curam as mulheres que, achando-se grávidas
de pouco tempo, sejam atormentadas por uma fome desordenada.
PLANTAS DE MARTE
As plantas
de Marte são caracterizadas pela sua acidez, amargura e gosto picante. Muitas
são venenosas pelo seu excesso de calor. São pequenas, carregadas de espinhos e
dão flores pequenas e vermelhas.
As plantas
governadas por Marte são:
Acanto,
alcachofra,
alho porro,
aloés,
beladona,
briônia,
buxo,
cardo-bento,
cebola,
cebolinha,
coentro,
dulcamara,
garança,
giesta,
imperatória,
losna,
lúpulo,
madressilva,
mangericão,
mostarda,
orelha de urso,
ortigas,
ouregão,
persicária,
rábano,
rabão,
restaboi,
ruibarbo,
tabaco,
tojo,
verônica e
vulneraria.
As plantas
de Marte eram empregadas no tratamento das moléstias produzidas por este
planeta, Vênus e Saturno.
Indicações terapêuticas particulares
Acanto - É emoliente e útil nas inflamações.
Alcachofra - É afrodisíaca. A raiz ou a semente
colhida quando o Sol está no quinto grau de Libra cura os fluxos de ventre ou
de sangue. A água de felpa do cálice é boa para os cabelos.
Alho - É diurético, vermífugo, expectorante e menstrual.
É bom contra a hidropisia e a pedra. Deve-se corrigi-lo fervendo-o em vinagre.
Alho-porro - È diurético e provoca as regras. Cozido
é excelente para a pleuris.
Aloés - A decocção é boa para facilitar a concepção.
Loções de suco de aloés e vinagre impedem a queda do cabelo.
Beladona - É útil nas contrações nervosas,
espasmódicas e epilépticas.
Cardo bento - Colhe-se um pouco antes de desabrochar
suas flores. É um febrífugo poderoso. Diurético, sudorífico, depurativo e
detersivo. Sua infusão cura as úlceras dos pulmões.
Cebola - É afrodisíaca, diurética, útil ao cérebro e
provoca as regras. Uma pequena cebola assada na cinza posta num pano fino com
um pouco de manteiga sem sal e aplicada bem quente no ouvido, cura as dores do
mesmo.
Cebolinha - Em decocção, emprega-se contra a
epilepsia das crianças.
Coentro - Cordial e calmante.
Dulcamara - Emprega-se em cataplasmas contra os
cancros e as fortes confusões. Depura por transpiração e é útil em toda a
corrupção dos humores.
Garança - Cura as hérnias. É boa contra a
hidropisia, a febre amarela e a supressão a menstruação.
Giesta - As vagens são vermífugas e estão sob a
influência de Vênus. As flores são diuréticas e cardíacas.
Losna - É vermífugo e febrífugo.
Lúpulo - As flores são reconstituintes. A raiz é um
enérgico depurativo do sangue.
Mostarda - A espécie escura é antiscorbútica.
Orelha de urso (aurícula) - É cicatrizante.
Urtiga - A espécie que não tem mau cheiro amolece os
tumores, cura a gota e a asma. A semente cozida em vinho cura a pleuris e a
inflamação dos pulmões. As folhas machucadas fazem cessar a gangrena.
Ouregão - É estimulante e provoca as regras.
Emprega-se contra o reumatismo.
Persicária (erva de bico) - É útil nas afecções das
vias urinárias e para restabelecer a menstruação. Em clisteres e banhos, contra
hemorróidas.
Rábano - A semente é afrodisíaca, diurética e
contraveneno. Emprega-se contra as cataporas.
Rabão - É diurético e antiscorbútico.
Restaboi - Cura as pleurises.
Ruibarbo - É purgatico e cura a febre amarela.
Tabaco - A destilação dá um poderoso vomitório e um
licor adstringente bom para os dartros.
Verônica - Contra as doenças do pulmões e do sangue.
PLANTAS DE JÚPTER
As plantas
de Júpter são grandes, tem flores azuis ou brancas, belas e inodoras. Os frutos
são doces e acidulados; geralmente produzem muita fruta.
As
principais plantas de Júpter são:
agrimônia,
aristolóquia,
bálsamo,
betônica,
borragem buglossa,
cravalho,
cariofilada,
cerefólio,
cocleária,
cólquico,
dente de leão,
erva doce,
espargo,
figueira,
goivo,
heléboro branco,
hissôpo, labaça,
limoeiro,
linho,
marmeleiro,
silvestre,
morrião,
mirra,
olmo,
orelha de burro,
potentilha,
pulmonária,
quinquefólio,
romeira,
rosa vermelha,
saião,
salva oficial,
sempre-noiva,
uva espim,
verbasco branco e
zaragotoa.
As plantas
governadas por Júpter são aplicadas nas doenças deste planeta, da Lua e de
Mercúrio.
Indicações terapêuticas particulares
Agrimônia - As folhas são adstringentes e
empregam-se contra anginas, nefrites, flores brancas e fraqueza da bexiga. É
vermífuga e boa contra as mordeduras de cobras.
Aristolóquia - É detersiva e vulneraria. Em loção,
no vinho, seca a sarna e cura as chagas. Provoca a menstruação e as urinas. É útil
nas doenças pulmonares.
Betônia - Suas folhas purificam o sangue. É boa
contra a febre amarela e a hidropisia. É esternutatória.
Borragem - É diurética e purifica o sangue.
Buglossa - Emprega-se contra hidropisia e
palpitações do coração. Purifica o sangue. A raiz é boa para as urinas. (O nome
vulgar de buglosa é língua de boiQ.
Carvalho - A casca é muito adstringente. Fortifica
as mucosas e é febrífuga.
Cariofilada -
A raiz em infusão no vinho é excelente febrífugo.
Cerefólio - Contra obstruções do fígado, hidropisia,
embaraço do fígado e da matriz. Exteriormente é bom contra os engorgitamentos.
Cacleária - É muito tônica e boa contra as
escrófulas e para as gengivas.
Cólquio - É um excelente remédio contra a gota. O
bulbo é muito diurético.
Dente de leão - É tônica e emprega-se contra
adormecimento, consunções, estrangúria e ardores febris. Solta as urinas e
desobstrui o fígado. Exteriormente cura os dartros.
Erva doce - As vagens são vermífugas. É calmante,
digestivo e purgativo. Em loções melhora a vista. Pedaços desta planta
macerados em água e introduzidos nas narinas, curam as úlceras do nariz. Em
infusão no vinho com açafrão, cura as oftalmias.
Espargo - É diurético e afrodisíaco.
Figueira - O figo é emoliente e útil contra os
calos; basta unta-los por vários dias com seu suco.
Goivo - O cravo da Índia facilita a concepção. O
óleo é bom para as dores de dentes.
Heléboro branco - A melhor espécie é a de flores cor
de rosa. Deve ser colhido conjunção da Lua e Júpter. É bom tônico para os
velhos, hidrópicos e lunáticos.
Hissôpo - É tônico e expele os humanos.
Labaça - Emprega-se contra a febre amarela e as
doenças da pele. É depurativa.
Limoeiro - O suco da segunda casca do limoeiro dá um
excelente emplastro para a inflamação dos olhos. O limão está sob a influencia
do Sol e faz bem para a garganta, o coração e os nervos, e cura as febres da
peste.
Linho - É bom para as pleurises. Amadurece as
úlceras e amolece os cirros. É emoliente.
Marmeleiro silvestre - É muito adstringente.
Morrião - Emprega-se na enterite.
Mirra - Conforme Van Helmont, a mirra absorvida em
álcool prolonga a vida.
Olmo - A segunda casca da planta em decocção serve
contra a ciática.
Orelha de burro - Faz parar o sangue das feridas e
cessar os vômitos. É boa para as úlceras dos pulmões, as fraturas e reumatismos
Potentilha - Para todos os fluxos que provém da
fraqueza dos órgãos, intestinos, matriz, vasos sanguíneos. Emprega-se contra
escorbuto, hidropisia e febre amarela.
Pulmonária - A flor refresca e reseca. Exteriormente
serve contra as feridas.
Quinquefólio - A raiz, empregada como emplastro,
cura feridas e dartros. Seu suco dissolvido na água cura escrófulas. É bom para
dores de dentes.
Romeira - O suco da planta purifica o sangue. A romã
está sob a influencia de Marte.
Rosa vermelha - Em xarope facilita a concepção. A
água destilada das flores é boa para todos os fluxos venéreos.
Saião - Esmagado com farinha de cevada e óleo, cura
dartros, queimaduras e outras erupções da pele.
Salva oficial - As folhas são vulnerarias. Sua
semente em infusão, facilita a concepção. O arcano que pode extrair dela é
regenerador e revivificador.
Sempre-noiva - Cura as dores do coração e do
estomago. Sua infusão cura a melancolia e o engorgitamento dos pulmões. É
adstringente. Aplicando algumas folhas nua ferida contusa e pondo-as, depois,
num lugar úmido, a cura se opera magneticamente. Trazendo-a consigo, curas
dores de olhos.
Uva espim - Cura diarréia, disenteria, esquinência e
fluxos de sangue.
Verbasco branco - É calmante, emoliente e vermífugo,
sendo útil nas regras demasiadas.
Zagarotoa - O pau dá uma decocção boa para
desembaraçar o fígado.
PLANTAS DE SATURNO
As plantas
de Saturno são grandes e tristes, têm flores escuras e pardas, sabor amargo ou
acre, cheiro penetrante, forma agradável.
As
principais plantas de Saturno são:
abrunheiro
acelga Vermelha
acônito
agnocasto
amaranto
amor perfeito
bistorta
bolsa de pastor
cabelo de Vênus
cânhamo
cardo silvestre
cavalinha
chapéu de bispo
centáurea
centeio
cevada
choupo
cicuta
ciprestre
cominhos
cotiledônea (umbigo de Vênus)
epimédio dos Alpes
escolopendra
estramônio
faia
feto macho
fumaria
fungo
helébro negro
herniária
hierácia (alface brava)
íris fétida
jácea
junco
linária marmelo
meimendro
musgo
nespereira
parietária
polipódio
rosasolis
(erva dos gotosos)
salsa
samambaia
selo de Salomão
serpentária
sorveira
tamarindo
tanchagem
úsnea
vulnarária
Estas
plantas aplicam-se no tratamento das doenças saturninas, solares e de Vênus.
Indicações terapêuticas particulares
Abrunheiro (ou ameixeira branca) - Em vinho, as
ameixas cauterizam as feridas e amadurecem os furúnculos. Comidas, curam as
hemorróidas. A planta é purgativa.
Acônito - A raiz e as folhas curam as velhas
úlceras, bubões e mulas, sendo colhidas na conjunção do Sol e de Saturno e
postas em infusão no vinho. É sudorífico, bom contra a paralisia, areias, asma
e febre amarela. Pára a epistaxe e faz renascer os cabelos. É venenoso devendo
ser empregado em dose homeopática.
Agnocasto - É calmante e seus órgãos se empregam em
infusão contra as doenças venéreas.
Bistorta - É muito adstringente e serve contra os
fluxos, aftas, etc.
Bolsa de pastor - Faz cessar a diarréia e as
hemorragias. Pilada em vinagre e apertada nas palmas das mãos é boa contra a
blenorragia. Pára os fluxos de sangue, se um homem a segurar na mão ou uma
mulher a dependurar ao pescoço.
Cabelo de Vênus - É útil os brônquios e restabelece
as regras.
Centáurea - É tônica, útil nas debilidades,
convalescenças, má digestão, febres intermitentes.
Cicuta - Deve ser colhida na conjunção do Sol e de
Saturno. É anti-afrodisíaca, cura os reumatismos e impede o excesso de
crescimento dos seios. Emprega-se em pó contra as feridas cancerosas. É
venenosa.
Cipreste - Empregado em decocção conserva os cabelos
e os escurece.
Cominhos - As vagens são vermífugas. O óleo das
sementes tomado em pequena quantidade, cura o reumatismo.
Estramônio - Soporífico e venenoso.
Faia - A casca das árvores novas é febrífugas,
aperitiva e vermífuga.
Feto macho - A raiz em pó serve contra a solitária.
Cozido em vinho abre as obstruções do baço, cura a melancolia, provoca as
regras e impede a reprodução. É útil nas hemorragias.
Fumaria - Purgativo e dissecante. Contra a sarna e a
sífilis.
Heléboro negro - (rosa de Natal) - Macerado em
aguardente e depois destilado a fogo lento, dá um licor ao qual se ajunta
açúcar cândi, e que se toma em água pura, na qual esteve de molho um ramo de
hipoglossa: é um específico contra a epilepsia (Paracelso). O óleo da raiz também
serve para o mesmo fim.
Meimendro - A raiz é boa contra a gota, e o suco
contra as dores do fígado. As cataplasmas desta planta são excelentes contra as
doenças do seio. Sua raiz ou suas sementes aplicadas sobre os bubões, os secam.
A decocção da sua casa cura as dores de dentes.
Musgo - Sua decocção faz cresce os cabelos, fortalece os dentes e faz cessar as
hemorragias. O musgo tirado das plantas lunares é diurético e produz o sono.
Parietária - Emprega-se em cataplasmas contra as
cólicas infantis e tumores dolorosos. Cura as doenças inflamatórias, areias e
hidropisia. Toma-se de 30 a 60 gramas do seu suco por dia.
Polipódio - O pó da sua raiz é bom contra os pólipos
do nariz e a febre quartã.
Salsa - Restabelece o curso menstrual, sendo tomada
em infusão e em óleo. Colhida com Saturno em Léo e a Lua abaixo do horizonte,
cura a hidropisia. Colhendo-a com o Sol em Tauro, e tomada em Lua Minguante, é
cicatrizante, purgativa e anti-gotosa. A semente está sob a influência da Lua.
Samambaia - (Ver Feto-macho).
Selo de Salomão - Contra panarícios e mordeduras de
cobras.
Serpentária - É boa em gargarejos para as doenças
dos órgãos respiratórios. Mastigando-a e pondo o suco na ferida, cura as
mordeduras de cobra.
Serpentina - É boa contra a asma.
Tamarindo - A árvore está sob influência de Saturno,
porém o fruto é governado pelo Sol. O vinho no qual se deixou em infusão paus
desta árvore cura doenças do baço, lepra e dores de dentes. Pode-se colher o
fruto e a madeira na conjunção de Saturno e do Sol e extrair daí o arcano para
curar a lepra.
Usnéa - Espécie de parasita ou penugem que criam as
árvores e os ossos abandonados. Paracelso colhia as que encontrava no crânio
dos enforcados e fazia dela ungüentos poderosos.
* * *
Na lição VI
daremos um resumo das doenças produzidas pelos diversos planetas.
Estas
plantas possuíam extraordinárias virtudes nas mãos dos hermetistas, porém a
medicina moderna, embora faça uso de muitas delas, não tira grande proveito.
Com efeito,
os contemporâneos consideram a planta como uma coisa morta e só aproveitam as
suas cinzas.
Os
hermetistas sabem que a planta possui um spirtus (ou arcano de Paracelso), e
procuram extraí-lo da planta para aplicá-lo no tratamento das doenças.
Além disso,
eles observavam cuidadosamente as influências planetárias para a colheita das
plantas, e ainda que pese aos nossos sábios materialistas, é necessário
dizermos que as posições planetárias tem uma grandíssima influência sobre as
plantas e suas preparações.
Na colheita das plantas, os
hermetistas observam quatro disposições planetárias.
1a.
- Colhiam as plantas quando os planetas que as governam se achavam em seus
domicílios.
Assim as plantas da Lua eram colhidas quando este planeta se achava em
Câncer; as de Mercúrio, quando ele ocupava o signo de Gêmini ou Virgo; as de
Vênus, quando este planeta estava em Tauro ou Libra; as do Sol, quando estava
em Léo; as de Marte, quando ele se achava em Áries ou Escorpião; as de Júpter,
quando este planeta passava por Sagitário ou Pisces, e as de Saturno, quando
ocupava Capricórnio ou Aquário.
2a.
- Colhiam-nas quando o Sol passava pelo signo do planeta que governa a planta.
Isto é, quando o sol estava em Câncer para as plantas lunares, em Gêmini ou
Virgo para as de Mercúrio, etc.
3a.
- Escolhiam os dias em que a Lua se achava em bom aspecto com o planeta que
governa a planta ou se achava no domicílio dele.
4a.
- Finalmente colhiam a planta na hora do planeta que a governa.
A primeira condição era
raramente observada, porque é necessário esperar muito tempo para os planetas
voltarem ao seu domicílio.
A segunda
era mais observadora e permitia colher as plantas de cada planeta uma ou duas
vezes por ano.
A
terceira e a quarta eram sempre observadas, as plantas sendo sempre colhidas
nos dias favoráveis aos planetas que as governam e nas horas dos mesmos.
Quando
estas quatro circunstâncias eram observadas, a planta possuía virtudes
extraordinárias, porém, observando as duas últimas, são suficientes para a cura
da maior parte das doenças.
O
estudante, querendo observá-las todas, encontrará no Almanaque d' "O
Pensamento" os elementos necessários, pois publica os dias favoráveis aos
planetas, a passagem da Lua pelos signos do zodíaco ou tábua lunar, a entrada
do Sol nos signos e, desde 1918, vem publicando a entrada dos planetas em cada
signo.
Tratamos
da primeira operação importante para o hermetista: a colheita das plantas;
vamos estudar, na lição V, outra operação importantíssima: a preparação dos
remédios.
DESENHO
LIÇÃO III
A medicina do astral. - Origem da homeopatia.
A medicina
do astral aplica-se às doenças de origem fluídica ou àquelas que se manifestam
por desordens nervosas e tem como causa aparente a falta de vitalidade.
Antes de
preparar o remédio, os hermetistas estudavam a origem da doença e examinavam de
qual dos três planos era proveniente. Somente depois é que preparavam o remédio
de acordo com o estado do paciente.
Papus nos
diz sobre o assunto:
"Modificamos o corpo astral pela ação de substâncias fluídicas
suportadas por ínfimas doses de matéria. Daí, a medicina homeopática e a ação
dos semelhantes, primeira aplicação da magia ao microcosmo."
A ação dos
medicamentos homeopáticos se exerce pela grande quantidade de força astral
armazenada nas ínfimas parcelas de matéria. É a força interatômica dos químicos
modernos.
O Dr.
Gustavo Le Bon chegou à conclusão que a energia interatômica contida numa grama
de cobre se eleva a 510 bilhões de quilogramas, que correspondem mais ou menos
a 6 bilhões e 800 milhões de cavalos vapor.
Eis uma
comparação deste autor para explicar o poder da energia interatômica:
"Esta
quantidade de energia, repartida convenientemente, seria suficiente para mover
um trem de carga, num caminho horizontal de comprimento igual a um pouco mais
de quatro vezes e um quarto a circunferência da terra. O que determina a
grandeza dos algarismos procedentes e os torna à primeira vista inverossímeis,
é a enorme ligeireza das massas postas em jogo. A massa de uma grama é
certamente muito pequena, porém a velocidade sendo imensa, os efeitos
produzidos tornam-se imensos. As velocidades que podemos produzir são
absolutamente nada diante das partículas de matéria dissociada.
Não podemos, pelos meios que possuímos, passar além
de um quilometro por segundo, ao passo que a velocidade das partículas
rádio-ativas é 100.000 vezes mais forte. Podem ser compreendidas essas
diferenças sabendo-se que um copo, animado de uma velocidade de 100.000
quilômetros por segundo, iria da terra à lua em menos de quatro segundos, ao
passo que uma bala de canhão empregaria aproximadamente cinco dias.
"É
na dissociação das partículas da matéria que está a base da ação homeopática do
medicamento.
"Podemos agir sobre o corpo astral por meios mais sutis, fazendo
uma ínfima parcela de matéria suportar um dinamismo considerável. Neste caso
fortificamos o órgão astral que tem o cargo de restabelecer o equilíbrio
destruído.
É esta a medicina dos semelhantes, ou medicina
astro-magnética, a mais ignorada das escolas oficiais e base fundamental da
homeopatia.
Falando
dos casos em que se aplica de preferência à medicina do astral. Papus continua:
"A
homeopatia, pelo contrário, dará excelente resultados na afecções provenientes
do corpo astral, como:
as doenças do peito,
o cancro e
certas formas de doenças nervosas (coréia, paralisia
agitante, etc.)".
