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terça-feira, 31 de dezembro de 2013

MEDICINA - NATURALISMO - CIÊNCIAS HERMÉTICAS - Medicina Oculta Conforme Paracelso

MEDICINA  OCULTA

LIÇÃO I

Os fins principais da iniciação hermética. - A medicina oculta.


   O hermetista ou adepto do Hermetismo é, ao mesmo tempo, médico do corpo da alma e do espírito.

   Outrora a ciência era organizada nas suas menores seções em corpo, alma e espírito.

   O iniciado estudava sempre os fatos (corpo), as leis (alma) e os princípios (espírito) em ação na Natureza.
   A Ciência, como a Natureza, era viva.

   Nos antigos santuários, a natureza era estudada no seu Corpo, na sua Vida e no seu Espírito, formando tudo uma só e única ciência.

   O estudo do Corpo revelava as leis da Organização universal, tanto a natural como a social.

   O estudo da Vida permitia compreender as leis da transformação.

    O estudo do Espírito descobriu as leis da criação.

    Possuindo estes conhecimentos, o hermetista dirigia as organizações sociais e explorações terrestres; era o legislador e o engenheiro.
    Transmutava os metais vis em prata e ouro, e os animais e vegetais úteis para o homem; era o alquimista.

    Podia ainda, sob certas condições, criar entes vivos. E devido a estes conhecimentos dos seus adeptos que o Egito constitui ainda hoje a admiração dos nossos homens de ciência pelas suas construções gigantescas, pelos fenômenos que aí se passam, pelas descobertas maravilhosas que aí se fazem.

    Ouçamos o que diz a respeito do Egito, Champol-lion-Figeac:
    " Tudo foi singular ou misterioso neste País para sempre célebre.

As primeiras paginas dos anais humanos nos entretem com seus imensos trabalhos e sua glória: sua constituição física era caracterizada por fenômenos particulares, e o progresso das ciências não enfraqueceu, em nossos dias, o grande interesse que sempre excitaram.

   "As origens do rio ao qual deve sua existência e sua fertilidade, nos são desconhecidas como eram aos mais  antigos observadores da Natureza; e este rio merece ainda o culto divino eu uma filosofia reconhecedora lhe deu há mais de quatro mil anos.

É sempre o Pai nutridor do Egito e as variações extraordinárias que se manifestam periodicamente no seu estado, exerceram grande influência sobre as vistas políticas e os estabelecimentos dos primeiros legislativos.

    "Os maiores fenômenos morais se desenvolveram ainda nesta terra desde a origem das sociedades humanas.

    "Então, o isolamento dos povos lhes impedia encontrarem e combaterem-se. O vale do Nilo gozou por muito tempo a calma tão necessária às nações como os indivíduos para elaborar grandes pensamentos e fundar sobre bases sólidas a felicidade pública ou doméstica.

O País foi observado com atenção e perseverança inesgotáveis; o conhecimento das leis do clima inspirou regras de polícia que participaram da constância destas leis; uma experiência refletida concorreu incessantemente para torná-las mais completas e mais perfeitas, e a constituição política propôs-se a submeter a regras certas os próprios movimentos da vontade e da inteligência gerais, à imitação destas leis eternamente semelhantes que submetem cada dia o solo do Egito à ação dos mesmos fenômenos.


    "Os sábios egípcios prenderam-se com rara predileção a tudo o que era em si verdadeiro, útil e durável. A felicidade de todos era o fim do seu estudo do homem e da natureza, estudo esclarecido pela constância, fortificado pela solidão; estes sábios compreenderam felizmente que, para chegar este nobre fim, deviam tornar-se ao mesmo tempo reis e pontífices, adivinharam assim os verdadeiros fundamentos da sociedade humana, e aquela que criaram no Egito teve uma duração que nenhuma outra igualou ou talvez jamais igualará, testemunha irrecusável do poder das leis habilmente apropriadas ao espírito e aos costumes do povo que governam, e também das luzes, do desinteresse e da probidade do legislador.

    "Nosso espírito comove-se profundamente ao espetáculo desta organização moral e política do antigo Egito, que parece ter saído das mãos do Criador perfeitamente dotado das instituições mais necessárias à sua existência e ao seu desenvolvimento social; com efeito, ignoram-se as suas origens e, nas épocas mais afastadas às quais a crítica histórica remonta, ela encontrou o Egito com suas leis seus costumes, suas cidades seus reis e seus deuses; e atrás destas mesmas épocas, havia ainda ruínas de épocas mais antigas.

   "Em Tebas, partes arruinadas de diversos edifícios permitem reconhecer restos de construções anteriores, empregados como materiais nestes mesmos edifícios que existem hoje desde há 36 séculos"

    Esta citação um pouco extensa nos mostra quando o progresso do Egito deve ao conhecimento dos seus iniciados.

A iniciação hermética tinha por fim formar homens verdadeiramente sábios que pudessem empregar seus conhecimentos para a felicidade moral e material da nação e do povo.

    O iniciado estudava as leis da Natureza pelo estudo dos três planos de manifestação, procurando sempre descobrir o mecanismo da ação em conjunto destes três planos.

    A iniciação hermética tinha por fim desenvolver no homem a vontade e suas melhores qualidades.

    Depois de ter adquirido o conhecimento total, o iniciado tinha de adapta-lo para instruir e aperfeiçoar seus irmãos.

    Este sacerdócio do hermetista compreendia a teurgia, a terapêutica, a taumaturgia e a magia.

    Além destas, havia outras adaptações dos conhecimentos herméticos, cuja enumeração seria muito extensa.



    Papus traça o retrato moral do hermetista nestes termos:

    "Quando o iniciado tinha, depois de um trabalho incessante, penetrado por si só os segredos da Unidade, tinha a faculdade de especializar-se para adaptar, em proveito da multidão, um dos aspectos do Absoluto.

É proibido ao homem, em todos os planos, guardar para si  só as riquezas materiais ou intelectuais de que é na Terra um simples depositário, pois a cristalização da alma espera, do outro lado, aqueles que cultivaram o egoísmo em qualquer das suas forma.

O trabalho acumulado pelo iniciado devia, pois, antes de tudo, aproveitar à massa dos deserdados; eis porque aquele que se tinha elevado tanto, devia por sua alta ciência ao serviço de todos, e isto gratuitamente. 

    "Então nasciam as adaptações do Absoluto às contingências da vida humana.

No Colégio dos Sábios, um consagrava sua ciência à evolução das almas pelo apelo das forças divinas: era o teurgo; outro dirigia-se ao meio dos doentes e feridos, e afastava o sofrimento: era o terapeuta, que, geralmente, era também taumaturgo.

Tratava-se de agir diretamente sobre a Natureza e não sobre a Humanidade: o mago mandava as forças intelectuais do plano físico, e fazia brotarem as fontes em país estéril ou desmaterializava os blocos de granito; o hermetista, terapeuta da Natureza, criava pela sua ciência os metais preciosos que enriqueciam o Colégio dos Sábios e lhe davam o meio de ação necessária."

   A iniciação hermética tem por objeto reintegrar o homem no seu estado primitivo, isto é, no seu estado de felicidade antes da queda no Éden.

   Ela permitia ao homem elevar-se do submúltiplo à Unidade original.

   Tendo chegado a este ponto, o iniciado trabalhava para a reintegração dos seus irmãos.

   Para alcançar seu fim, o hermetista começava pela regeneração do seu físico, por meio de um regime apropriado que lhe permita adquirir um sangue puro.

   Regenerava seu corpo astral pelos exercícios respiratórios, a ausência de toda sensação e sentimento, ou a cultura dos sentimentos nobres e elevados, tais como o das artes e o da observação da Natureza.

   A sua mente era regenerada pela meditação e o exercício do Verbo, a verdadeira prece mágica.

   Ao mesmo tempo, o neófito procurava desenvolver o poder total do seu ente, a "Vontade".

   A parte as provas de coragem e de sangue frio por que passava o neófito, das quais falaremos incidentalmente, eis como se realizava esta regeneração.

   O iniciado era submetido a um regime cada vez menos carnívoro, comia verduras e frutos, abstinha-se de sal, favas, feijões e outros legumes prejudiciais aos intestinos  e ao estomago, pois estes órgãos devem estar perfeitamente limpos.
   Ao mesmo tempo praticava a respiração profunda, a fim de aumentar o sangue e torná-lo de qualidade mais pura. A respeito do emprego da respiração pelos Egípcios, podemos dizer que os egiptólogos modernos descobriram fragmentos do antigo Livro das Respirações, que era empregado na iniciação hermética.

    O estudo das belezas da Natureza, das artes e, sobretudo, da música, desenvolvia os sentidos internos do neófito que, pela meditação e concentração mental, ajudadas pelo seu regime, ensaiava a saída em corpo astral e aprendia a agir nos dois planos.

    Os antigos podiam elevar-se muito neste  caminho, pois a vida daquele tempo não era cheia de lutas como a do nosso século.

    O templo dava ao neófito tudo o que lhe era necessário, e ele podia estudar sossegado sem ter que pensar no seu sustento.

    Porém, nós não podemos segui-los no mesmo caminho. A nossa iniciação nos mistérios da Natureza deve ser mais  lenta, mais ponderada, se não quisermos romper completamente o nosso equilíbrio em vez de caminharmos mais para ele.

   Por esta razão, dividimos o desenvolvimento do nosso estudante em três graus.

   Em cada grau é necessário não esquecer que a regeneração deve ser física, mental e moral ao mesmo tempo.

   O estudante deve purificar e desenvolver o físico por meio de exercícios e uma alimentação conveniente: as emoções e os sentimentos, pela audição de música escolhida e a observação de fenômenos grandiosos da Natureza; o intelecto pela leitura e meditação de obras notáveis e valiosas.

   O silêncio das paixões, tranqüilidade da mente, os raios do sol e o ar deixarão o sangue mais puro do que qualquer espécie de droga depurativa.

   No seu regime alimentar, o neófito se abstinha completamente do sal (cloreto de sódio), e o discípulo que queira passar para o regime vegetariano deve reduzir o uso do sal cada vez mais, chegando a abster-se completamente dele depois de um ano ou mais. 

   Com o emprego do sal, os bons efeitos do regime vegetariano se acham consideravelmente reduzidos.

   Vamos, agora, traçar o caminho a seguir para o discípulo obter a regeneração do seu ente.



Primeiro grau

    No volume Educação Pessoal demos princípios gerais sobre o desenvolvimento de cada um, os quais podem ser considerados como base geral da regeneração individual.

Aqui daremos regras mais positivas e cada vez mais difíceis de seguir, porém que recompensarão o esforço daquele que as praticar ou mais se aproximar delas.

    Os exercícios indicados devem ser praticados diariamente, se for possível, à mesma hora e durante um tempo sempre igual.
    É a pratica metódica dos exercícios que produzirá mais resultados do que os exercícios em si mesmos.

    No primeiro grau, o estudante começará regularizando bem a sua ração alimentar.

    Não deve passar fome, porém deve alimentar-se moderadamente para que o estomago fique sempre leve.

    Na alimentação é necessário mastigar os alimentos até que formem uma só massa compacta.

    Esta regra é muito importante e deve ser seguida o mais escrupulosamente possível.

    Ao levantar-se, o estudante sentar-se-á no leito e fará 10 minutos de meditação sobre os seus progressos e o fim que deseja alcançar.

    Depois disso, o estudante praticará o seguinte exercício respiratório:

    1o.  tempo - Aspirar o ar lentamente, enchendo primeiro o ventre e depois o peito durante 3 segundos.

    2o.   tempo - Reter o ar nos pulmões durante 15 segundos.

    3o.  tempo - Expelir todo o ar em 6 segundos.

    4o.  tempo - Conservar os pulmões sem ar durante 15 segundos.

    O progresso do discípulo na prática deste exercício está na razão direta da regularidade dos movimentos respiratórios.
    Este exercício aumenta a longevidade.
    Conforme Vierwordt, a prolongação do intervalo entre a respiração e a expiração e vice-versa, tem uma influência notável sobre a quantidade de ácido carbônico contido no ar inspirado.

     Eis o que diz a esse respeito:
     "Fiz quatro séries e experiências para determinar até onde ia esta influência sobre a quantidade de ácido carbônico que sai dos pulmões.

     "Na primeira série, diz o Dr. Paul, fechou a boca e tapou o nariz durante um certo tempo que variava de vinte segundos a um máximo de sessenta que não pôde ultrapassar; fez, depois, uma inspiração tão profunda quanto ´possível durante um intervalo mais ou menos longo, no fim do qual fez a mais profunda expiração possível. Pode prolongar esta experiência até 70, 80 e 120 segundos.

    "Na terceira série fez uma inspiração ordinária antes de suspender os movimentos respiratórios, e depois de ter levado esta suspensão a 39 segundos, fez uma expiração ordinária.

    "Na quarta série das suas experiências procurou determinar em que período, depois de para os movimentos respiratórios, a quantidade de ácidos carbônico contida nos pulmões e no ar é igual; achou que esta condição se produzia no fim de 40 segundos.

    "Dispõe os resultados das três primeiras séries de experiências em vários quadros, mostrando, de um lado a diferença entre a quantidade absoluta e a qualidade por cento do ácido carbônico contido no ar expirado em diferentes períodos, depois da suspensão dos movimentos respiratórios nas condições designadas; e, de outro lado, as quantidades análogas quando os movimentos respiratórios se produzem de modo normal.
    "Na primeira série de experiência, a quantidade por cento de ácido carbônico contido no ar expirado, depois dos movimentos respiratórios terem sido suspensos durante vinte segundos era mais elevada 1,73 do que quando estes movimentos tinham lugar normalmente.

Porém, a quantidade absoluta de gás no ar expirado é de 33,445 polegadas cúbicas por minuto; por dia 994,199 graus de carbono. Quando há só uma respiração por minuto, a quantidade por cento de ácido carbônico no ar expirado pode ser avaliada em 6,42 e a quantidade absoluta em 19,581 polegadas cúbicas por minuto; por dia, 351,9244216 graus de carbônico.

     "Na segunda série de experiência, em que começava por uma inspiração tão profunda quanto podia, seguida, depois da suspensão dos movimentos respiratórios, de uma profunda expiração, a quantidade de ácido carbônico formado nos pulmões durante os quinze primeiros segundos era um pouco mais forte do que teria sido, se os movimentos respiratórios tivessem sido suspensos durante 95 segundos; ela diminuía até 14,078 polegadas cúbicas; por dia, 244,83 graus de carbono.

No fim de 100 segundos, a quantidade por cento de ácido carbônico era 3,08 acima da quantidade normal da respiração ordinária.

    "Na terceira série de experiência o ácido carbônico no ar expirado no fim de trinta segundos ultrapassava 1,565 por cento a quantidade normal. Quando duas eram as respirações por minuto, a proporção de ácido carbônico o ar expirado era 5,65 por cento.

     "O número normal das respirações é de 12 por minuto.
O volume médio de cada respiração é 30,5 polegadas e a proporção de ácido carbônico é normalmente 4,1 por cento por volume.

Resulta, evidentemente, destas experiências que a quantidade absoluta de ácido carbônico que sai dos pulmões num tempo dado é menor na expiração retardada do que na expiração normal; ao passo que a proporção atrasada do que na expiração normal." **

** Dr. N.C. Paul, num artigo do Theosophist.

    Diminuindo a absorção do ácido carbônico por meio de prolongamento dos intervalos respiratórios, também a quantidade de ácido expirada será menor, o que é importante para a saúde do discípulo, e se acha demonstrando pelas experiências do autor acima citado.

    O exercício que indicamos deve ser praticado três vezes por dia, com o estomago vazio.

    É muito perigoso para a saúde praticá-lo com o estomago cheio.

    No caso em que o estudante não possa marcar os segundos de duração de cada tempo, poderá contar mentalmente os números da forma seguinte:

    Para o primeiro tempo, de 1 a 7 ; para o segundo de 1 a 30; para o terceiro, de 1 a 14; e para o quarto, de 1 a 30.

    Depois de feito este exercício, deve terminar, nas sessões da manhã e da noite, com o exercício da cura de movimento.

    No ato respiratório, o estudante deve imaginar que o ar dirige para todas as partes do organismo.

    Depois de um mês a dois desta prática pode passar ao segundo grau e praticar exercícios mais difíceis.

Segundo grau

    No segundo grau, o discípulo entra numa fase muito importante da sua regeneração.

    Começa a dirigir-se de acordo com as leis mais importantes da vida mais os seus atos e pensamentos.

    Os tempos dos exercícios respiratórios indicados no grau anterior serão aumentados nas seguintes proporções:

     1o. tempo - Inspiração: 6 segundos
     2o. tempo - Pausa: 60 segundo
     3o. tempo - Expiração: 12 segundos
     4o. tempo - Pausa: 60 segundos

     Deve dirigir suas correntes respiratórias de acordo com as regras expostas por Rama Prasad, na sua Ciência da Respiração, de que vamos resumir que a parte que trata da influência dos Tattwas sobre a saúde e as ações e estados mentais correspondentes a esses Tattwas.

     Vimos como a função respiratória tem uma grande importância no progresso do individuo.

     De fato, é pela respiração que nos pomos em contato com a vida terrestre pela atmosfera e daí com a vida universal.
     Querendo, pois, aproximar-se cada vez mais da Natureza, o estudante tem de regularizar os seus movimentos respiratórios de acordo com as vibrações do Grande Alento universal.

     A terra, como organismo vivo que é, aspira e expira as correntes vitais emanadas do Sol e refletidas pela Lua.

     A corrente solar é positiva e dirige-se do Oriente para o Ocidente passando pelo pólo norte.

     Pelo contrário, a corrente lunar é negativa e dirige-se do Ocidente para o Oriente passando pelo pólo sul.

     No organismo humano dá-se um fenômeno análogo.

     A corrente solar ou positiva(Súria Svara) penetra pela narina direta e desce pelo lado direito do corpo.
     A corrente lunar ou negativa (Chandra Svara)  penetra pela narina esquerda.

     Os nervos pelos quais se exerce a respiração lunar, inclusive a narina esquerda, chama-se artéria lunar (Chandra Nadi). A narina direita e os nervos pelos quais se efetua a respiração solar formam a artéria solar (Súria Nadi).

     Quando um indivíduo se acha em perfeita saúde, a  respiração segue as leis que vamos expor em seguida.

     A corrente da respiração começa exatamente ao nascer do sol e muda de duas em duas horas aproximadamente.

     No primeiro dia a Lua Crescente (Lua Nova a Lua Cheia), exatamente ao nascer do Sol, a respiração começa a correr pela narina direita e continua nela durante duas horas desiguais ou duas planetárias(*)  , passando depois para a narina direita durante um tempo igual, e assim por diante.

     No primeiro dia da Lua Minguante (Lua Cheia a Lua Nova), no momento exato do nascer do Sol, a respiração  começa a correr pela narina direita e nela continua durante duas horas planetárias, passando depois para a esquerda, na qual fica durante o mesmo tempo, decorrido o qual volta para a narina direita.

      Eis uma tabela completa da corrente respiração ao nascer do Sol, durante os dias da Lua Crescente e depois durante os da Lua Minguante.

     (*) No seu livro Respiração, Rama Prasad diz que a corrente da respiração muda de narina em cada duas horas de 60 minutos ou em 120 minutos. Porém, lendo o seu livro das Forças Suitís da Natureza, pode-se compreender facilmente que o autor, escrevendo na Índia, que tem pouca latitude e cujas horas planetárias são praticamente iguais as horas de 60 minutos, não tinha necessidade de distinguir a hora planetária ou desigual da hora comum de 60 minutos. O mesmo não acontece, porém, com a nossa latitude. Esta hora planetária calcula-se achando a diferença entre o nascer e o ocaso do sol, eu dá a duração do dia, e dividindo essa duração ´por 12.

      Por exemplo, para acharmos a duração da hora planetária no Rio de Janeiro, no dia 20 de Junho, temos:
Ocaso do Sol ........................................... 17 h. 15
Nascer do Sol...........................................   6 h. 33

Diferença ou duração do dia ................. 10 h. 42
que equivale a 642 minutos.
                                                          
      A hora planetária, então, é igual a 642/12 ou 53 minutos e meio.
                                                                  
      A corrente muda-se em cada duas horas destas, isto é, em cada 107 minutos. Pelo contrário, à noite, depois do por do sol, a corrente fica na mesma narina durante 133 minutos, pois a hora noturna tem 66 minutos  e meio.

      Em outras épocas as horas diurnas terão mais de 60 minutos e as noturnas menos.
   



Lua Crescente

1o. DIA: a respiração corre pela narina esquerda.
2o. DIA: idem
3o. DIA: idem
4o. DIA: a respiração corre pela narina direita.
5o. DIA: idem
6o. DIA: idem
7o. DIA: a respiração corre pela narina esquerda.
8o. DIA: idem
9o. DIA: idem
10o.DIA: a respiração corre pela narina direita.
11o.DIA: idem
12o.DIA: idem
13o.DIA:a respiração corre pela narina esquerda.
14o.DIA: idem
15o.DIA: idem

Lua Minguante

1o. DIA: a respiração corre pela narina direita.
2o. DIA: idem
3o. DIA: idem
4o. DIA: a respiração corre pela narina esquerda.
5o. DIA: idem
6o. DIA: idem
7o. DIA: a respiração corre pela narina direita.
8o. DIA: idem
9o. DIA: idem
10o.DIA:a respiração corre pela narina esquerda.
11o.DIA:idem
12o.DIA:idem
13o.DIA:a respiração corre pela narina direita.
14o.DIA:idem
15o.DIA:idem

    O estudante deve fazer a aplicação experimental destes dados, pois só assim poderá tirar proveito do estudo da respiração.