Nas
afecções astrais, a homeopatia empregada de acordo com a medicina hermética,
isto é com a correspondência planetária entre a planta de que foi tirado o
remédio e o doente, será muito útil e curará a maior parte das doenças
conhecidas.
O emprego
dos perfumes e das plantas em fumigações é também um poderoso meio de dinamizar
o astral e restabelecer o equilíbrio.
O emprego
do magnetismo, como ensinamos em outro volume desta série, é também um meio
muito bom para o tratamento das moléstias de origem astral, sobretudo
empregando o desdobramento do ente humano ou exteriorizando a sensibilidade do
paciente.
Neste
caso, o operador modela, por assim dizer, o corpo astral do paciente que, por
sua vez sobre o corpo físico e restabelece a saúde.
Empregando o magnetismo e as plantas em fumigações, o operador pode
exercer uma ação bastante enérgica sobre o astral do paciente e obter a cura
com muito maior rapidez de que por meio de cada um destes processos
isoladamente.
Esta ação
dos perfumes e da sugestão sobre o astral é a que nos explica o mecanismo das
curas chamadas miraculosas que se dão nos lugares de peregrinação.
A
medicina hermética emprega também neste caso, os talismãs, os selos dos
planetas e dos signos do zodíaco.
As
doenças do astral divergem das doenças psíquicas, porque estas atacam de
preferência a parte mental do ser humano, e são doenças do corpo mental ou
Manas dos hindus.
É por
esta mesma diferença nas suas manifestações exteriores que é possível descobrir
a origem da doença e saber se ela provém de um desequilíbrio no centro vital ou
no organismo psíquico.
É pelo
descuido do estudo destes elementos superiores do homem que a medicina moderna,
apesar dos seus grandes conhecimentos do homem material, realiza tão poucas
curas.
Paracelso, o maior médico hermetista da era cristã, quis introduzir na
medicina a anatomia do homem oculto, porém não foi compreendido, e suas
críticos modernos pretendem falsamente "que declarou inútil a anatomia do
corpo morto".
Porém, o
que ele queria mostrar era a influência do homem invisível sobre o homem
visível.
Com efeito, diz:
"A
anatomia do homem é dupla. Sob um aspecto, consiste em dissecar o corpo a fim
dr descobrir a posição dos seus ossos músculos, veias, etc.; porém isto é o que
menos interessa; o oculto aspecto é mais importante e consiste em introduzir
uma vida nova no organismo, ver as transmutações que se efetuam nele, saber o
que é o sangue e que espécie de (Enxofre), (Sal), (Mercúrio) contém".
Hodiernamente, a ciência médica começa a corresponder a importância do
estudo do homem invisível, e embora esteja ainda nos princípios deste estudo,
avalia-se o esforço que faz para levá-lo adiante, pelos impulsos dados ao
estudo da Psicologia, a qual ainda não é mais do que um começo de estudo do
homem invisível pelas suas manifestações visíveis.
"A
ciência médica popular, diz Hartmann, baseando-se na observação objetiva dos
fenômenos, sabe mais acerca do reino da natureza visível(Maya) do que sabia no
tempo de Paracelso; porém, a razão porque esta ciência médica popular, apesar dos
auxílios que recebe da química e da fisiologia, não pode efetuar as curas que
fez Paracelso, é que seus sequazes somente fazem especulações e tiram
inferências, em vez de cultivar aquele poder espiritual do conhecimento da alma
que se chama "contemplação interior" (*), porém que Paracelso chama
Fé, faculdade que, no presente, é tão desconhecida, que é sumamente difícil
explicar a significação deste mesmo termo. (*)
É um poder que não pertence nem à natureza física,
nem à animal, nem à intelectual, senão ao homem espiritual (Atman - Budhi,
Manas); pertence àquela parte superior do seu ser, a qual, na maior parte dos
homens por intelectuais que sejam, ainda não despertou para a vida, mas se acha
latente, sepultada no túmulo da materialidade na qual não pode penetrar a luz
da Verdade divina" (Franz Hartmann, Doutor em Medicina, Ciência Oculta na
Medicina).
(*) A palavra
"contemplação" - de cum e templum - significa evidentemente não a
mera observação objetiva, mas sim residir no mesmo lugar ou estado com a
verdade que se há de conhecer, a identificação do sujeito e objeto da luz da
sabedoria divina, o templo da verdade. A aquisição do conhecimento por
semelhante contemplação é possível unicamente para aqueles cuja percepção
espiritual está aberta. Um cego pode morar sempre no templo da Verdade sem
conhece-la. Para aqueles que, pelo desenvolvimento da sua espiritualidade,
alcançaram este poder de contemplação, é evidente que tal poder basta para
conseguir o conhecimento espiritual. Os que não têm este poder, acham
dificuldade para compreender a significação deste termo, e supõem que quer
dizer imaginação.(Franz Hartmann)
Sobre a
constituição física do homem, Paracelso nos ensina que:
"Antes de tudo, um médico devia saber que o homem existe em três substâncias.
Aquilo de que é feito tem três aspectos. Estes três
aspectos fazem o homem inteiro, e eles são o homem mesmo e ele é eles; e destas
três substâncias ele recebe todo bem e todo mal referente a seu corpo físico.
Assim, cada coisa existe nestas três substâncias, e as três juntas constituem
um corpo, e nada se lhes acrescenta senão a vida. Se pudésseis ver estas
substâncias verdadeiras, tereis então o olho por meio do qual um médico devia
ver.
Só ver o exterior está no poder de todo o mundo;
porém, ver o interior é descobrir o que está oculto, é uma arte que corresponde
ao médico".
Daí a
origem das doenças que pertencem aos três princípios e se manifestam no plano
físico.
De fato
Paracelso o expõe da seguinte forma:
"Todas as enfermidades tem eu principio em algumas das três
substâncias:
Sal,
Enxofre ou
Mercúrio;
o que quer dizer que podem ter sua origem no domínio
da matéria,
na esfera da alma,
ou reino do espírito.
Se o corpo, a alma e a mente estiverem em perfeita
harmonia mutua, não existe nenhuma discordância; porém, se originar uma causa
de discórdia num destes três planos, comunica-se aos outros."
As três
substâncias de que fala Paracelso correspondem no nosso modo atual de exprimir,
à
Matéria,
Energia e
Inteligência
ou ao
Corpo físico,
Corpo astral e
Espírito.
Em
verdade, estas três substâncias não são essencialmente diferentes, são apenas
três modos de atividade da mesma coisa.
São três graus diferentes de vibração da Substância
Uma, ou três aspectos da Vida Universal.
Os
hermetistas entendem por substância - de sub, em baixo; stare, estar - o
principio que está em baixo da existência fenomenal, ou que se oculta sob as
formas físicas que observamos.
Antes de
manifestar-se fisicamente, tudo existe como substância ou força latente e
ativa, porém esta substância, à medida que diminui suas vibrações, materializa
e toma uma forma determinada.
Esta
substância apresenta-se à nossa compreensão sob três aspectos ou graus de
vibração, porém esta divisão é apenas necessária para formarmos uma idéia a seu
respeito.
Estes
três princípios manifestam-se sob quatro aspectos que constituem o
Fogo, o
Ar a
Água e a
Terra
em estado substancial, e são as substâncias do que a
física hodierna chama os quatro estados da matéria:
Etérico,
Gasoso,
Líquido e
Sólido.
A união
do ternário primitivo com o quartenário forma o setenário dos princípios que
constituem o homem, os sete planetas.
Estas são as divisões principais dos três princípios
da substância, porém, sem o conhecimento dos três princípios não é possível
conhecermos perfeitamente as coisas formadas por eles.
"Não
se pode conhecer nada perfeitamente - diz Paracelso - sem conhecer seu
princípio. O homem acha-se colocado em três substâncias, em cada uma das quais
tem um princípio; e cada coisa tem sua substância, seu número e medida (os que
constituem sua harmonia). No estado destas três substâncias têm sua fonte todas
as causas, origens e também a compreensão das enfermidades.
Estas três substâncias:
Enxofre,
Mercúrio e
Sal,
dão a cada coisa sua corporeidade, tendo
cada substância suas próprias
qualidades. Se estas qualidades são boas (estão em harmonia umas com as
outras), não haverá enfermidade; mas se entrarem em oposição umas com as
outras, a enfermidade (discordância) será o resultado".
LIÇÃO IV
A medicina psíquica. - Origem da sugestão, do
magnetismo e do hipnotismo.
O ente
psíquico, o Manas, a mente, está sujeito a desarranjos causados por um
desequilíbrio nas idéias.
Neste
caso, o único remédio que produz efeito deve pertencer ao mesmo plano.
O
hermetista cura o ente psíquico pela ação das idéias vitalizadas pela sua
vontade.
Estas
idéias podem ser transmitidas pelas simples ação do pensamento e formam, então,
o que chamamos sugestão mental; transmitindo-as por meio das palavras, temos a
sugestão verbal, o magnetismo, o hipnotismo, etc.
Não é
outra a origem do magnetismo, hipnotismo e outros conhecimentos similares.
As forças
psíquicas tem uma ação menos imediata e aparente do que aquelas forças que
conhecemos sob o nome de magnetismo, porém muito mais poderosa, porque, em
realidade, é a mesma força magnética, num estado muito mais elevado.
Podemos
designá-las sob o nome de magnetismo mental.
O
tratamento psíquico acha-se muito em voga na América do Norte, onde tem os
nomes de Ciência Cristã e Novo Pensamento.
Ele
consiste em sugestões dadas com o fim de fazer uma boa idéia penetrar no
cérebro do paciente.
Entre as doenças psíquicas
ou da idéia, as mais conhecidas são:
a obsessão,
a loucura,
o onanismo,
as tendências ao suicídio.
Estas doenças têm sua origem num grave desequilíbrio
do organismo mental; há, contudo, outras doenças da idéia provenientes de um
desequilíbrio momentâneo e mais ou menos grave: são os maus hábitos e certas
idéias fixas de que a pessoa tem consciência, porém a que não é capaz de
resistir e de que não fica livre sem as ter realizado.
Elas, porém, vão-se num movimento pendular e voltam
de novo, depois de um certo tempo mais ou menos longo.
Estas
idéias são a continua tentação do estudante e, quando este julga tê-las
esquecido completamente, voltam de novo e o surpreendem desarmado e sem
resistência.
Se estas idéias se tornarem cada vez mais imperiosas
e fortes e aparecerem mais amiudadas vezes, vão levando lentamente a pessoa
para a loucura, a obsessão etc.
Em
certas condições de irritabilidade nervosa, como, por exemplo, sob a influência
e um grande temor, de uma paixão violenta, de remorso, ódio ou desgosto
profundo o ente humano gera na sua atmosfera astral entidades particulares
chamadas larvas pelos oculistas e que se nutrem da vitalidade do infeliz que
lhes deu nascença.
Uma pessoa que tem medo ou teme ser
perseguida por outra, cria uma larva que tem por alma esta idéia e como corpo
astral a própria vitalidade.
A larva
vai penetrando pouco a pouco no astral do individuo, produzindo nele a loucura.
"O
mesmo acontece na criação do remorso, que se apodera do astral dos criminosos a
ponto de os levar a fazer a confissão do seu crime ou a procurar na morte um
lenitivo para este terrível sofrimento.
A larva deste último gênero é tanto mais terrível
quanto é constituída em parte pelo corpo astral da vítina.
A prática da mediunidade espírita leva também
a estas obsessões, e pessoalmente podemos citar vários médiuns atingidos por
esta perigosa doença, que vieram nos pedir conselhos a esse respeito."
Ernest Bosc é o mais afirmativo e nos, explica muito claramente a origem
as larvas e das doenças em geral.
Eis
o que escreveu numa das suas brochuras:
"A
larva não tem uma forma determinada, não é um micróbio, mas sim um germe, um
princípio de vida procurando manifestar-se, fixar-se num corpo vivo qualquer.
É um instinto genital que erra ao acaso no ar, que
voga no espaço; ela corresponde ao que os alquimistas denominam o Enxofre
Filosófico; é a faísca elétrica obscura, porém luminosa quando se torna calor
de combinação. Não podemos imaginar o papel considerável que a larva representa
no enfeitiçamento, na loucura e em todas as doenças em geral, sobretudo, porém,
nas doenças mentais.
"Os médiuns que se exteriorizam oferecem à larva um meio de vir à
existência; as mulheres também na época dos seus mênstruos e os homens pelo
esperma. Vemos por aí a quantidade de larvas que a humanidade engendra, e o
homem não as pode combater senão pelas pontas, armas cortantes, facas, punhais
sabres, espadas.
"As
larvas podem também morrer de fome, quando não encontram ao redor de si células
vazias, formas orgânicas, que lhes permitem comer e respirar.
"Daí o perigo do sangue, das chagas, das feridas de todo gênero, do
sangue menstrual, do esperma; e vemos que no vigésimo século, ainda se bebe
sangue para restaurar-se e absorver seruns para curar-se de doenças. Que
contra-senso!. . .
Os
judeus instruídos pela Cabala só comem carne exangue, chamada Carne Kocher; ela
é menos prejudicial do que a carne ordinária.
"O
feiticeiro com seu poder maléfico, pelas sua encantações, fixa a larva no corpo
do individuo que quer enfeitiçar.
"É por isso que é tão perigoso empregar drogas entorpecentes,
narcóticos, anestésicos, que permitem aos que usam estas drogas exteriorizar-se,
abrem, assim, o acesso do seu corpo a todas estas lavas que procuram adquirir a
vida.
"As
larvas são fermentos que se desenvolvem no sangue, no sistema cérebro espinhal
e no esperma, sobretudo neste, que as transforma verdadeiramente em Seres.
"A
larva pode tomar, já o dissemos, toda espécie de formas. Uma vidente viu, numa
doente que sofria do estômago, uma espécie de enorme aranha vermelha, cujos pés
tinham numerosos sugadores, como as antenas ou braços dos pólipos; uma outra
pessoa, que também sofria de má digestão, a larva tinha a forma de uma libélula. - Estas espécies de larvas
morrem geralmente em conseqüência da absorção de muito alimento que tomam das
pessoas a quem vampirizam.
Esta grande quantidade de alimento incha tanto seu
corpo, que o arrebenta, e seus restos podem dar origem a cinco ou seis pequenas
larvas da mesma espécie.
"Quanto um indivíduo é roído pelo remorso, que, é que rói?
A larva ou as larvas que foram criadas pelo
sangue da vitima que foi ferida ou assassinada?
"O
homicida, o assassino não acha mais tranqüilidade senão depois de ter
confessado o seu crime, ter descarregado sua consciência, declarando-se
culpado. Desde então, não é mais perseguido pelo remorso não cria mais larvas
novas. Tal é a razão da confissão espontânea de um grande número de criminosos,
que desde então gozam descanso, porque seu corpo físico não é mais roído pela
larva que tinha criado por enfeitiçamento próprio!. . .
O celerado joga aqui com o princípio vital, o que
leva muitas vezes os criminosos ao suicídio.
"Portanto, as larvas são germes do astral, que procuram a vida no
plano físico, e quando a acham, vivem no animal e no homem como parasitas.
Tomam formas muito diversas e, as vezes, muito repugnantes. Uma vez incrustadas
num ente vivo, vivem à sua custa.
"A
larva deve ser conhecida pelos homens, pois não é um ente quimérico, um mito; a
humanidade deve contar com ela. Os povos da antiguidade o sabiam muito bem,
contavam com ela e se desembaraçavam dela por todos os meios que podiam.
"A
Idade Média conheceu-a. Eis o que diz Paracelso a seu respeito:
"Uma pessoa que é sadia e pura não poderia ser
possuída por Espíritos Elementares, porque estas larvas (larvae) só podem agir
sobre os homens que lhes dão um lugar no seu mental.
Um espírito são é como uma cidadela, na qual não se
poderia penetrar sem a vontade expressa do seu dono.
Se deixar estas larvas penetrarem, elas excitam as
paixões humanas e dão origem a maus pensamentos, que, incitando o cérebro,
fazem cometer más ações; aguçam assim os apetites animais e apagam logo toda
espécie de moralidade".
"Por estas poucas linhas vê-se que Paracelso conhecia muito bem as
larvas".
Por este
longo extrato, o estudante ficou conhecendo a origem das doenças mentais e da
maior parte das doenças físicas, pois que, em últimas análise, é necessário
concluir que todas elas resultam do estado psíquico.
As
doenças nervosas que, de ordinário, não cedem a nenhuma espécie de medicamento,
são uma classe muito espalhada de desordens psíquicas ou doenças da idéia.
Os
médicos, em geral, não consideram como doentes as pessoas nervosas, e
convencidos que elas nada tem, administram-lhes grande quantidade de bromuro,
valeriana e outros remédios congêneres, sem obter nenhum resultado. Por fim,
vendo-se impotentes para obter uma melhora, abandonam o doente.
Ora, o
conhecimento da psicologia permite obter a cura muito facilmente.
O nervoso
é um doente da idéia, e só as idéias o podem curar. O pensamento, a idéia é
inacessível ás drogas e para curar o nervoso é necessário modificar suas
idéias.
Todos os
temperamentos nervosos tem idéias mais ou menos fixas, que, de ordinário, são
passageiras, porém exigem imperiosamente sua realização. É uma larva em estado
embrionário, que deve ser destruída logo, para não causar graves desarranjos.
Na Idade
Média, estes desarranjos mentais eram considerados como possessão do demônio, e
os graves teólogos faziam extensas conjurações e cerimônias para expulsar o
diabo e abriga-lo a falar por meio da pessoa doente. Porém, os resultados de
tal tratamento foram sempre nulos, e a infeliz vítima de tais desordens
nervosas ia sempre acabar na fogueira.
Hoje,
apesar do nosso progresso científico, não fizemos grande coisa nesse sentido,
pois, se os doentes deste gênero não são queimados vivos, nós os abandonamos
nos hospícios, sem esperança de cura e sem procurarmos conhecer a causa real da
doença.
Contudo,
não devemos desesperar. Esperamos que em poucos anos a medicina psíquica tome o
seu lugar no cimo das ciências experimentais aplicadas à arte de curar, para
maior felicidade e bem estar do gênero humano.
Temos o
hábito de considerar os loucos como uma espécie de brutos, que não têm
consciência nem sentimentos. Ora, isto é um erro. A consciência persiste no
estado de loucura, e ela adquire maior agudeza, porém seus meios de expressão
exterior são cortados.
Com o
tratamento psíquico cujas regras serão expostas mais adiante, a maior parte das
doenças mentais podem ser curadas, as más sugestões e os enfeitiçamentos podem
ser destruídos completamente.
A
respeito destes últimos, nem todos os estudantes quererão toma-los a sério,
porém uma pequena explicação teórica lhes fará admitir, ao menos
provisoriamente, a sua possibilidade; contudo, se tiverem o trabalho de
experimentar ficarão plenamente convictos da sua realidade.
O
estudante compreendeu, pelo estudo das partes anteriores, a influência da
sugestão e sua ação sobre a mente de uma pessoa, mesmo a distância.
Ora, o
enfeitiçamento não é mais dói que uma poderosa sugestão dada de perto ou a
distância, conforme o caso.
Os
aparatos empregados para produzir o enfeitiçamento não são mais do que meios de
exaltar a vontade do operador para dar mais energia à sua sugestão.
Prendendo
o enfeitiçamento à sugestão, o seu mecanismo é facilmente compreendido, e
sabendo o processo pelo qual ele se opera, é fácil estabelecer as regras
necessárias para combate-lo e neutralizar seus efeitos.
Todas as
doenças psíquicas e mesmo a loucura, são produzidas por uma auto-sugestão
repetida a devem ser combatidas por uma sugestão contrária, porém só com a
sugestão os resultados do tratamento serão quase nulos. Antes de tudo é
necessário destruir a larva criada pelas auto-sugestões anteriores para que a
sugestão possa produzir efeito.
É o que
estudaremos na lição que trata dos meios que o médico hermetista deve empregar
na cura das doenças do organismo psíquico.
LIÇÃO V
A
Medicina Hermética. - Síntese das outras.
A
medicina moderna atribui as doenças a um grande número de causas externas,
porém esta divisão não corresponde de modo algum à realidade, pois muitas das
supostas causas são apenas efeitos.
Conforme
Paracelso, as causas externas que podem produzir o aparecimento de uma doença
são cinco:
1o.
- O Princípio Astral (Ens astrale), isto é, as influências astrais e as
condições do ambiente e da atmosfera.