    As três artérias principais pelas quais passa a respiração chamam-se, em sânscrito: Ida, Pingala e Sushumna.

    A respiração passa por Ida, quando entra pela narina esquerda e, neste caso, passas pelo lado esquerdo da coluna vertebral.

    Quando passa por Pingala, a respiração entra pela narina direita e corre pelo lado direito do corpo.

    Sushumna é a própria espinha dorsal e, quando a respiração corre por ela, penetra pelas duas narinas ao mesmo tempo.

    Quando o organismo não segue as leis naturais da respiração, a saúde é mais ou menos afetada.


     Eis o que diz o autor citado, a esse respeito:

     "No primeiro dia, a inteligência está confusa; no segundo, perde-se a saúde; no terceiro, fala-se por mais; no quarto, dá-se a destruição do objeto desejado; no quinto, a destruição da posição mundana; no sexto, a destruição de todos os objetos; no sétimo, moléstia e dor; no oitavo, a morte.

     "Quando naqueles oito dias, nos três tempos, a respiração é má, nesse caso, o efeito é absolutamente mau; quando não sucede inteiramente assim, pode haver algum bem".

     Isto nos mostra a razão porque o estado de um doente melhora em certas horas do dia e agrava-se noutras.

     Para que os efeitos indicados acima se realizam é preciso que durante o dia inteiro a corrente da respiração esteja em desacordo com as leis da natureza.

     No caso de, respiração variável, isto é, quando ela fica ora em acordo, ora em desacordo com as leis indicadas acima, os efeitos serão mais ou menos prejudiciais à saúde.

     Quando nas segundas, quartas, quintas e sextas-feiras, a respiração se opera pela narina esquerda, os nossos atos são mais bem sucedidos e não apresentam dificuldades, sobretudo se forem realizados no período da Lua Crescente.

      A respiração correndo pela narina direita é muito favorável às terças-feiras, sábados e domingos, principalmente  no período da Lua Minguante.

      No período em que a respiração corre por uma narina suas qualidades mudam cinco vezes, formando o que os hindus chamam os cinco Tattwas: Akasa, Vayú, Tejas, Apas e Prithivi.

      A fim de determinar qual destes elementos ou Tattwas domina, o estudante dirigirá sua respiração para um espelho.
Se a expiração produzir uma forma quadrada, é o Tattwa Prthivi que está em vibração; se a forma for a de meia lua ou um crescente, é Apas que está vibrando; sendo uma forma circular, é Vayú. Se for triangular, é Tejas e, enfim, se a respiração formar no espelho um certo número de pontos, é Akasa que domina no momento.

      A corrente da respiração passando durante o dia pela narina esquerda e durante a noite pela narina direta é indício de boa saúde.
      Para dirigir a corrente de uma narina para a outra, é necessário tapar aquela e deitar-se com o lado dela para baixo. Por esta forma é possível corrigir a respiração errada e melhorar a saúde.
      Ao praticar estes exercícios, deveis ter o pensamento concentrado somente naquilo que estais fazendo e nos bons efeitos que deveis auferir.
      As observações destas correntes respiratórias e da sua concordância com as leis naturais que as dirigem, devem ser feitas a miúdo pelo estudante, afim de verificar o estado do seu organismo e poder regularizá-lo sempre que haja alguma divergência.

      Depois da prática dos exercícios indicados deve-se fazer alguns minutos de meditação, sobretudo à noite, com o fim de dormir um sono profundo e reparador.

Terceiro grau

      Este grau é o desenvolvimento do grau anterior.
      Neste ponto, o estudante deve tratar de educar o seu sono, afim de obtê-lo muito profundo, que lhe permita reparar bem as forças gastas pelo seu organismo.
      Este sono profundo é chamado Sushupti pelas yogis e nele o homem está livre de todas as emoções, sensações, pensamentos, sonhos, etc.   
 
      Com este fim, o estudante, terá de reduzir aos poucos o jantar e por-se num estado de profunda meditação antes de deitar-se.

      Neste terceiro grau da sua respiração deve praticar diariamente a meditação.

      Nada é mais útil para o aperfeiçoamento do estudante do que a prática da meditação, mas também nada é mais difícil de ser bem realizado.

      A fim de aperfeiçoar-se na meditação, o estudante pode servir-se, a principio, de objetos materiais, procurando compará-los com outros e refletir sobre eles; porém, depois que tiver adquirido uma certa capacidade de meditação, de meditar sobre seu ser interno e externo e sobre as correntes vitais que circulam pelo seu corpo.

      É por meio desta meditação e concentração que conseguirá absorver maior quantidade de força vital e desfazer qualquer estado mórbido do seu organismo, podendo dispor, assim, de muita força vital e gozar sempre boa saúde.

      Nesta lição ensinamos ao estudante aos meios de gozar a mais perfeita saúde, o que lhe é necessário antes de tratar da saúde dos outros.

      Na lição seguinte começaremos o estudo dos processos empregados na medicina hermética e da preparação dos remédios conforme os princípios herméticos.

DESENHO

DEENHO


LIÇÃO II

A medicina do corpo. - A origem da alopatia.

    "A ciência do terapeuta é tríplice, e pode dirigir-se quer ao corpo físico, quer ao corpo astral, quer ao ente psíquico. A cada uma destas divisões corresponde uma medicina especial.

    "Modificamos o corpo físico pela ação das substâncias materiais dadas em altas dose. Daí a medicina materialista, a alopatia, a medicina dos contrários, a única que conhece e admite a maioria dos contemporâneos imbuídos de positivismo estreito."

     Esta citação do mestre nos mostra claramente a origem da alopatia.

     Em todas as doenças de origem física, a alopatia dará bons resultados.

     No tratamento das doenças que dependem do corpo físico, os antigos hermetistas empregavam as plantas medicinais em tintura, decocções ou pós.

     As plantas eram sempre colhidas em horas e dias escolhidas de acordo com as influências planetárias.

     Depois de colhidas, as plantas eram tratadas por um sistema pouco diverso da manipulação farmacêutica atual, no caso das doenças serem de origem física; porém, de ordinário preferia-se agir sobre o astral do doente e empregava-se uma manipulação que permitia apoderar-se da vida da planta.

     Empregavam-se também os metais e preparados químicos, porém com muito menos freqüência.

     Os remédios tirados do reino animal estiveram muito em voga só entre os hermetistas da decadência, e a ciência moderna está voltando a eles com os modernos preparados do óleo de fígado de bacalhau e outros similares, porém os antigos hermetistas não faziam uso das preparações animais.

     Na lição V descreveremos os progressos herméticos de preparação das plantas e dos metais para o tratamento das doenças.

     Damos aqui uma lista das plantas mais empregadas na medicina hermética, sua correspondência planetária e as indicações terapêuticas da maior parte delas, conforme os antigos hermetistas.

      Elas terão toda a sua virtude se forem colhidas no dia e na hora do planeta que as governa.

      Onde não há indicação especial, empregam-se em forma de chás.



                                     BOTANOLOGIA

PLANTAS DA LUA

      As plantas da lua geralmente são caracterizadas pela sua aparência bizarra, sua cor branca, gosto insípido e falta de cheiro. Vivem na água ou perto dela; são frias, leitosas narcóticas, anti-afrodisíacas e possuem folhas grandes.

      As principais plantas lunares são:

abóbora,
açucena,
agrião,
alface,
alfeneiro,
aveia,
bananeira,
beldroega,
cardamina,
couve,
dente de cão,
Ébulo,
erva pinheira,
erva serpentina,
heléboro branco,
íris,
lunária,
lírio,
margaridas,
mastruço,
melânica,
nenúfar,
papoula branca,
pepino,
pervinca menor,
pés de galinha,
rosa branca,
sândalo branco,
saxifrágia,
tília,
trevo,
violeta amarela.

      Em geral, as plantas lunares eram aplicadas no tratamento das doenças causadas pela Lua, Saturno e Vênus.

Indicações terapêuticas particulares

      Abóbora - As sementes se empregam contra lombrigas e solitária. Cozidas em água, são úteis na bronquite.

    Açucena - A água das suas folhas é boa para as queimaduras e para branquear a pele ou tirar suas manchas.
A água destilada da raiz diminui as dores dos olhos e do estomago.
O bulbo, que está sob a influência de Marte, pilado e fervido com miolo de pão, faz amadurecer e furar os abcessos em pouco tempo. Algumas folhas comidas por ocasião do parto fazem expelir as secundinas e o feto morto.

    Agrião - É depurativo. Sua água destilada é boa para o tratamento da tinha e da sarna.

     Alface - Aumenta o leite das amas e é soporífica. É útil nas queimaduras e escaldamentos.

     Bananeira - As flores são úteis na blenorragia.

     Beldroega - A semente pilada e comida com mel é boa para a asma.

     Couve - As sementes são vermífugas. A decocção das folhas é boa para a inflamação do estomago. A espécie de cor vermelha é útil na febre amarela e contra a bílis. As folhas aplicam-se nos furúnculos.

      Ébano - A casca é purgativa. As folhas são resolutivas.

      Erva pinheira - É cicatrizante e útil nas feridas.

      Heléboro branco - A espécie de flores vermelhas dá um purgativo violento e é esternutatório.

      Lírio - A água das suas folhas é boa para as queimaduras e para branquear a pele ou tirar suas manchas.
A água destilada da raiz diminui as dores dos olhos e do estomago.
O bulbo, que está sob a influência de Marte, pilado e fervido com miolo de pão, faz amadurecer e furar os abcessos em pouco tempo. Algumas folhas comidas por ocasião do parto fazem expelir as secundinas e o feto morto.

      Margarida - A decocção da planta inteira resolve as inflamações da boca. O sal revolve as obstruções causadas pela bílis e a pedra. Emprega-se com excelente resultado nas febres.



      Mastruço - Usa-se como o  agrião.


      Melancia - Sua água destilada cura febres e inflamações do estomago.

      Nenúfar - Misturado com uma planta de Saturno cura a blenorragia. Sua raiz faz cessar os fluxos e as flores brancas.

      Papoula branca - Seu suco e sua flor em pó curam a pleuris. Sua água destilada emprega-se contra a erisipela da cabeça.

      Pepino - Usa-se como melancia.

      Saxifrágia - A semente tomada com o suco da planta dissolve os cálculos da bexiga.

      Sândalo branco - O óleo purifica o sangue e expele os vírus tóxicos.

      Trevo - Colhido com flores, emprega-se internamente contra a epilepsia, sendo também diurético.

      Violeta amarela (goivo amarelo) - É utilizado contra a apoplexia.





PLANTAS DE MERCÚRIO

     As plantas correspondentes a Mercúrio têm um sabor misto e um pouco adstringente; produzem flores sem frutos, folhas pequenas e de cores variadas.


   
 As principais plantas de Mercúrio são:

abrótano,
aipo,
alcaçuz.
alfazema,
amoreira,
aveleira,
avenca branca,
calaminta,
cenouras,
chicória,
coralina,
cubebas,
endro,
ênula-campana,
erva-gato,
escabiosa,
funcho,
germandria,
hera,
junquilho,
língua de cão,
mandrágora,
mangerona,
melíloto,
mercurial,
pé de lebre,
salsaparilha,
segurelha,
titímalo,
valeriana,
vime.

      As plantas de Mercúrio são aplicadas no tratamento das doenças de Mercúrio, Júpter e Urano.

Indicações terapêuticas particulares

    Abrótano - É útil nos partos e contra as doenças do sangue e dos pulmões.

    Aipo - A semente é digestiva e calmante. É empregado como diurético. Limpa as feridas e desinflama os seios das amas.

    Alcaçuz - É diurético e lenitivo.

    Alfazema - Seu óleo cura as convulsões. Em chá é bom na debilidades.

    Amoreira - Esta planta é consagrada a Mercúrio, porém as amoras estão sob a influência de Júpter.
As amoras maduras são aperitivas e purgativas; as verdes são boas para curar fluxos, escarros de sangue e inflamações da boca.

    Aveleira - O alcoolato de pau de aveleira fabricado numa conjunção da Lua e de Mercúrio é excelente para a vista.

    Cenoura - Emprega-se contra a febre amarela obstrução do baço nas crianças, aftas e dartros.
     Chicória - Purifica, acalma e cura as obstruções do organismo.

     Cubebas - Curam insônia, blenorragia e fraqueza de memória.

     Ênula-campana - Internamente contra asma, tísica, dispepsia. A raiz emprega-se externamente na sarna.

     Erva-gato - Colhida em tempo favorável, produz um aumento de vitalidade, sabendo extrair-lhe o arcano.

     Escabiosa - Cura a asma e serve em loções contra as chagas e feridas.

     Funcho - A água destilada da planta verde é boa para as inflamações dos olhos. A infusão da planta faz vir as regras.

     Germandria - É purgativa, sudorífica e diurética. Exteriormente faz cessar as dores dos fluxos de sangue e das hemorróidas.

     Hera - Serve contra as doenças da garganta e o mau hálito, sendo fervida com vinho velho e sal, e em gargarejos.

     Hera terrestre - Emprega-se em todas a afecções do peito. Em cataplasmas diminui as dores do parto.

     Mandrágora - É narcótico, útil na melancolia.

     Mangerona - O óleo que dela se extrai é bom contra as nevroses, letargias e apoplexias. Uso interno e externo.

     Meliloto - É útil nas doenças dos olhos e para a circulação do sangue.
     Mercurial - É purgativa

     Salsaparrilha - A infusão da raiz é depurativa e serve contra as doenças venéreas e a obesidade.

     Titímalo - É um purgativo violento. A sua raiz posta em infusão no vinagre durante três dias, cura a hidropisia.

     Valeriana - A raiz da espécie grande é governada por Saturno e é a melhor contra asma, hidropisia e infecções. Em infusão, facilita a concepção e cura as doenças nervosas.

     Vime - A decocção das folhas, em vinho, cura a epilepsia.


PLANTAS DE VÊNUS

     As plantas governadas por Vênus são pequenas, tem flores grandes e róseas, sabor doce e cheiro agradável; são afrodisíacas, dão muitas sementes e frutos doces.

     As principais, plantas governadas por Vênus são:

acelga,
álamo,
aquilégia,
arenária,
rubra,
atanásia,
azedas,
azevinho,
ameixas,
bardana,
borragem,
castanhas,
centeio,
cerejeira,
consolda real,
dedaleira,
favas,
genciana,
gerânio,
grama,
groselha,
hortelã,
jacinto,
malva,
malvaísco,
mil folhas,
mirto,
morangos,
narciso,
pereira,
poejo aromático,
primavera,
sabugueiro,
saponária,
arça,
atirião,
serpão,
tomilho,
trigo,
tussilagem,
verbena,
violeta,
visco de carvalho,
visco de pinheiro alvar,
zimbro.
     
Estas plantas são aplicadas no tratamento das doenças produzidas por Vênus, Marte e Netuno.


Indicações terapêuticas particulares

   Acelga - Contra a enterite

   Arenária rubra - Planta cinzenta, pequena e copada, de flores vermelhas, 5 pétalas e 5 estiletes. Floresce de Abril a setembro. Em infusão de 40 gramas por litro, evacua as areias e acalma as cólicas nefríticas.

   Atanásia - Contra doenças nervosas e vermes.

   Azedas - São depurativas e refrescantes. A raiz cortada em rodelas e macerada em bom vinagre durante dois dias, emprega-se em loções contra os dartros.

   Azedinho - É sudorífico, em infusão

   Bardana - Age sobre a pele e serve no tratamento das úlceras, sífilis, gota, etc. Suas folhas pulverizadas servem contra velhas úlceras. Sua raiz cura as dores de dentes, se for colhida quando o Sol está em Virgo e na Lua Nova.

    Borragem - É diurética e purifica o sangue

    Cerejeira - As cerejas purificam e refrescam o sangue

    Consolda real - Parecelso (que a chama Aquilina) empregava-a constantemente.

O pó feito dela cura feridas e hemorróidas. A decocção é usada em compressas contra cataratas e belidas. A raiz é bom remédio contra fluxos de sangue.

    

     Dedaleira - Submetida a uma prolongada destilada, dá um licor, para uso externo, nas feridas. Internamente, toma-se em dose homeopática contra palpitações do coração, opressão e vômitos incoercíveis.

     Favas - O fruto está sob a influência de Saturno. A decocção de favas grelhadas ou torradas e moídas é boa contra as pedras e areias. O emplastro da sua farinha resolve os tumores das partes sexuais e outras moléstias da pele.

      Genciana - É febrífuga e útil no tratamento das escrófulas.

      Grama - A água destilada e a decocção servem contra a febre amarela, nefrite, areias e dispepsia.

      Jacinto - A raiz cozida cura os tumores dos testículos

      Malva - É calmante e resolve toda espécie de inflamações.

      Malvaísco - É emoliente. Emprega-se em tisanas, cataplasmas e banhos nas inflamações. A flor misturada com terebentina e gordura de porco dá uma pomada que dissolve os tumores da matriz. A infusão da raiz em vinho cura a retenção da urina.

      Mil folhas - Útil nas doenças do útero e dores de dentes. Faz parar o sangue.
     
     Misto - Os vapores da sua infusão, aspiradas pela boca, curam a enxaqueca. O fruto seco, pulverizados e preparado com clara de ovo, forma um emplastro que, aplicado no estomago e na boca, faz parar os vômitos.

      Morangos - Emprega-se contra pedras na bexiga e febre amarela.

      Narciso - A água da sua raiz aumenta a  secreção do esperma. Em loção fortalece os seios.

      Poejo aromático - A variedade de flores amarelas e purgativa e útil contra a sarna.

      Primavera - Seu sal é purgativo brando. Cura as inflamações da boca e da língua e afasta a melancolia.

      Sabugueiro - A decocção é útil nas hemorróidas. O óleo tirado das suas sementes é bom contra a gota. As flores curam a erisipela e as queimaduras. Suas casca é boa contra a hidropisia. A semente é sudorífica. O visco (parasita) que nasce perto do sabugueiro é específico contra e epilepsia.

      Saponária - Excelente contra a sífilis

      Satirião - Afrodisíaca

      Serpão - Contra mordeduras de cobra.

      Tomilho - As infusões são boas para dentes cariados e contra a coqueluche.

      Trigo - Bom para furúnculos e dores de dentes.

      Tussilagem - Emprega-se contra catarros e asma. Toma-se como bebida ou fuma-se .

      Verbena (ou gervão) - A água destilada emprega-se contra a anemia do nervo ótico. Sendo preparada por uma longa destilação, obtém-se um licor que dissolve o sangue coagulado nas veias e é útil contra a tuberculose, devendo ser tomada em dose homeopática. A raiz cura escoriações e úlceras. A semente misturada com a semente de peônia de um ano cura a epilepsia. Deve ser colhida quando o Sol e a Lua estão abaixo do horizonte e a estrela Sírio (12o47 de Câncer) se acha no Ascendente.

     Violeta - É boa para o peito e o coração.

     Visco de carvalho - Sua infusão, tomada no fim da época menstrual, facilita a concepção.

As vagens frescas facilitam o parto. Secas, pulverizadas e dissolvidas em bom vinho servem contra a epilepsia.

     Visco de pinheiro alvar - As vagens dão uma tintura útil contra as doenças do peito.

      Zimbro (genebra) - Sua semente e suas vagens são boas contra hidropisia, cólicas, tosse, asma, sarna, gota. Seu extrato é excelente para a asma. O óleo do pau é bom para as doenças da pele e o reumatismo. A decocção das suas vagens com a de flores de sabugueiro cura as hemorróidas. O óleo de zimbro com suco de papoula, tomado em doses muito pequenas, é bom para o tratamento dos sofrimentos cerebrais.

PLANTA DO SOL      

    As plantas solares são aromáticas e de gosto acidulado. Sua altura é média, as flores são amarelas e os frutos são bons. De ordinário voltam-se para o sol, acompanham seu movimento ou trazem sua figura nas folhas, flores ou frutos.

    As plantas governadas pelo Sol são:

açafrão,
agárico,
alcaravia,
alecrim,
amendoeira,
Angélica,
arnica,
arruda,
silvestre,
artemísia,
camomila,
canela,
celidônia,
cevada,
erva cidreira,
erva de São João,
freixo,
laranja,
loureiro,
nogueira,
oliveira,
peônia,
pimpinela,
rinchão,
rosmaninho,
sândalo vermelho,
sene,
tanchagem,
tormentila,
videira.

   As plantas solares são empregados para o tratamento das doenças produzidas pelo Sol, Saturno e Netuno.
  
Indicações terapêuticas particulares

Açafrão - Útil na héctica. Seu óleo e sua tintura curam a anemia e a melancolia.

Alcaravia - É estomacal, sobretudo a semente.

Alecrim - (Ver Rosmaninho).

Amendoeira - As amêndoas são boas para as pessoas fracas, as amas e os tísicos. São calmantes nas inflamações. Emprega-las com ovos nas bronquites.