2o. - O
Princípio Venenoso (Ens veneni), isto é, as impurezas e todas as coisas
contrárias à constituição da pessoa.
3o.
- O Princípio Natural (Ens natura), isto é, as causas herdadas e todas as
influências hereditárias.
4o. - O
Princípio Espiritual (Ens spirituale), que compreende todas as doenças causadas
por uma imaginação doentia e uma vontade mal dirigida. São as doenças psíquicas
ou da idéia.
5o. - O
Princípio Divino (Ens Dei), que representa a Lei de Causa efeito, pela qual
sofremos as conseqüências das más ações que praticamos na vida passada. São as
doenças provenientes do Carma.
Estas
cinco causas são as que realmente põem em manifestação todas as doenças, as
quais, como vimos, se acham em germe no desequilíbrio dos três princípios: Sal,
Enxofre, e Mercúrio.
Vejamos,
agora, como estas causas externas agem sobre o organismo.
I - O Princípio Astral
O
princípio astral forma o que nós chamamos, hoje, as influências planetárias, as
quais, além de agir diretamente sobre o nosso organismo, influem indiretamente
sobre ele pela sua ação sobre o meio ambiente, o frio, o calor, as mudanças de
tempo, as condições elétricas da atmosfera e todos os outros fenômenos
naturais, que influem sobre as condições da vida humana.
Pertencem
a esta mesma classe todos os miasmas, as influências contagiosas, os micróbios,
bacilos, etc.
Todas
estas coisas são produzidas pelas influências dos planetas sobres o nosso
globo.
O
princípio astral de Paracelso é a base de todas as coisas materiais da natureza
física e corresponde as Akasa dos hindus.
"Os
astros no céu não formam o homem. O homem procede de dois princípios: o
Princípio Seminal (Ens seminis, o esperma masculino) e o Princípio VirtuL (Ens
virtutis, a mônada espiritual reencarnante). Tem, portanto, duas naturezas, uma
corpórea e outra espiritual, e cada uma delas requer sua matriz e nutrimento
(digestivo). Assim como o útero da mãe é o mundo que rodeia a criança e do qual
o feto recebe seu nutrimento, assim também a natureza terrestre, da qual o corpo
terrestre do homem recebe as influências que atuam em seu organismo. O
Princípio Astral (Ens astrale) é algo que não vemos, porém nos envolve e a tudo
o que vive e tem sensação. É o que contém o ar, e do qual e no qual vivem todos
os elementos, e o que simbolizamos como M.(Mysterium)"
Paracelso
conhecia muito bem os bacilos e micróbios e os descreve sob os nomes de Talpa,
Matena, Tortilleos, Permates, etc.
A maior
parte dos tratados de medicina ainda considera estes bacilos como produtores da
tuberculose, do cólera, da sífilis, etc., porém os hermetistas sabem que eles
são apenas conseqüências de outras causas superiores e, em geral, da doença.
Além
disso, eles são encontrados também em pessoas que nunca sofreram nada ou que já
se acham curadas.
Os
micróbios existem em estado de larva no astral, porém é necessário um terreno
favorável e uma influência que lhes permita passar para o plano físico a fim de
que se manifestem como micróbios e bacilos.
É o que
nos ensina Paracelso.
"Deus
faz existirem criaturas viventes em todos os elementos, e não há coisa alguma
que não tenha vida. O que se manifesta no mundo visível teve sua origem nas
regiões superiores. Sem esta geração em cima, não poderia manifestar-se em
baixo".
Se as condições
do lugar forem favoráveis, estas larvas que nasceram no plano material podem
multiplicar-se, produzindo assim as epidemias.
Na lição
precedente vimos que as larvas são o resultado dos maus pensamentos humanos, e
quando piores forem estes pensamentos, tanto mais feios serão esses fantasmas
criados por uma imaginação desregrada.
Quando
aparecem bandos de insetos daninhos e pragas que infestam os campos e as
plantações, é porque a mente dos habitantes do país os criou e suas ações lhes
deu meuos de nascerem à vida física.
Portanto,
o Princípio Astral é um vasto campo de onde provém as causas de numerosas
espécies de enfermidades, que para serem conhecidas exigem uma penetração
profunda das leis da natureza que regem a manifestação física dos germes de
vida do astral.
Estas
leis são conhecidas pelo estudo das influências planetárias, de que trataremos
mais tarde.
II - O Princípio Venenoso
Estes
princípio compreende todas as doenças produzidas pela ação das impurezas ou
substâncias venenosas.
Compreende-se aqui como veneno o resultado do contato de duas coisas
cujas naturezas são incompatíveis uma com a outra. Por si mesmo nada é impuro
ou venenoso, porém qualquer coisa pode tornar-se venenosa se entrar em
combinação com outras, cujas naturezas são incompatíveis com as dela.
"Cada coisa em si mesma é perfeita e boa. Só quando entra em
relação com outra coisa são produzidos o bem e o mal relativos. Se entrar na
constituição do homem uma coisa que não está em harmonia com seus elementos,
uma é para outra uma impureza e pode chegar a ser um veneno.
A química
moderna, nos seus estudos analíticos, está perfeitamente ao par dos efeitos
patológicos dos venenos e sabe explicar como se efetua o processo de
envenenamento. Conhece também muitas substâncias que, combinadas de certa
maneira, são venenosas, ao passo que, combinadas por outra forma servem de
alimento e encontram-se na maior parte dos alimentos geralmente empregados. O
que é veneno para uma natureza, não o é para outra, porque, como vimos acima,
nenhuma substância é venenosa por si mesma, porém pode tornar-se muito
venenosa, conforme a substância a que for unida.
O que
nutre a uma coisa pode matar a outra, e só pelo estudo é possível conhecer
quando uma combinação é venenosa ou não. As substâncias podem pertencer a um
dos três planos: físico, astral ou mental.
As
emoções, desejos desregrados e relações com pessoas de natureza viciosa são
verdadeiros venenos do plano astral. Os maus pensamentos, idéias e aspirações
baixas e sem um fim realmente nobre são outros tantos venenos do plano mental,
mil vezes mais perigosos do que os venenos físicos. Não há maior dificuldade em
envenenar o corpo por meio de drogas.
O
Princípio Venenoso é, pois, a causa de um grande número de doenças, e o estudo
dos pensamentos do doente é um dos melhores maiôs para se conhecer se ele se
envenenou pela sua idéias desregradas.
Todo
envenenamento tem seu princípio na mente do indivíduo, e é preciso observar o
estado desta para se conhecerem os efeitos físicos produzidos pelo veneno.
III -
Princípio Natural
Não há na
constituição humana nenhuma essência que não exista na natureza, assim como não
se encontra na natureza qualquer substância ou poder que naquela não exista em
desenvolvimento ou em estado latente.
Tendo o
homem em si mesmas essências e poderes que existem na natureza, nele se realiza
um desenvolvimento semelhante ao da natureza interna e externa, em virtude de
uma só lei universal de evolução.
Diz Paracelso:
"Há
muito que dizem que o homem é um microcosmo, porém poucos compreendem o que
isto significa. Assim como o mundo mesmo é um organismo com todas as suas
constelações, assim o homem é uma constelação, um mundo por si mesmo e cono firmamento
(espaço) do mundo não é governado por criatura alguma, assim também o
firmamento que está no homem (sua mente) não está sujeito a nenhuma outra
criatura. Este firmamento (esfera mental) no homem tem seus planetas e estrelas
(estados mentais), suas elevações, conjunções e oposições (estados de
sentimentos, pensamentos, emoções, idéias, amores e ódios) chame-se como se
quiser; e como todos os corpos celestes no espaço estão unidos uns com outros
por laços invisíveis, assim os órgãos no homem não são inteiramente
independentes uns dos outros, porém dependem uns dos outros até certo grau. Seu
coração é seu (Sol), seu cérebro é sua (Lua), o baço é seu (Saturno), o fígado
(Júpter), os pulmões (Mercúrio), e os rins (Vênus).
O
Princípio Natural compreende todas as enfermidades físicas herdadas, as
qualidades do temperamento e as particularidades da mente inferior, cujas
tendências são herdadas.
A
qualidade da constituição de um homem determina a duração da sua vida natural e
as doenças provenientes da sua constituição interna e externa.
"Ao
nascer uma criança, nasce com ela seu firmamento (*), contendo os sete
princípios, cada um dos quais tem suas próprias potências e qualidades. O que
se chama predestinação não é senão a qualidade dos poderes do homem. A
debilidade ou força da sua constituição determina se sua vida deve ser curta ou
longa, conforme as leis naturais; os planetas nele seguem seu curso, quer tenha
longa ou curta vida; convém considerar que num caso é maior a duração do curso
dos seus planetas, e no outro é menor. A quantidade da constituição que um
homem receber ao nascer, determina a duração da sua vida da mesma maneira que a
quantidade de água numa clepsidra determina o tempo que há de ir caindo gota a
gota"
Esta
classe de enfermidades compreende todas as que provém da desarmonia nas funções
fisiológicas dos órgãos do corpo físico ou de um atrito recíproco entre estas
duas funções e as do astral e da mente, sendo todas estas coisas provenientes
da hereditariedade.
(*) Observemos este nome de firmamento. É o da
tradução latina; tem como sentido direto o de consolidação (firmare,
solidificar); vem do grego, barreira, suporte, derivado da raiz, que significa,
ao mesmo tempo, energia (en-ergia) e consolidação. A tradução grega da Bíblia
pôs aqui a palavra,......
derivada da
raiz ....., que quer dizer solidificação
por secura, de onde vem também a idéia de estrela (em latim sides, sideris, em
inglês star), condensação de matéria celeste que estamos habituados a conservar
só no nome do firmamento. - F. Ch. Barlet. Curso Prático de Astrologia
(inédito).
De sorte
que o firmamento da criança que nasce é o seu princípio de individualidade, de separação do organismo da
mãe e de solidificação própria. Este firmamento contém as forças latentes cujo
desenvolvimento completo formará o homem na perfeição física astral e mental, a
que a capacidade de expansão que possuem lhes permite leva-lo; porém, este
firmamento é dirigido por um poder superior, o espírito, e se este poder deixar
essas forças latentes abandonadas a si mesmas, elas se oporão mutuamente,
resultado daí a desarmonia e a doença.
IV - Princípio Espiritual
Os três
princípios estudados anteriormente fazem parte da natureza terrestre do homem;
este e o quinto princípio referem-se às doenças originadas na sua parte
espiritual.
"Há
dois ^seres no homem; um é um ser material e o outro um ser espiritual (corpo
mental), impalpável, invisível, sujeito às suas próprias enfermidades
(discordâncias); um pertence ao mundo material, o outro ao mundo espiritual,
tendo cada um seus próprios estados de consciência, percepção e memória, suas
próprias associações com seres da sua espécie. Sem embargo, os dois são um
durante esta vida, e o espírito influi no corpo não porém o corpo no espírito.
Por conseguinte, se o espírito está enfermo, é inútil medicar o corpo; porém,
se o corpo está enfermo, pode ser curado dando remédios ao espírito".
O
princípio espiritual compreende a vontade, a imaginação e a memória, e como
este princípio tem supremacia sobre todos os outros princípios anteriores,
estas três faculdades do homem
espiritual são a causa de muitas enfermidades e talvez da maior parte delas.
A vontade
é a causa de muitas doenças se for dirigida para o mal; porém, sendo dirigida
para o bem, é um grande remédio.
A ação da
vontade é a base dos enfeitiçamentos, da sugestão e do hipnotismo, que já
conhecemos.
A
imaginação é a parte do princípio espiritual encarregada de formar as imagens.
Esta faculdade tem grande importância na proporção das doenças.
Paracelso
conhecia o grande poder da imaginação e fala dela nestes termos:
"O
homem visível tem seu laboratório (o corpo físico), e aí trabalha o homem
invisível. O sol tem seus raios, os quais não é possível ajuntar com as mãos, e
que , não obstante, são bastante fortes (se reunirem por meio de uma lente)
para incendiar edifícios. A imaginação no homem é como um sol: age dentro do
seu mundo onde quer que brilhe. O homem é o que pensa. Se pensa fogo, está ardendo;
se pensa guerra, está guerreando. Pelo poder do pensamento a imaginação se
converte num sol"
Os
psicólogos modernos não poderiam descrever melhor a influência da imaginação
sobre as ações e os estados do homem.
É pela
virtude da imaginação que a sugestão mental e o hipnotismo agem sobre o
paciente, e enquanto o operador não fizer suas ordens penetrarem na imaginação
do paciente, elas não produzirão efeito.
Por fim,
a memória também pode ser um elemento produtor de doença, se começamos a nos
recordar dos sofrimentos, desgostos, ódios e outros males passados.
V - O Princípio Divino
O
princípio divino corresponde à Lei do Carma, segundo a qual todo ente colhe
sempre, aquilo que semeia. Conforme esta lei da justiça divina, todo efeito bom
ou mau volta para o seu produtor.
A Vontade
divina, sendo justa, não pode favorecer mais este que aquele, de modo que cada
qual alcança os resultados que o seu trabalho merece.
"Não
há nem boa nem má sorte, porém todo efeito é devido a uma causa. Cada um recebe
sua recompensa conforme sua conduta e suas obras. Deus fez todos os homens de
uma só substância e a todos deu o mesmo poder para viver, pelo que todos os
seres humanos são os mesmos para todos; porém nem todos olham o sol com os
mesmos olhos. Deus ama a todo o gênero humano da mesma maneira; porém nem todos
amam a Deus com o mesmo amor. Cada um dos filhos de Deus tem o mesmo
patrimônio; porém um desperdiço, enquanto o outro conserva. O que Deus fez
igual, as ações dos homens tornam desigual. Cada homem que leva sua cruz
encontra nisso sua recompensa. Cada desgraça é uma fortuna, porque a bondade
divina dá a cada qual o que mais necessita para o seu futuro desenvolvimento; o
sofrimento começa só quando aparece o descontentamento, o qual provém da
ignorância da lei eterna. Quanto maior for o obstáculo para o combate, tanto
maior será a vitória.
Estas
cinco espécies de causas podem combinar-se na produção de uma só doença, e é
raro que esta seja produzida por uma só causa.
Havendo
cinco causas de enfermidade, há também cinco métodos de tratamento, que
requerem cada um certas qualidades distintas das dos outros.
Daí
resultam cinco classes de médicos, que Paracelso descreve do modo seguinte:
1o.
- Naturalistas. São os que se servem de remédios físicos, drogas, substâncias
minerais, vegetais e animais, eletricidade, produtos químicos, luz, calor, ar,
etc.
2o. - Especifistas. Esta classe compreende
aqueles que tendo observado pela experiência os efeitos de um remédio no
tratamento de uma doença, o consideram como o remédio próprio daquela doença.
Os seus representantes de hoje são os homeopatas.
3o. -
Características. Os que se servem das forças mentais e agem sobre a
imaginação e vontade do doente. Atualmente são os hipnotizadores,
magnetizadores, etc.
4o. -
Espiritualistas. São aqueles que possuem o poder espiritual e servem-se
das forças vitais (spiritus) das plantas, metais, etc. , empregando também o
poder mágico da sua vontade e as correspondências astrais.
5o. -
Fidelistas. A esta classe pertencem os teurgistas e todos aqueles que
operam pela fé e a invocação das forças superiores da natureza. São os Moisés,
Cristos, etc.
A
qualquer destas cinco classes que pertença, um médico deve ser perfeitamente
versado no seu departamento, de modo a poder basear-se mais na sua razão e
intuição própria do que nas explicações que o doente lhe possa dar. O médico de
qualquer destas classes devia poder reconhecer a causa e a origem da
enfermidade de que trata, sem ter nenhuma dúvida a este respeito.
Qualquer
destas cinco classes de médicos pode obter curas; basta conhecer bem o seu
departamento e agir com interesse para curar o enfermo.
Paracelso
recomenda aqueles que pertencem a uma destas classes não se desviarem dela,
porém estuda-la cada vez mais e tratar os doentes só pelo seu modo. Entretanto,
o verdadeiro médico não deveria dizer que a sua classe é superior às outras e
que aquelas não obtêm curas.
Os médicos
naturalistas devem conhecer perfeitamente o departamento das ciências naturais,
que compreendem os quatro elementos básicos da natureza física e a sua síntese:
o éter.
Os
remédios por eles empregados pertencerão ao elemento Terra, se forem
substâncias minerais, vegetais, animais e outras substâncias sólidas.
Serão do
elemento Água os banhos quentes ou frios e a hidroterapia em todas as suas
formas.
O elemento
Ar é empregado do tratamento pelo vapor, a inalação de certos gases e a mudança
de clima.
Do
elemento Fogo provém todos os agentes curativos que pertencem à classe da
energia, tais como o calor, a luz, as cores, a eletricidade, o magnetismo
mineral, os raios X, etc.
O Éter é
pouco conhecido e seu emprego terapêutico ainda não se acha determinado.
À classe dos
médicos específicos pertencem aqueles que se baseiam na ação fisiológica dos
medicamentos e empregam os remédios específicos. Por exemplo: o calor é o
remédio específico do frio; a umidade, da secura; o ar, da anemia e da
tuberculose.
Os médicos
específicos devem conhecer as leis de combinação química no organismo humano e
na natureza suas conseqüências e razões.
O ar
fresco e puro tem uma ação fortificante e destruidora dos micróbios.
De onde
lhe vem isto?
A ação
fortificante lhe vem da afinidade que tem o oxigênio do ar para o ácido
carbônico do sangue; a ação destruidora de micróbios provém da combinação de
certos gases contidos no ar com outros elementos contidos nestes
micro-organismos.
Pela
determinação dos elementos químicos que constituem os bacilos e micróbios do
organismo, a medicina futura talvez chegará a combinar certos elementos destes
micróbios com outros que lhe sejam afins, produzindo por essa forma a
desagregação e a morte dos micróbios.
Os médicos
desta classe devem também possuir o conhecimento dos Tattwas, suas cores e seus
efeitos, porque indicam as influências atmosféricas em atividade no momento, e
um médico esperto pode aprender mais por eles sobre o estado de um doente do
que lhe poderão ensinar todos os tratados de medicina.
A
aplicação dos remédios específico não só o conhecimento do remédio que curou
esta ou aquela moléstia, mas também o conhecimento das causas que a produziram,
isto é, da relação que existe entre a causa e o efeito.
Os médicos
características agem por meio do hipnotismo, da sugestão e pela influência
pessoal.
Inspiram
pela sua presença a confiança ao paciente e gravam na sua mente a idéia da
saúde, agindo sobre a sua imaginação e vontade.
"Muitos ignoram o que a imaginação e como ela pode fazer chegar às
honras e riquezas. Poderiam objetar-me que alguns chegaram às riquezas graças
ao acaso ou à sua indústria, que muitos não puderam ser feridos nem vencidos
graças às virtudes das ervas, das raízes. Ou das pedras, e que há muitos meios
de nos defendermos dos nossos inimigos. Responderei que a imaginação governa
todas as coisas, a fé exalta tudo, e sem ela tudo é ineficaz.
É, pois,
agindo sobre a imaginação que o médico desta classe cura os seus doentes.
Os médicos
espiritualistas agem pelo seu poder espiritual e pelo emprego da Magia.
"A
semelhantes médico se lhes chama espiritualistas, porque mandam nos espíritos
das ervas e raízes e os obrigam a pôr em liberdade os enfermos a quem
aprisionaram. Da mesma forma, se um juiz põe um preso na cadeira, o juiz é o
médico do preso, porque, tendo as chaves, pode abrir as portas quando quiser. A
esta classe de médicos pertenceram Hipócrates e outros".
Os médicos
desta classe devem ter conhecimento da magia branca e negra, das
correspondência astrais, etc. Este sistema se acha completamente abandonado
hoje em dia, porém é por ele eu se explicam as maravilhosas curas de lepra,
cancro, etc., realizadas por Paracelso.
Por
último, os médicos fidelistas curam pelo poder da fé, da confiança e da
convicção e possuem poderes divinos.
São os que
atualmente conhecemos sob o nome de teurgos e taumaturgos.
AS BASES FUNDAMENTAIS DA MEDICINA
As bases
fundamentais da medicina, segundo Paracelso, são quatro: A Filosofia, a Astronomia,
a Alquimia e a Virtude do Médico.
Nenhum bom
médico de qualquer das cinco classes precedentes pode dispensar de possuir
estas quatro bases em que se apóia a prática da medicina.