Angélica - É estimulante e excelente para o estomago. As folhas são dominadas por Saturno e, sendo colhidas quando este planeta está em Capricórnio, curam a gota. A raiz, colhida quando o Sol está em Leo, é boa para as gangrenas e mordeduras venenosas. A infusão no vinho cura as úlceras internas. A decocção da raiz, tomada em jejum, cura a tosse inveterada.

Arnica - Emprega-se no tratamento das feridas; porém, pode envenenar.

Arruda silvestre - Serve contra clorose e provoca regras. Pilada com salva em vinagre cura a febre quartã.

Artemísia - Contra a epilepsia e a dança de São Guido. Suas fumigações, tomadas em banho de assento, libertam rapidamente a mãe da criança morta em seu  seio. Sua água é sudorífica e vermífuga. Cozida em vinho e tomada em pequenas doses repetidas, impede o aborto. Produz as regras.
Camomila - Sendo colhida na conjunção de Marte, Lua e Sol, cura os engorgitamentos dos humores nos órgãos torácicos. É boa para a histeria e febres intermitentes.

Canela - Tira-se da canela, por destilação prolongada, um óleo avermelhado que é excelente tônico.

Celidônia - A raiz emprega-se contra as gangrenas. Escolher a que nasce nas ruínas.

Cevada - É diurética e refresca o sangue.

Erva cidreira -As flores são antispasmódicas, cordiais e hepáticas. A água de erva cidreira, misturada com abrótano e esmeralda preparada, é, conforme Paracelso, boa para as dores do parto e ajuda na expulsão das secundinas.

Erva de São João (ou menstrasto) - Útil nas cólicas e diarréias.

Freixo - As folhas são boas contra o reumatismo. A casca é um poderoso febrífugo. Conforme Paracelso, se fizer um rapazote virgem colher um ramo quando Saturno esta no Escorpião, este ramo cura dores, gota e faz secar as chagas.

Laranja - A casca é boa para a metrorragia. As laranjas são boas para a garganta e os intestinos.

Loureiro - As vagens são governadas por Marte e expelem os vermes. Todas as partes da árvore são antimicrobianas. O suco das folhas, tomado na dose de 3 ou 4 gotas em água, provoca as regras, corrige os desarranjos do estômago, melhora a surdez e as dores dos ouvidos, e apaga as manchas do rosto. As vagens colhidas na hora de Marte ou de Vênus, pulverizadas e postas em vinho, curam as cólicas. 
Nogueira - A casca da raiz é contraveneno e vomito; cura inflamações da boca. A decocção das folhas tomada na razão de uma xícara grande pela manhã e à tarde, cura escrófulas, erupções cutâneas e tumores, porém, é necessário usa-la muito tempo. Esta decocção é a base de um tratamento da sífilis, sendo necessário, todavia, que o doente tenha grande vitalidade para resistir.

Oliveira - O óleo de oliva, é um poderoso condensador de luz e força magnética.

Peônia - Alivia as dores de cabeça e as do parto. Para a epilepsia das crianças, tomam-se as sementes de uma planta que floresce pela primeira vez e pendura-se no pescoço da criança, ou dá-se a decocção desta semente. A flor e o cálice desta planta estão sob a influência da Lua. A água destilada, feita quando a Lua, Marte e Júpter estão em Câncer, cura a epilepsia e as crises menstruais.

Pimpinela - Contra as doenças infecciosas.

Rinchão - É antiscorbútico e peitoral.

Rosmaninho - O óleo das suas flores é branco e transparente, aromático e vulnerário. Suas flores fervidas em vinho branco, empregadas em loção, refrescam o rosto, e em gargarejos dão um hálito agradável. Bom como detersivo contra a lepra, sífilis e feridas; útil na epilepsia.

Sândalo vermelho - Contra as hemorragias.

Sene - A decocção é purgativa.

Tanchagem - As raízes são boas contra úlceras, enxaquecas e fluxos menstruais muito abundantes. As folhas, em cataplasmas, curam as úlceras. A semente esmagada em vinho ou as folhas preparadas no vinagre fazem cessar a disenteria. Cura a febre amarela e dá uma água para tratamento dos olhos.

Tormentila - É contraveneno.

Videira - O suco das folhas cura disenteria, hemorragia e vômitos. As uvas assadas, pulverizadas e aplicadas no ventre em cataplasmas, curam a disenteria. As folhas e filamentos, machucados em cataplasmas e aplicadas no estômago, curam as mulheres que, achando-se grávidas de pouco tempo, sejam atormentadas por uma fome desordenada.


PLANTAS DE MARTE

    As plantas de Marte são caracterizadas pela sua acidez, amargura e gosto picante. Muitas são venenosas pelo seu excesso de calor. São pequenas, carregadas de espinhos e dão flores pequenas e vermelhas.
    As plantas governadas por Marte são:
   
Acanto,
alcachofra,
alho porro,
aloés,
beladona,
briônia,
buxo,
cardo-bento,
cebola,
cebolinha,
coentro,
dulcamara,
garança,
giesta,
imperatória,
losna,
lúpulo,
madressilva,
mangericão,
mostarda,
orelha de urso,
ortigas,
ouregão,
persicária,
rábano,
rabão,
restaboi,
ruibarbo,
tabaco,
tojo,
verônica e
vulneraria.

    As plantas de Marte eram empregadas no tratamento das moléstias produzidas por este planeta, Vênus e Saturno.






Indicações terapêuticas particulares
   
Acanto - É emoliente e útil nas inflamações.

Alcachofra - É afrodisíaca. A raiz ou a semente colhida quando o Sol está no quinto grau de Libra cura os fluxos de ventre ou de sangue. A água de felpa do cálice é boa para os cabelos.

Alho - É diurético, vermífugo, expectorante e menstrual. É bom contra a hidropisia e a pedra. Deve-se corrigi-lo fervendo-o em vinagre.

Alho-porro - È diurético e provoca as regras. Cozido é excelente para a pleuris.

Aloés - A decocção é boa para facilitar a concepção. Loções de suco de aloés e vinagre impedem a queda do cabelo.

Beladona - É útil nas contrações nervosas, espasmódicas e epilépticas.

Cardo bento - Colhe-se um pouco antes de desabrochar suas flores. É um febrífugo poderoso. Diurético, sudorífico, depurativo e detersivo. Sua infusão cura as úlceras dos pulmões.

Cebola - É afrodisíaca, diurética, útil ao cérebro e provoca as regras. Uma pequena cebola assada na cinza posta num pano fino com um pouco de manteiga sem sal e aplicada bem quente no ouvido, cura as dores do mesmo.

Cebolinha - Em decocção, emprega-se contra a epilepsia das crianças.

Coentro - Cordial e calmante.

Dulcamara - Emprega-se em cataplasmas contra os cancros e as fortes confusões. Depura por transpiração e é útil em toda a corrupção dos humores.     

Garança - Cura as hérnias. É boa contra a hidropisia, a febre amarela e a supressão a menstruação.

Giesta - As vagens são vermífugas e estão sob a influência de Vênus. As flores são diuréticas e cardíacas.

Losna - É vermífugo e febrífugo.

Lúpulo - As flores são reconstituintes. A raiz é um enérgico depurativo do sangue.

Mostarda - A espécie escura é antiscorbútica.

Orelha de urso (aurícula) - É cicatrizante.

Urtiga - A espécie que não tem mau cheiro amolece os tumores, cura a gota e a asma. A semente cozida em vinho cura a pleuris e a inflamação dos pulmões. As folhas machucadas fazem cessar a gangrena.

Ouregão - É estimulante e provoca as regras. Emprega-se contra o reumatismo.

Persicária (erva de bico) - É útil nas afecções das vias urinárias e para restabelecer a menstruação. Em clisteres e banhos, contra hemorróidas.

Rábano - A semente é afrodisíaca, diurética e contraveneno. Emprega-se contra as cataporas.

Rabão - É diurético e antiscorbútico.

Restaboi - Cura as pleurises.

Ruibarbo - É purgatico e cura a febre amarela.

Tabaco - A destilação dá um poderoso vomitório e um licor adstringente bom para os dartros.

Verônica - Contra as doenças do pulmões e do sangue.






PLANTAS DE JÚPTER

    As plantas de Júpter são grandes, tem flores azuis ou brancas, belas e inodoras. Os frutos são doces e acidulados; geralmente produzem muita fruta.

    As principais plantas de Júpter são:

agrimônia,
aristolóquia,
bálsamo,
betônica,
borragem buglossa,
cravalho,
cariofilada,
cerefólio,
cocleária,
cólquico,
dente de leão,
erva doce,
espargo,
figueira,
goivo,
heléboro branco,
hissôpo, labaça,
limoeiro,
linho,
marmeleiro,
silvestre, 
morrião,
mirra,
olmo,
orelha de burro,
potentilha,
pulmonária,
quinquefólio,
romeira,
rosa vermelha,
saião,
salva oficial,
sempre-noiva,
uva espim,
verbasco branco e
zaragotoa.


   As plantas governadas por Júpter são aplicadas nas doenças deste planeta, da Lua e de Mercúrio.

Indicações terapêuticas particulares

Agrimônia - As folhas são adstringentes e empregam-se contra anginas, nefrites, flores brancas e fraqueza da bexiga. É vermífuga e boa contra as mordeduras de cobras.

Aristolóquia - É detersiva e vulneraria. Em loção, no vinho, seca a sarna e cura as chagas. Provoca a menstruação e as urinas. É útil nas doenças pulmonares.

Betônia - Suas folhas purificam o sangue. É boa contra a febre amarela e a hidropisia. É esternutatória.

Borragem - É diurética e purifica o sangue.

Buglossa - Emprega-se contra hidropisia e palpitações do coração. Purifica o sangue. A raiz é boa para as urinas. (O nome vulgar de buglosa é língua de boiQ.

Carvalho - A casca é muito adstringente. Fortifica as mucosas e é febrífuga.

Cariofilada  - A raiz em infusão no vinho é excelente febrífugo.

Cerefólio - Contra obstruções do fígado, hidropisia, embaraço do fígado e da matriz. Exteriormente é bom contra os engorgitamentos.

Cacleária - É muito tônica e boa contra as escrófulas e para as gengivas.

Cólquio - É um excelente remédio contra a gota. O bulbo é muito diurético.

Dente de leão - É tônica e emprega-se contra adormecimento, consunções, estrangúria e ardores febris. Solta as urinas e desobstrui o fígado. Exteriormente cura os dartros.

Erva doce - As vagens são vermífugas. É calmante, digestivo e purgativo. Em loções melhora a vista. Pedaços desta planta macerados em água e introduzidos nas narinas, curam as úlceras do nariz. Em infusão no vinho com açafrão, cura as oftalmias.

Espargo - É diurético e afrodisíaco.

Figueira - O figo é emoliente e útil contra os calos; basta unta-los por vários dias com seu suco.

Goivo - O cravo da Índia facilita a concepção. O óleo é bom para as dores de dentes.

Heléboro branco - A melhor espécie é a de flores cor de rosa. Deve ser colhido conjunção da Lua e Júpter. É bom tônico para os velhos, hidrópicos e lunáticos.

Hissôpo - É tônico e expele os humanos.

Labaça - Emprega-se contra a febre amarela e as doenças da pele. É depurativa.

Limoeiro - O suco da segunda casca do limoeiro dá um excelente emplastro para a inflamação dos olhos. O limão está sob a influencia do Sol e faz bem para a garganta, o coração e os nervos, e cura as febres da peste.

Linho - É bom para as pleurises. Amadurece as úlceras e amolece os cirros. É emoliente.

Marmeleiro silvestre - É muito adstringente.

Morrião - Emprega-se na enterite.

Mirra - Conforme Van Helmont, a mirra absorvida em álcool prolonga a vida.

Olmo - A segunda casca da planta em decocção serve contra a ciática.

Orelha de burro - Faz parar o sangue das feridas e cessar os vômitos. É boa para as úlceras dos pulmões, as fraturas e reumatismos

Potentilha - Para todos os fluxos que provém da fraqueza dos órgãos, intestinos, matriz, vasos sanguíneos. Emprega-se contra escorbuto, hidropisia e febre amarela.

Pulmonária - A flor refresca e reseca. Exteriormente serve contra as feridas.

Quinquefólio - A raiz, empregada como emplastro, cura feridas e dartros. Seu suco dissolvido na água cura escrófulas. É bom para dores de dentes.

Romeira - O suco da planta purifica o sangue. A romã está sob a influencia de Marte.

Rosa vermelha - Em xarope facilita a concepção. A água destilada das flores é boa para todos os fluxos venéreos.

Saião - Esmagado com farinha de cevada e óleo, cura dartros, queimaduras e outras erupções da pele.

Salva oficial - As folhas são vulnerarias. Sua semente em infusão, facilita a concepção. O arcano que pode extrair dela é regenerador e revivificador.

Sempre-noiva - Cura as dores do coração e do estomago. Sua infusão cura a melancolia e o engorgitamento dos pulmões. É adstringente. Aplicando algumas folhas nua ferida contusa e pondo-as, depois, num lugar úmido, a cura se opera magneticamente. Trazendo-a consigo, curas dores de olhos.

Uva espim - Cura diarréia, disenteria, esquinência e fluxos de sangue.

Verbasco branco - É calmante, emoliente e vermífugo, sendo útil nas regras demasiadas.

Zagarotoa - O pau dá uma decocção boa para desembaraçar o fígado.



 PLANTAS DE SATURNO

    As plantas de Saturno são grandes e tristes, têm flores escuras e pardas, sabor amargo ou acre, cheiro penetrante, forma agradável.
  
    As principais plantas de Saturno são:

abrunheiro
acelga Vermelha
acônito
agnocasto
amaranto
amor perfeito
bistorta
bolsa de pastor
cabelo de Vênus
cânhamo
cardo silvestre
cavalinha
chapéu de bispo
centáurea
centeio
cevada
choupo
cicuta
ciprestre
cominhos
cotiledônea (umbigo de Vênus)
epimédio dos Alpes
escolopendra
estramônio
faia
feto macho
fumaria
fungo
helébro negro
herniária
hierácia (alface brava)
íris fétida
jácea
junco
linária marmelo
meimendro
musgo
nespereira
parietária
polipódio
rosasolis
(erva dos gotosos)
salsa
samambaia
selo de Salomão
serpentária
sorveira
tamarindo
tanchagem
úsnea
vulnarária

  Estas plantas aplicam-se no tratamento das doenças saturninas, solares e de Vênus.

Indicações terapêuticas particulares

Abrunheiro (ou ameixeira branca) - Em vinho, as ameixas cauterizam as feridas e amadurecem os furúnculos. Comidas, curam as hemorróidas. A planta é purgativa.

Acônito - A raiz e as folhas curam as velhas úlceras, bubões e mulas, sendo colhidas na conjunção do Sol e de Saturno e postas em infusão no vinho. É sudorífico, bom contra a paralisia, areias, asma e febre amarela. Pára a epistaxe e faz renascer os cabelos. É venenoso devendo ser empregado em dose homeopática.

Agnocasto - É calmante e seus órgãos se empregam em infusão contra as doenças venéreas.

Bistorta - É muito adstringente e serve contra os fluxos, aftas, etc.

Bolsa de pastor - Faz cessar a diarréia e as hemorragias. Pilada em vinagre e apertada nas palmas das mãos é boa contra a blenorragia. Pára os fluxos de sangue, se um homem a segurar na mão ou uma mulher a dependurar ao pescoço.

Cabelo de Vênus - É útil os brônquios e restabelece as regras.

Centáurea - É tônica, útil nas debilidades, convalescenças, má digestão, febres intermitentes.

Cicuta - Deve ser colhida na conjunção do Sol e de Saturno. É anti-afrodisíaca, cura os reumatismos e impede o excesso de crescimento dos seios. Emprega-se em pó contra as feridas cancerosas. É venenosa.

Cipreste - Empregado em decocção conserva os cabelos e os escurece.

Cominhos - As vagens são vermífugas. O óleo das sementes tomado em pequena quantidade, cura o reumatismo.

Estramônio - Soporífico e venenoso.
Faia - A casca das árvores novas é febrífugas, aperitiva e vermífuga.

Feto macho - A raiz em pó serve contra a solitária. Cozido em vinho abre as obstruções do baço, cura a melancolia, provoca as regras e impede a reprodução. É útil nas hemorragias.

Fumaria - Purgativo e dissecante. Contra a sarna e a sífilis.

Heléboro negro - (rosa de Natal) - Macerado em aguardente e depois destilado a fogo lento, dá um licor ao qual se ajunta açúcar cândi, e que se toma em água pura, na qual esteve de molho um ramo de hipoglossa: é um específico contra a epilepsia (Paracelso). O óleo da raiz também serve para o mesmo fim.

Meimendro - A raiz é boa contra a gota, e o suco contra as dores do fígado. As cataplasmas desta planta são excelentes contra as doenças do seio. Sua raiz ou suas sementes aplicadas sobre os bubões, os secam. A decocção da sua casa cura as dores de dentes.

Musgo - Sua decocção faz cresce os cabelos,  fortalece os dentes e faz cessar as hemorragias. O musgo tirado das plantas lunares é diurético e produz o sono.

Parietária - Emprega-se em cataplasmas contra as cólicas infantis e tumores dolorosos. Cura as doenças inflamatórias, areias e hidropisia. Toma-se de 30 a 60 gramas do seu suco por dia.

Polipódio - O pó da sua raiz é bom contra os pólipos do nariz e a febre quartã.

Salsa - Restabelece o curso menstrual, sendo tomada em infusão e em óleo. Colhida com Saturno em Léo e a Lua abaixo do horizonte, cura a hidropisia. Colhendo-a com o Sol em Tauro, e tomada em Lua Minguante, é cicatrizante, purgativa e anti-gotosa. A semente está sob a influência da Lua.

Samambaia - (Ver Feto-macho).

Selo de Salomão - Contra panarícios e mordeduras de cobras.

Serpentária - É boa em gargarejos para as doenças dos órgãos respiratórios. Mastigando-a e pondo o suco na ferida, cura as mordeduras de cobra.

Serpentina - É boa contra a asma.

Tamarindo - A árvore está sob influência de Saturno, porém o fruto é governado pelo Sol. O vinho no qual se deixou em infusão paus desta árvore cura doenças do baço, lepra e dores de dentes. Pode-se colher o fruto e a madeira na conjunção de Saturno e do Sol e extrair daí o arcano para curar a lepra.

Usnéa - Espécie de parasita ou penugem que criam as árvores e os ossos abandonados. Paracelso colhia as que encontrava no crânio dos enforcados e fazia dela ungüentos poderosos.

* * *

   Na lição VI daremos um resumo das doenças produzidas pelos diversos planetas.

   Estas plantas possuíam extraordinárias virtudes nas mãos dos hermetistas, porém a medicina moderna, embora faça uso de muitas delas, não tira grande proveito.

   Com efeito, os contemporâneos consideram a planta como uma coisa morta e só aproveitam as suas cinzas.
   Os hermetistas sabem que a planta possui um spirtus (ou arcano de Paracelso), e procuram extraí-lo da planta para aplicá-lo no tratamento das doenças.

   Além disso, eles observavam cuidadosamente as influências planetárias para a colheita das plantas, e ainda que pese aos nossos sábios materialistas, é necessário dizermos que as posições planetárias tem uma grandíssima influência sobre as plantas e suas preparações.

   Na colheita das plantas, os hermetistas observam quatro disposições planetárias.

   1a. - Colhiam as plantas quando os planetas que as governam se achavam em seus domicílios.

   Assim as plantas da Lua eram colhidas quando este planeta se achava em Câncer; as de Mercúrio, quando ele ocupava o signo de Gêmini ou Virgo; as de Vênus, quando este planeta estava em Tauro ou Libra; as do Sol, quando estava em Léo; as de Marte, quando ele se achava em Áries ou Escorpião; as de Júpter, quando este planeta passava por Sagitário ou Pisces, e as de Saturno, quando ocupava Capricórnio ou Aquário.

    2a. - Colhiam-nas quando o Sol passava pelo signo do planeta que governa a planta. Isto é, quando o sol estava em Câncer para as plantas lunares, em Gêmini ou Virgo para as de Mercúrio, etc.

    3a. - Escolhiam os dias em que a Lua se achava em bom aspecto com o planeta que governa a planta ou se achava no domicílio dele.

    4a. - Finalmente colhiam a planta na hora do planeta que a governa.
    A primeira condição era raramente observada, porque é necessário esperar muito tempo para os planetas voltarem ao seu domicílio.

    A segunda era mais observadora e permitia colher as plantas de cada planeta uma ou duas vezes por ano.

    A terceira e a quarta eram sempre observadas, as plantas sendo sempre colhidas nos dias favoráveis aos planetas que as governam e nas horas dos mesmos.

    Quando estas quatro circunstâncias eram observadas, a planta possuía virtudes extraordinárias, porém, observando as duas últimas, são suficientes para a cura da maior parte das doenças.

    O estudante, querendo observá-las todas, encontrará no Almanaque d' "O Pensamento" os elementos necessários, pois publica os dias favoráveis aos planetas, a passagem da Lua pelos signos do zodíaco ou tábua lunar, a entrada do Sol nos signos e, desde 1918, vem publicando a entrada dos planetas em cada signo.

    Tratamos da primeira operação importante para o hermetista: a colheita das plantas; vamos estudar, na lição V, outra operação importantíssima: a preparação dos remédios.

DESENHO


LIÇÃO III

A medicina do astral. - Origem da homeopatia.

   A medicina do astral aplica-se às doenças de origem fluídica ou àquelas que se manifestam por desordens nervosas e tem como causa aparente a falta de vitalidade.

   Antes de preparar o remédio, os hermetistas estudavam a origem da doença e examinavam de qual dos três planos era proveniente. Somente depois é que preparavam o remédio de acordo com o estado do paciente.

   Papus nos diz sobre o assunto:

   "Modificamos o corpo astral pela ação de substâncias fluídicas suportadas por ínfimas doses de matéria. Daí, a medicina homeopática e a ação dos semelhantes, primeira aplicação da magia ao microcosmo."

   A ação dos medicamentos homeopáticos se exerce pela grande quantidade de força astral armazenada nas ínfimas parcelas de matéria. É a força interatômica dos químicos modernos.

   O Dr. Gustavo Le Bon chegou à conclusão que a energia interatômica contida numa grama de cobre se eleva a 510 bilhões de quilogramas, que correspondem mais ou menos a 6 bilhões e 800 milhões de cavalos vapor.

    Eis uma comparação deste autor para explicar o poder da energia interatômica:

    "Esta quantidade de energia, repartida convenientemente, seria suficiente para mover um trem de carga, num caminho horizontal de comprimento igual a um pouco mais de quatro vezes e um quarto a circunferência da terra. O que determina a grandeza dos algarismos procedentes e os torna à primeira vista inverossímeis, é a enorme ligeireza das massas postas em jogo. A massa de uma grama é certamente muito pequena, porém a velocidade sendo imensa, os efeitos produzidos tornam-se imensos. As velocidades que podemos produzir são absolutamente nada diante das partículas de matéria dissociada.

Não podemos, pelos meios que possuímos, passar além de um quilometro por segundo, ao passo que a velocidade das partículas rádio-ativas é 100.000 vezes mais forte. Podem ser compreendidas essas diferenças sabendo-se que um copo, animado de uma velocidade de 100.000 quilômetros por segundo, iria da terra à lua em menos de quatro segundos, ao passo que uma bala de canhão empregaria aproximadamente cinco dias.

     "É na dissociação das partículas da matéria que está a base da ação homeopática do medicamento.

     "Podemos agir sobre o corpo astral por meios mais sutis, fazendo uma ínfima parcela de matéria suportar um dinamismo considerável. Neste caso fortificamos o órgão astral que tem o cargo de restabelecer o equilíbrio destruído.

É esta a medicina dos semelhantes, ou medicina astro-magnética, a mais ignorada das escolas oficiais e base fundamental da homeopatia.









     Falando dos casos em que se aplica de preferência à medicina do astral. Papus continua:

     "A homeopatia, pelo contrário, dará excelente resultados na afecções provenientes do corpo astral, como:

as doenças do peito,
o cancro e
certas formas de doenças nervosas (coréia, paralisia agitante, etc.)".

     Nas afecções astrais, a homeopatia empregada de acordo com a medicina hermética, isto é com a correspondência planetária entre a planta de que foi tirado o remédio e o doente, será muito útil e curará a maior parte das doenças conhecidas.

     O emprego dos perfumes e das plantas em fumigações é também um poderoso meio de dinamizar o astral e restabelecer o equilíbrio.

     O emprego do magnetismo, como ensinamos em outro volume desta série, é também um meio muito bom para o tratamento das moléstias de origem astral, sobretudo empregando o desdobramento do ente humano ou exteriorizando a sensibilidade do paciente.

     Neste caso, o operador modela, por assim dizer, o corpo astral do paciente que, por sua vez sobre o corpo físico e restabelece a saúde.

     Empregando o magnetismo e as plantas em fumigações, o operador pode exercer uma ação bastante enérgica sobre o astral do paciente e obter a cura com muito maior rapidez de que por meio de cada um destes processos isoladamente.
     Esta ação dos perfumes e da sugestão sobre o astral é a que nos explica o mecanismo das curas chamadas miraculosas que se dão nos lugares de peregrinação.

     A medicina hermética emprega também neste caso, os talismãs, os selos dos planetas e dos signos do zodíaco.

     As doenças do astral divergem das doenças psíquicas, porque estas atacam de preferência a parte mental do ser humano, e são doenças do corpo mental ou Manas dos hindus.

     É por esta mesma diferença nas suas manifestações exteriores que é possível descobrir a origem da doença e saber se ela provém de um desequilíbrio no centro vital ou no organismo psíquico.

     É pelo descuido do estudo destes elementos superiores do homem que a medicina moderna, apesar dos seus grandes conhecimentos do homem material, realiza tão poucas curas.

     Paracelso, o maior médico hermetista da era cristã, quis introduzir na medicina a anatomia do homem oculto, porém não foi compreendido, e suas críticos modernos pretendem falsamente "que declarou inútil a anatomia do corpo morto".

     Porém, o que ele queria mostrar era a influência do homem invisível sobre o homem visível.

Com efeito, diz:

     "A anatomia do homem é dupla. Sob um aspecto, consiste em dissecar o corpo a fim dr descobrir a posição dos seus ossos músculos, veias, etc.; porém isto é o que menos interessa; o oculto aspecto é mais importante e consiste em introduzir uma vida nova no organismo, ver as transmutações que se efetuam nele, saber o que é o sangue e que espécie de (Enxofre), (Sal), (Mercúrio) contém".

      Hodiernamente, a ciência médica começa a corresponder a importância do estudo do homem invisível, e embora esteja ainda nos princípios deste estudo, avalia-se o esforço que faz para levá-lo adiante, pelos impulsos dados ao estudo da Psicologia, a qual ainda não é mais do que um começo de estudo do homem invisível pelas suas manifestações visíveis.

      "A ciência médica popular, diz Hartmann, baseando-se na observação objetiva dos fenômenos, sabe mais acerca do reino da natureza visível(Maya) do que sabia no tempo de Paracelso; porém, a razão porque esta ciência médica popular, apesar dos auxílios que recebe da química e da fisiologia, não pode efetuar as curas que fez Paracelso, é que seus sequazes somente fazem especulações e tiram inferências, em vez de cultivar aquele poder espiritual do conhecimento da alma que se chama "contemplação interior" (*), porém que Paracelso chama Fé, faculdade que, no presente, é tão desconhecida, que é sumamente difícil explicar a significação deste mesmo termo. (*)

É um poder que não pertence nem à natureza física, nem à animal, nem à intelectual, senão ao homem espiritual (Atman - Budhi, Manas); pertence àquela parte superior do seu ser, a qual, na maior parte dos homens por intelectuais que sejam, ainda não despertou para a vida, mas se acha latente, sepultada no túmulo da materialidade na qual não pode penetrar a luz da Verdade divina" (Franz Hartmann, Doutor em Medicina, Ciência Oculta na Medicina).

 (*) A palavra "contemplação" - de cum e templum - significa evidentemente não a mera observação objetiva, mas sim residir no mesmo lugar ou estado com a verdade que se há de conhecer, a identificação do sujeito e objeto da luz da sabedoria divina, o templo da verdade. A aquisição do conhecimento por semelhante contemplação é possível unicamente para aqueles cuja percepção espiritual está aberta. Um cego pode morar sempre no templo da Verdade sem conhece-la. Para aqueles que, pelo desenvolvimento da sua espiritualidade, alcançaram este poder de contemplação, é evidente que tal poder basta para conseguir o conhecimento espiritual. Os que não têm este poder, acham dificuldade para compreender a significação deste termo, e supõem que quer dizer imaginação.(Franz Hartmann)

    Sobre a constituição física do homem, Paracelso nos ensina que:

    "Antes de tudo, um médico devia saber que o homem existe em três substâncias.

Aquilo de que é feito tem três aspectos. Estes três aspectos fazem o homem inteiro, e eles são o homem mesmo e ele é eles; e destas três substâncias ele recebe todo bem e todo mal referente a seu corpo físico. Assim, cada coisa existe nestas três substâncias, e as três juntas constituem um corpo, e nada se lhes acrescenta senão a vida. Se pudésseis ver estas substâncias verdadeiras, tereis então o olho por meio do qual um médico devia ver.

Só ver o exterior está no poder de todo o mundo; porém, ver o interior é descobrir o que está oculto, é uma arte que corresponde ao médico".

     Daí a origem das doenças que pertencem aos três princípios e se manifestam no plano físico.





     De fato Paracelso o expõe da seguinte forma:

     "Todas as enfermidades tem eu principio em algumas das três substâncias: 

Sal,
Enxofre ou
 Mercúrio;

o que quer dizer que podem ter sua origem no domínio da matéria,
na esfera da alma,
ou reino do espírito.

Se o corpo, a alma e a mente estiverem em perfeita harmonia mutua, não existe nenhuma discordância; porém, se originar uma causa de discórdia num destes três planos, comunica-se aos outros."
     As três substâncias de que fala Paracelso correspondem no nosso modo atual de exprimir, à

Matéria,
Energia e
Inteligência

ou ao

Corpo físico,
Corpo astral e
Espírito.

     Em verdade, estas três substâncias não são essencialmente diferentes, são apenas três modos de atividade da mesma coisa.

São três graus diferentes de vibração da Substância Uma, ou três aspectos da Vida Universal.

     Os hermetistas entendem por substância - de sub, em baixo; stare, estar - o principio que está em baixo da existência fenomenal, ou que se oculta sob as formas físicas que observamos.

     Antes de manifestar-se fisicamente, tudo existe como substância ou força latente e ativa, porém esta substância, à medida que diminui suas vibrações, materializa e toma uma forma determinada.

     Esta substância apresenta-se à nossa compreensão sob três aspectos ou graus de vibração, porém esta divisão é apenas necessária para formarmos uma idéia a seu respeito.

     Estes três princípios manifestam-se sob quatro aspectos que constituem o
Fogo, o
Ar a
Água e a
Terra
em estado substancial, e são as substâncias do que a física hodierna chama os quatro estados da matéria:

Etérico,
Gasoso,
Líquido e
Sólido.
     A união do ternário primitivo com o quartenário forma o setenário dos princípios que constituem o homem, os sete planetas.

Estas são as divisões principais dos três princípios da substância, porém, sem o conhecimento dos três princípios não é possível conhecermos perfeitamente as coisas formadas por eles.

     "Não se pode conhecer nada perfeitamente - diz Paracelso - sem conhecer seu princípio. O homem acha-se colocado em três substâncias, em cada uma das quais tem um princípio; e cada coisa tem sua substância, seu número e medida (os que constituem sua harmonia). No estado destas três substâncias têm sua fonte todas as causas, origens e também a compreensão das enfermidades.

Estas três substâncias:

Enxofre,
Mercúrio e
Sal,

dão a cada coisa sua corporeidade, tendo cada  substância suas próprias qualidades. Se estas qualidades são boas (estão em harmonia umas com as outras), não haverá enfermidade; mas se entrarem em oposição umas com as outras, a enfermidade (discordância) será o resultado".




LIÇÃO IV

A medicina psíquica. - Origem da sugestão, do magnetismo e do hipnotismo.


    O ente psíquico, o Manas, a mente, está sujeito a desarranjos causados por um desequilíbrio nas idéias.

     Neste caso, o único remédio que produz efeito deve pertencer ao mesmo plano.

     O hermetista cura o ente psíquico pela ação das idéias vitalizadas pela sua vontade.

     Estas idéias podem ser transmitidas pelas simples ação do pensamento e formam, então, o que chamamos sugestão mental; transmitindo-as por meio das palavras, temos a sugestão verbal, o magnetismo, o hipnotismo, etc.

     Não é outra a origem do magnetismo, hipnotismo e outros conhecimentos similares.

     As forças psíquicas tem uma ação menos imediata e aparente do que aquelas forças que conhecemos sob o nome de magnetismo, porém muito mais poderosa, porque, em realidade, é a mesma força magnética, num estado muito mais elevado.

     Podemos designá-las sob o nome de magnetismo mental.

     O tratamento psíquico acha-se muito em voga na América do Norte, onde tem os nomes de Ciência Cristã e Novo Pensamento.

     Ele consiste em sugestões dadas com o fim de fazer uma boa idéia penetrar no cérebro do paciente.






     Entre as doenças psíquicas ou da idéia, as mais conhecidas são:

a obsessão,
a loucura,
o onanismo,
as tendências ao suicídio.

Estas doenças têm sua origem num grave desequilíbrio do organismo mental; há, contudo, outras doenças da idéia provenientes de um desequilíbrio momentâneo e mais ou menos grave: são os maus hábitos e certas idéias fixas de que a pessoa tem consciência, porém a que não é capaz de resistir e de que não fica livre sem as ter realizado.

Elas, porém, vão-se num movimento pendular e voltam de novo, depois de um certo tempo mais ou menos longo.

    Estas idéias são a continua tentação do estudante e, quando este julga tê-las esquecido completamente, voltam de novo e o surpreendem desarmado e sem resistência.

Se estas idéias se tornarem cada vez mais imperiosas e fortes e aparecerem mais amiudadas vezes, vão levando lentamente a pessoa para a loucura, a obsessão etc.

     Em certas condições de irritabilidade nervosa, como, por exemplo, sob a influência e um grande temor, de uma paixão violenta, de remorso, ódio ou desgosto profundo o ente humano gera na sua atmosfera astral entidades particulares chamadas larvas pelos oculistas e que se nutrem da vitalidade do infeliz que lhes deu nascença.

Uma pessoa que tem medo ou teme ser perseguida por outra, cria uma larva que tem por alma esta idéia e como corpo astral a própria vitalidade.

    A larva vai penetrando pouco a pouco no astral do individuo, produzindo nele a loucura.

   "O mesmo acontece na criação do remorso, que se apodera do astral dos criminosos a ponto de os levar a fazer a confissão do seu crime ou a procurar na morte um lenitivo para este terrível sofrimento.

A larva deste último gênero é tanto mais terrível quanto é constituída em parte pelo corpo astral da vítina.

A prática da mediunidade espírita leva também a estas obsessões, e pessoalmente podemos citar vários médiuns atingidos por esta perigosa doença, que vieram nos pedir conselhos a esse respeito."

    Ernest Bosc é o mais afirmativo e nos, explica muito claramente a origem as larvas e das doenças em geral.

    Eis o que escreveu numa das suas brochuras:

    "A larva não tem uma forma determinada, não é um micróbio, mas sim um germe, um princípio de vida procurando manifestar-se, fixar-se num corpo vivo qualquer.

É um instinto genital que erra ao acaso no ar, que voga no espaço; ela corresponde ao que os alquimistas denominam o Enxofre Filosófico; é a faísca elétrica obscura, porém luminosa quando se torna calor de combinação. Não podemos imaginar o papel considerável que a larva representa no enfeitiçamento, na loucura e em todas as doenças em geral, sobretudo, porém, nas doenças mentais.
     "Os médiuns que se exteriorizam oferecem à larva um meio de vir à existência; as mulheres também na época dos seus mênstruos e os homens pelo esperma. Vemos por aí a quantidade de larvas que a humanidade engendra, e o homem não as pode combater senão pelas pontas, armas cortantes, facas, punhais sabres, espadas.

     "As larvas podem também morrer de fome, quando não encontram ao redor de si células vazias, formas orgânicas, que lhes permitem comer e respirar.

     "Daí o perigo do sangue, das chagas, das feridas de todo gênero, do sangue menstrual, do esperma; e vemos que no vigésimo século, ainda se bebe sangue para restaurar-se e absorver seruns para curar-se de doenças. Que contra-senso!. . .

    Os judeus instruídos pela Cabala só comem carne exangue, chamada Carne Kocher; ela é menos prejudicial do que a carne ordinária.

    "O feiticeiro com seu poder maléfico, pelas sua encantações, fixa a larva no corpo do individuo que quer enfeitiçar.

    "É por isso que é tão perigoso empregar drogas entorpecentes, narcóticos, anestésicos, que permitem aos que usam estas drogas exteriorizar-se, abrem, assim, o acesso do seu corpo a todas estas lavas que procuram adquirir a vida.

    "As larvas são fermentos que se desenvolvem no sangue, no sistema cérebro espinhal e no esperma, sobretudo neste, que as transforma verdadeiramente em Seres.

    "A larva pode tomar, já o dissemos, toda espécie de formas. Uma vidente viu, numa doente que sofria do estômago, uma espécie de enorme aranha vermelha, cujos pés tinham numerosos sugadores, como as antenas ou braços dos pólipos; uma outra pessoa, que também sofria de má digestão, a larva tinha a forma  de uma libélula. - Estas espécies de larvas morrem geralmente em conseqüência da absorção de muito alimento que tomam das pessoas a quem vampirizam.

Esta grande quantidade de alimento incha tanto seu corpo, que o arrebenta, e seus restos podem dar origem a cinco ou seis pequenas larvas da mesma espécie.

    "Quanto um indivíduo é roído pelo remorso, que, é que rói?

A larva ou as larvas que foram criadas pelo sangue da vitima que foi ferida ou assassinada?

    "O homicida, o assassino não acha mais tranqüilidade senão depois de ter confessado o seu crime, ter descarregado sua consciência, declarando-se culpado. Desde então, não é mais perseguido pelo remorso não cria mais larvas novas. Tal é a razão da confissão espontânea de um grande número de criminosos, que desde então gozam descanso, porque seu corpo físico não é mais roído pela larva que tinha criado por enfeitiçamento próprio!. . .  

O celerado joga aqui com o princípio vital, o que leva muitas vezes os criminosos ao suicídio.

    "Portanto, as larvas são germes do astral, que procuram a vida no plano físico, e quando a acham, vivem no animal e no homem como parasitas. Tomam formas muito diversas e, as vezes, muito repugnantes. Uma vez incrustadas num ente vivo, vivem à sua custa.
     "A larva deve ser conhecida pelos homens, pois não é um ente quimérico, um mito; a humanidade deve contar com ela. Os povos da antiguidade o sabiam muito bem, contavam com ela e se desembaraçavam dela por todos os meios que podiam.

     "A Idade Média conheceu-a. Eis o que diz Paracelso a seu respeito:

"Uma pessoa que é sadia e pura não poderia ser possuída por Espíritos Elementares, porque estas larvas (larvae) só podem agir sobre os homens que lhes dão um lugar no seu mental.

Um espírito são é como uma cidadela, na qual não se poderia penetrar sem a vontade expressa do seu dono.

Se deixar estas larvas penetrarem, elas excitam as paixões humanas e dão origem a maus pensamentos, que, incitando o cérebro, fazem cometer más ações; aguçam assim os apetites animais e apagam logo toda espécie de moralidade".

      "Por estas poucas linhas vê-se que Paracelso conhecia muito bem as larvas".
      Por este longo extrato, o estudante ficou conhecendo a origem das doenças mentais e da maior parte das doenças físicas, pois que, em últimas análise, é necessário concluir que todas elas resultam do estado psíquico.
     As doenças nervosas que, de ordinário, não cedem a nenhuma espécie de medicamento, são uma classe muito espalhada de desordens psíquicas ou doenças da idéia.
     Os médicos, em geral, não consideram como doentes as pessoas nervosas, e convencidos que elas nada tem, administram-lhes grande quantidade de bromuro, valeriana e outros remédios congêneres, sem obter nenhum resultado. Por fim, vendo-se impotentes para obter uma melhora, abandonam o doente.
     Ora, o conhecimento da psicologia permite obter a cura muito facilmente.
     O nervoso é um doente da idéia, e só as idéias o podem curar. O pensamento, a idéia é inacessível ás drogas e para curar o nervoso é necessário modificar suas idéias.
     Todos os temperamentos nervosos tem idéias mais ou menos fixas, que, de ordinário, são passageiras, porém exigem imperiosamente sua realização. É uma larva em estado embrionário, que deve ser destruída logo, para não causar graves desarranjos.
     Na Idade Média, estes desarranjos mentais eram considerados como possessão do demônio, e os graves teólogos faziam extensas conjurações e cerimônias para expulsar o diabo e abriga-lo a falar por meio da pessoa doente. Porém, os resultados de tal tratamento foram sempre nulos, e a infeliz vítima de tais desordens nervosas ia sempre acabar na fogueira.
     Hoje, apesar do nosso progresso científico, não fizemos grande coisa nesse sentido, pois, se os doentes deste gênero não são queimados vivos, nós os abandonamos nos hospícios, sem esperança de cura e sem procurarmos conhecer a causa real da doença.
     Contudo, não devemos desesperar. Esperamos que em poucos anos a medicina psíquica tome o seu lugar no cimo das ciências experimentais aplicadas à arte de curar, para maior felicidade e bem estar do gênero humano.