O médico
hermetista pode pertencer a uma das cinco classes há pouco estudadas, porém
precisa possuir os conhecimentos fundamentais.
I - Filosofia
A primeira
das bases fundamentais da medicina hermética é o conhecimento da verdadeira
filosofia.
A
filosofia é o amor da sabedoria e da verdade. A filosofia não consiste em
forjar teorias, hipóteses e induções por meio da lógica e da argumentação. Este
sistema de filosofia é um castelo de cartas, que a todo momento pode ser
derrubado.
A
verdadeira filosofia baseia-se na observação imparcial da natureza, no estudo
das relações que existem entre os diversos planos da mesma.
A natureza
interna é uma manifestação da verdade, porém para conhecer esta verdade é
preciso examinar imparcialmente a natureza.
A
filosofia de que trata Paracelso consiste no conhecimento da verdade,
independente do estudo de qualquer livro ou autoridade.
O livro da
natureza está sempre aberto para todos aqueles que não se baseiam nas opiniões
e concepções dos outros.
O
conhecimento da opinião ou das experiências dos outros nos serve como guia
útil, porém constitui apenas uma crença e não forma o conhecimento próprio.
A ciência
moderna acha-se bastante adiantada no conhecimento da natureza externa, dos
efeitos, porém nada conhece da natureza interna, da causa, de modo que as suas
deduções e inferências não são geralmente confirmadas pela experiência.
Desenvolvendo sua natureza interna, o verdadeiro filósofo desperta os
seus sentidos astrais, alcança a consciência no plano interno da Natureza e
pode ver no laboratório químico da mesma como se opera a passagem da causa para
o efeito, como os germes se tornam realidades subjetivas.
Os nossos
naturalistas, químicos e biologistas observaram que há uma transição entre os
seres minerais, vegetais e animais. Eles crêem que há uma evolução do mineral
para o vegetal e do vegetal para o animal, assim como de um indivíduo para
outro destes três reinos; contudo, ignoram completamente como se realiza esta
evolução, e o ignorarão sempre até que tenham adquirido o conhecimento da natureza
interna, na sua parte mais inferior, ao menos isto é, do plano astral.
Portanto,
a verdadeira filosofia é aquela que se baseia no conhecimento real da verdade
tal como ela é manifestada pela natureza, e não como a supomos que seja pelos
nossos falsos raciocínios.
II - Astronomia
Na opinião
dos modernos astrônomos, a Astronomia é a ciência que trata dos corpos
celestes, estuda as leis dos seus movimentos e sua posição relativa na esfera
celeste.
Porém. A
verdadeira astronomia é muito superior a tudo isso.
A
astronomia, conforme a compreendiam Paracelso e os antigos hermetistas, era a
ciência das leis que dirigem a manifestação externa dos princípios internos da
natureza. Assim, nesta opinião, o estudo do desenvolvimento de uma semente para
formar uma árvore ou do germe para formar uma criança era um estudo de
astronomia.
De fato,
os astros e planetas são apenas organismos do universo e têm sua vida
individual. A lei que dirige o movimento dos astros é a mesma que a dirige
todas as outras manifestações da natureza.
Diz
Paracelso:
"Deveis saber que as constelações dos planetas e estrelas no céu,
com todo o firmamento, não causam o crescimento do nosso corpo, nossa cor,
aparência ou conduta, e nada tem que ver com as nossas virtudes ou quantidades.
Semelhante idéia é ridícula; o movimento de Saturno não intervém na vida de
ninguém, e não faz nem mais longa nem mais curta; e mesmo que jamais tivesse
existido no céu um planeta chamado "Saturno", haveria pessoa nascida
com natureza saturnina. Embora o planeta Marte seja de natureza ardente. Nero
não foi seu filho, e embora sejam da mesma natureza (manifestando-se em ambos a
mesma classe de energia), nenhum deles a recebeu do outro".
A
astronomia é a lei (nomos) que dirige a solidificação da matéria etérica
(Akasa) ou a sua passagem para um estado inferior.
Os
planetas e as constelações são. Meros estados por que passa a energia universal
no seu movimento de evolução ou de involução.
Como,
porém, estes estados são idênticos na natureza inteira e no homem, o
conhecimento das transformações do sistema planetários nos mostra também as
transformações no organismo humano.
Tal é a
razão porque a Astronomia e a Astrologia são necessárias para o hermetista.
A
Astronomia, como a compreendiam os antigos, formava uma só ciência com
Astrologia, e ambas tinham o mesmo fim.
Os astros
são os sentidos do Homem Celeste, existindo também no homem terrestre, porém
nele se acham manifestados só cinco desses sentidos. Como os sentidos do homem
terrestre vibram em uníssono com os do Homem Celeste, podemos conhecer o que se
passa naquele pela observação do que se passa neste.
Os astros
não governam o homem, porém como ambos seguem a mesma lei, podemos estudar
naqueles as transformações que se passarão neste.
A
astronomia antigo estudava as forças espirituais representadas pelos planetas e
que existem em duplicata no homem e nos outros seres; pelo contrário, a
astronomia moderna estuda apenas as posições relativas dos corpos planetários
na esfera celeste, sem examinar sua natureza espiritual.
O
conhecimento da Astronomia e da Astrologia é o mais importante de todos para o
médico hermetista.
III - Alquimia
Paracelso
nos mostra que a Alquímica é a ciência da Vida e, portanto, seu conhecimento é
essencial para o médico.
Há três
espécies de Alquimia: a Alquimia Física, a Alquimia Astral e a Alquimia
Espiritual.
A
Alquimia Física não difere da Química, e foi dela que nasceu esta; porém como
a Química só se ocupa da natureza física
dos corpos. A Alquimia possui certas leis que a química está muito longe de
alcançar.
A
natureza, ao produzir de uma semente uma árvore, faz uma operação alquímica,
porém o nosso químico não é capaz de reproduzir o mesmo fenômeno em seu
laboratório.
Os
fenômenos da digestão, pela qual os alimentos se transformam em sangue e carne,
são fenômenos de alquimia física, que nenhum químico é capaz de realizar em seu
laboratório.
A
Alquimia Física compreende toda a química moderna, com todas as descobertas
futuras. Mas a sua base é a unidade da matéria e os quatro elementos.
A
Alquimia Astral compreende o estudo dos entes astrais, das combinações da
matéria astral e da evolução das espécies dos entes físicos, pois a chave desta
evolução está no plano astral.
O estudo
da Alquimia Astral requer o desenvolvimento da consciência astral do homem.
Os
fenômenos de espiritismo, hipnotismo,m feitiçaria, etc., pertencem à Alquimia
Astral.
Todas as
ações sobre os outros, os fenômenos de telepatia, transmissão do pensamento e
psicometria pertencem à Alquimia Astral.
O
magnetizador que transmite a um doente a sua força vital, faz uma operação de
Alquimia Astral.
O
professor que faz de um aluno ignorante um homem inteligente e instruído, faz
também uma operação de Alquimia Astral.
A
Química com elementos grosseiros não pode obter mais do que elementos
grosseiros, ao passo que a Alquimia obtém sempre um elemento superior.
A
Alquimia Espiritual contém os segredos da criação do universo e da regeneração
do homem.
Esta
Alquimia superior não pode ser estudada intelectualmente. O homem a
compreenderá somente quando tiver sublimado o seu intelecto e transformado os
metais inferiores da sua natureza em ouro puro.
Esta
Alquimia consiste na purificação completa de todo ente humano.
Estas
três espécies de Alquimia estão em relação íntimas umas com as outras, e não
pode conhecer a Alquimia Física aquele que não tiver aprendido as outras duas
espécies.
São três ramos da mesma ciência que se
aprendem conjuntamente. Um passo dado num deles o é também nos outros dois.
IV - A virtude do médico
A
virtude do médico é o poder de curar, o qual depende da sua força espiritual.
Sem este
poder, os conhecimentos possuídos pelo médico não podem fazer nada para a cura.
A verdadeira medicina é um sacerdócio, e o mais sagrada de todos. O médico
verdadeiro recebe o seu poder de Deus.
"Aquele que pode curar enfermidades é médico, diz Paracelso. Nem os
imperadores, nem os papas, nem os colégios, nem as escolas superiores podem
criar médicos. Podem conferir privilégios e fazer que um indivíduos que não é
médico apareça como se o fosse; podem dar-lhe permissão para matar, porém
dar-lhe o poder de curar; não podem, faze-lo médico verdadeiro se não tiver
sido ordenado por Deus. O verdadeiro médico não se jacta da sua habilidade, nem
exalta suas medicinas, nem procura monopolizar o direito de explorar o doente,
pois sabe que a obra deve elogiar o seu autor, e não o autor a sua obra. Há um
conhecimento que se deriva do homem, e outro que se deriva de Deus por meio da
luz da natureza. Aquele que não nasceu para ser médico, nunca terá êxito. O
médico deve ser leal e caritativo. Aquele que ama a si mesmo e seu próprio
bolso, fará muito pouco bem aos doentes. A medicina é muito mais uma arte do
que uma ciência. Conhecer as experiências obtidas pelos outros, é útil para o
médico; porém toda a ciência dos livros não pode fazer médico a um homem, a
menos que o seja por natureza. Só Deus dá a sabedoria médica".
Isto não
quer dizer que o médico deve ser um mão aberta; significa que deve tratar o
doente, não pelo amor do que este lhe poderá pagar, mas com intenso desejo de
cura-lo.
A virtude
ou poder do médico é aquela força interna que nasce do desejo ardente de fazer
o bem e do profundo amor da Verdade.
PREPARAÇÃO HERMÉTICA DAS PLANTAS
O
tratamento hermético da planta, depois de colhida, tem por fim apoderar-se da
força viva, da alma ou, como diziam os antigos, do bálsamo da planta.
"O
bálsamo é o óleo essencial dos vegetais; não é nem o óleo vulgar, nem o sal,
nem a terra, nem a água, mas sim alguma coisa muito sutil o veículo do corpo
astral. Obtém-se pelo fogo e não pela fermentação".
Este
bálsamo é que Paracelso chama um arcano, isto é, uma substância fixa, imortal
e, por assim dizer, incorpórea, que muda, restaura e conserva o corpo.
Esta
força é envolta por uma tintura que se obtém reduzindo o vegetal do seu estado
de matéria secundária ao de matéria prima.
O poder
curativo de um vegetal reside no seu espírito; porém, como no estado natural a
atividade do espírito acha-se limitada pela matéria que o encobre, o hermetista
deve saber extraí-lo, ao menos, dos seus envoltórios mais grosseiros.
Esta
operação realiza-se por uma cocção durante a qual deve-se ajuntar uma
substância capaz de absorver-lhe as impurezas.
Esta
substância deve ser escolhida de acordo com o sabor da planta.
O sabor é
dado pelo sal da terra em que cresce a planta.
É por meio
dele que podemos conhecer o modo de extrair o bálsamo da planta.
O sabor
ácido e amargo indica o sal de Saturno; doce, suave e acidulado, o de Júpter; o
sal de Marte dá à planta um sabor ácido,
amargo e picante; o sabor aromático e acidulado, revela o sal do Sol; o sal de
Vênus dá um sabor doce, agradável e oleoso; o de Mercúrio dá um sabor misto, e
o da Lua, um sabor insípido e desagradável.
A cocção
deve ser feita com um sal mineral do mesmo tipo planetário que o que é indicado
pelo sabor da planta. Por esta cocção obtêm-se três coisas: um sal, uma matéria
prima e um mercúrio.
Na
terapêutica há três sais vegetais particularmente úteis.
O primeiro
é Jupiterino, tem bom cheiro e bom gosto. O sal de Marte é amargo, ígneo e
adstringente. O sal de Mercúrio é dinamizador e produz reações salutares.
A primeira
matéria que depois se extrai dos vegetais é nutritiva; quase sempre um óleo que dá vigor ao temperamento do doente.
Enfim, o
mercúrio vital é regenerador e revivificador; só pode ser extraído de vegetais
quase perfeitos, de sabor doce e governados pelo Sol, Júpter ou Vênus.
Eis um
modo geral de preparação da planta para extrais o seu bálsamo ou arcano de
Paracelso.
Depois de
colhida, a planta é posta ao sol em infusão no álcool durante uma semana.
Depois
disto é cortada em pedacinhos e colocada em maceração na água quente salgada,
durante um dia.
A
alcoolatura, a água de marcação e o resíduo sólido são conservados
separadamente.
Preparam-se dois aparelhos unidos pelo gargalo, cuidadosamente fechados
e envolvidos numa tríplice baetilha preta, depois de ter posto num deles os
dois líquidos e os restos da planta.
Os
aparelhos são, então colocados sobre um fogo na temperatura constante de 39o
ou 40o, durante três semanas aproximadamente.
Seja qual
for a planta, é preciso chegar a obter um licor um pouco espesso, vermelho e
fixo.
O
aparelho indicado na figura abaixo pode
servir para as preparações indicadas acima.
O
aparelho envolvente A não é necessário para estas preparações.
Os
pedaços sólidos da planta, a alcoolatura e a água de maceração são postos no
aparelho B, que é colocado sobre o fogo.
O
aparelho C é para receber os vapores produzidos pela longa cocção.
Na
preparação das plantas pode-se empregar também os aparelhos representados
acima.
As
plantas de Marte e Mercúrio são as mais ativas e precisam ser retificadas pela
união com outras de Vênus ou de Júpter.
Preparando uma planta de Mercúrio combinada com outra de Júpter no
momento da conjunção destes dois planetas, obtém-se um excelente remédio contra
as doenças do sangue.
Na
preparação das plantas é preciso conservar os aparelhos hermèticamente fechados
para não deixar escapar o vapor que contém a alma da planta.
O
hermetista não deve esquecer também que uma planta venenosa pode adquirir boas
qualidades, sendo colhida em tempo favorável, ao passo que uma planta de boas
qualidades pode perder suas virtudes, se for colhida em tempo desfavorável.
As
plantas vivas podem ser empregadas também para a transplantação das doenças.
Esta
transplantação opera-se por meio de uma substância intermediária: sangue,
cabelo ou imã.
Os
indígenas da América Central e de outro lugares, os hindus e camponeses da
Alemanha têm um processo pelo qual ligam o destino da criança que nasce ao de
uma árvore escolhida para tal fim. Neste caso, a criança aproveita do vigor da
árvore, porém se esta for cortada ou ferida , ela também sofre e perece.
Conhecemos o caso de uma camponês cuja mulher tinha o hábito de jogar
cabelos no lixo. Depois de algum tempo, o lixo foi levado para o campo e posto
ao pé de uma árvore.
Certo
dia, a mulher, que se achava boa de saúde começou repentinamente a dar grandes
gritos e a queixar-se de dores atrozes.
Seu
marido, lembrando-se dos cabelos que tinham sido postos ao pé da árvore, corre
ao campo e encontra várias pessoas que
estavam cortando a árvore, chegando a tempo para salvar a vida de sua mulher.
Este
fato recente prova a realidade da transplantação das doenças e da saúde,
ensinada por Paracelso.
Tal
transplantação pode ser feita da forma seguinte:
O
operador toma um pouco de cabelo ou de sangue do doente, enterra-o bem próximo
da raiz d planta para que possa servir de alimento a esta.
Ao
enterrar estes laços magnéticos entre o doente e a planta, é necessário dizer
com que intenção é feita a operação e ter pensamento firme nela.
Pode-se
também fazer uma cicatriz numa parte importante da planta e aí depor um pouco
de sangue do doente.
Além do
emprego das plantas, Paracelso usava preparações metálicas, talismãs e selos dos
planetas.
Na X lição
trataremos destas coisas, de modo que, no final do curso, o discípulo
conseguirá não só os conhecimentos teóricos necessários para a prática da
medicina hermética, mas estará de posse das receitas mais apropriadas para o
tratamento das doenças mais comuns.
LIÇÃO VI
Determinação das doenças. - As doenças físicas. - As
doenças astrais. - As doenças mentais ou psíquicas.
O
conhecimento da doença é, necessariamente, o mais importante em toda a
medicina.
O médico
hermetista deve ter o máximo cuidado em fazer um diagnóstico exato da doença.
Não é,
porém, indispensável que eu diagnóstico seja a delineação dos caracteres da
doença pelo modo empregado na medicina moderna oficial.
O
diagnóstico não é para o hermetista o resumo de sintomas classificados sob um
vocábulo médico como designador da doença ou das doenças assim designadas.
O
diagnóstico é para nós percepção exata da manifestação física da doença.
O médico
hermetista difere profundamente dos médicos da escola moderna, para os quais um
certo conjunto de sintomas indica que o paciente sofre certa forma de doença,
que recebe o nome da moda.
Os nomes
que atualmente damos às doenças apresentam um grande contraste com os que lhes
eram atribuídos há cem anos.
A dor de
garganta do 17o. século tornou-se influente no 18o., e
agora chamamos de gripe, atribuindo-lhe quase todas as formas de catarro
simples, dispepsia, etc.
Logo que
esta denominação tenha saído da moda, será introduzido um outro vocábulo não
menos absurdo, que servirá de espantalho para aqueles que consideram a
gravidade das doenças pela pompa dos seus nomes.
Não
obstante, hoje como outrora, os ,mesmos princípios eternos operam e as causas
das doenças não mudaram.
Vamos,
agora, estabelecer algumas regras simples para se conhecerem as doenças.
Nos
volumes desta série: Frenologia e Fisiognomonia, Quiromancia e Astrologia,
desenvolveremos melhor as mesmas idéias aqui expostas.
O
diagnóstico completo deve ser feito pelo exame do horóscopo do doente, porém os
dados astrológicos que seguem são suficientes para que o estudante possa formar
uma idéia clara das predisposições do doente para uma certa classe de doenças.
Conhecendo o dia e o mês do nascimento, o quadro seguinte indicará a
influência planetária que pode ser considerada como principal. Ele pode também
ser utilizado para conhecer a influência em ação no dia em que a pessoa caiu
doente. Combinado estes dois dados pode-se chegar a conclusões muito úteis para
o médico.
Neste
quadro dividimos as influências em principais e secundárias. Aquelas são mais
importantes do que estas e devem
Ser preferidas, porém, às vezes, podem ser
combinadas.
QUADRO DAS INFLUÊNCIAS PLANETÁRIAS EM ATIVIDADE
DURANTE O ANO TERRESTRE
Meses
Datas Influência secundária
de Influência primária de
1 a 10 Saturno e
Capricórnio Vênus e Tauro
Jan. 11
a20 Saturno e Capricórnio Mercúrio e Virgo
21 a31 Saturno e
Aquário Saturno e Aquário
1 a 9 Saturno e Aquário Mercúrio e Gêmini
Fev. 10
a18 Saturno e Aquário Vênus e Libra
19
a 28
ou 29 Júpter e Pisces Júpter e Pisces
1
a 10 Júpter e Pisces Lua e Câncer
Mar. 11 a
20 Júpter e Pisces Marte e Escorpião
21 a 31 Marte e Aires Marte e Áries
1
a 10 Marte e Áries Sol e Léo
Abr. 11 a
20 Marte e Áries Júpter e Sagitário
21 a 30 Vênus e Tauro Vênus r Tauro
1
a 10 Vênus e Tauro Mercúrio e Virgo
Mai. 11
a20 Vênus e Tauro Saturno e Capricórnio
21
a31 Mercúrio e Gêmini Mercúrio e Gêmini
1
a 10 Mercúrio e Gêmini Vênus e Libra
Jun. 11 a
20 Mercúrio e Gêmini Saturno e Aquário
21
a2Jul. Câncer e Lua
Lua e Câncer
3 a
12 Câncer e Lua Marte e Escorpião
Jul. 13
a22 Câncer e Lua Júpter e Pisces
23 a
2Ago. Sol e Léo Sol e Léo
3 a
13 Sol e Léo Júpter e Sagitário
Ago. 14
a23 Sol e Léo Marte e Áries
24
a 2 Set. Mercúrio e Virgo
Mercúrio e Virgo
3 a 13 Mercúrio e Virgo Saturno e Capricórnio
Set. 14
a23 Mercúrio e Virgo Vênus e Tauro
24 a
3Out. Vênus e Libra Vênus
e Libra
4 a
13 Vênus e Libra Saturno e Aquário
Out. 14
a23 Vênus e Libra Mercúrio e Gêmini
24 a
2Nov. Marte e Escorpião Marte e Escorpião
3 a
12 Marte e Escorpião Júpter e Pisces
Nov. 13
a22 Marte e Escorpião Lua e Câncer
23 a
2Dez. Júpter e Sagitário Júpter e Sagitário
3 a
12 Júpter e Sagitário Marte e Áries
Dez. 13 a
22 Júpter e Sagitário Sol e Léo
23
a31 Saturno e Capricórnio Saturno e Capricórnio
Depois de
ter determinado a influência preponderante, examinamos os órgãos atacados,
verificando as suas relações com os signos e planetas, conforme as indicações
que seguem.