     Temos o hábito de considerar os loucos como uma espécie de brutos, que não têm consciência nem sentimentos. Ora, isto é um erro. A consciência persiste no estado de loucura, e ela adquire maior agudeza, porém seus meios de expressão exterior são cortados.
     Com o tratamento psíquico cujas regras serão expostas mais adiante, a maior parte das doenças mentais podem ser curadas, as más sugestões e os enfeitiçamentos podem ser destruídos completamente.
     A respeito destes últimos, nem todos os estudantes quererão toma-los a sério, porém uma pequena explicação teórica lhes fará admitir, ao menos provisoriamente, a sua possibilidade; contudo, se tiverem o trabalho de experimentar ficarão plenamente convictos da sua realidade.
     O estudante compreendeu, pelo estudo das partes anteriores, a influência da sugestão e sua ação sobre a mente de uma pessoa, mesmo a distância.
     Ora, o enfeitiçamento não é mais dói que uma poderosa sugestão dada de perto ou a distância, conforme o caso.
     Os aparatos empregados para produzir o enfeitiçamento não são mais do que meios de exaltar a vontade do operador para dar mais energia à sua sugestão.
     Prendendo o enfeitiçamento à sugestão, o seu mecanismo é facilmente compreendido, e sabendo o processo pelo qual ele se opera, é fácil estabelecer as regras necessárias para combate-lo e neutralizar seus efeitos.
     Todas as doenças psíquicas e mesmo a loucura, são produzidas por uma auto-sugestão repetida a devem ser combatidas por uma sugestão contrária, porém só com a sugestão os resultados do tratamento serão quase nulos. Antes de tudo é necessário destruir a larva criada pelas auto-sugestões anteriores para que a sugestão possa produzir efeito.
       É o que estudaremos na lição que trata dos meios que o médico hermetista deve empregar na cura das doenças do organismo psíquico.

LIÇÃO V

     A Medicina Hermética. - Síntese das outras.

     A medicina moderna atribui as doenças a um grande número de causas externas, porém esta divisão não corresponde de modo algum à realidade, pois muitas das supostas causas são apenas efeitos.
      Conforme Paracelso, as causas externas que podem produzir o aparecimento de uma doença são cinco:
      1o. - O Princípio Astral (Ens astrale), isto é, as influências astrais e as condições do ambiente e da atmosfera.
      2o.  -  O Princípio Venenoso (Ens veneni), isto é, as impurezas e todas as coisas contrárias à constituição da pessoa.
      3o. - O Princípio Natural (Ens natura), isto é, as causas herdadas e todas as influências hereditárias.
      4o.  -  O Princípio Espiritual (Ens spirituale), que compreende todas as doenças causadas por uma imaginação doentia e uma vontade mal dirigida. São as doenças psíquicas ou da idéia.
      5o.  -  O Princípio Divino (Ens Dei), que representa a Lei de Causa efeito, pela qual sofremos as conseqüências das más ações que praticamos na vida passada. São as doenças provenientes do Carma.
      Estas cinco causas são as que realmente põem em manifestação todas as doenças, as quais, como vimos, se acham em germe no desequilíbrio dos três princípios: Sal, Enxofre, e Mercúrio.
     Vejamos, agora, como estas causas externas agem sobre o organismo.

I - O Princípio Astral

    O princípio astral forma o que nós chamamos, hoje, as influências planetárias, as quais, além de agir diretamente sobre o nosso organismo, influem indiretamente sobre ele pela sua ação sobre o meio ambiente, o frio, o calor, as mudanças de tempo, as condições elétricas da atmosfera e todos os outros fenômenos naturais, que influem sobre as condições da vida humana.
    Pertencem a esta mesma classe todos os miasmas, as influências contagiosas, os micróbios, bacilos, etc.
    Todas estas coisas são produzidas pelas influências dos planetas sobres o nosso globo.
    O princípio astral de Paracelso é a base de todas as coisas materiais da natureza física e corresponde as Akasa dos hindus.
    "Os astros no céu não formam o homem. O homem procede de dois princípios: o Princípio Seminal (Ens seminis, o esperma masculino) e o Princípio VirtuL (Ens virtutis, a mônada espiritual reencarnante). Tem, portanto, duas naturezas, uma corpórea e outra espiritual, e cada uma delas requer sua matriz e nutrimento (digestivo). Assim como o útero da mãe é o mundo que rodeia a criança e do qual o feto recebe seu nutrimento, assim também a natureza terrestre, da qual o corpo terrestre do homem recebe as influências que atuam em seu organismo. O Princípio Astral (Ens astrale) é algo que não vemos, porém nos envolve e a tudo o que vive e tem sensação. É o que contém o ar, e do qual e no qual vivem todos os elementos, e o que simbolizamos como M.(Mysterium)"
     Paracelso conhecia muito bem os bacilos e micróbios e os descreve sob os nomes de Talpa, Matena, Tortilleos, Permates, etc.
     A maior parte dos tratados de medicina ainda considera estes bacilos como produtores da tuberculose, do cólera, da sífilis, etc., porém os hermetistas sabem que eles são apenas conseqüências de outras causas superiores e, em geral, da doença.
     Além disso, eles são encontrados também em pessoas que nunca sofreram nada ou que já se acham curadas.
     Os micróbios existem em estado de larva no astral, porém é necessário um terreno favorável e uma influência que lhes permita passar para o plano físico a fim de que se manifestem como micróbios e bacilos.
      É o que nos ensina Paracelso.
      "Deus faz existirem criaturas viventes em todos os elementos, e não há coisa alguma que não tenha vida. O que se manifesta no mundo visível teve sua origem nas regiões superiores. Sem esta geração em cima, não poderia manifestar-se em baixo".
     Se as condições do lugar forem favoráveis, estas larvas que nasceram no plano material podem multiplicar-se, produzindo assim as epidemias.
     Na lição precedente vimos que as larvas são o resultado dos maus pensamentos humanos, e quando piores forem estes pensamentos, tanto mais feios serão esses fantasmas criados por uma imaginação desregrada.
     Quando aparecem bandos de insetos daninhos e pragas que infestam os campos e as plantações, é porque a mente dos habitantes do país os criou e suas ações lhes deu meuos de nascerem à vida física.
     Portanto, o Princípio Astral é um vasto campo de onde provém as causas de numerosas espécies de enfermidades, que para serem conhecidas exigem uma penetração profunda das leis da natureza que regem a manifestação física dos germes de vida do astral.
     Estas leis são conhecidas pelo estudo das influências planetárias, de que trataremos mais tarde.


II - O Princípio Venenoso

     Estes princípio compreende todas as doenças produzidas pela ação das impurezas ou substâncias venenosas.
     Compreende-se aqui como veneno o resultado do contato de duas coisas cujas naturezas são incompatíveis uma com a outra. Por si mesmo nada é impuro ou venenoso, porém qualquer coisa pode tornar-se venenosa se entrar em combinação com outras, cujas naturezas são incompatíveis com as dela.
     "Cada coisa em si mesma é perfeita e boa. Só quando entra em relação com outra coisa são produzidos o bem e o mal relativos. Se entrar na constituição do homem uma coisa que não está em harmonia com seus elementos, uma é para outra uma impureza e pode chegar a ser um veneno.    
    A química moderna, nos seus estudos analíticos, está perfeitamente ao par dos efeitos patológicos dos venenos e sabe explicar como se efetua o processo de envenenamento. Conhece também muitas substâncias que, combinadas de certa maneira, são venenosas, ao passo que, combinadas por outra forma servem de alimento e encontram-se na maior parte dos alimentos geralmente empregados. O que é veneno para uma natureza, não o é para outra, porque, como vimos acima, nenhuma substância é venenosa por si mesma, porém pode tornar-se muito venenosa, conforme a substância a que for unida.
    O que nutre a uma coisa pode matar a outra, e só pelo estudo é possível conhecer quando uma combinação é venenosa ou não. As substâncias podem pertencer a um dos três planos: físico, astral ou mental.
    As emoções, desejos desregrados e relações com pessoas de natureza viciosa são verdadeiros venenos do plano astral. Os maus pensamentos, idéias e aspirações baixas e sem um fim realmente nobre são outros tantos venenos do plano mental, mil vezes mais perigosos do que os venenos físicos. Não há maior dificuldade em envenenar o corpo por meio de drogas.
    O Princípio Venenoso é, pois, a causa de um grande número de doenças, e o estudo dos pensamentos do doente é um dos melhores maiôs para se conhecer se ele se envenenou pela sua idéias desregradas.
    Todo envenenamento tem seu princípio na mente do indivíduo, e é preciso observar o estado desta para se conhecerem os efeitos físicos produzidos pelo veneno.
    
III -  Princípio Natural
    
     Não há na constituição humana nenhuma essência que não exista na natureza, assim como não se encontra na natureza qualquer substância ou poder que naquela não exista em desenvolvimento ou em estado latente.
     Tendo o homem em si mesmas essências e poderes que existem na natureza, nele se realiza um desenvolvimento semelhante ao da natureza interna e externa, em virtude de uma só lei universal de evolução.
     Diz Paracelso:
     "Há muito que dizem que o homem é um microcosmo, porém poucos compreendem o que isto significa. Assim como o mundo mesmo é um organismo com todas as suas constelações, assim o homem é uma constelação, um mundo por si mesmo e cono firmamento (espaço) do mundo não é governado por criatura alguma, assim também o firmamento que está no homem (sua mente) não está sujeito a nenhuma outra criatura. Este firmamento (esfera mental) no homem tem seus planetas e estrelas (estados mentais), suas elevações, conjunções e oposições (estados de sentimentos, pensamentos, emoções, idéias, amores e ódios) chame-se como se quiser; e como todos os corpos celestes no espaço estão unidos uns com outros por laços invisíveis, assim os órgãos no homem não são inteiramente independentes uns dos outros, porém dependem uns dos outros até certo grau. Seu coração é seu (Sol), seu cérebro é sua (Lua), o baço é seu (Saturno), o fígado (Júpter), os pulmões (Mercúrio), e os rins (Vênus).
     O Princípio Natural compreende todas as enfermidades físicas herdadas, as qualidades do temperamento e as particularidades da mente inferior, cujas tendências são herdadas.
     A qualidade da constituição de um homem determina a duração da sua vida natural e as doenças provenientes da sua constituição interna e externa.
     "Ao nascer uma criança, nasce com ela seu firmamento (*), contendo os sete princípios, cada um dos quais tem suas próprias potências e qualidades. O que se chama predestinação não é senão a qualidade dos poderes do homem. A debilidade ou força da sua constituição determina se sua vida deve ser curta ou longa, conforme as leis naturais; os planetas nele seguem seu curso, quer tenha longa ou curta vida; convém considerar que num caso é maior a duração do curso dos seus planetas, e no outro é menor. A quantidade da constituição que um homem receber ao nascer, determina a duração da sua vida da mesma maneira que a quantidade de água numa clepsidra determina o tempo que há de ir caindo gota a gota"
     Esta classe de enfermidades compreende todas as que provém da desarmonia nas funções fisiológicas dos órgãos do corpo físico ou de um atrito recíproco entre estas duas funções e as do astral e da mente, sendo todas estas coisas provenientes da hereditariedade.

(*) Observemos este nome de firmamento. É o da tradução latina; tem como sentido direto o de consolidação (firmare, solidificar); vem do grego, barreira, suporte, derivado da raiz, que significa, ao mesmo tempo, energia (en-ergia) e consolidação. A tradução grega da Bíblia pôs aqui a palavra,......
derivada  da raiz ....., que  quer dizer solidificação por secura, de onde vem também a idéia de estrela (em latim sides, sideris, em inglês star), condensação de matéria celeste que estamos habituados a conservar só no nome do firmamento. - F. Ch. Barlet. Curso Prático de Astrologia (inédito).
      De sorte que o firmamento da criança que nasce é o seu princípio de  individualidade, de separação do organismo da mãe e de solidificação própria. Este firmamento contém as forças latentes cujo desenvolvimento completo formará o homem na perfeição física astral e mental, a que a capacidade de expansão que possuem lhes permite leva-lo; porém, este firmamento é dirigido por um poder superior, o espírito, e se este poder deixar essas forças latentes abandonadas a si mesmas, elas se oporão mutuamente, resultado daí a desarmonia e a doença.

IV - Princípio Espiritual

     Os três princípios estudados anteriormente fazem parte da natureza terrestre do homem; este e o quinto princípio referem-se às doenças originadas na sua parte espiritual.
     "Há dois ^seres no homem; um é um ser material e o outro um ser espiritual (corpo mental), impalpável, invisível, sujeito às suas próprias enfermidades (discordâncias); um pertence ao mundo material, o outro ao mundo espiritual, tendo cada um seus próprios estados de consciência, percepção e memória, suas próprias associações com seres da sua espécie. Sem embargo, os dois são um durante esta vida, e o espírito influi no corpo não porém o corpo no espírito. Por conseguinte, se o espírito está enfermo, é inútil medicar o corpo; porém, se o corpo está enfermo, pode ser curado dando remédios ao espírito".
     O princípio espiritual compreende a vontade, a imaginação e a memória, e como este princípio tem supremacia sobre todos os outros princípios anteriores, estas três  faculdades do homem espiritual são a causa de muitas enfermidades e talvez da maior parte delas.
     A vontade é a causa de muitas doenças se for dirigida para o mal; porém, sendo dirigida para o bem, é um grande remédio.
     A ação da vontade é a base dos enfeitiçamentos, da sugestão e do hipnotismo, que já conhecemos.
     A imaginação é a parte do princípio espiritual encarregada de formar as imagens. Esta faculdade tem grande importância na proporção das doenças.
     Paracelso conhecia o grande poder da imaginação e fala dela nestes termos:
     "O homem visível tem seu laboratório (o corpo físico), e aí trabalha o homem invisível. O sol tem seus raios, os quais não é possível ajuntar com as mãos, e que , não obstante, são bastante fortes (se reunirem por meio de uma lente) para incendiar edifícios. A imaginação no homem é como um sol: age dentro do seu mundo onde quer que brilhe. O homem é o que pensa. Se pensa fogo, está ardendo; se pensa guerra, está guerreando. Pelo poder do pensamento a imaginação se converte num sol"
     Os psicólogos modernos não poderiam descrever melhor a influência da imaginação sobre as ações e os estados do homem.
     É pela virtude da imaginação que a sugestão mental e o hipnotismo agem sobre o paciente, e enquanto o operador não fizer suas ordens penetrarem na imaginação do paciente, elas não produzirão efeito.
     Por fim, a memória também pode ser um elemento produtor de doença, se começamos a nos recordar dos sofrimentos, desgostos, ódios e outros males passados.

V - O Princípio Divino

     O princípio divino corresponde à Lei do Carma, segundo a qual todo ente colhe sempre, aquilo que semeia. Conforme esta lei da justiça divina, todo efeito bom ou mau volta para o seu produtor.
     A Vontade divina, sendo justa, não pode favorecer mais este que aquele, de modo que cada qual alcança os resultados que o seu trabalho merece.
     "Não há nem boa nem má sorte, porém todo efeito é devido a uma causa. Cada um recebe sua recompensa conforme sua conduta e suas obras. Deus fez todos os homens de uma só substância e a todos deu o mesmo poder para viver, pelo que todos os seres humanos são os mesmos para todos; porém nem todos olham o sol com os mesmos olhos. Deus ama a todo o gênero humano da mesma maneira; porém nem todos amam a Deus com o mesmo amor. Cada um dos filhos de Deus tem o mesmo patrimônio; porém um desperdiço, enquanto o outro conserva. O que Deus fez igual, as ações dos homens tornam desigual. Cada homem que leva sua cruz encontra nisso sua recompensa. Cada desgraça é uma fortuna, porque a bondade divina dá a cada qual o que mais necessita para o seu futuro desenvolvimento; o sofrimento começa só quando aparece o descontentamento, o qual provém da ignorância da lei eterna. Quanto maior for o obstáculo para o combate, tanto maior será a vitória.
      Estas cinco espécies de causas podem combinar-se na produção de uma só doença, e é raro que esta seja produzida por uma só causa.
      Havendo cinco causas de enfermidade, há também cinco métodos de tratamento, que requerem cada um certas qualidades distintas das dos outros.
      Daí resultam cinco classes de médicos, que Paracelso descreve do modo seguinte:
      1o. - Naturalistas. São os que se servem de remédios físicos, drogas, substâncias minerais, vegetais e animais, eletricidade, produtos químicos, luz, calor, ar, etc.
      2o.  - Especifistas. Esta classe compreende aqueles que tendo observado pela experiência os efeitos de um remédio no tratamento de uma doença, o consideram como o remédio próprio daquela doença. Os seus representantes de hoje são os homeopatas.
      3o.  -  Características. Os que se servem das forças mentais e agem sobre a imaginação e vontade do doente. Atualmente são os hipnotizadores, magnetizadores, etc.
      4o.  -  Espiritualistas. São aqueles que possuem o poder espiritual e servem-se das forças vitais (spiritus) das plantas, metais, etc. , empregando também o poder mágico da sua vontade e as correspondências astrais.
      5o.  -  Fidelistas. A esta classe pertencem os teurgistas e todos aqueles que operam pela fé e a invocação das forças superiores da natureza. São os Moisés, Cristos, etc.
      A qualquer destas cinco classes que pertença, um médico deve ser perfeitamente versado no seu departamento, de modo a poder basear-se mais na sua razão e intuição própria do que nas explicações que o doente lhe possa dar. O médico de qualquer destas classes devia poder reconhecer a causa e a origem da enfermidade de que trata, sem ter nenhuma dúvida a este respeito.
    Qualquer destas cinco classes de médicos pode obter curas; basta conhecer bem o seu departamento e agir com interesse para curar o enfermo.
    Paracelso recomenda aqueles que pertencem a uma destas classes não se desviarem dela, porém estuda-la cada vez mais e tratar os doentes só pelo seu modo. Entretanto, o verdadeiro médico não deveria dizer que a sua classe é superior às outras e que aquelas não obtêm curas.
    Os médicos naturalistas devem conhecer perfeitamente o departamento das ciências naturais, que compreendem os quatro elementos básicos da natureza física e a sua síntese: o éter.
    Os remédios por eles empregados pertencerão ao elemento Terra, se forem substâncias minerais, vegetais, animais e outras substâncias sólidas.
    Serão do elemento Água os banhos quentes ou frios e a hidroterapia em todas as suas formas.
    O elemento Ar é empregado do tratamento pelo vapor, a inalação de certos gases e a mudança de clima.
    Do elemento Fogo provém todos os agentes curativos que pertencem à classe da energia, tais como o calor, a luz, as cores, a eletricidade, o magnetismo mineral, os raios X, etc.
    O Éter é pouco conhecido e seu emprego terapêutico ainda não se acha determinado.
    À classe dos médicos específicos pertencem aqueles que se baseiam na ação fisiológica dos medicamentos e empregam os remédios específicos. Por exemplo: o calor é o remédio específico do frio; a umidade, da secura; o ar, da anemia e da tuberculose.
    Os médicos específicos devem conhecer as leis de combinação química no organismo humano e na natureza suas conseqüências e razões.
    O ar fresco e puro tem uma ação fortificante e destruidora dos micróbios.
    De onde lhe vem isto?
    A ação fortificante lhe vem da afinidade que tem o oxigênio do ar para o ácido carbônico do sangue; a ação destruidora de micróbios provém da combinação de certos gases contidos no ar com outros elementos contidos nestes micro-organismos.
    Pela determinação dos elementos químicos que constituem os bacilos e micróbios do organismo, a medicina futura talvez chegará a combinar certos elementos destes micróbios com outros que lhe sejam afins, produzindo por essa forma a desagregação e a morte dos micróbios.
    Os médicos desta classe devem também possuir o conhecimento dos Tattwas, suas cores e seus efeitos, porque indicam as influências atmosféricas em atividade no momento, e um médico esperto pode aprender mais por eles sobre o estado de um doente do que lhe poderão ensinar todos os tratados de medicina.
    A aplicação dos remédios específico não só o conhecimento do remédio que curou esta ou aquela moléstia, mas também o conhecimento das causas que a produziram, isto é, da relação que existe entre a causa e o efeito.
    Os médicos características agem por meio do hipnotismo, da sugestão e pela influência pessoal.
    Inspiram pela sua presença a confiança ao paciente e gravam na sua mente a idéia da saúde, agindo sobre a sua imaginação e vontade.
    "Muitos ignoram o que a imaginação e como ela pode fazer chegar às honras e riquezas. Poderiam objetar-me que alguns chegaram às riquezas graças ao acaso ou à sua indústria, que muitos não puderam ser feridos nem vencidos graças às virtudes das ervas, das raízes. Ou das pedras, e que há muitos meios de nos defendermos dos nossos inimigos. Responderei que a imaginação governa todas as coisas, a fé exalta tudo, e sem ela tudo é ineficaz.
     É, pois, agindo sobre a imaginação que o médico desta classe cura os seus doentes.
    Os médicos espiritualistas agem pelo seu poder espiritual e pelo emprego da Magia.
    "A semelhantes médico se lhes chama espiritualistas, porque mandam nos espíritos das ervas e raízes e os obrigam a pôr em liberdade os enfermos a quem aprisionaram. Da mesma forma, se um juiz põe um preso na cadeira, o juiz é o médico do preso, porque, tendo as chaves, pode abrir as portas quando quiser. A esta classe de médicos pertenceram Hipócrates e outros".
    Os médicos desta classe devem ter conhecimento da magia branca e negra, das correspondência astrais, etc. Este sistema se acha completamente abandonado hoje em dia, porém é por ele eu se explicam as maravilhosas curas de lepra, cancro, etc., realizadas por Paracelso.
    Por último, os médicos fidelistas curam pelo poder da fé, da confiança e da convicção e possuem poderes divinos.
    São os que atualmente conhecemos sob o nome de teurgos e taumaturgos.

AS BASES FUNDAMENTAIS DA MEDICINA

    As bases fundamentais da medicina, segundo Paracelso, são quatro: A Filosofia, a Astronomia, a Alquimia e a Virtude do Médico.
    Nenhum bom médico de qualquer das cinco classes precedentes pode dispensar de possuir estas quatro bases em que se apóia a prática da medicina.
    O médico hermetista pode pertencer a uma das cinco classes há pouco estudadas, porém precisa possuir os conhecimentos fundamentais.

I - Filosofia

    A primeira das bases fundamentais da medicina hermética é o conhecimento da verdadeira filosofia.
    A filosofia é o amor da sabedoria e da verdade. A filosofia não consiste em forjar teorias, hipóteses e induções por meio da lógica e da argumentação. Este sistema de filosofia é um castelo de cartas, que a todo momento pode ser derrubado.
    A verdadeira filosofia baseia-se na observação imparcial da natureza, no estudo das relações que existem entre os diversos planos da mesma.
    A natureza interna é uma manifestação da verdade, porém para conhecer esta verdade é preciso examinar imparcialmente a natureza.
    A filosofia de que trata Paracelso consiste no conhecimento da verdade, independente do estudo de qualquer livro ou autoridade.
    O livro da natureza está sempre aberto para todos aqueles que não se baseiam nas opiniões e concepções dos outros.
    O conhecimento da opinião ou das experiências dos outros nos serve como guia útil, porém constitui apenas uma crença e não forma o conhecimento próprio.
    A ciência moderna acha-se bastante adiantada no conhecimento da natureza externa, dos efeitos, porém nada conhece da natureza interna, da causa, de modo que as suas deduções e inferências não são geralmente confirmadas pela experiência.
   Desenvolvendo sua natureza interna, o verdadeiro filósofo desperta os seus sentidos astrais, alcança a consciência no plano interno da Natureza e pode ver no laboratório químico da mesma como se opera a passagem da causa para o efeito, como os germes se tornam realidades subjetivas.
    Os nossos naturalistas, químicos e biologistas observaram que há uma transição entre os seres minerais, vegetais e animais. Eles crêem que há uma evolução do mineral para o vegetal e do vegetal para o animal, assim como de um indivíduo para outro destes três reinos; contudo, ignoram completamente como se realiza esta evolução, e o ignorarão sempre até que tenham adquirido o conhecimento da natureza interna, na sua parte mais inferior, ao menos isto é, do plano astral.
    Portanto, a verdadeira filosofia é aquela que se baseia no conhecimento real da verdade tal como ela é manifestada pela natureza, e não como a supomos que seja pelos nossos falsos raciocínios.

II - Astronomia

    Na opinião dos modernos astrônomos, a Astronomia é a ciência que trata dos corpos celestes, estuda as leis dos seus movimentos e sua posição relativa na esfera celeste.
    Porém. A verdadeira astronomia é muito superior a tudo isso.
    A astronomia, conforme a compreendiam Paracelso e os antigos hermetistas, era a ciência das leis que dirigem a manifestação externa dos princípios internos da natureza. Assim, nesta opinião, o estudo do desenvolvimento de uma semente para formar uma árvore ou do germe para formar uma criança era um estudo de astronomia.
    De fato, os astros e planetas são apenas organismos do universo e têm sua vida individual. A lei que dirige o movimento dos astros é a mesma que a dirige todas as outras manifestações da natureza.
    Diz Paracelso:
    "Deveis saber que as constelações dos planetas e estrelas no céu, com todo o firmamento, não causam o crescimento do nosso corpo, nossa cor, aparência ou conduta, e nada tem que ver com as nossas virtudes ou quantidades. Semelhante idéia é ridícula; o movimento de Saturno não intervém na vida de ninguém, e não faz nem mais longa nem mais curta; e mesmo que jamais tivesse existido no céu um planeta chamado "Saturno", haveria pessoa nascida com natureza saturnina. Embora o planeta Marte seja de natureza ardente. Nero não foi seu filho, e embora sejam da mesma natureza (manifestando-se em ambos a mesma classe de energia), nenhum deles a recebeu do outro".
    A astronomia é a lei (nomos) que dirige a solidificação da matéria etérica (Akasa) ou a sua passagem para um estado inferior.
    Os planetas e as constelações são. Meros estados por que passa a energia universal no seu movimento de evolução ou de involução.
    Como, porém, estes estados são idênticos na natureza inteira e no homem, o conhecimento das transformações do sistema planetários nos mostra também as transformações no organismo humano.
    Tal é a razão porque a Astronomia e a Astrologia são necessárias para o hermetista.
    A Astronomia, como a compreendiam os antigos, formava uma só ciência com Astrologia, e ambas tinham o mesmo fim.
    Os astros são os sentidos do Homem Celeste, existindo também no homem terrestre, porém nele se acham manifestados só cinco desses sentidos. Como os sentidos do homem terrestre vibram em uníssono com os do Homem Celeste, podemos conhecer o que se passa naquele pela observação do que se passa neste.
     Os astros não governam o homem, porém como ambos seguem a mesma lei, podemos estudar naqueles as transformações que se passarão neste.
     A astronomia antigo estudava as forças espirituais representadas pelos planetas e que existem em duplicata no homem e nos outros seres; pelo contrário, a astronomia moderna estuda apenas as posições relativas dos corpos planetários na esfera celeste, sem examinar sua natureza espiritual.
     O conhecimento da Astronomia e da Astrologia é o mais importante de todos para o médico hermetista.

III - Alquimia

     Paracelso nos mostra que a Alquímica é a ciência da Vida e, portanto, seu conhecimento é essencial para o médico.
     Há três espécies de Alquimia: a Alquimia Física, a Alquimia Astral e a Alquimia Espiritual.
     A Alquimia Física não difere da Química, e foi dela que nasceu esta; porém como a  Química só se ocupa da natureza física dos corpos. A Alquimia possui certas leis que a química está muito longe de alcançar.
     A natureza, ao produzir de uma semente uma árvore, faz uma operação alquímica, porém o nosso químico não é capaz de reproduzir o mesmo fenômeno em seu laboratório.
     Os fenômenos da digestão, pela qual os alimentos se transformam em sangue e carne, são fenômenos de alquimia física, que nenhum químico é capaz de realizar em seu laboratório.
     A Alquimia Física compreende toda a química moderna, com todas as descobertas futuras. Mas a sua base é a unidade da matéria e os quatro elementos.
     A Alquimia Astral compreende o estudo dos entes astrais, das combinações da matéria astral e da evolução das espécies dos entes físicos, pois a chave desta evolução está no plano astral.
     O estudo da Alquimia Astral requer o desenvolvimento da consciência astral do homem.
     Os fenômenos de espiritismo, hipnotismo,m feitiçaria, etc., pertencem à Alquimia Astral.
     Todas as ações sobre os outros, os fenômenos de telepatia, transmissão do pensamento e psicometria pertencem à Alquimia Astral.
      O magnetizador que transmite a um doente a sua força vital, faz uma operação de Alquimia Astral.
      O professor que faz de um aluno ignorante um homem inteligente e instruído, faz também uma operação de Alquimia Astral.
      A Química com elementos grosseiros não pode obter mais do que elementos grosseiros, ao passo que a Alquimia obtém sempre um elemento superior.
      A Alquimia Espiritual contém os segredos da criação do universo e da regeneração do homem.
      Esta Alquimia superior não pode ser estudada intelectualmente. O homem a compreenderá somente quando tiver sublimado o seu intelecto e transformado os metais inferiores da sua natureza em ouro puro.
      Esta Alquimia consiste na purificação completa de todo ente humano.
      Estas três espécies de Alquimia estão em relação íntimas umas com as outras, e não pode conhecer a Alquimia Física aquele que não tiver aprendido as outras duas espécies.
      São três ramos da mesma ciência que se aprendem conjuntamente. Um passo dado num deles o é também nos outros dois.

IV  -  A virtude do médico

      A virtude do médico é o poder de curar, o qual depende da sua força espiritual.
      Sem este poder, os conhecimentos possuídos pelo médico não podem fazer nada para a cura. A verdadeira medicina é um sacerdócio, e o mais sagrada de todos. O médico verdadeiro recebe o seu poder de Deus.
     "Aquele que pode curar enfermidades é médico, diz Paracelso. Nem os imperadores, nem os papas, nem os colégios, nem as escolas superiores podem criar médicos. Podem conferir privilégios e fazer que um indivíduos que não é médico apareça como se o fosse; podem dar-lhe permissão para matar, porém dar-lhe o poder de curar; não podem, faze-lo médico verdadeiro se não tiver sido ordenado por Deus. O verdadeiro médico não se jacta da sua habilidade, nem exalta suas medicinas, nem procura monopolizar o direito de explorar o doente, pois sabe que a obra deve elogiar o seu autor, e não o autor a sua obra. Há um conhecimento que se deriva do homem, e outro que se deriva de Deus por meio da luz da natureza. Aquele que não nasceu para ser médico, nunca terá êxito. O médico deve ser leal e caritativo. Aquele que ama a si mesmo e seu próprio bolso, fará muito pouco bem aos doentes. A medicina é muito mais uma arte do que uma ciência. Conhecer as experiências obtidas pelos outros, é útil para o médico; porém toda a ciência dos livros não pode fazer médico a um homem, a menos que o seja por natureza. Só Deus dá a sabedoria médica".



     Isto não quer dizer que o médico deve ser um mão aberta; significa que deve tratar o doente, não pelo amor do que este lhe poderá pagar, mas com intenso desejo de cura-lo.
     A virtude ou poder do médico é aquela força interna que nasce do desejo ardente de fazer o bem e do profundo amor da Verdade.

PREPARAÇÃO HERMÉTICA DAS PLANTAS

     O tratamento hermético da planta, depois de colhida, tem por fim apoderar-se da força viva, da alma ou, como diziam os antigos, do bálsamo da planta.
     "O bálsamo é o óleo essencial dos vegetais; não é nem o óleo vulgar, nem o sal, nem a terra, nem a água, mas sim alguma coisa muito sutil o veículo do corpo astral. Obtém-se pelo fogo e não pela fermentação".
     Este bálsamo é que Paracelso chama um arcano, isto é, uma substância fixa, imortal e, por assim dizer, incorpórea, que muda, restaura e conserva o corpo.
     Esta força é envolta por uma tintura que se obtém reduzindo o vegetal do seu estado de matéria secundária ao de matéria prima.
    O poder curativo de um vegetal reside no seu espírito; porém, como no estado natural a atividade do espírito acha-se limitada pela matéria que o encobre, o hermetista deve saber extraí-lo, ao menos, dos seus envoltórios mais grosseiros.
    Esta operação realiza-se por uma cocção durante a qual deve-se ajuntar uma substância capaz de absorver-lhe as impurezas.
    Esta substância deve ser escolhida de acordo com o sabor da planta.
    O sabor é dado pelo sal da terra em que cresce a planta.

    É por meio dele que podemos conhecer o modo de extrair o bálsamo da planta.
    O sabor ácido e amargo indica o sal de Saturno; doce, suave e acidulado, o de Júpter; o sal de Marte dá à planta um sabor  ácido, amargo e picante; o sabor aromático e acidulado, revela o sal do Sol; o sal de Vênus dá um sabor doce, agradável e oleoso; o de Mercúrio dá um sabor misto, e o da Lua, um sabor insípido e desagradável.
    A cocção deve ser feita com um sal mineral do mesmo tipo planetário que o que é indicado pelo sabor da planta. Por esta cocção obtêm-se três coisas: um sal, uma matéria prima e um mercúrio.
    Na terapêutica há três sais vegetais particularmente úteis.
    O primeiro é Jupiterino, tem bom cheiro e bom gosto. O sal de Marte é amargo, ígneo e adstringente. O sal de Mercúrio é dinamizador e produz reações salutares.
    A primeira matéria que depois se extrai dos vegetais é nutritiva;      quase sempre um óleo que dá vigor ao temperamento do doente.
    Enfim, o mercúrio vital é regenerador e revivificador; só pode ser extraído de vegetais quase perfeitos, de sabor doce e governados pelo Sol, Júpter ou Vênus.
    Eis um modo geral de preparação da planta para extrais o seu bálsamo ou arcano de Paracelso.
     Depois de colhida, a planta é posta ao sol em infusão no álcool durante uma semana.
     Depois disto é cortada em pedacinhos e colocada em maceração na água quente salgada, durante um dia.
     A alcoolatura, a água de marcação e o resíduo sólido são conservados separadamente.
     Preparam-se dois aparelhos unidos pelo gargalo, cuidadosamente fechados e envolvidos numa tríplice baetilha preta, depois de ter posto num deles os dois líquidos e os restos da planta.
     Os aparelhos são, então colocados sobre um fogo na temperatura constante de 39o ou 40o, durante três semanas aproximadamente.
     Seja qual for a planta, é preciso chegar a obter um licor um pouco espesso, vermelho e fixo.
     O aparelho indicado na figura  abaixo pode servir para as preparações indicadas acima.
     O aparelho envolvente A não é necessário para estas preparações.

      Os pedaços sólidos da planta, a alcoolatura e a água de maceração são postos no aparelho B, que é colocado sobre o fogo.
      O aparelho C é para receber os vapores produzidos pela longa cocção.
      Na preparação das plantas pode-se empregar também os aparelhos representados acima.
      As plantas de Marte e Mercúrio são as mais ativas e precisam ser retificadas pela união com outras de Vênus ou de Júpter.
      Preparando uma planta de Mercúrio combinada com outra de Júpter no momento da conjunção destes dois planetas, obtém-se um excelente remédio contra as doenças do sangue.
      Na preparação das plantas é preciso conservar os aparelhos hermèticamente fechados para não deixar escapar o vapor que contém a alma da planta.
      O hermetista não deve esquecer também que uma planta venenosa pode adquirir boas qualidades, sendo colhida em tempo favorável, ao passo que uma planta de boas qualidades pode perder suas virtudes, se for colhida em tempo desfavorável.
      As plantas vivas podem ser empregadas também para a transplantação das doenças.
      Esta transplantação opera-se por meio de uma substância intermediária: sangue, cabelo ou imã.
      Os indígenas da América Central e de outro lugares, os hindus e camponeses da Alemanha têm um processo pelo qual ligam o destino da criança que nasce ao de uma árvore escolhida para tal fim. Neste caso, a criança aproveita do vigor da árvore, porém se esta for cortada ou ferida , ela também sofre e perece.
      Conhecemos o caso de uma camponês cuja mulher tinha o hábito de jogar cabelos no lixo. Depois de algum tempo, o lixo foi levado para o campo e posto ao pé de uma árvore.
      Certo dia, a mulher, que se achava boa de saúde começou repentinamente a dar grandes gritos e a queixar-se de dores atrozes.
      Seu marido, lembrando-se dos cabelos que tinham sido postos ao pé da árvore, corre ao campo e encontra  várias pessoas que estavam cortando a árvore, chegando a tempo para salvar a vida de sua mulher.
      Este fato recente prova a realidade da transplantação das doenças e da saúde, ensinada por Paracelso.
     Tal transplantação pode ser feita da forma seguinte:
     O operador toma um pouco de cabelo ou de sangue do doente, enterra-o bem próximo da raiz d planta para que possa servir de alimento a esta.
    Ao enterrar estes laços magnéticos entre o doente e a planta, é necessário dizer com que intenção é feita a operação e ter pensamento firme nela.
    Pode-se também fazer uma cicatriz numa parte importante da planta e aí depor um pouco de sangue do doente.
    Além do emprego das plantas, Paracelso usava preparações metálicas, talismãs e selos dos planetas.
    Na X lição trataremos destas coisas, de modo que, no final do curso, o discípulo conseguirá não só os conhecimentos teóricos necessários para a prática da medicina hermética, mas estará de posse das receitas mais apropriadas para o tratamento das doenças mais comuns.

LIÇÃO VI

Determinação das doenças. - As doenças físicas. - As doenças astrais. - As doenças mentais ou psíquicas.

     O conhecimento da doença é, necessariamente, o mais importante em toda a medicina.
     O médico hermetista deve ter o máximo cuidado em fazer um diagnóstico exato da doença.
     Não é, porém, indispensável que eu diagnóstico seja a delineação dos caracteres da doença pelo modo empregado na medicina moderna oficial.
     O diagnóstico não é para o hermetista o resumo de sintomas classificados sob um vocábulo médico como designador da doença ou das doenças assim designadas.
     O diagnóstico é para nós percepção exata da manifestação física da doença.
      O médico hermetista difere profundamente dos médicos da escola moderna, para os quais um certo conjunto de sintomas indica que o paciente sofre certa forma de doença, que recebe o nome da moda.
     Os nomes que atualmente damos às doenças apresentam um grande contraste com os que lhes eram atribuídos há cem anos.
     A dor de garganta do 17o. século tornou-se influente no 18o., e agora chamamos de gripe, atribuindo-lhe quase todas as formas de catarro simples, dispepsia, etc.
     Logo que esta denominação tenha saído da moda, será introduzido um outro vocábulo não menos absurdo, que servirá de espantalho para aqueles que consideram a gravidade das doenças pela pompa dos seus nomes.
     Não obstante, hoje como outrora, os ,mesmos princípios eternos operam e as causas das doenças não mudaram.
     Vamos, agora, estabelecer algumas regras simples para se conhecerem as doenças.
     Nos volumes desta série: Frenologia e Fisiognomonia, Quiromancia e Astrologia, desenvolveremos melhor as mesmas idéias aqui expostas.
     O diagnóstico completo deve ser feito pelo exame do horóscopo do doente, porém os dados astrológicos que seguem são suficientes para que o estudante possa formar uma idéia clara das predisposições do doente para uma certa classe de doenças.
     Conhecendo o dia e o mês do nascimento, o quadro seguinte indicará a influência planetária que pode ser considerada como principal. Ele pode também ser utilizado para conhecer a influência em ação no dia em que a pessoa caiu doente. Combinado estes dois dados pode-se chegar a conclusões muito úteis para o médico.
     Neste quadro dividimos as influências em principais e secundárias. Aquelas são mais importantes do que estas e devem
Ser preferidas, porém, às vezes, podem ser combinadas.
    




QUADRO DAS INFLUÊNCIAS PLANETÁRIAS EM ATIVIDADE DURANTE O ANO TERRESTRE

Meses   Datas   Influência secundária de  Influência primária de

              1 a 10    Saturno e Capricórnio     Vênus e Tauro
Jan.       11 a20   Saturno e Capricórnio     Mercúrio e Virgo
              21 a31   Saturno e Aquário           Saturno e Aquário
              
              1 a 9      Saturno e Aquário           Mercúrio e Gêmini
Fev.      10 a18   Saturno e Aquário           Vênus e Libra
           19 a 28
               ou 29   Júpter e Pisces                  Júpter e Pisces

            1 a 10     Júpter e Pisces                  Lua e Câncer
Mar.    11 a 20   Júpter e Pisces                  Marte e Escorpião
             21 a 31   Marte e Aires                    Marte e Áries
              
             1 a 10     Marte e Áries                    Sol e Léo
Abr.     11 a 20   Marte e Áries                    Júpter e Sagitário
             21 a 30  Vênus e Tauro                   Vênus r Tauro

            1 a 10     Vênus e Tauro                   Mercúrio e Virgo
Mai.    11 a20    Vênus e Tauro                   Saturno e Capricórnio
            21 a31    Mercúrio e Gêmini           Mercúrio e Gêmini

            1 a 10     Mercúrio e Gêmini           Vênus e Libra
Jun.    11 a 20   Mercúrio e Gêmini            Saturno e Aquário
           21 a2Jul. Câncer e Lua                    Lua e Câncer

           3 a 12      Câncer e Lua                    Marte e Escorpião
Jul.    13 a22      Câncer e Lua                  Júpter e Pisces
          23 a 2Ago. Sol e Léo                        Sol e Léo

        
           3 a 13        Sol e Léo                         Júpter e Sagitário
Ago.   14 a23       Sol e Léo                         Marte e Áries
           24 a 2 Set. Mercúrio e Virgo           Mercúrio e Virgo

          3 a 13         Mercúrio e Virgo           Saturno e Capricórnio
Set.   14 a23        Mercúrio e Virgo            Vênus e Tauro
          24 a 3Out. Vênus e Libra                 Vênus e Libra

          4 a 13         Vênus e Libra                 Saturno e Aquário
Out.  14 a23         Vênus e Libra                Mercúrio e Gêmini
          24 a 2Nov.  Marte e Escorpião        Marte e Escorpião

          3 a 12          Marte e Escorpião        Júpter e Pisces
Nov.  13 a22         Marte e Escorpião        Lua e Câncer
          23 a 2Dez.  Júpter e Sagitário          Júpter e Sagitário

          3 a 12         Júpter e Sagitário          Marte e Áries
Dez.  13 a 22       Júpter e Sagitário            Sol e Léo
          23 a31       Saturno e Capricórnio    Saturno e Capricórnio


     Depois de ter determinado a influência preponderante, examinamos os órgãos atacados, verificando as suas relações com os signos e planetas, conforme as indicações que seguem.