Signos correspondentes às diversas partes do corpo e
às forças mentais
Aires...........governa a cabeça, o rosto, a
consciência.
Tauro..........governa o pescoço, a garganta, o
movimento.
Gêmini........governa os ombros, os braços, as mãos,
a substância.
Câncer........governa o peito, o estomago, o fígado,
a respiração.
Léo..............governa as costas, o coração, a
vitalidade.
Virgo...........governa o ventre, os intestinos, a
forma.
Libra...........governa os rins, a região lombar, o
sexo.
Escorpião......governa os órgãos sexuais, a ânus, o
desejo.
Sagitário........governa as coxas, as artérias, o
pensamento.
Capricórnio...governa os joelhos, a pele, a
individualidade.
Aquário..........governa os tornozelos, as pernas, a
intuição.
Pisces..............governa os pés, vontade.
Os mesmos
signos influem sobre o corpo humano da forma seguinte.
Os signos
cardinais: Aires, Câncer, Libra e Capricórnio, influem sobre a cabeça, o
estomago, os ovários, os rins, o fígado, a epiderme, o ente psíquico e a
organização mental.
Os signos
fixos: Tauro, Léo, Escorpião e Aquário, têm influência sobre a garganta, o
coração, os órgãos genitais, o sangue e o organismo astral em conjunto.
Os signos
comuns: Gemini, Virgo, Sagitário e Pisces, agem sobre os pulmões, os
intestinos, o sistema nervoso, a matriz e o organismo físico em conjunto.
Os
planetas também governam certas partes do corpo humano e o estudante deve
comparar as indicações dadas por eles com as fornecidas pelos signos.
Partes do corpo governada pelos planetas
Saturno governa os ossos, as juntas, o baço, os
joelhos, a bexiga, os dentes, o olho esquerdo e a mão esquerda.
Júpter governa o fígado, as coxas, os pés, o sangue,
o diafragma, o olho direito e a mão direita.
Marte governa a cabeça, as partes genitais do homem,
os rins, a bílis, os músculos e o pé esquerdo.
O Sol governa, o coração, as costas (na altura do
coração), o pé direito, a força vital, as artérias e as veias.
Vênus influi sobre o pescoço, a garganta, os seios e
os órgãos genitais da mulher.
Mercúrio domina sobre os braços, as mãos, a língua,
o sistema nervoso, os pulmões, as coxas e inteligência.
A Lua governa o peito, o estomago, o útero, os
intestinos, o cérebro e os humores.
De posse
destas indicações, o estudante acha-se em condições de formular um diagnóstico
que será aperfeiçoado por outras observações que damos mais adiante. Eis um
exemplo que explica o método a seguir na prática:
O Sr. X,
acha-se muito doente, não pode deixar o leito, tem muita febre, etc.,etc.
Nasceu em 5 de Abril.
Examinando
os quadros expostos acima, vemos que a data de cinco de Abril está:
1o.) sob a influência principal de Marte
e de Áries.
2o.) sob a influência secundária do Sol e
de Léo.
De fato,
op doente sofria uma violenta desordem nervosa, melancolia e perturbações nos
rins.
Havia.
Porém, outra coisa mais importante e que não podia ser diagnosticada pela
ciência médica moderna, pois escapava completamente à vista e à observação. É o
que as influências astrais nos revelam: o desequilíbrio entre a CABEÇA
(representada por Marte e Áries) e o CORAÇÃO (representado pelo Sol e Léo).
Efetivamente, depois de sério interrogatório, conseguimos saber que os
desgostos, as preocupações e o amor foram as causas originais da doença.
Vê-se que
esta doença teve sua origem nos centros astral e mental. A ação do astral
produziu a violência das emoções e paixões.
A mente,
por sua vez persistindo nas idéias passionais e nos excessos a que elas levam,
deu o primeiro passo para a manifestação material deste desequilíbrio.
Em
conseqüência , concluímos que os dois pontos a tratar são o cérebro e que as
desordens renais desapareceriam com as causas que lhes deram origem.
Poderíamos
citar muitos casos como este, porém o que desejamos não é publicar os
resultados obtidos; o nosso fim é instruir o estudante.
Aconselhamos vivamente aos estudantes médicos que apliquem este método,
do qual tirarão maravilhosos resultados.
* * *
Podemos dar
maior precisão ao conhecimento da origem e ao campo da sua manifestação,
examinando as relações do rosto com diversos órgãos do corpo e os três centros.
Papus
publicou, na sua revista L'Initiation, um resultado as indicações dadas pelo
rosto.
Servir-nos-emos
dele para dar ao estudante uma idéia clara do modo e conhecer o estado do
doente.
Os médicos
hermetistas dividiam o rosto em três partes, como indica a figura da página
seguinte.
A seção
inferior que compreende o queixo, a boca e as partes inferiores das faces,
indica todas as doenças de origem física ou que tem seu assento principal na
parte mais inferior do organismo, cento da vida física.
Se,
portanto, o estado desta seção inferior do rosto estiver em desarmonia com a
das outras duas seções, pode-se inferir daí que a doença se origina na
organização física.
Por
exemplo:
As
desordens gástricas e intestinais são indicadas pela língua esbranquiçada.
Se elas
forem violentas, produzirão febres, nas quais a língua, além de se achar
coberta de uma massa esbranquiçada, apresentará também assaduras, manchas
vermelhas e rachaduras.
As
desordens biliosas e inflamações do fígado são conhecidas pelo gosto amargo da
saliva e a cor amarelada da língua.
A
peritonite revela-se pela secura dos lábios.
A nefrite
e outras doenças dos rins manifestam-se por uma palidez particular e cor
esverdeada do rosto e, sobretudo da parte inferior deste.
Além
destas indicações especiais, o queixo avermelhada, o excesso de saliva, a
inflamação das gengivas. São outros tantos indícios certos de desordens no
centro do organismo físico.
A parte
média do rosto compreende as maçãs e as narinas.
É nela que
podemos descobrir as doenças de origem astral ou que se manifestam no centro
físico que serve de apoio ao corpo astral.
O estado
das maçãs revela as condições dos pulmões.
A maior ou
menor abertura do nariz e a regularidade da respiração manifestam o estado do
coração.
Enfim,
esta seção do rosto manifesta, sobretudo, as perturbações no centro vital e
motor de toda a máquina humana.
A seção
superior do rosto serve de apoio ao espírito e indica o estado da mente.
O estado dos olhos nos manifesta o estado mental do
doente.
O estado
de loucura se revela por um olhar violento, a irregularidade nos movimentos das
pálpebras e a dilatação das pupilas.
O
idiotismo tem como sinal aparente um olhar vago e inexpressivo, a fronte inclinada
para trás.
A
proeminência da fronte é um sinal certo de inteligência, de modo que, quanto
mais inclinada para trás estiver a fronte e mais desarmonioso for o conjunto do
rosto, tanto menos inteligente será a pessoa.
O grau de
proeminência da fronte é medido por meio do ângulo facial.
O ângulo
facial é formado pelo apoio da fronte sobre as faces.
Para
calcular o ângulo facial, o melhor meio foi indicado pelo anatomista Camper.
Abaixa-se
uma linha da fronte até um pouco acima do lábio superior , em baixo do nariz;
deste ponto traça-se outra linha que chegue até o ouvido, cortando a
articulação da mandíbula inferior: o ângulo formado pelo encontro destas duas
linhas representará a proeminência da parte anterior do cérebro e, por conseguinte,
o grau relativo de inteligência.
A figura
anterior representa o modo de traçar o ângulo facial numa cabeça humana.
O ângulo
facial é o que resulta do encontro das linhas a b e C D, traçadas conforme
indica a figura.
* * *
Um terceiro meio de conhecer o estado do
organismo e que pode ser muito útil ao médico hermetista é o exame dos centros
nervosos do cérebro, descobertos pelo professor Durville.
A figura da
página 105 mostra as localizações dos diversos centros nervosos e o seu centro
de ordem na classificação seguinte:
Centros motores e sensitivos
1. Centro do braço.
2. Centro da perna.
3. Centro do baço.
4. Centro cérebro-espinhal.
5. Centro do ouvido.
6. Centro motor da cabeça, da
língua e do pescoço.
7. Centro do coração.
8. Centro dos seios.
9. Centro dos pulmões.
10.Centro do fígado.
11.Centro da impressão e da
crença.
12.Centro do nariz.
13.Centro do estomago.
14.Centro genital.
15.Centro do tato e da
coordenação dos movimentos.
16.Centro da laringe.
17.Centro dos dentes.
18.Centro
sensitivo do ouvido.
19.Centro
dos rins e dos órgãos genito-urinários.
20.Centro
da vista e do movimento dos olhos
21.Centro
dos intestinos.
22.Centro
da respiração.
Faculdades morais e intelectuais
A. Centro da Afabilidade, à esquerda, e da
Cólera, à direita.
B. Formas da Memória.
B'. À esquerda, lembranças
alegres; à direita, lembranças tristes.
C. Alegria, à esquerda;
Tristeza, à direita.
D. Atenção.
E. Vontade.
Para
fazer o diagnóstico por meio dos centros nervosos, o estudante colocará a mão
sobre cada um deles procurando apreciar o seu calor relativo.
Se algum
centro apresentar-se frio ou tiver menos calor que os outros que se acham
próximos, o órgão correspondente tem falta de vitalidade e necessita ser
excitado.
Pelo contrário,
quando um centro nervoso tem excesso de calor, o órgão correspondente está
congestionado e inflamado. Neste caso é necessário acalma-lo.
As
doenças mentais revelam-se, sobretudo, pela depressão de um conjunto de
faculdades e excesso de outras.
A perda
da memória é indicada pela depressão ou falta de calor do ponto D.
A
tendência à tristeza e à melancolia, as desordens nervosas, em geral, são
indicadas pelo desequilíbrio dos pontos C (excesso de calor à direita e de frio
à esquerda, ou vice-versa).
* * *
O
estudante acha-se de posse de três meios para descobrir as doenças e suas
causas.
Cada um
deles por si só é suficiente, desde que seja estudado e aplicado metodicamente.
Não
falamos senão incidentalmente em nomes de doenças, porque é uma coisa
secundária.
O que
importa sobretudo ao hermetista é conhecer o órgão atacado e a causa ou origem
da doença.
Toda
doença manifesta-se por um excesso de atividade ou por uma falta de atividade
do órgão atacado. Porém em qualquer dos casos, ela não é mais do que o
resultado da falta de força vital.
É por
causa desta falta que a vitalidade é mal distribuída no organismo, ficando
certos órgãos com excesso de atividade, ao passo que outros ficam debilitados.
Importa,
agora saber, principalmente nos casos de desordens psíquicas, se a doença
provém de uma ação interna, isto é, se provém de germes hereditários e das
ações do indivíduo ou é causada pela influência de um organismo exterior.
No último
caso, o paciente tem uma sensação periódica ou crônica de náusea e a impressão
de que sua vitalidade esvae-se pelo plexo solar, como se fosse chupada por um
ente estranho.
Neste
caso é o corpo astral de outra pessoa ou outra entidade que absorve as forças
do doente.
O
discípulo verá, por aí, que não há dificuldade neste sistema de diagnóstico
baseado nos princípios que regem a natureza humana.
Qualquer
indivíduo pode compreende-lo; sua beleza e seu valor está na clareza com que
nos mostra os elementos essenciais para o tratamento de uma doença.
É o
único meio que não deixa nada ao acaso, nem às suposições, nem à imaginação do
doente e toma em consideração, ao mesmo tempo, todos os elementos do ser
humano.
Tratamento das doenças de origem física.
No
tratamento das doenças de origem física, a medicina alopática, os remédios
caseiros e a higiene física são suficientes e dão bons resultados.
A
alimentação bem regularizada, a hidroterapia e outros processos geralmente
conhecidos vencerão facilmente a doença.
A
alimentação representa, neste caso, um grande papel e é de necessidade que o
doente observe as duas regras seguintes, se quiser obter uma cura radical:
1) Comer moderadamente e só
quando tiver fome.
2) Mastigar bem os alimentos.
De fato,
quase todas as nossa doenças físicas provém de excessos na alimentação.
O emprego
da água durante a comida deverá ser reduzido ao mínimo. Ao passo que fora da
comida é necessário tomar muita água, bebendo-a aos goles.
O uso dos
banhos frios nos casos de debilidade, e quentes nos casos de doenças nervosas e
inflamatórias, são também meios quase indispensáveis de tratamento.
Podemos
também tratar as doenças físicas, agindo sobre o astral do paciente.
Neste
caso, o homeopatia dará bons resultados, porém o Magnetismo e o Hipnotismo
darão incontestavelmente resultados ainda melhores.
O médico
hermetista procurará aliar o tratamento físico ao tratamento astral, empregando
ao mesmo tempo as plantas, o magnetismo e a sugestão.
Devemos
tratar aqui de duas formas particulares de doença para as quais indispensável a
ação simultânea sobre o físico e sobre o astral: são sífilis e o cancro.
Os
médicos sabem que o cancro se desenvolve por si mesmo, apesar de ter sido
amputado o membro atacado pela doença e ter-se tomado todas as precauções para
evitar sua passagem para outras partes do organismo.
Porém, a
razão porque a doença se estende sempre sem poder ser cortada completamente,
lhes escapa.
Sabemos
que o corpo astral contém o principio vital do nosso organismo e conserva sua
formas.
É sabido
que, o fim de sete anos, todas as células que constituem nosso organismo atual
foram substituídas por outras células novas, porém a forma do nosso organismo é
a mesma.
É que
nosso corpo astral fabricou-as tal como os modelos primitivos.
Na
sífilis, como no cancro, dá-se o mesmo fenômeno.
O médico
amputa o membro atacado, porém o corpo astral, não podendo fabricá-lo de novo,
porque perdeu o seu apoio naquela parte, comunica a outra parte a infecção.
"A
medicina popular se ocupa unicamente dos efeitos externos e das causas físicas;
a ciência oculta vai mais longe e procura as causas fundamentais e os efeitos
finais, que são muitíssimo mis importantes do que as manifestações que têm lugar na forma física. Por exemplo, um trato
sexual ilícito não só enfermidades venéreas mas também, como durante o ato até
certo ponto se realiza uma união das naturezas internas; um homem que coabita
com uma mulher depravada toma algumas características dela e une até certo grau
o futuro Carma e destino desta mulher ao seu. A base da existência dos seres
humanos é aquilo que, por falta de expressão mais adequada, foi chamado Vontade
(Espírito da Vida), e assim como um corpo pode das colorido a outro
envenena-lo, de igual modo se efetua uma coloração e talvez um envenenamento
pela mistura dos espíritos durante o trato sexual, sendo esta "substância
espiritual" a essência de cada ente humano".
Compreende-se por esta citação a razão porque
as doenças sifilíticas muitas vezes se apresentam sem causa hereditária
aparente.
Essas
doenças não são realmente de origem física, porém sendo indispensável, neste
caso, o tratamento físico, preferimos tratar delas aqui, completando mais
adiante as indicações para o seu tratamento astral e psíquico.
O
estudante deve observar que o tratamento das moléstias de origem física é o
mais simples e forma a base da medicina usual.
Não
insistiremos, portanto sobre as partes conhecidas e só vamos chamar a atenção
do estudante para certos pontos poucos conhecidos.
No
tratamento, o estudante deve escolher de preferência os dias favoráveis ao
planeta que governa a doença. Procedendo assim, não só a cura será rápida, como
também não haverá perigo de recaída ou piora no estado do doente.
Nas
doenças agudas, os dia 7o., 14o. e 21o., a
partir do começo da doença, são dias críticos, nos quais é preciso redobrar de
atenção.
Nestes
dias pode haver uma complicação ou apresentar-se uma melhora rápida.
Na
ocasião de crises que agravam o estado o doente é preferível não dar remédios
porque estes fazem mal ou não produzem efeito.
Pelo
estudo da Astrologia, da qual trataremos mais tarde, o médico hermetista pode
saber com antecedência se a crise srrá boa ou má.
A
respeito das operações, a observação seguinte é muito importante.
Os
antigos astrólogos dizem que era arriscado faze-las numa parte do corpo, quando
a Lua passa pelo signo que governa essa parte.
As
operações na cabeça, nos olhos, nos ouvidos e noutras partes dela, como também
a extração de dentes, não devem ser feitas quando a Lua se acha no signo de
Áries.
As
operações no pescoço e na garganta não devem ser realizadas quando a Lua passa
pelo signo de Tauro.
Quando a
Lua passa em Gêmini ou Sagitário, não devem ser feitas as operações nos braços,
mãos, coxas e pulmões.
O estomago
e o peito não devem ser operados quando a Lua se acha em Câncer.
As
operações na medula espinhal e no coração não devem ser realizadas se a Lua
estiver em Léo.
O abdômen
e os intestinos não devem ser operados quando a Lua se acha em Virgo.
A Lua
estando em Libra, não devem ser feitas operações nos rins.
A
extração de areias e pedras, o tratamento da apendicite e todas as operações do
sistema urinário, excretor e dos órgãos geradores não devem ser realizados
quando a Lua está em Escorpião.
A Lua
ocupando o signo de Capricórnio, não devem ser feitas operações nos joelhos.
As
operações nas veias, no sistema nervoso, nas pernas (do joelho para baixo), nos
tornozelos e nos nervos óticos não devem
Ser realizadas na ocasião em que a Lua se acha em
Aquário.
A Lua
achando-se em Pisces, não devem ser realizadas as operações nos pés.
Quando a
Lua ocupa os signos de Tauro, Léo, Escorpião e Aquário, é conveniente não tomar
remédio.
Os
purgativos devem ser tomados quando a Lua se acha em Câncer ou Pisces.
Os olhos
não devem ser medicados quando a Lua se acha em Gêmini, Libra ou Aquário, ou
num dia desfavorável ao Sol.
Aconselhamos ao estudante a observação experimental destas regras, pois
não só verificará a sua realidade, como também terá
Conhecimentos práticos de real valor. Elas lhe
revelarão a razão porque um remédio produz bons efeitos durante alguns dias e
depois torna-se ineficaz ou prejudicial.
Umas das
coisas que o estudante nunca deve esquecer no tratamento das moléstias de
qualquer origem, é que o homem é uma síntese e, portanto, sempre é necessário
ter em conta todos os elementos que fazem parte do seu ser. Assim como uma
doença de origem psíquica ou astral se manifesta no plano físico, assim também
uma doença de origem física influi sobre o ente astral e o ente psíquico.
Os
antigos, para representar esta unidade da natureza tanto no microcosmo como no
macrocosmo, empregavam o símbolo da Esfinge.
Nela
achavam-se combinados os emblemas da mulher, a águia, o boi e o leão que
representavam os quatro elementos: água, terra, fogo e ar.
Essa
fusão dos quatro elementos num só organismo contém uma idéia muito profunda,
pois mostra que a natureza forma um conjunto indivisível, indicando para o
médico hermetista a necessidade de um tratamento dos três centros em conjunto.
Este
símbolo nos mostra também que todas as causa de enfermidades podem ser
reduzidas a uma só: o desequilíbrio entre a produção e a eliminação dos
resíduos da economia, de onde resulta a infecção do sangue e a paralisação da
máquina humana.
O remédio consiste, pois, na extração das
matérias mórbidas, na limpeza da máquina e no aumento da força vital. A cura
deve ser feita pelo emprego de um dissolvente universal, representado pela água
como dissolvente físico.
O fogo e
a terra representam a luz solar (que nos fornece a luz vital) e os alimentos
que concorrem para o aumento dela.
O ar que
põe a máquina em movimento, ventila e purifica o sangue e fornece o alimento ao
corpo astral.
Tais são
as indicações sumárias deste grandioso símbolo que o estudante não deve
esquecer quando tratar de restituir a saúde a um ser qualquer.
LIÇÃO VIII
Tratamento das doenças de origem astral.