Signos correspondentes às diversas partes do corpo e às forças mentais

Aires...........governa a cabeça, o rosto, a consciência.
Tauro..........governa o pescoço, a garganta, o movimento.
Gêmini........governa os ombros, os braços, as mãos, a substância.
Câncer........governa o peito, o estomago, o fígado, a respiração.
Léo..............governa as costas, o coração, a vitalidade.
Virgo...........governa o ventre, os intestinos, a forma.
Libra...........governa os rins, a região lombar, o sexo.
Escorpião......governa os órgãos sexuais, a ânus, o desejo.
Sagitário........governa as coxas, as artérias, o pensamento.
Capricórnio...governa os joelhos, a pele, a individualidade.
Aquário..........governa os tornozelos, as pernas, a intuição.
Pisces..............governa os pés,  vontade.

    Os mesmos signos influem sobre o corpo humano da forma seguinte.
    Os signos cardinais: Aires, Câncer, Libra e Capricórnio, influem sobre a cabeça, o estomago, os ovários, os rins, o fígado, a epiderme, o ente psíquico e a organização mental.
    Os signos fixos: Tauro, Léo, Escorpião e Aquário, têm influência sobre a garganta, o coração, os órgãos genitais, o sangue e o organismo astral em conjunto.
    Os signos comuns: Gemini, Virgo, Sagitário e Pisces, agem sobre os pulmões, os intestinos, o sistema nervoso, a matriz e o organismo físico em conjunto.
    Os planetas também governam certas partes do corpo humano e o estudante deve comparar as indicações dadas por eles com as fornecidas pelos signos.

     Partes do corpo governada pelos planetas

Saturno governa os ossos, as juntas, o baço, os joelhos, a bexiga, os dentes, o olho esquerdo e a mão esquerda.

Júpter governa o fígado, as coxas, os pés, o sangue, o diafragma, o olho direito e a mão direita.

Marte governa a cabeça, as partes genitais do homem, os rins, a bílis, os músculos e o pé esquerdo.

O Sol governa, o coração, as costas (na altura do coração), o pé direito, a força vital, as artérias e as veias.

Vênus influi sobre o pescoço, a garganta, os seios e os órgãos genitais da mulher.

Mercúrio domina sobre os braços, as mãos, a língua, o sistema nervoso, os pulmões, as coxas e inteligência.

A Lua governa o peito, o estomago, o útero, os intestinos, o cérebro e os humores.

    De posse destas indicações, o estudante acha-se em condições de formular um diagnóstico que será aperfeiçoado por outras observações que damos mais adiante. Eis um exemplo que explica o método a seguir na prática:
    O Sr. X, acha-se muito doente, não pode deixar o leito, tem muita febre, etc.,etc. Nasceu em 5 de Abril.
   
    Examinando os quadros expostos acima, vemos que a data de cinco de Abril está:
1o.) sob a influência principal de Marte e de Áries.
2o.) sob a influência secundária do Sol e de Léo.

    De fato, op doente sofria uma violenta desordem nervosa, melancolia e perturbações nos rins.
    Havia. Porém, outra coisa mais importante e que não podia ser diagnosticada pela ciência médica moderna, pois escapava completamente à vista e à observação. É o que as influências astrais nos revelam: o desequilíbrio entre a CABEÇA (representada por Marte e Áries) e o CORAÇÃO (representado pelo Sol e Léo).
     Efetivamente, depois de sério interrogatório, conseguimos saber que os desgostos, as preocupações e o amor foram as causas originais da doença.
    Vê-se que esta doença teve sua origem nos centros astral e mental. A ação do astral produziu a violência das emoções e paixões.
    A mente, por sua vez persistindo nas idéias passionais e nos excessos a que elas levam, deu o primeiro passo para a manifestação material deste desequilíbrio.
    Em conseqüência , concluímos que os dois pontos a tratar são o cérebro e que as desordens renais desapareceriam com as causas que lhes deram origem.
    Poderíamos citar muitos casos como este, porém o que desejamos não é publicar os resultados obtidos; o nosso fim é instruir o estudante.
    Aconselhamos vivamente aos estudantes médicos que apliquem este método, do qual tirarão maravilhosos resultados.

*  *  *

    Podemos dar maior precisão ao conhecimento da origem e ao campo da sua manifestação, examinando as relações do rosto com diversos órgãos do corpo e os três centros.
    Papus publicou, na sua revista L'Initiation, um resultado as indicações dadas pelo rosto.
    Servir-nos-emos dele para dar ao estudante uma idéia clara do modo e conhecer o estado do doente.
    Os médicos hermetistas dividiam o rosto em três partes, como indica a figura da página seguinte.
    A seção inferior que compreende o queixo, a boca e as partes inferiores das faces, indica todas as doenças de origem física ou que tem seu assento principal na parte mais inferior do organismo, cento da vida física.
    Se, portanto, o estado desta seção inferior do rosto estiver em desarmonia com a das outras duas seções, pode-se inferir daí que a doença se origina na organização física.
    Por exemplo:
    As desordens gástricas e intestinais são indicadas pela língua esbranquiçada.
    Se elas forem violentas, produzirão febres, nas quais a língua, além de se achar coberta de uma massa esbranquiçada, apresentará também assaduras, manchas vermelhas e rachaduras.
    As desordens biliosas e inflamações do fígado são conhecidas pelo gosto amargo da saliva e a cor amarelada da língua.

    A peritonite revela-se pela secura dos lábios.
    A nefrite e outras doenças dos rins manifestam-se por uma palidez particular e cor esverdeada do rosto e, sobretudo da parte inferior deste.
    Além destas indicações especiais, o queixo avermelhada, o excesso de saliva, a inflamação das gengivas. São outros tantos indícios certos de desordens no centro do organismo físico.
    A parte média do rosto compreende as maçãs e as narinas.
    É nela que podemos descobrir as doenças de origem astral ou que se manifestam no centro físico que serve de apoio ao corpo astral.
    O estado das maçãs revela as condições dos pulmões.
    A maior ou menor abertura do nariz e a regularidade da respiração manifestam o estado do coração.
    Enfim, esta seção do rosto manifesta, sobretudo, as perturbações no centro vital e motor de toda a máquina humana.
    A seção superior do rosto serve de apoio ao espírito e indica o estado da mente.

O estado dos olhos nos manifesta o estado mental do doente.
    O estado de loucura se revela por um olhar violento, a irregularidade nos movimentos das pálpebras e a dilatação das pupilas.
    O idiotismo tem como sinal aparente um olhar vago e inexpressivo, a fronte inclinada para trás.
    A proeminência da fronte é um sinal certo de inteligência, de modo que, quanto mais inclinada para trás estiver a fronte e mais desarmonioso for o conjunto do rosto, tanto menos inteligente será a pessoa.
    O grau de proeminência da fronte é medido por meio do ângulo facial.
    O ângulo facial é formado pelo apoio da fronte sobre as faces.
    Para calcular o ângulo facial, o melhor meio foi indicado pelo anatomista Camper.
    Abaixa-se uma linha da fronte até um pouco acima do lábio superior , em baixo do nariz; deste ponto traça-se outra linha que chegue até o ouvido, cortando a articulação da mandíbula inferior: o ângulo formado pelo encontro destas duas linhas representará a proeminência da parte anterior do cérebro e, por conseguinte, o grau relativo de inteligência.

    A figura anterior representa o modo de traçar o ângulo facial numa cabeça humana.
    O ângulo facial é o que resulta do encontro das linhas a b e C D, traçadas conforme indica a figura.

*  *  *

   Um terceiro meio de conhecer o estado do organismo e que pode ser muito útil ao médico hermetista é o exame dos centros nervosos do cérebro, descobertos pelo professor Durville.
   A figura da página 105 mostra as localizações dos diversos centros nervosos e o seu centro de ordem na classificação seguinte:

Centros motores e sensitivos

1.    Centro do braço.
2.    Centro da perna.
3.    Centro do baço.
4.    Centro cérebro-espinhal.
5.    Centro do ouvido.
6.    Centro motor da cabeça, da língua e do pescoço.
7.    Centro do coração.
8.    Centro dos seios.
9.    Centro dos pulmões.
10.Centro do fígado.
11.Centro da impressão e da crença.
12.Centro do nariz.
13.Centro do estomago.
14.Centro genital.
15.Centro do tato e da coordenação dos movimentos.
16.Centro da laringe.
17.Centro dos dentes.
     18.Centro sensitivo do ouvido.
     19.Centro dos rins e dos órgãos genito-urinários.
     20.Centro da vista e do movimento dos olhos
     21.Centro dos intestinos.
     22.Centro da respiração.


Faculdades morais e intelectuais

A.    Centro da Afabilidade, à esquerda, e da Cólera, à direita.
B.    Formas da Memória.
B'. À esquerda, lembranças alegres; à direita, lembranças tristes.
C.   Alegria, à esquerda; Tristeza, à direita.
D.   Atenção.
E.    Vontade.

     Para fazer o diagnóstico por meio dos centros nervosos, o estudante colocará a mão sobre cada um deles procurando apreciar o seu calor relativo.
     Se algum centro apresentar-se frio ou tiver menos calor que os outros que se acham próximos, o órgão correspondente tem falta de vitalidade e necessita ser excitado.
     Pelo contrário, quando um centro nervoso tem excesso de calor, o órgão correspondente está congestionado e inflamado. Neste caso é necessário acalma-lo.
     As doenças mentais revelam-se, sobretudo, pela depressão de um conjunto de faculdades e excesso de outras.
     A perda da memória é indicada pela depressão ou falta de calor do ponto D.
     A tendência à tristeza e à melancolia, as desordens nervosas, em geral, são indicadas pelo desequilíbrio dos pontos C (excesso de calor à direita e de frio à esquerda, ou vice-versa).
    
*   *   *

     O estudante acha-se de posse de três meios para descobrir as doenças e suas causas.
     Cada um deles por si só é suficiente, desde que seja estudado e aplicado metodicamente.
      Não falamos senão incidentalmente em nomes de doenças, porque é uma coisa secundária.
     O que importa sobretudo ao hermetista é conhecer o órgão atacado e a causa ou origem da doença.
     Toda doença manifesta-se por um excesso de atividade ou por uma falta de atividade do órgão atacado. Porém em qualquer dos casos, ela não é mais do que o resultado da falta de força vital.
     É por causa desta falta que a vitalidade é mal distribuída no organismo, ficando certos órgãos com excesso de atividade, ao passo que outros ficam debilitados.

     Importa, agora saber, principalmente nos casos de desordens psíquicas, se a doença provém de uma ação interna, isto é, se provém de germes hereditários e das ações do indivíduo ou é causada pela influência de um organismo exterior.
     No último caso, o paciente tem uma sensação periódica ou crônica de náusea e a impressão de que sua vitalidade esvae-se pelo plexo solar, como se fosse chupada por um ente estranho.
      Neste caso é o corpo astral de outra pessoa ou outra entidade que absorve as forças do doente.
      O discípulo verá, por aí, que não há dificuldade neste sistema de diagnóstico baseado nos princípios que regem a natureza humana.
      Qualquer indivíduo pode compreende-lo; sua beleza e seu valor está na clareza com que nos mostra os elementos essenciais para o tratamento de uma doença.
      É o único meio que não deixa nada ao acaso, nem às suposições, nem à imaginação do doente e toma em consideração, ao mesmo tempo, todos os elementos do ser humano.

Tratamento das doenças de origem física.

    No tratamento das doenças de origem física, a medicina alopática, os remédios caseiros e a higiene física são suficientes e dão bons resultados.
    A alimentação bem regularizada, a hidroterapia e outros processos geralmente conhecidos vencerão facilmente a doença.
    A alimentação representa, neste caso, um grande papel e é de necessidade que o doente observe as duas regras seguintes, se quiser obter uma cura radical:
1)   Comer moderadamente e só quando tiver fome.
2)    Mastigar bem os alimentos.
     De fato, quase todas as nossa doenças físicas provém de excessos na alimentação.
     O emprego da água durante a comida deverá ser reduzido ao mínimo. Ao passo que fora da comida é necessário tomar muita água, bebendo-a aos goles.
     O uso dos banhos frios nos casos de debilidade, e quentes nos casos de doenças nervosas e inflamatórias, são também meios quase indispensáveis de tratamento.
     Podemos também tratar as doenças físicas, agindo sobre o astral do paciente.
     Neste caso, o homeopatia dará bons resultados, porém o Magnetismo e o Hipnotismo darão incontestavelmente resultados ainda melhores.
     O médico hermetista procurará aliar o tratamento físico ao tratamento astral, empregando ao mesmo tempo as plantas, o magnetismo e a sugestão.
      Devemos tratar aqui de duas formas particulares de doença para as quais indispensável a ação simultânea sobre o físico e sobre o astral: são sífilis e o cancro.
      Os médicos sabem que o cancro se desenvolve por si mesmo, apesar de ter sido amputado o membro atacado pela doença e ter-se tomado todas as precauções para evitar sua passagem para outras partes do organismo.
      Porém, a razão porque a doença se estende sempre sem poder ser cortada completamente, lhes escapa.
      Sabemos que o corpo astral contém o principio vital do nosso organismo e conserva sua formas.
      É sabido que, o fim de sete anos, todas as células que constituem nosso organismo atual foram substituídas por outras células novas, porém a forma do nosso organismo é a mesma.
      É que nosso corpo astral fabricou-as tal como os modelos primitivos.
      Na sífilis, como no cancro, dá-se o mesmo fenômeno.
      O médico amputa o membro atacado, porém o corpo astral, não podendo fabricá-lo de novo, porque perdeu o seu apoio naquela parte, comunica a outra parte a infecção.
      "A medicina popular se ocupa unicamente dos efeitos externos e das causas físicas; a ciência oculta vai mais longe e procura as causas fundamentais e os efeitos finais, que são muitíssimo mis importantes do que as manifestações que têm  lugar na forma física. Por exemplo, um trato sexual ilícito não só enfermidades venéreas mas também, como durante o ato até certo ponto se realiza uma união das naturezas internas; um homem que coabita com uma mulher depravada toma algumas características dela e une até certo grau o futuro Carma e destino desta mulher ao seu. A base da existência dos seres humanos é aquilo que, por falta de expressão mais adequada, foi chamado Vontade (Espírito da Vida), e assim como um corpo pode das colorido a outro envenena-lo, de igual modo se efetua uma coloração e talvez um envenenamento pela mistura dos espíritos durante o trato sexual, sendo esta "substância espiritual" a essência de cada ente humano".
      Compreende-se por esta citação a razão porque as doenças sifilíticas muitas vezes se apresentam sem causa hereditária aparente.
      Essas doenças não são realmente de origem física, porém sendo indispensável, neste caso, o tratamento físico, preferimos tratar delas aqui, completando mais adiante as indicações para o seu tratamento astral e psíquico.
      O estudante deve observar que o tratamento das moléstias de origem física é o mais simples e forma a base da medicina usual.
      Não insistiremos, portanto sobre as partes conhecidas e só vamos chamar a atenção do estudante para certos pontos poucos conhecidos.
      No tratamento, o estudante deve escolher de preferência os dias favoráveis ao planeta que governa a doença. Procedendo assim, não só a cura será rápida, como também não haverá perigo de recaída ou piora no estado do doente.
     Nas doenças agudas, os dia 7o., 14o. e 21o., a partir do começo da doença, são dias críticos, nos quais é preciso redobrar de atenção.
     Nestes dias pode haver uma complicação ou apresentar-se uma melhora rápida.
     Na ocasião de crises que agravam o estado o doente é preferível não dar remédios porque estes fazem mal ou não produzem efeito.
     Pelo estudo da Astrologia, da qual trataremos mais tarde, o médico hermetista pode saber com antecedência se a crise srrá boa ou má.
     A respeito das operações, a observação seguinte é muito importante.
     Os antigos astrólogos dizem que era arriscado faze-las numa parte do corpo, quando a Lua passa pelo signo que governa essa parte.
     As operações na cabeça, nos olhos, nos ouvidos e noutras partes dela, como também a extração de dentes, não devem ser feitas quando a Lua se acha no signo de Áries.
     As operações no pescoço e na garganta não devem ser realizadas quando a Lua passa pelo signo de Tauro.
    Quando a Lua passa em Gêmini ou Sagitário, não devem ser feitas as operações nos braços, mãos, coxas e pulmões.
    O estomago e o peito não devem ser operados quando a Lua se acha em Câncer.
    As operações na medula espinhal e no coração não devem ser realizadas se a Lua estiver em Léo.
    O abdômen e os intestinos não devem ser operados quando a Lua se acha em Virgo.
     A Lua estando em Libra, não devem ser feitas operações nos rins.


     A extração de areias e pedras, o tratamento da apendicite e todas as operações do sistema urinário, excretor e dos órgãos geradores não devem ser realizados quando a Lua está em Escorpião.
    A Lua ocupando o signo de Capricórnio, não devem ser feitas operações nos joelhos.
    As operações nas veias, no sistema nervoso, nas pernas (do joelho para baixo), nos tornozelos e nos nervos óticos não devem
Ser realizadas na ocasião em que a Lua se acha em Aquário.
    A Lua achando-se em Pisces, não devem ser realizadas as operações nos pés.
    Quando a Lua ocupa os signos de Tauro, Léo, Escorpião e Aquário, é conveniente não tomar remédio.
    Os purgativos devem ser tomados quando a Lua se acha em Câncer ou Pisces.
    Os olhos não devem ser medicados quando a Lua se acha em Gêmini, Libra ou Aquário, ou num dia desfavorável ao Sol.
    Aconselhamos ao estudante a observação experimental destas regras, pois não só verificará a sua realidade, como também terá
Conhecimentos práticos de real valor. Elas lhe revelarão a razão porque um remédio produz bons efeitos durante alguns dias e depois torna-se ineficaz ou prejudicial.
    Umas das coisas que o estudante nunca deve esquecer no tratamento das moléstias de qualquer origem, é que o homem é uma síntese e, portanto, sempre é necessário ter em conta todos os elementos que fazem parte do seu ser. Assim como uma doença de origem psíquica ou astral se manifesta no plano físico, assim também uma doença de origem física influi sobre o ente astral e o ente psíquico.
     Os antigos, para representar esta unidade da natureza tanto no microcosmo como no macrocosmo, empregavam o símbolo da Esfinge.
     Nela achavam-se combinados os emblemas da mulher, a águia, o boi e o leão que representavam os quatro elementos: água, terra, fogo e ar.
     Essa fusão dos quatro elementos num só organismo contém uma idéia muito profunda, pois mostra que a natureza forma um conjunto indivisível, indicando para o médico hermetista a necessidade de um tratamento dos três centros em conjunto.
     Este símbolo nos mostra também que todas as causa de enfermidades podem ser reduzidas a uma só: o desequilíbrio entre a produção e a eliminação dos resíduos da economia, de onde resulta a infecção do sangue e a paralisação da máquina humana.
     O remédio consiste, pois, na extração das matérias mórbidas, na limpeza da máquina e no aumento da força vital. A cura deve ser feita pelo emprego de um dissolvente universal, representado pela água como dissolvente físico.
     O fogo e a terra representam a luz solar (que nos fornece a luz vital) e os alimentos que concorrem para o aumento dela.
     O ar que põe a máquina em movimento, ventila e purifica o sangue e fornece o alimento ao corpo astral.
     Tais são as indicações sumárias deste grandioso símbolo que o estudante não deve esquecer quando tratar de restituir a saúde a um ser qualquer.

LIÇÃO VIII 

Tratamento das doenças de origem astral.

    Sendo o astral intermediário entre o corpo e o espírito, a ação sobre ele produz uma reação importante sobre os outros dois.
    Além disso, o astral é fornecedor da maior patê da força nervosa que une o ente psíquico ao espírito.
    Enfim, o próprio ente psíquico não é mais do que a parte superior do astral.
    É por isso que os médicos hermetistas procuravam agir de preferência sobre o astral.
    Empregavam para esta ação os perfumes mágicos, o magnetismo e os talismãs.
    A ação dos perfumes sendo muito ignorada hoje daremos apenas alguns perfumes que poderão ser úteis para auxiliar o tratamento pelo magnetismo.
    Os hermetistas empregavam como perfumes dos sete planetas os seguintes:

Saturno: Enxofre e papoula, ou arruda, ou raízes odoríferas (p.ex. mandrágora ou raiz de Guiné).

Júpter: Pau de aloés e hortelã, ou frutas odoríferas (p.ex. noz moscada, cravo da Índia, etc.).

Marte: Estoraque e tojo, ou lenhos odoríficos (p. ex. cipreste, sândalo, etc.).

Sol: Louro e heliotrópio, ou resinas odoríferas (p.ex. âmbar amarelo).

Vênus: Almíscar e verbena (gervão), ou flores odoríferas (p.ex. rosa).

Mercúrio: Genebra (zimbro), ou canela, ou sementes odoríferas (p.ex. cominhos).

Lua: Imã e lírio, ou folhas odoríferas (p.ex. violeta).

    O doente, além de ser tratado pelo magnetismo, aspirava o perfume correspondente ao planeta que governa a doença. Porém, raramente os perfumes eram empregados sem o magnetismo.
    Sendo este o mais importante, vamos tratar dele com o maior número de detalhes que nos seja possível.

*  *  *

   O tratamento por meio do magnetismo compreende duas ordens de processos:

1o. - Os processos para ação ao contato.
2o. - Os processos para ação a distância.