Sendo o
astral intermediário entre o corpo e o espírito, a ação sobre ele produz uma
reação importante sobre os outros dois.
Além
disso, o astral é fornecedor da maior patê da força nervosa que une o ente
psíquico ao espírito.
Enfim, o
próprio ente psíquico não é mais do que a parte superior do astral.
É por isso
que os médicos hermetistas procuravam agir de preferência sobre o astral.
Empregavam
para esta ação os perfumes mágicos, o magnetismo e os talismãs.
A ação dos
perfumes sendo muito ignorada hoje daremos apenas alguns perfumes que poderão
ser úteis para auxiliar o tratamento pelo magnetismo.
Os
hermetistas empregavam como perfumes dos sete planetas os seguintes:
Saturno: Enxofre e papoula, ou arruda, ou raízes
odoríferas (p.ex. mandrágora ou raiz de Guiné).
Júpter: Pau de aloés e hortelã, ou frutas odoríferas
(p.ex. noz moscada, cravo da Índia, etc.).
Marte: Estoraque e tojo, ou lenhos odoríficos (p.
ex. cipreste, sândalo, etc.).
Sol: Louro e heliotrópio, ou resinas odoríferas
(p.ex. âmbar amarelo).
Vênus: Almíscar e verbena (gervão), ou flores
odoríferas (p.ex. rosa).
Mercúrio: Genebra (zimbro), ou canela, ou sementes
odoríferas (p.ex. cominhos).
Lua: Imã e lírio, ou folhas odoríferas (p.ex.
violeta).
O doente,
além de ser tratado pelo magnetismo, aspirava o perfume correspondente ao
planeta que governa a doença. Porém, raramente os perfumes eram empregados sem
o magnetismo.
Sendo este
o mais importante, vamos tratar dele com o maior número de detalhes que nos
seja possível.
* * *
O
tratamento por meio do magnetismo compreende duas ordens de processos:
1o. - Os processos para ação ao contato.
2o. - Os processos para ação a distância.
Os
processos para ação ao contato agem diretamente sobre o corpo físico, porém sua
ação sobre o corpo astral é mais lenta; deles já tratamos longamente na Lição X
do Magnetismo, e, portanto só falaremos dos processos empregados para a ação a
distância.
Desde a
mais antiguidade histórica todos os povos guardaram lembranças de pessoas que
se manifestavam de um modo ou de outro, longe do lugar em que realmente se
achavam. Os iniciados conheciam o fato e estavam habituados aos fenômenos da
ação a distância; o povo, porém, ignorando o que se passava, considerava como
semi-deuses e feiticeiros aqueles que eram capazes de agir a distância.
Estes
fatos podiam ser considerados lendários até que o Dr. Gurney e os Srs. Myers e
Podmore publicaram sua obra: Fantasms of Living (Fantasmas dos Vivos), a qual
nos apresenta um grande número de casos cuidadosamente testemunhados e
verificados.
Depois
disso, o professor M. Durville estudou ação a distância com o auxílio de um
paciente.
Nesta, o
operador age sobre um bom paciente magnético, ao qual adormece e ordena que se
exteriorize.
O
paciente acusa a formação, ao redor de si, de uma nuvem vaporosa que, de
ordinário, se condensa à sua esquerda e constitui o fantasma.
Este
fantasma não é visível, exceto para os sensitivos e pacientes magnéticos,
postos em estado de vidência, porém sua realidade pode ser verificada por
diversos processos, sobretudo pela ação de picar no ar, no lugar que ocupa, o
que, determinando movimentos reflexos no paciente, mostra que sua sensibilidade
é exteriorizada.
Se, então,
se estender a magnetização sobre o fantasma, ordenando-lhe ainda de
dissociar-se, emite de si uma nova nuvem que se condensa também à sua esquerda
e constitui um segundo fantasma, cuja realidade objetiva é também provada pela
ação de picar no ar, o que mostra que a insensibilidade do paciente não está
mais no primeiro fantasma, mas passou para o segundo.
Por outro
lado, no momento da formação do primeiro fantasma, o paciente e os sensitivos
presentes o vêm de cor azulada e alaranjada à esquerda; esta coloração diminui
durante a formação do segundo fantasma, e o primeiro se obscurece enquanto o
outro toma uma cor azul muito brilhante.
O primeiro
fantasma, chamado corpo ódico ou duplo etérico, contém em si a vida física do
paciente, ao qual está ligado por um laço fluídico pouco extensível, do qual
por conseguinte, nunca se afasta mais de alguns metros, e no qual entra desde
eu o outro é enviado para longe.
O segundo
fantasma, designado sob o nome de corpo astral, possui a sensibilidade do
paciente; contém ainda em si o corpo mentl(inteligência), que já se chegou a
separar dele, o corpo causal (vontade, memória) que apenas pode ser percebido,
e os princípios superiores do ser.
O que
acabamos de expor é apenas uma idéia teórica do fenômeno de desdobramento.
Na
prática, a operação se realiza com mais simplicidade; basta enviar o corpo astral
a uma distância a que o duplo etérico não possa ir, para que, por assim dizer,
automaticamente, se produza a separação. Enquanto o corpo astral se afasta, o
duplo etérico separa-se e entra no campo físico de que constitui a vida
material.
A substância
astral não tem nenhuma ação direta sobre a matéria e só pode agir sobre esta
por meio da substância do duplo etérico.
Pelo
contrário, o duplo etérico, mais material que o precedente, não só tem ação
indireta sobre a matéria, fazendo mover os músculos do corpo, como também age
diretamente sobre ela quando se acha exteriorizada, condensando-se no ponto em
que deve agir.
Nesta
condições, o fantasma exteriorizado achando-se próximo do paciente, pode
estabelecer um contato elétrica. Fazer peso numa balança, deslocar um móvel
tatear um assistente, etc.
O corpo
astral exteriorizado não só pode agir sobre as forças do duplo etérico do
paciente, como também sobre qualquer outra força etérica exteriorizada que se
ache no seu ambiente.
E é por
este meio que pode manifestar sua ação a distância.
Assim, no
tratamento a distância, o corpo astral pode agir sobre o astral do doente e,
por meio deste, sobre seu duplo etérico, o qual, por sua vez, age sobre o corpo
físico.
Pode
também agir diretamente sobre o duplo etérico do doente e, por intermédio
deste, sobre seu corpo físico.
A
vontade de magnetizador é suficiente para desdobrar um paciente bem disposto;
porém, uma vez exteriorizado, o fantasma só obedece ao magnetizador se o quiser
fazer.
É que o
astral possui vontade própria que o dirige durante a experiência.
Compreendido bem mecanismo da exteriorização é fácil perceber de que
modo um paciente magnético bem exercitado pode agir a distância sob a ordem do
seu magnetizador.
Na
prática, o desdobramento se opera pela simples ordem do magnetizador, o qual,
depois de adormecer profundamente o paciente, ordena-lhe que vá ao lugar em que
se acha o doente e o examine.
Pela
ordem do magnetizador, o corpo astral do paciente fará op tratamento necessário
para a cura do doente, e com algumas sessões deste tratamento, de ordinário,
este fica bom.
A ação a
distância, feita sem a intervenção de um paciente, e diretamente pelo operador,
é mais difícil de ser realizada, e exige deste certas qualidades difíceis de se
desenvolver.
Ela é
utilizada na Medicina Oculta em que estudaremos a sua ação, porém pertence
diretamente a Magia, em que teremos de estudar o desdobramento pessoal em todos
os seus detalhes.
Para
alcançar o desdobramento pessoal, o operador deve auto-sugestionar-se e educar
sua vontade para agir sobre seu corpo astral.
É
preciso que a vontade tenha um domínio absoluto não só sobre o corpo físico,
mas também sobre o corpo astral, para que possa realizar-se a exteriorização.
Porém,
não basta ter adquirido uma vontade capaz de dar uma ordem enérgica ao
organismo.
E também
necessário que este esteja em condições de poder obedecer-lhe.
É
preciso, pois, levar o corpo físico a um estado fisiológico em que seja
possível a exteriorização.
A base do
fantasma exteriorizado, sendo o corpo astral, que contém a sensibilidade do
organismo, e é composto principalmente de força nervosa, quando mais
desenvolvida for a força nervosa, mais fácil será exterioriza-la.
Isto quer
dizer que o experimentador que prepara o deu próprio desdobramento deve, ao
mesmo tempo que dinamiza sua vontade, aumentar sua força nervosa em certas
proporções.
O aumento da força nervosa realiza-se por
uma preparação especial e um alimentar apropriado. Porém, às pessoas já muito
nervosas basta-lhes desenvolver sua vontade, para poder produzir a
exteriorização.
Supondo
que o operador tenha desenvolvido a sua vontade a um tal grau de poder que o
seu organismo físico não seja mais do que escravo submisso, e que a força
nervosa tenha alcançado um desenvolvimento capaz de obedecer à ordem da
vontade, o operador é apto a desdobrar-se.
Sob a sua
ordem energicamente pensada antes, um pouco, do momento em que tem o hábito de
adormecer, seu organismo se dissocia.
O corpo
físico fica no lugar em foi posto, e o corpo astral acompanhado do duplo
etérico e dos elementos superiores do ser, sai da sua prisão carnal; porém,
desde que se afasta dela, o duplo etérico, sem o qual o corpo físico não
poderia viver, separar-se dele e entra no corpo físico.
Desde
então, o fantasma pode ir ao lugar para onde for enviado.
Contudo,
seria um erro crer que este resultado á obtido desde os primeiros ensaios: o
mecanismo da operação é muito mais complicado.
O
desdobramento realizando-se depois que veio o sono, não é a vontade que age
diretamente sobre o corpo astral; é apenas uma idéia fixa criada por ele.
Esta idéia fixa é colhida pela memória, a qual
a apresenta ao corpo astral no momento da exteriorização.
É,
portanto, necessário formar uma idéia fixa de exteriorizar-se, a qual será, ao
mesmo tempo, enérgica e bem firme.
Além de
tudo isto é necessário que o corpo astral se acostume a cumprir as ordens da
vontade.
De fato,
é tímido como a criança que está aprendendo a andar e deve ser auxiliado no
conhecimento do caminho que deve seguir.
Para
isso, o operador fará diversos vezes o caminho que o corpo astral deve
percorrer e observará bem todos os seus detalhes, procurando recordar-se deles
um pouco antes de adormecer.
Desta
forma, o corpo astral irá progressivamente tomando o costume de sair pela orem
da vontade e pode ser enviado cada vez mais longe.
Para
verificar se o desdobramento se realiza ou não o operador deve possuir uma
pessoa receptiva capaz de ver seu fantasma desdobrado.
Porém
para o operador habituado, a pessoa receptiva será o doente que vai ser tratado.
Dado o
caso que o experimentador se ache preparado e seja capaz de dirigir-se para um
lugar que determinar com antecedência, eis o processo que deve seguir para agir
a distância no tratamento de um doente.
O
operador deita-se quase meia hora antes do momento em que habitualmente
adormece, depois de ter prevenido o doente do momento escolhido para o
tratamento e lhe ter recomendado que se conserve quieto no seu leito e deixe a
luz apagada.
Esta
precaução é necessária tanto por parte do operador como do doente, porque a luz
é dissolvente da substância do fantasma e impede a sua manifestação.
No
momento marcado para o começo da operação, o doente deve dirigir seu pensamento
firme para o operador pedindo-lhe que o venha curar.
Para imantar seu corpo astral na direção que deve
seguir, o operador, ao deitar-se, deve ter junto a si uma carta, um lenço ou,
melhor, uma mecha de cabelos do doente.
Passa-se
algum tempo antes que o leito tenha chegado à temperatura do corpo, e a
frescura daquele impede a chegada imediata do sono.
Este
período deve ser utilizado pelo operador para formar a idéia fixa de ir ver o
doente e trata-lo.
Essa
idéia deve ser sem violência, porém contínua.
Aos
poucos a temperatura da cama se eleva e o operador sente-se sob a modorra que
precede o sono. Neste momento terá um único pensamento: fazer mentalmente o
caminho que o separa da casa do doente, lembrando-se de todos os detalhes que observou
ao passar de dia.
O
experimentador habituar-se-á aos poucos a este gênero de exercícios chegando,
com o tempo, a ir à casa do doente sem ter necessidade de conhecer o caminho e
a ter consciência de todas as suas ações no astral.
* * *
Os hermetistas empregavam também os
talismãs, cuja ação direta se manifesta no astral para depois reagir sobre o
corpo físico.
Os sábios
modernos, que só conhecem a existência do corpo físico, não dão valor algum aos
talismãs; porém, quando chegaram a um conhecimento mais profundo do magnetismo
e da rádio-atividade, conhecerão a base firme em que se apóia a arte
talismânica.
Aliás,
não é para admirar o horror que a ciência moderna tem por esta parte da ciência
antiga, pois ela se presta a muitas falsificações, e inda hoje a ignorância
humana oferece gordos lucros aos mil e um charlatões que por aí volteam à
socapa.
Todo
verdadeiro hermetista deve procurar reduzir ao seu verdadeiro valor esses
pseudo-magos e procurar esclarecer a inteligência dos mais simples a respeito
do verdadeiro papel dos talismãs.
Na parte
da Magia ensinaremos a verdadeira arte de confeccionar os talismãs e
estabeleceremos as regras que devem ser seguidas na sua preparação.
Por
enquanto explicaremos apenas que, para a cura das doenças, os hermetistas
faziam em épocas favoráveis o talismã do planeta que governa a doença.
Estas
épocas favoráveis eram escolhidas de acordo com as posições planetárias do
nascimento do doente e com o estado atual do céu.
Se, por
exemplo, uma doença era causada por Saturno, o hermetista escolhia um dia
favorável, a Saturno no horóscopo do doente e a Saturno no movimento atual dos
planetas.
Desta
forma, o tratamento astral era feito por uma espécie de homeopatia, isto é, por
simpatia.
O talismã
era feito para cada caso em particular, sendo inutilizado depois de terminada a
cura.
Certas
doenças exigem talismã mistos; são aquelas que participam da influência de dois
planetas.
Paracelso
preparava também certas composições que, embora fossem resultado da combinação
de produtos físicos, agiam poderosamente sobre o astral do doente e produziam
curas maravilhosas.
Demos
diversas receitas deste gênero na Lição X,
explicando aqui somente o mecanismo desta ação.
Paracelso
não ignorava a ação da vontade do operador sobre o paciente, isto é, a
influência da sugestão mental.
O esforço
e o trabalho que dava a preparação do remédio era para ele um meio poderoso de
concentração da vontade.
Por esta
razão, ele considerava essencial que o médico fizesse os remédios.
Certos
médicos modernos têm experimentado a medicação a distância e por meio da
sugestão mental, tendo obtido resultados superiores aos que esperavam.
A
ciência moderna com todos os seus conhecimentos ainda não pode desmentir as
teorias de Paracelso, embora muitos o tenham combatido.
Ele
mesmo explica a razão do seu Líder Paramirum:
"Pois em tudo isto só há vaidade e pura fantasia, como disse
outrora e demonstrarei cada vez mais. Pois bem, que as vossas escolas e
universidades não sejam da minha opinião e não aprovem a minha doutrina, isso
pouco me incomoda, e não desejo obedecer-lhes; dia virá em que os verei muito
humildes.
"Eu vos explicarei e esclarecerei de tal modo o assunto que, até o
fim do mundo, meus escritos permanecerão e subsistirão como verdadeiros".
LIÇÃO IX
Tratamento das doenças psíquicas. - Doenças da
idéia, obsessão, etc.
O
tratamento das doenças psíquicas pode ser feito pela simples sugestão hipnótica
nos casos em que a doença está pouco adiantada.
Nos
casos em que a doença já se acha adiantada, é preciso empregar um dos processos
seguintes:
1o. - A ação indireta, que se baseia na
correspondência que há entre o físico e o astral.
2o. - A ação direta, que se baseia na
magia cerimonial.
Ação indireta
O
operador deve possuir uma pessoa capaz de ser mergulhada em sonambulismo
lúcido, a fim de examinar o astral do doente.
O
operador adormece o paciente e, se o doente estiver próximo, ordena-lhe que o
examine; se, porém, estiver longe, apresenta-lhe um objeto do doente e manda-o
ir examinar o seu proprietário.
De
ordinário, o paciente verá, quer uma larva presa ao doente, quer um laço
fluídico que sai dele.
Neste
momento, o operador apresenta uma espada ao sonâmbulo e ordena-lhe que corte
com ela o laço fluídico ou destrua a larva, sem ferir o astral da pessoa.
Pode
também empregar o processo seguinte descrito por Papus na sua Magia Prática:
"Achando-nos em Londres, tivemos ocasião
de entrar em relação com uma célebre mística que se julgava perseguida por uma
inimiga considerada, com ou sem razão, como muito perita em magia prática. A
obsessão tinha sido tão violenta, que produziu duas tentativas de suicídio,
impedidas a tempo por testemunhas chegadas inesperadamente. Aquela idéia de
suicídio acentuava-se principalmente quando o doente (não a considerei de outro
modo) ia para certo canto do seu quarto. Posto ao corrente da situação, ensaiamos
a experiência seguinte: Entre as pessoas que vinham fazer visitas à casa,
observamos uma mulher muito nervosa e que nunca fora hipnotizada. A nosso
pedido, esta mulher, ignorando o que se passava, quis prestar-se a um ensaio
hipnótico e foi adormecida em alguns minutos. Passes lentos determinaram logo
um estado de hipnose bastante profundo para que a hipnotizada nos pudesse
descrever uma espécie de laço fluídico situado no canto em questão do quarto.
Desenhamos o laço de conformidade com a narração de paciente, numa folha de
papel branco, consagrado e perfumado na ocasião. Acabado o desenho, uma fórmula
e uma prece puseram a imagem física em comunicação com a imagem astral. Foi
então que, com uma longa lâmina de aço, dividimos o desenho em vários pedaços,
que, no dizer da paciente, tiveram uma correspondência imediata no objeto
fluídico, que foi também feito em pedaços.
"Quer seja sugestão, quer seja outro efeito, os desejos de suicídio
por estrangulamento abandonaram imediatamente a doente, que desde esse tempo se
acha muito bem (há atualmente dois anos).
"Em
suma, este processo consiste em repetir no físico as imagens astrais,
estabelecer um laço mágico entre o desenho e a imagem, depois executar no
desenho físico as mudanças que se deseja produzir na imagem astral.
Um
paciente, isolado eletricamente, é necessário para esta experiência".
Qualquer
destes dois processos acima citados dá o mesmo resultado.
Ação direta
A ação
direta é necessária nos casos muitos graves sendo mais ativa do que a anterior.
Conforme
o mesmo autor, ela é baseada no fato de que os elementares e as larvas se
nutrem da substância astral e que o sangue contém maior quantidade desta
substância.
O
operador deve tomar uma mecha de cabelos da pessoa doente ou obsessa e
consagra-la conforme o processo habitual da consagração, o qual será ensinado
no volume intitulado Magia Teúrgica.
Isto
feito, o doente será recolhido ao gabinete da operação e, à sua vista, o
operador fará embeber a mecha de cabelos no sangue de um pombo ou de um
porquinho da Índia, igualmente consagrada sob as influências favoráveis de
Júpter ou do Sol, recitando a grande conjuração de Salomão.
Para a
consagração destes animais, o operador deve purificar-se e vestir-se de branco.
Em
seguida, a mecha tinta de sangue será colocada sobre uma tabuinha e o operador
traçará ao redor daquela um círculo com uma mistura de carvão e de imã
pulverizado.
Isto
feito, escreverá nos quatro pontos cardeais, no interior do círculo, as quatro
letras do tetragrama sagrado, da seguinte forma:
Ao Oriente:
Iod
Ao Norte:
He
Ao Sul:
Vô
Ao Ocidente:
He
Depois
disto feito, com uma espátula ou ponta de aço com cabo de madeira envernizada,
cortará energicamente a mecha de cabelos, ordenando à larva que se dissolva. É
raro que esta cerimônia, repetida três vezes com sete dias de intervalo entre
uma e outra vez, não dê um resultado satisfatório.
Tal é a
teoria exposta por Papus e que procuramos tornar a mais clara possível para o
estudante.
O mesmo
autor acrescenta:
"Esta cerimônia nos deu várias vezes resultados maravilhosos em
casos que teriam necessitado o internamento imediato do doente".
Tal é o
processo de tratamento dos grandes desarranjos mentais, o qual pode ser posto
em prática por qualquer pessoa munida dos conhecimentos práticos necessários.
Na parte de Magia daremos as evocações empregadas e todos os detalhes
indispensáveis à operação.
A este
caso pertencem os enfeitiçamentos por meio de drogas e outros processos.
Há,
porém, uma classe de enfeitiçamentos muito em voga mais pequenas cidades: é o
enfeitiçamento pela sugestão.
Esta
classe compreende a maldição, as ameaças e a pronúncia de certas frases que não
têm nenhum valor em si, mas agem sobre a imaginação do paciente.
No exame
de um doente, o estudante deve logo perguntar-lhe se não tem ou teve inimizade
com alguém que fosse capaz de lhe fazer mal. Isto lhe poupará muitos trabalhos
inúteis. De fato, todos os que tem desempenhado qualquer missão oculta em favor
de seus irmãos, observaram logo, que há um grande número de doenças produzidas
pela auto-sugestão do próprio doente, que se julga perseguido por inimigos
ocultos e acha que alguém lhe fez mal.
Este estado
agrava-se ainda mais pelo grande número de cartomantes, falsos quiromantes,
espíritos demasiadamente crédulos e vários exploradores que, não sabendo
explicar a razão porque uma pessoa sofre isto ou aquilo, atribuem tudo a
enfeitiçamentos e as coisas feitas.
Quando se
apresenta um caso destes, o adepto pode trata-lo pelo acima indicado, como se o
enfeitiçamento fosse real, deixando para esclarecer mais tarde o doente a
respeito da verdadeira origem da sua doença.
Nos casos
em que tenha de tratar uma pessoa facilmente hipnotizável, o estudante fará
melhor em trata-la pela forma seguinte:
Deve ter
previamente ma pessoa combinada para representar aquela que fez o mal ou
supõe-se tê-lo feito.
Esta
pessoa deve ter uma certa inteligência e habilidade para representar o seu
papel, e achar-se num quarto contíguo ao lugar do tratamento, esperando o
momento entrar em cena.
O
operador diz ao doente que vai obrigar seu inimigo a vir pedir-lhe perdão.
Depois
adormece-o até o sono profundo e faz sinal à pessoa combinada para que entre,
fale com o doente em estado hipnótico e lhe peça perdão, fazendo diversas
afirmativas nesse sentido.
Depois de
despertar o doente, a pessoa que representa aquela que fez o mal, embora se
ache escondida para não ser vista por ele, repetirá as palavras de perdão e
dirá que não lhe deseja mais nenhum mal, procurando, pelo contrário, fazer-lhe bem.
Tais são
os processos da medicina psíquica em geral. A base principal em que eles se apoiam é a sugestão, mesmo no caso das cerimônias, as quais, sem dúvida, tem
muita importância, pela simples razão que influem muito sobre a imaginação do
doente.
LIÇÃO X
Medicina hermética de Paracelso. - Alguns conselhos
práticos.
Os
metais exercem uma ação sobre o corpo humano, quer sendo postos em contato com
ele, quer sendo empregados internamente.
Tal é a
base da metaloterapia, que há pouco se acha admitida pela ciência oficial.
Porém,
este sistema de tratamento sempre foi empregado desde a mais alta antiguidade.
Os
sacerdotes se serviam de ouro, prata, cobre, estanho e pedras preciosas para o
tratamento das doenças.
Os
hermetistas são unânimes em afirmar que os metais curam.
Paracelso, cuja prática na arte de curar nunca pôde ser igualada no
Ocidente, diz:
"Se
os nossos atuais escritos vierem a lume, estou persuadido que a maior parte dos
meus leitores ficará muito admirada pelas insignes virtudes escondidas em
estado latente nos metais, preparados por um artifício manual. Alguns as terão
por supersticiosas, mágicas e super-naturais; outros considerarão como meios
abomináveis e idolátricos, como se fossem necessárias conjurações diabólicas
para sua preparação. Eis qual será seu raciocínio: Quem, pois, pode fazer que
os metais tendo gravados caracteres,
letras e nomes do mesmo gênero, tenham virtudes se uma obra mágica e diabólica
não intervém na sua preparação e confecção? Porém, eu lhes responderei desta
forma: Então credes, como entendo, que, se tais coisas fossem feitas pelo
diabo, teriam sua virtudes e faculdades de operar? Não acreditais, então, que o
Criador da Natureza, Deus que habita nos céus, seja capaz de induzir e conferir
virtudes e faculdades de operar este metal assim preparado, às raízes, ervas,
pedras e outras coisas semelhantes? Como se o diabo fosse mais forte, mais
engenhoso, mais onipotente, mais poderoso do que o Deus único, eterno
onipotente, misericordioso, que, para a salvação e comodidade do homem, criou e
fez nascer gradativamente estes metais, pedras, ervas, raízes e outras coisas
semelhantes, que vivem e crescem na terra, nas águas e no ar? Além disso é
muito certo e foi demonstrado pela experiência, que as mudanças do tempo têm
grande força e influência principalmente se estes metais forem fundidos e
preparados num tempo especial. Isto se verifica e se demonstra de muitas
maneiras pela experiências. Entretanto, ninguém pode demonstrar que os metais
sejam mortos e privados de vida. De fato, seus óleos, sais, enxofres e
quintessências, que são sua reserva mais pura, têm um grande força para ativar
e sustentar a vida humana, e nisto sobrepujam a todos os corpos simples, como
se torna evidente por todos os nossos remédios. Em todo caso, se estes corpos
fossem privados de vida, como. Pergunto-vos, poderiam operar a ressurreição, a
restituição no seio da morte, de uma força nova e cheia de vida aos membros de
corpos doentes e quase moribundos? Com efeitos, isto é notório nas pessoas
desmaiadas, em estado de crise nervosa, nos que sofrem cálculos, nos
sifilíticos, hidrópicos, epilépticos, maníacos, podágricos e em todos os outros
que, para maior brevidade, omitirei. Ora, afirmo-o audaciosamente, os metais,
pedras, raízes, ervas e todos os frutos são ricos d sua própria vida, com esta
diferença apenas: que o tempo intervém na elaboração e preparação dos metais.
De fato, o tempo possui uma força e uma eficácia manifestas: muito argumentos
há para ensina-lo, porém o conhecimento que tem dele o público nos permite
omiti-lo aqui".
Vê-se
quais argumentos o grande hermetista empregava para espalhar o valor da
metaloterapia e importância das influências astrais na preparação dos remédios.
Ora, os
médicos modernos vão se apoderando pouco a pouco do saber oculto e antigo,
tomando-o como descobertas novas.
Muitos
médicos tem declarado a influência irrecusável que os metais exercem sobre as
pessoas de temperamento nervoso.
As
neurastenias, histerias, nevralgias e contrações tem sido diminuídas e curadas
pela ação do ouro, da prata, do cobre, isolados ou reunidos e colocados sobre a
parte afetada.
Para
tratar as nevralgias oculares e unilaterais, certos médicos modernos aconselham
aplicar na fronte, durante a noite, uma faixa, dentro da qual se achem algumas
moedas de ouro ou prata.
O Dr.
Landouzy conta o caso de um sono letárgico produzido pela aproximação de um
imã.
Os metais
agem pela eletricidade o eletro-magnetismo que provocam, operando-se. Desta
forma, uma transformação molecular que se repercute em todo o organismo e
restabelecer o equilíbrio necessário à manutenção da saúde.
O Dr.
Burg foi o primeiro médio que, no século passado, tratou da metaloterapia.
Nas suas
memórias Metaloterapia do cobre (1867) e Metaloterapia ao serviço do Sr.
Professor Verneuil (1877), estabelece o fato que o metal capaz de provocar os
fenômenos não é o mesmo para todos os indivíduos; o doente é sensível a este ou aquele metal.
Devemos
observar que os efeitos produzidos pelos metais são análogos à influência
oculta das pedras: o diamante. A safra, o rubi, a esmeralda, etc., que os
mopdernos stem ridicularizado tanto, sem razão alguma, pois que sabemos que
todos os corpos são mais ou menos elétricos.
Aliás, a
própria eletricidade, que é desconhecida em si mesma, não é mais do que uma
força oculta isto é, desconhecida para nós.
O ilustre
Dr. Charcot curou completamente, pelas aplicações de pedaços de ouro e ferro, e
até a distância, doentes tomados de hemicoréias, hemianestesiads e hemiplegias
causadas por lesões cerebrais.
Por este
pequeno resumo dos trabalhos modernos, vemos que a medicina de Paracelso tem
uma base muito mais profunda do que parece à primeira vista.
O sistema
de tratamento de Paracelso abrange quatro classes principais de remédios ou
quatro espécies de tratamento:
1o.
- Tratamento pela ação interna dos remédios, tirados sobretudo do reino vegetal
e, às vezes, do reino mineral.
2o. -
Transplantação das doenças.
3o. -
Emprego externo dos metais, selos dos planetas, etc.
4o. - Tratamento
por sugestão, com uma substância magnética como intermediária.
DESENHO -
Paracelso aos 47 anos de idade.
Das duas
primeiras classes já tratamos nas lições precedentes. Daremos, agora,
principalmente, as receitas das duas últimas classes que o grande hermetista
empregava no tratamento das principais doenças. Quase sempre ele combinava no
tratamento de uma só doença estas quatro espécies de remédios.
Citaremos
textualmente suas palavras.
RECEITAS HERMÉTICAS DE PARACELSO
Contra a epilepsia
"Nesta doença, devemos observar com atenção se o epilético cai
sempre em crise, e nos mesmos dias e horas, e quantas vezes; se cai durante um
tempo igual ou desigual, se titubeia algum tempo antes da queda ou se cai como
uma massa, de um momento para outro. Feitas estas observações, procurai sua
razão; se for em horas determinadas que cai, não o fará de modo algum de um
momento para outro; porém, se isto acontece em horas indeterminadas, dar-se-á o
contrário, e cairá subitamente e de um só golpe. O primeiro gênero de epilepsia
é mortal, o doente está em perigo, principalmente se a queda é precedida de um
pouco de tremor, como se houvesse pressentimento do mal. Porém, a epilepsia que
derruba de golpe o doente, não é a pior; pelo contrário, é a mais curável. A
primeira é natural, a segunda nada tem de comum com a natureza, e não destrói a
compleição de todos. A primeira abate ou obscurece os sentidos; a última não.
Eis a operação pela qual se combate aquela:
Primeiramente, observa com cuidado quais são o dia e a hora do mais
recente ataque. Uma vez notada esta observação, examina a respeito da hora, a
que planeta pertence. Em seguida, nota o ano do nascimento do doente, inscreve
e observa bem se é um homem ou uma mulher. Enfim, começa a cura, e cada dia,
dia, de manhã, faze-lhe tomar o remédio seguinte, a saber:
Espírito de
vitríolo............................. 5
gotas
Quintessência de antimônio.............. 5 gotas
Quintessência de pérolas................... 5 gotas
"Põe
esta mistura numa xícara de superior água de rosas, e faze o doente bebê-la, no
paroxismo, em qualquer dia. Depois da absorção, terás 4 horas a teu dispor.
Durante este tempo, farás a placa de metal seguinte:
Ouro puro e fino.................... 1/2 onça ( catorze gramas e meia )
Quando a
Lua estiver em 12o de Câncer, funde-a num vaso de argila e derrama
sobre água pura. Observa com cuidado quando se dá a conjunção dos dois
planetas. Nesta hora liquefaz o ouro imediatamente; no momento da conjunção,
acrescenta ao ouro fundido num vaso de argila 1/2 onça de prata fina, de tal
forma que a barra seja metade de ouro e metade de prata. Despeja o metal em
fusão e bate a lâmina para lhe dar a largura da parte transversal da mão.
Corta-a em redor para faze-la triangular e lhe dar a forma seguinte.
"Depois aquece-a ao rubro esbranquiçado e põe-na de lado até que a
Lua ocupe o mesmo signo e o mesmo grau que ocupava no momento do ataque do
próximo. Nesta hora, observa, grava ou escreve na lâmina de ouro e de prata
estes caracteres, sinais ou letras (vide figura adiante). Apressar-te-ás em
acabar esta operação à hora prevista; sem isso ela seria inútil. Antes de
quaisquer outro sinais, gravarás no meio da lâmina o do planeta que rege a hora
durante a qual houve o paroxismo.
"Esta figura foi feita para Jacó Seizen, conselheiro áulico da
Príncipe de Salzburgo; Seizen teve o ataque na hora de Mercúrio. Prepara todos
os outros sinais conforme sua disposição na figura. Se o doente for uma mulher,
substituirás o sinal pelo sinal (deesenho).
Será
necessário pôr também a idade do doente.Jacó Seizen tinha, com efeito, tantos
anos como o indica o número 34 na figura acima. Gravarás o número dos anos em
qualquer ataque, para que, deste modo, a idade seja especialmente gravada.
"Preparada a figura do modo indicado, depois do paroxismo, rasparás
os cabelos na cabeça, conforme o tamanho da lâmina; desde que vires o doente
cair, far-lhe-ás beber a preparação secreta acima descrita. Tu o segurarás
fortemente, enquanto estiver ao chão, até que tenha tomado deste remédio, e lhe
colocarás na parte raspada da cabeça a lâmina que fabricaste; farás de forma
que o lado da gravura esteja em contato com a cabeça. Desata o doente coloca-se
na cama. Depois deste tratamento ele não cairá mais, mesmo depois de um
intervalo de 30 anos. O doente terá sempre esta lâmina na cabeça. E se os
cabelos crescerem, os rasparás todos os meses, no mesmo lugar.
Figura para a conservação da vista
"Fábrica um selo redondo, de chumbo puro e de boa qualidade, à hora
de Vênus, a Lua entrando no signo de Áries. A hora de Vênus gravarás o que se
acha representado no figura abaixo. Depois, à hora de Saturno, fábrica uma
lâmina de cobre, da mesma dimensão que a de chumbo. Sempre à hora de Saturno, a
Lua achando-se em Capricórnio, gravarás os sinais seguintes. Isto feito, deixa
de lado os dois selos, até que Vênus entre em conjunção com Saturno. Então, à
hora e minuto desta conjunção, reúne os dois signos de tal forma que os caracteres
e as figuras estejam em contato. Cobre-os de cera, para protege-los da umidade.
Cose-os na seda e suspende-os ao pescoço à hora de Mercúrio, numa quarta-feira.
Este signo faz recobrar a vista perdida, guarda os olhos de toda dor, dá aos velhos a mesma vista que a dos moços.
Contra a anemia cerebral, o amolecimento do cérebro
e outras doenças do mesmo órgão
Os metais
seguintes todos purificados com antecedência:
Ouro............. 1/2 dracma (uma dracma vale quase meia
grama (exatamente 0,498)
Cobre............ 1 dracma
Prata............. 2 dracmas
Estanho......... 3 dracmas
"Todos devem ser postos em fusão no momento da Lua Nova.
"Espalha-os, e desta massa faze quantos quiseres. Uma vez que se
achem em fusão, não os coloques de novo ao fogo. Se o planeta Júpter entra em
sua casa, isto é, em Pisces, grava de um lado estes caracteres ou sinais, e no
outro escreve as palavras que encontrarás na figura seguinte. À margem da peça,
fixa um anel de ouro, puro e, na Lua minguante, solda-o a fim de poder
suspende-la.
"Pouco importa a ocasião da operação, contanto que seja na hora
governada pelo Sol. É assim que se prepara este selo. Este sinal é muito
poderoso contra as doenças da cabeça e do cérebro. Eis a sua forma:
Segredo poderoso contra a paralisia
"Eis
um remédio que dou aos que já sofreram um ataque de paralisia a fim de
justificar meu Arquidoxo. É verdadeiramente muito eficaz em toda espécie de
casos. Os antigos pensavam com efeito, mas falsamente, que o homem, atacado por
apoplexia, se tornava incurável. Os que estiverem atacados por este terrível
mal, seguirão o tratamento seguinte:
Ouro puro......................... 2 onças
Chumbo............................... 2 onças
(A onça vale quase 29 gramas - exatamente 28.991)
"Ambos devem ser bem purificados. Primeiramente, quando o sol
entrar abaixo do horizonte, neste momento (que deve ser calculado conforme a
época do ano), põe a fundir este ouro num vaso de barro novo e preparado para
este fim. Isto feito, lança o chumbo sobre o ouro e espalha-os imediatamente.
"De
fato, o chumbo une-se imediatamente e no primeiro momento ao ouro. Põe de lado
esta barra. Enfim, quando a Lua passar pelo 12o. grau do signo de
Léo, torna a fundir este amálgama de Sol
e de Saturno que será semelhante ao latão de caldeira. Acrescenta-lhes 3 onças
de Cobre, não te demores, espalha-os logo e põem-nos de reserva. A Lua
achando-se no 12o grau de Escorpião, põe de novo em fusão este
amálgama; durante a liquefação lança-lhe 3 onças de Estanho, espalha-os
imediatamente e guarda-os. Espalha-os de tal forma que corram por uma boa
extensão. Não cortarás, nem estenderás de outra forma esta massa. A entrada do
Sol no signo de Áries, o que se dá cada ano pelo 10o. dia de Março,
gravarás na medalha fundida os sinais como se acham representados na figura. A
gravação deve ser canecada e acabada à hora do Sol. Não há diferença no dia,
contanto que o sol esteja em Áries, como dissemos. Conservarás o signo
preparado desta forma. Em caso de apoplexia, procurarás, cuidadosamente, o
tempo, o dia e a hora do ataque e, no mesmo momento e hora do dia, suspenderás
este selo ao pescoço do doente.
"Este
é um grande mistério. Ao mesmo tempo, tratarás o doente, não mortalmente
atingido, com o ouro potável, estudado por nós.
Contra o cálculo e as areias dos rins
"Para
as pessoas que têm cálculos prepara-se com ouro, prata, estanho ou chumbo, um
selo da forma seguinte:
Chumbo ............................. 1 1/2 dracma
Ouro.................................... 4 dracmas
Estanho............................... 1 dracma
Prata.................................... 3 dracmas
"Põe
todos estes metais misturados num cadinho novo (como os que ourives empregam);
leva-os à fusão no sábado, à décima hora antes do meio dia; a Lua estando no
ascendente, lança no amálgama salitre misturado com tártaro, para que este
amálgama possa ser mais facilmente dúctil e separável. Cortarás e polirás a
barra à hora de Marte do dia de Vênus, dando-lhe a forma exigida. Nada faças à
barra enquanto a cortares. Não lhe soldarás nem anel, nem argolinha, porém a
prepararás com lima para não coloca-la de novo ao fogo, depois da fusão. Por
conseguinte, farás a massa maior, de modo que a argolinha e a peça pertençam ao
mesmo pedaço. Operarás com atenção para fundir no mesmo sentido. Do amálgama
dos metais, sobretudo do chumbo e estanho, a matéria sai particularmente dura,
áspera, impenetrável, dificilmente separável e dúctil ao martelo. Toda esta
preparação realizada, esperarás a Lua Cheia, quando este planeta cheque ao
ponto exato da oposição. Começarás, a gravar neste círculo os sinais seguintes,
e apressarás esta operação de modo que tudo seja gravado numa hora; numa face
gravarás a letra A. Guarda cuidadosamente esta peça até o dia em que Júpter ou
a Lua tenha aspecto dos planetas seguintes: Júpter, Vênus ou Marte. Isto feito,
à hora de Mercúrio, gravarás do lado B os caracteres seguintes, tais como se
acham representados. Suspende a medalha ao pescoço do doente que sofre da
pedra, no dia da Lua, à hora da Lua, e na Lua minguante. Se durante a noite,
faz-se mergulhar este selo em vinho, o doente poderá muito eficazmente nos rins
e areia e o tártaro; aqui também o espírito de vitríolo romano é muito eficaz.
Segue a forma dos caractere e dos selos.
Ungüento vulnerário
"A
simpatia ou harmonia das coisa é causa de muitos acontecimentos. Experimentamos
a verdade deste axioma com a Úsnea encontrada num crânio humano abandonado
algum tempo sob o céu. Com esta úsnea compor-se-á o remédio seguinte:
Usnea........................... 2 onças
Múmia......................... 1/2 onça
Gordura humana........ 2 onças
Sangue humano........... 1/2 onça
Óleo de linho................ 2 dracmas
Óleo de rosa................. 1 onça
Bolo armênio................ 1 onça
"Mistura tudo isto num vaso de barro até a consistência de ungüento
e depois guarda-o numa caixa de madeira. Se te apresentarem uma ferida, molha
um pedaço de madeira com sangue da ferida e planta este pau coberto de sangue
no ungüento, depois que o sangue tenha secado no pau. Todas as manhãs, rodeia a
ferida de um pano novo, antes molhado na urina do ferido. Por maior que seja a
tal ferida, ela será curada, sem emplastro, sem dor alguma. Deste modo, poderás
curar pessoas a vinte milhas de ti com a condição que possas obter uma certa
quantidade de sangue do doente. Pode-se aplicar este remédio a outras doenças,
tais como dores de dentes, etc. Seja qual for a dor, será curada, se plantares
e deixares nesta pomada o pau sangrento. Se um prego muito extenso ferir um
cavalo, põe no ungüento o pau tinto do seu sangue; o cavalo não terá nenhuma
dor. Tudo isto é certamente um milagre e dom divino.
"Por
este mesmo meio, podes também preparar um ungüento que, sem dor, curará toda
ferida, se untares com este ungüento as armas que feriram alguém. O ungüento é
o mesmo que o precedente; só lhe acrescentarás 1 onça de mel e 1 dracma de
gordura de touro. Como nem sempre se tem as armas à mão, a cura pelo pau é
excelente.
Contra a gota dos pés
"Primeiro:
Múmia..................................
Mástique..............................
Mirra vermelha...................
Olíbano................................. 2 dracmas
Amoníaco..............................
Opoponax..............................
Bdélio.....................................
Vitríolo................................... 1 libra
Mel......................................... 2 libras
Tártaro................................... 1/2 onça
Aguardente............................ 3/4 de libra
De todas as
coisas estiladas compõe-se um óleo.
"Segundo:
"Mandíbula inferior de um cavalo; reduzi-la a pó bem fino e
extrair-lhe um óleo.
"Deste
óleo de cavalo, tirar 2 onças e 2 onças do óleo acima. Mistura-os, destila-os e
põe-nos de reserva. Além disso, fabrica os seguintes caracteres:
Ouro fino............................ 1 dracma
Limalha de ferro................ 1 dracma
Prata.................................... 1 dracma
Chumbo .............................. 2 dracmas
Liquefaz
conjuntamente estes metais à hora da Lua Nova. Que o fogo seja forte para que a
limalha de ferro possa, na sua fusão, misturar-se com os outros metais: com
efeito, ela funde-se lentamente. Por conseguinte, será misturada com um pouco
de bórax, para que derreta mais rapidamente. Uma vez em fusão, espalha os
metais líquidos numa pedra extensa para que a lâmina seja menos espessa. Não é
fácil bate-lo, porque a limalha de ferro a torna pouco dúctil. Depois, à hora
exata em que Saturno está em conjunção com Marte, grava e termina as palavras,
sinais ou caracteres.
"Das
peças que seguem, há duas que serão gravadas e marcadas de um só lado, como
segue:
"Se
marcaste e acabaste, durante a hora da conjunção de Saturno e Marte, as duas
peças acima, põe-nas de lado, separadas uma da outra, afim de que não tenham
contato entre si. Depois, faze um pequeno selo de ouro puro e fino. Quando
Vênus celeste estiver em conjunção com Saturno e Marte, grava estes caracteres,
sinais ou nomes no selo. Se aproximares os selos, toma cuidado ao faze-lo.
Vênus em conjunção com Saturno, aplica a peça marcada 2 sobre o lado marcado 4.
Vênus em conjunção com Marte, aplica o lado marcado 5. A Lua achando-se no 6o.
grau de Câncer, coloca as três medalhas na ordem e umas contra as outras, de
tal modo que a peça de ouro esteja no meio, e volta-as na ordem indicada.
Depois fura as três peças pelo meio e suspende-as as pescoço do doente,
reunidas, presas por um fio de ferro que as atravessará. Estende sobre os seus
ombros e óleo indicado acima. Verás em seguida as operações notáveis da
natureza, mesmo em sexagenário. Segue a forma da peça de ouro.
"Ouro, em peso igual à peça de ouro da Hungria. Deve-se puro, limpo
de toda escória e passado três vezes pelo antimônio. Acrescenta um pouco de
bórax e põe a fundir quando a Lua se acha no 19o. ou 20o.
grau de Capricórnio. Uma vez liquefeita esta mistura, põe na mesma hora 30
grãos de limalha de cobre, e espalha.
Põe de reserva até que a Lua esteja no mesmo grau de Escorpião; põe em fusão e
ajunta 30 grãos de limalha de ferro. Espalha ainda e põe de lado até que a Lua
entre em Léo. Depois faze a lâmina e acaba de fazer tudo, mesmo a gravação dos
sinais. Faze isto à hora de Júpter. Aqui é inútil das atenção à Lua, enquanto
não se tratar de suspender o selo. A hora de Júpter, grava os sinais dos dois
lados da medalha, como segue. Trarás contigo este selo envolto e costurado em
linho; porém, não deve estar em contato com nenhum objeto. É preciso
suspendê-lo no dia de Júpter e à hora de Júpter. Seguem as formas dos selos:
Para os mênstruos da mulheres
"É um
grave incômodo o que ataca o sexo feminino e principalmente a uma certa idade.
São mais sadias e mais fortes aquelas que, em certas épocas, tem falta ou
abundância de mênstruos. Há duas maneiras de cura-las: primeiramente, forçar o
derramamento excessivo dos mênstruos, parar e readquirir seu normal; depois,
provocar os mênstruos ausentes. Porém, não se deve agir contra a natureza: isto
traria conseqüências mortais.
"Primeiramente, para fazer vir as regras em atraso, fabrica à hora
de Vênus um selo de cobre puro e sem amálgama: demonstraremos logo a razão. Se
não puderes faze-lo numa hora, deixa-o de lado até à volta desta hora. Acaba
então a obra começada.
"Este
selo deve ser feito de uma só peça. A mulher o trará suspenso por um fio que
transpassará as duas argolinhas de modo que a medalha seja fixada nas costas
contra o sacro, no fim da espinha dorsal. Os caracteres devem estar voltados
para as costas. É necessário faze-lo à hora da Lua, estando em seu declínio ou
já tendo desaparecido.
"Se
as regras são mais excessivas do que a natureza o comporta, grava à hora do Sol
este caracteres em prata pura:
"A
mulher trará esta peça não em contato com a pele porém envolvida em seda e
presa ao umbigo, de modo que o lado marcado 10 olhe para o corpo. Se o fluxo
tarda ainda, trará o selo durante 30 dias e depois o tirará. Se o trouxesse
constantemente, o fluxo seria contínuo e, neste caso, seria pior que antes.
Contra a lepra
"Os
atuais remédios são de pouca utilidade para aqueles que são leprosos d
nascimento; temos, porém, outros eficazes. A lepra, em virtude, pode ser
atenuada, porém não curada radicalmente no sangue, por uma poção na qual se pôs
ouro. Eis a causa: todo homem são traz em si um bálsamo particular. O leproso
não o tem, portanto não é são: nenhum membro gelado tem bálsamo nele. O leproso
não sente até a força do ouro descer ao estomago. Se este, depois distribui
ouro aos membros, certo humor (dado pelo ouro ou saído dele) torná-se
semelhante a esse bálsamo. É por isso que a ação e a marcha da lepra são
paralisadas até o gasto da força do ouro. Os médicos não podem distinguir a
lepra, se o doente, três dias antes da consulta ou visita, tomou ouro. Aqui
falamos não dos leprosos absolutos, mas daqueles cujoS SINTOMAS SÃO MAL
DEFINIDOS. Neste caso, há um remédio muito eficaz no emprego simultâneo dos
remédios e do selo. O selo se faz um pouco grande, de ouro fino e puro, sendo
preparado à hora de Saturno. Os caracteres são gravados à hora do Sol, o Sol e
a Lua estando em Léo, o que se dá no mês de Julho.
"Pendurarás este selo ao pescoço do leproso. À hora de Vênus, e a
Lua achando-se no Ascendente. Pode-se mergulha-lo numa bebida e administra-la,
depois pendura-lo de novo. Todos os na os, é preciso faze-lo de novo no mês
Julho. Sua força desaparece cada ano, o
que permite à lepra trabalhar comodamente no corpo humano que atacou e
de que se apoderou.
Contra o espasmo
"Faze
uma mistura de ouro, prata, cobre e ferro que estenderás com o martelo em
cumprimento e largura. Depois faze um selo à hora de Saturno, depois do Sol
posto. Faze também um anel com os mesmos metais, grava neles os signos
seguintes e coloca-os imediatamente depois no dedo auricular da mão esquerda. É
preciso fazer tudo isso no tempo, hora e dia referidos.
Contra a palpitações do coração
"O
coração do homem bate às vezes muito intensamente. A isto chamamos palpitação
do coração. Esta doença é freqüente nos grandes e nos príncipes; dificilmente
ataca as pessoas do povo. Isto prova evidentemente que, pela sua providência
admirável. Deus deu a cada classe seus males e seus sofrimentos particulares,
não tendo consideração para com ninguém. Esta doença está longe de ser
insignificante. Quando ataca as raízes da vida, não só tortura o doente por
freqüentes síncopes, mas por fim mata-º Ela tem sua origem na membrana que
envolve o coração. Para remedia-la, examinarás o tempo e prepararás um selo da
forma seguinte:
No dia da Lua e à hora da Lua, toma:
Prata ..................................... 1/2 onça
"Põe num cadinho de barro e deixa até o momento do nascer do sol,
isto é, às quatro horas na ordem das horas, móveis. Neste momento, põe a prata
ao fogo e liquefaze-a . No metal liquefeito, põe 2 dracmas de ouro bom e fino,
aperta tudo conjuntamente e não o espalhes.Deixa-os resfriar até à hora de
Vênus. Depois liquefaze de novo e põe 2 onças de cobre puro. Isto feito,
espalha-os, bate a barra bem fina, e prepara-a para receber os sinais. Espera
um bom aspecto da Lua e de Vênus. Sob este aspecto, grava depois dos dois
primeiros sinais a palavra pannositam e nada mais. Grava-se conforme a forma
prescrita. Em seguida, no momento da Lua nova grava em baixo os três sinais
inferiores seguintes, de tal modo que os superiores estejam acima deles.
Passada a Lua nova, deixa de lado até a lua cheia seguinte.
"Isto feito, espera a passagem do Sol em Léo;
durante a primeira entrada do Sol, grava do outro lado estes caracteres e
sinais. É preciso que todas estas operações sejam começadas e acabadas na hora
indicada. Suspenderás à hora da Lua cheia, no momento exato da oposição.
Preparação de óleo de coral e de súcino para o
coração
Sal comum ........................... 3 minas (A
mina valia 358,6 gramas)
Coral .................................... 1 libra
Moer
conjuntamente e reduzir a pó bem fino. Pôr depois num alambique e cobrir com a
pasta seguinte:
Barro comum ou argila. Osso da cabeça de quadrúpede.
Limalha de ferro, vidro, sal comum, cerusa, tudo bem misturado.
"Depois coloca o vidro untado com barro num forno com alambique,
cheio de areia, e submete a um fogo lento. Em seguida, sustenta-o gradualmente
até que os espíritos e a radiações subam ao recipiente. Aumenta o fogo para
evaporar toda a água. Este óleo de coral é um remédio admirável para as
palpitações do coração se for empregado só e sem auxiliar.
Contra a vertigem
"Os
que são atacados de vertigem vêem o céu e a terra girar ao redor deles. Outros
vêem voltejar diante dos seus olhos moscas e fumaças. Os que sofrem tais
sintomas são predispostos estão predispostos à epilepsia ou à apoplexia.
"É por
uma perversão do cérebro que um vapor espesso do estomago, descendo de novo
pelo nervo ótico, da cabeça ao estomago, e subindo outra vez à cabeça,
obscurece o espírito tanto dos olhos como dos outros sentidos. Contra esta
afecção faze um selo da forma seguinte:
"A
hora de Marte, no dia de Júpter (quinta-feira), a Lua estando em Áries (não há
aspecto de Marte mais favorável e neste momento nenhum planeta está em mau
aspecto com Marte), portanto, à hora indicada:
Prata ..................................... 5 dracmas
Ferro...................................... 2 dracmas
Ouro....................................... 1/2 onça
"Põe
juntos em fusão estes três metais, puros e escolhidos. Depois da fusão, bate-os
com um martelo até reduzi-los a lâmina fina e acrescentarás uma argolinha ou
pequeno anel. Grava neste selo os sinais seguintes e pendura-o à hora da Lua
cheia, no momento exato da mudança.
"Trazendo este selo, poderás também acrescentar este remédio:
Ouregão....................................... 4 grãos
Unicorne (espécie de planta)...... 2 grãos
Musgo.......................................... 1 grão
Espírito de vitríolo...................... 3 grãos
"Fazer tomar este remédio com uma colher de prata, pelas 3 horas da
manhã, durante treze dias, de tal modo que o doente tenha sempre uma hora para
dormir.
Contra a paralisia ou contração
"O
remédio desta doença é o óleo de enxofre, que não é para desprezar. Tu o
prepararás assim:
"Enxofre em pó muito fino 1/2 libra. Põe num vaso de barro sobre o
qual colocarás um alambique de vidro, e sublime. Coloca num quarto úmido afim
de dissolver todo o enxofre que subir e ficar no alambique. Resultará que, no
fim de algum tempo, ficará óleo. Depois prepararás a composição seguinte:
Óleo e
enxofre............................................ 2
Aguardente.................................................
4
Sabão
húngaro............................................ 3 onças
Óleo de oliva................................................
1
Óleo de
rosa................................................. 1
"Opera
o cozimento destas substâncias como precedentemente para o ungüento da gota.
Cuida que não se inflame; com efeito, arde rapidamente. Num banho seco, estende
esta pomada sobre os membros, trinta dias seguidos. Ela convém principalmente
aos membros inertes.
Para a fratura dois ossos
"De
qualquer modo que os ossos sejam quebrados, amassados ou contusos, sendo eles
variavelmente atacados, unta-os com o ungüento seguinte, desde que tenham sido
ajuntados e unidos de novo. E desta forma todos os fragmentos serão de novo
completamente consolidados.
Mel ........................................... 2
onças
Antimônio, óleo de vitríolo..... 2 dracmas
Gordura de texugo.................. 1 onça
Sebo de veado.......................... 2 onças
Cera ......................................... 2
onças
Sabão........................................ 1 onça
Terebintina.............................. 1 1/2 onça
Gordura de urso...................... 1 onça
"Este
ungüento cura admiravelmente, se for esfregado por mão quente, num lugar
quente, afim de faze-lo penetrar.
Ungüento simpático contra a gota
"Se
tiraste sangue de um indivíduo atacado por esta doença ou lhe aplicaste ventosas,
guarda este sangue, sem que ele o saiba; que ignore o seu destino. Destila este
sangue a fogo brando ou em banho-maria, mais ou menos 3 vezes.
Água
resultante...................................... 2 onças
Acrescentar:
Gordura humana............................ 1
Óleo rosado......................................
1/2
Sabão veneziano bem liquefeito..... 1/2
Gordura de urso.............................. 1 onças
Suco de saião grande....................... 1
Medula e touro................................. 1/2
"Põe
estas substâncias num caldeirão de cobre; submete-as a um cozimento lento até
que a mistura tenha adquirido consistência de uma sopa; agita sem cessar com
uma espátula de madeira. Quando tiver chegado à consistência de ungüento,
estará suficientemente cozida. Depois, uma vez por semana, a Lua estando no
ascendente, escarifica a planta dos pés do doente, no luar atacado pela gota e
num lugar quente esfrega teu ungüento sobre a escarificação. No fim de sete
semanas, a gota terá desaparecido. A força desta pomada está na razão direta da
sua velhice. Guardará durante dez anos sua eficácia, contanto que esteja em
lugar fresco.
CONCLUSÃO
Tivemos
ocasião de experimentar algumas destas receitas de Paracelso e os resultados
compensaram completamente os nossos esforços.
O
estudante deve observar que o método dr Paracelso combina sempre o magnetismo
com a sugestão e as influências astrais.
Outros
investigadores têm obtido também excelentes resultados. Seja-nos lícito citar,
entre outros, o seguinte caso relatado por Sédir numa carta dirigida a Papus.
A medicina hermética
"Ao
Sr. Papus Presidente do G. E.
Paris, 29 de
Maio de 1893.
"Meu
caro Papus,
"Eis a
pequena história que me pedistes por escrito: Um dos meus amigos contraiu
ultimamente, em conseqüência de uma mau regime e de fadigas físicas muito
prolongadas, uma sinovite: o andar se lhe tinha tornado quase impossível em
dois ou três dias.
"Eu
lhe propus tentar um tratamento por um método renovado de Paracelso, e que lhe
expliquei; tendo modelado com cera e óleo uma pequena redução do lugar da
inflamação, eu agi uma noite, enquanto o doente estava entregue ao sono, com a
intenção de parar esta inflamação; minha ação durou uma hora: é bom dizer que
as nossas residências estavam separadas por uma dezena de quilômetros. No
terceiro dia vi chegar meu amigo encantado e agradecendo-me efusivamente: toda
dor tinha desaparecido e ele tinha podido fazer uma caminhada de oito léguas
sem cansar-se.
"Sou
cordialmente vosso devotado
SÉDIR"
A primeira
vista, a preparação destes parece muito difícil ou dispendiosa, porém, na
verdade, com um pouco de prática, o estudante facilmente conseguirá faze-los
com um gasto que será logo compensado.
A gravação
dos caracteres e sinais necessita apenas um pequeno buril, um martelo e um
pouco de prática,coisas que qualquer um pode adquirir.
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ÍNDICE
LIÇÃO I
- Os fins principais da iniciação
hermética. - A medicina oculta.
Primeiro grau
Segundo grau
Terceiro grau
LIÇÃO II - A
medicina do corpo. - Origem da alopatia.
BOTANOLOGIA
PLANTAS DA LUA
Indicações terapêuticas particulares
PLANTAS DE MERCÚRIO
Indicações terapêuticas particulares
PLANTAS DE VÊNUS
Indicações terapêuticas e particulares
PLANTAS DO SOL
Indicações terapêuticas particulares
PLANTAS DE MARTE
Indicações terapêuticas particulares
PLANTAS DE JÚPTER
Indicações terapêuticas particulares
PLANTAS DE SATURNO
Indicações terapêuticas particulares
LIÇÃO III - A
medicina do astral - Origem da homeopatia
LIÇÃO IV - A
medicina psíquica - Origem da sugestão, do magnetismo e do
hipnotismo
LIÇÃO V
- A medicina hermética - Síntese das outras
I - O
Princípio Astral
II - O Principio Venenoso
III - O Princípio Natural
IV - O Princípio Espiritual
V - O
Princípio Divino
AS BASES FUNDAMENTAIS DA MEDICINA
I -
Filosofia
II -
Astronomia
III - Alquimia
IV - A virtude do médico
Preparação hermética das plantas
LIÇÃO VI -
Determinação das doenças - As doenças físicas - As doenças astrais - As doenças
mentais ou os psíquicas.
Quando das influências planetárias em atividades
durante o ano terrestre
Signos correspondentes às diversas partes do corpo e
as forças mentais
Partes do corpo governadas pelos planetas
Centros motores e sensitivos
Faculdades morais e intelectuais
LIÇÃO VII -
Tratamento das doenças de origem física
LIÇÃO VIII -
Tratamento das doenças de origem astral
LIÇÃO IX
- Tratamento das doenças
psíquicas - Doenças da idéia, obsessão, etc.
Ação indireta
Ação direta
LIÇÃO X - Medicina hermética de Paracelso - Alguns
conselhos práticos
RECEITAS HERMÉTICAS DE PARACELSO
Contra a epilepsia
Figura para conservação da vista
Contra a anemia cerebral, o amolecimento do cérebro
e outras doenças do mesmo órgão
Segredo poderoso contra a paralisia
Contra o cálculo e as areias dos rins
Ungüento vulnerário
Ungüento das armas
Contra a gota dos pés
Selo contra a paralisia
Para os mênstruos das mulheres
Contra a lepra
Contra o espasmo
Contra as palpitações do coração
Preparação de óleo de coral e de súcino para o
coração
Contra a vertigem
Contra a paralisia ou contração
Para a fratura dos ossos
Ungüento simpático contra a gota
Editora Pensamento
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