    Os processos para ação ao contato agem diretamente sobre o corpo físico, porém sua ação sobre o corpo astral é mais lenta; deles já tratamos longamente na Lição X do Magnetismo, e, portanto só falaremos dos processos empregados para a ação a distância.
    Desde a mais antiguidade histórica todos os povos guardaram lembranças de pessoas que se manifestavam de um modo ou de outro, longe do lugar em que realmente se achavam. Os iniciados conheciam o fato e estavam habituados aos fenômenos da ação a distância; o povo, porém, ignorando o que se passava, considerava como semi-deuses e feiticeiros aqueles que eram capazes de agir a distância.
     Estes fatos podiam ser considerados lendários até que o Dr. Gurney e os Srs. Myers e Podmore publicaram sua obra: Fantasms of Living (Fantasmas dos Vivos), a qual nos apresenta um grande número de casos cuidadosamente testemunhados e verificados.
      Depois disso, o professor M. Durville estudou ação a distância com o auxílio de um paciente.
     Nesta, o operador age sobre um bom paciente magnético, ao qual adormece e ordena que se exteriorize.
     O paciente acusa a formação, ao redor de si, de uma nuvem vaporosa que, de ordinário, se condensa à sua esquerda e constitui o fantasma.
     Este fantasma não é visível, exceto para os sensitivos e pacientes magnéticos, postos em estado de vidência, porém sua realidade pode ser verificada por diversos processos, sobretudo pela ação de picar no ar, no lugar que ocupa, o que, determinando movimentos reflexos no paciente, mostra que sua sensibilidade é exteriorizada.
    Se, então, se estender a magnetização sobre o fantasma, ordenando-lhe ainda de dissociar-se, emite de si uma nova nuvem que se condensa também à sua esquerda e constitui um segundo fantasma, cuja realidade objetiva é também provada pela ação de picar no ar, o que mostra que a insensibilidade do paciente não está mais no primeiro fantasma, mas passou para o segundo.
    Por outro lado, no momento da formação do primeiro fantasma, o paciente e os sensitivos presentes o vêm de cor azulada e alaranjada à esquerda; esta coloração diminui durante a formação do segundo fantasma, e o primeiro se obscurece enquanto o outro toma uma cor azul muito brilhante.
    O primeiro fantasma, chamado corpo ódico ou duplo etérico, contém em si a vida física do paciente, ao qual está ligado por um laço fluídico pouco extensível, do qual por conseguinte, nunca se afasta mais de alguns metros, e no qual entra desde eu o outro é enviado para longe.
     O segundo fantasma, designado sob o nome de corpo astral, possui a sensibilidade do paciente; contém ainda em si o corpo mentl(inteligência), que já se chegou a separar dele, o corpo causal (vontade, memória) que apenas pode ser percebido, e os princípios superiores do ser.
     O que acabamos de expor é apenas uma idéia teórica do fenômeno de desdobramento.
     Na prática, a operação se realiza com mais simplicidade; basta enviar o corpo astral a uma distância a que o duplo etérico não possa ir, para que, por assim dizer, automaticamente, se produza a separação. Enquanto o corpo astral se afasta, o duplo etérico separa-se e entra no campo físico de que constitui a vida material.
     A substância astral não tem nenhuma ação direta sobre a matéria e só pode agir sobre esta por meio da substância do duplo etérico.
     Pelo contrário, o duplo etérico, mais material que o precedente, não só tem ação indireta sobre a matéria, fazendo mover os músculos do corpo, como também age diretamente sobre ela quando se acha exteriorizada, condensando-se no ponto em que deve agir.
     Nesta condições, o fantasma exteriorizado achando-se próximo do paciente, pode estabelecer um contato elétrica. Fazer peso numa balança, deslocar um móvel tatear um assistente, etc.
     O corpo astral exteriorizado não só pode agir sobre as forças do duplo etérico do paciente, como também sobre qualquer outra força etérica exteriorizada que se ache no seu ambiente.



     E é por este meio que pode manifestar sua ação a distância.
     Assim, no tratamento a distância, o corpo astral pode agir sobre o astral do doente e, por meio deste, sobre seu duplo etérico, o qual, por sua vez, age sobre o corpo físico.
     Pode também agir diretamente sobre o duplo etérico do doente e, por intermédio deste, sobre seu corpo físico.
      A vontade de magnetizador é suficiente para desdobrar um paciente bem disposto; porém, uma vez exteriorizado, o fantasma só obedece ao magnetizador se o quiser fazer.
      É que o astral possui vontade própria que o dirige durante a experiência.
      Compreendido bem mecanismo da exteriorização é fácil perceber de que modo um paciente magnético bem exercitado pode agir a distância sob a ordem do seu magnetizador.
      Na prática, o desdobramento se opera pela simples ordem do magnetizador, o qual, depois de adormecer profundamente o paciente, ordena-lhe que vá ao lugar em que se acha o doente e o examine.
      Pela ordem do magnetizador, o corpo astral do paciente fará op tratamento necessário para a cura do doente, e com algumas sessões deste tratamento, de ordinário, este fica bom.
      A ação a distância, feita sem a intervenção de um paciente, e diretamente pelo operador, é mais difícil de ser realizada, e exige deste certas qualidades difíceis de se desenvolver.
      Ela é utilizada na Medicina Oculta em que estudaremos a sua ação, porém pertence diretamente a Magia, em que teremos de estudar o desdobramento pessoal em todos os seus detalhes.
      Para alcançar o desdobramento pessoal, o operador deve auto-sugestionar-se e educar sua vontade para agir sobre seu corpo astral.
      É preciso que a vontade tenha um domínio absoluto não só sobre o corpo físico, mas também sobre o corpo astral, para que possa realizar-se a exteriorização.
     Porém, não basta ter adquirido uma vontade capaz de dar uma ordem enérgica ao organismo.
     E também necessário que este esteja em condições de poder obedecer-lhe.
     É preciso, pois, levar o corpo físico a um estado fisiológico em que seja possível a exteriorização.
     A base do fantasma exteriorizado, sendo o corpo astral, que contém a sensibilidade do organismo, e é composto principalmente de força nervosa, quando mais desenvolvida for a força nervosa, mais fácil será exterioriza-la.
    Isto quer dizer que o experimentador que prepara o deu próprio desdobramento deve, ao mesmo tempo que dinamiza sua vontade, aumentar sua força nervosa em certas proporções.
    O aumento da força nervosa realiza-se por uma preparação especial e um alimentar apropriado. Porém, às pessoas já muito nervosas basta-lhes desenvolver sua vontade, para poder produzir a exteriorização.
    Supondo que o operador tenha desenvolvido a sua vontade a um tal grau de poder que o seu organismo físico não seja mais do que escravo submisso, e que a força nervosa tenha alcançado um desenvolvimento capaz de obedecer à ordem da vontade, o operador é apto a desdobrar-se.
     Sob a sua ordem energicamente pensada antes, um pouco, do momento em que tem o hábito de adormecer, seu organismo se dissocia.
     O corpo físico fica no lugar em foi posto, e o corpo astral acompanhado do duplo etérico e dos elementos superiores do ser, sai da sua prisão carnal; porém, desde que se afasta dela, o duplo etérico, sem o qual o corpo físico não poderia viver, separar-se dele e entra no corpo físico.
      Desde então, o fantasma pode ir ao lugar para onde for enviado.
      Contudo, seria um erro crer que este resultado á obtido desde os primeiros ensaios: o mecanismo da operação é muito mais complicado.
      O desdobramento realizando-se depois que veio o sono, não é a vontade que age diretamente sobre o corpo astral; é apenas uma idéia fixa criada por ele.
      Esta idéia fixa é colhida pela memória, a qual a apresenta ao corpo astral no momento da exteriorização.
      É, portanto, necessário formar uma idéia fixa de exteriorizar-se, a qual será, ao mesmo tempo, enérgica e bem firme.
      Além de tudo isto é necessário que o corpo astral se acostume a cumprir as ordens da vontade.
      De fato, é tímido como a criança que está aprendendo a andar e deve ser auxiliado no conhecimento do caminho que deve seguir.
      Para isso, o operador fará diversos vezes o caminho que o corpo astral deve percorrer e observará bem todos os seus detalhes, procurando recordar-se deles um pouco antes de adormecer.
      Desta forma, o corpo astral irá progressivamente tomando o costume de sair pela orem da vontade e pode ser enviado cada vez mais longe.
      Para verificar se o desdobramento se realiza ou não o operador deve possuir uma pessoa receptiva capaz de ver seu fantasma desdobrado.
      Porém para o operador habituado, a pessoa receptiva será o doente que vai ser tratado.
     Dado o caso que o experimentador se ache preparado e seja capaz de dirigir-se para um lugar que determinar com antecedência, eis o processo que deve seguir para agir a distância no tratamento de um doente.
     O operador deita-se quase meia hora antes do momento em que habitualmente adormece, depois de ter prevenido o doente do momento escolhido para o tratamento e lhe ter recomendado que se conserve quieto no seu leito e deixe a luz apagada.
     Esta precaução é necessária tanto por parte do operador como do doente, porque a luz é dissolvente da substância do fantasma e impede a sua manifestação.
     No momento marcado para o começo da operação, o doente deve dirigir seu pensamento firme para o operador pedindo-lhe que o venha curar.

Para imantar seu corpo astral na direção que deve seguir, o operador, ao deitar-se, deve ter junto a si uma carta, um lenço ou, melhor, uma mecha de cabelos do doente.
     Passa-se algum tempo antes que o leito tenha chegado à temperatura do corpo, e a frescura daquele impede a chegada imediata do sono.
      Este período deve ser utilizado pelo operador para formar a idéia fixa de ir ver o doente e trata-lo.
      Essa idéia deve ser sem violência, porém contínua.
      Aos poucos a temperatura da cama se eleva e o operador sente-se sob a modorra que precede o sono. Neste momento terá um único pensamento: fazer mentalmente o caminho que o separa da casa do doente, lembrando-se de todos os detalhes que observou ao passar de dia.
     O experimentador habituar-se-á aos poucos a este gênero de exercícios chegando, com o tempo, a ir à casa do doente sem ter necessidade de conhecer o caminho e a ter consciência de todas as suas ações no astral.

*  *  *   
     Os hermetistas empregavam também os talismãs, cuja ação direta se manifesta no astral para depois reagir sobre o corpo físico.
     Os sábios modernos, que só conhecem a existência do corpo físico, não dão valor algum aos talismãs; porém, quando chegaram a um conhecimento mais profundo do magnetismo e da rádio-atividade, conhecerão a base firme em que se apóia a arte talismânica.
     Aliás, não é para admirar o horror que a ciência moderna tem por esta parte da ciência antiga, pois ela se presta a muitas falsificações, e inda hoje a ignorância humana oferece gordos lucros aos mil e um charlatões que por aí volteam à socapa.
     Todo verdadeiro hermetista deve procurar reduzir ao seu verdadeiro valor esses pseudo-magos e procurar esclarecer a inteligência dos mais simples a respeito do verdadeiro papel dos talismãs.
     Na parte da Magia ensinaremos a verdadeira arte de confeccionar os talismãs e estabeleceremos as regras que devem ser seguidas na sua preparação.
     Por enquanto explicaremos apenas que, para a cura das doenças, os hermetistas faziam em épocas favoráveis o talismã do planeta que governa a doença.
     Estas épocas favoráveis eram escolhidas de acordo com as posições planetárias do nascimento do doente e com o estado atual do céu.
     Se, por exemplo, uma doença era causada por Saturno, o hermetista escolhia um dia favorável, a Saturno no horóscopo do doente e a Saturno no movimento atual dos planetas.
     Desta forma, o tratamento astral era feito por uma espécie de homeopatia, isto é, por simpatia.
     O talismã era feito para cada caso em particular, sendo inutilizado depois de terminada a cura.
     Certas doenças exigem talismã mistos; são aquelas que participam da influência de dois planetas.
     Paracelso preparava também certas composições que, embora fossem resultado da combinação de produtos físicos, agiam poderosamente sobre o astral do doente e produziam curas maravilhosas.
     Demos diversas receitas deste gênero na Lição X,  explicando aqui somente o mecanismo desta ação.
     Paracelso não ignorava a ação da vontade do operador sobre o paciente, isto é, a influência da sugestão mental.
     O esforço e o trabalho que dava a preparação do remédio era para ele um meio poderoso de concentração da vontade.
     Por esta razão, ele considerava essencial que o médico fizesse os remédios.
     Certos médicos modernos têm experimentado a medicação a distância e por meio da sugestão mental, tendo obtido resultados superiores aos que esperavam.
      A ciência moderna com todos os seus conhecimentos ainda não pode desmentir as teorias de Paracelso, embora muitos o tenham combatido.
      Ele mesmo explica a razão do seu Líder Paramirum:
      "Pois em tudo isto só há vaidade e pura fantasia, como disse outrora e demonstrarei cada vez mais. Pois bem, que as vossas escolas e universidades não sejam da minha opinião e não aprovem a minha doutrina, isso pouco me incomoda, e não desejo obedecer-lhes; dia virá em que os verei muito humildes.
      "Eu vos explicarei e esclarecerei de tal modo o assunto que, até o fim do mundo, meus escritos permanecerão e subsistirão como verdadeiros".


LIÇÃO IX

Tratamento das doenças psíquicas. - Doenças da idéia, obsessão, etc.

      O tratamento das doenças psíquicas pode ser feito pela simples sugestão hipnótica nos casos em que a doença está pouco adiantada.
      Nos casos em que a doença já se acha adiantada, é preciso empregar um dos processos seguintes:

1o. - A ação indireta, que se baseia na correspondência que há entre o físico e o astral.
2o. - A ação direta, que se baseia na magia cerimonial.




Ação indireta

     O operador deve possuir uma pessoa capaz de ser mergulhada em sonambulismo lúcido, a fim de examinar o astral do doente.
     O operador adormece o paciente e, se o doente estiver próximo, ordena-lhe que o examine; se, porém, estiver longe, apresenta-lhe um objeto do doente e manda-o ir examinar o seu proprietário.
      De ordinário, o paciente verá, quer uma larva presa ao doente, quer um laço fluídico que sai dele.
     Neste momento, o operador apresenta uma espada ao sonâmbulo e ordena-lhe que corte com ela o laço fluídico ou destrua a larva, sem ferir o astral da pessoa.
     Pode também empregar o processo seguinte descrito por Papus na sua Magia Prática:
     "Achando-nos em Londres, tivemos ocasião de entrar em relação com uma célebre mística que se julgava perseguida por uma inimiga considerada, com ou sem razão, como muito perita em magia prática. A obsessão tinha sido tão violenta, que produziu duas tentativas de suicídio, impedidas a tempo por testemunhas chegadas inesperadamente. Aquela idéia de suicídio acentuava-se principalmente quando o doente (não a considerei de outro modo) ia para certo canto do seu quarto. Posto ao corrente da situação, ensaiamos a experiência seguinte: Entre as pessoas que vinham fazer visitas à casa, observamos uma mulher muito nervosa e que nunca fora hipnotizada. A nosso pedido, esta mulher, ignorando o que se passava, quis prestar-se a um ensaio hipnótico e foi adormecida em alguns minutos. Passes lentos determinaram logo um estado de hipnose bastante profundo para que a hipnotizada nos pudesse descrever uma espécie de laço fluídico situado no canto em questão do quarto. Desenhamos o laço de conformidade com a narração de paciente, numa folha de papel branco, consagrado e perfumado na ocasião. Acabado o desenho, uma fórmula e uma prece puseram a imagem física em comunicação com a imagem astral. Foi então que, com uma longa lâmina de aço, dividimos o desenho em vários pedaços, que, no dizer da paciente, tiveram uma correspondência imediata no objeto fluídico, que foi também feito em pedaços.
     "Quer seja sugestão, quer seja outro efeito, os desejos de suicídio por estrangulamento abandonaram imediatamente a doente, que desde esse tempo se acha muito bem (há atualmente dois anos).
     "Em suma, este processo consiste em repetir no físico as imagens astrais, estabelecer um laço mágico entre o desenho e a imagem, depois executar no desenho físico as mudanças que se deseja produzir na imagem astral.
      Um paciente, isolado eletricamente, é necessário para esta experiência".
      Qualquer destes dois processos acima citados dá o mesmo resultado.

Ação direta

     A ação direta é necessária nos casos muitos graves sendo mais ativa do que a anterior.
     Conforme o mesmo autor, ela é baseada no fato de que os elementares e as larvas se nutrem da substância astral e que o sangue contém maior quantidade desta substância.
     O operador deve tomar uma mecha de cabelos da pessoa doente ou obsessa e consagra-la conforme o processo habitual da consagração, o qual será ensinado no volume intitulado Magia Teúrgica.
     Isto feito, o doente será recolhido ao gabinete da operação e, à sua vista, o operador fará embeber a mecha de cabelos no sangue de um pombo ou de um porquinho da Índia, igualmente consagrada sob as influências favoráveis de Júpter ou do Sol, recitando a grande conjuração de Salomão.
     Para a consagração destes animais, o operador deve purificar-se e vestir-se de branco.
     Em seguida, a mecha tinta de sangue será colocada sobre uma tabuinha e o operador traçará ao redor daquela um círculo com uma mistura de carvão e de imã pulverizado.
     Isto feito, escreverá nos quatro pontos cardeais, no interior do círculo, as quatro letras do tetragrama sagrado, da seguinte forma:

Ao Oriente:       Iod
Ao Norte:          He
Ao Sul:              Vô
Ao Ocidente:     He

    Depois disto feito, com uma espátula ou ponta de aço com cabo de madeira envernizada, cortará energicamente a mecha de cabelos, ordenando à larva que se dissolva. É raro que esta cerimônia, repetida três vezes com sete dias de intervalo entre uma e outra vez, não dê um resultado satisfatório.
     Tal é a teoria exposta por Papus e que procuramos tornar a mais clara possível para o estudante.
     O mesmo autor acrescenta:
     "Esta cerimônia nos deu várias vezes resultados maravilhosos em casos que teriam necessitado o internamento imediato  do doente".
     Tal é o processo de tratamento dos grandes desarranjos mentais, o qual pode ser posto em prática por qualquer pessoa munida dos conhecimentos práticos necessários. Na parte de Magia daremos as evocações empregadas e todos os detalhes indispensáveis à operação.
     A este caso pertencem os enfeitiçamentos por meio de drogas e outros processos.
     Há, porém, uma classe de enfeitiçamentos muito em voga mais pequenas cidades: é o enfeitiçamento pela sugestão.
     Esta classe compreende a maldição, as ameaças e a pronúncia de certas frases que não têm nenhum valor em si, mas agem sobre a imaginação do paciente.
     No exame de um doente, o estudante deve logo perguntar-lhe se não tem ou teve inimizade com alguém que fosse capaz de lhe fazer mal. Isto lhe poupará muitos trabalhos inúteis. De fato, todos os que tem desempenhado qualquer missão oculta em favor de seus irmãos, observaram logo, que há um grande número de doenças produzidas pela auto-sugestão do próprio doente, que se julga perseguido por inimigos ocultos e acha que alguém lhe fez mal.
     Este estado agrava-se ainda mais pelo grande número de cartomantes, falsos quiromantes, espíritos demasiadamente crédulos e vários exploradores que, não sabendo explicar a razão porque uma pessoa sofre isto ou aquilo, atribuem tudo a enfeitiçamentos e as coisas feitas.
     Quando se apresenta um caso destes, o adepto pode trata-lo pelo acima indicado, como se o enfeitiçamento fosse real, deixando para esclarecer mais tarde o doente a respeito da verdadeira origem da sua doença.
     Nos casos em que tenha de tratar uma pessoa facilmente hipnotizável, o estudante fará melhor em trata-la pela forma seguinte:
     Deve ter previamente ma pessoa combinada para representar aquela que fez o mal ou supõe-se tê-lo feito.
     Esta pessoa deve ter uma certa inteligência e habilidade para representar o seu papel, e achar-se num quarto contíguo ao lugar do tratamento, esperando o momento entrar em cena.
     O operador diz ao doente que vai obrigar seu inimigo a vir pedir-lhe perdão.
     Depois adormece-o até o sono profundo e faz sinal à pessoa combinada para que entre, fale com o doente em estado hipnótico e lhe peça perdão, fazendo diversas afirmativas nesse sentido.
     Depois de despertar o doente, a pessoa que representa aquela que fez o mal, embora se ache escondida para não ser vista por ele, repetirá as palavras de perdão e dirá que não lhe deseja mais nenhum mal, procurando, pelo contrário, fazer-lhe bem.
    Tais são os processos da medicina psíquica em geral. A base principal em que eles se apoiam é a sugestão, mesmo no caso das cerimônias, as quais, sem dúvida, tem muita importância, pela simples razão que influem muito sobre a imaginação do doente.


LIÇÃO X

Medicina hermética de Paracelso. - Alguns conselhos práticos.

      Os metais exercem uma ação sobre o corpo humano, quer sendo postos em contato com ele, quer sendo empregados internamente.
      Tal é a base da metaloterapia, que há pouco se acha admitida pela ciência oficial.
      Porém, este sistema de tratamento sempre foi empregado desde a mais alta antiguidade.
      Os sacerdotes se serviam de ouro, prata, cobre, estanho e pedras preciosas para o tratamento das doenças.
      Os hermetistas são unânimes em afirmar que os metais curam.
      Paracelso, cuja prática na arte de curar nunca pôde ser igualada no Ocidente, diz:
      "Se os nossos atuais escritos vierem a lume, estou persuadido que a maior parte dos meus leitores ficará muito admirada pelas insignes virtudes escondidas em estado latente nos metais, preparados por um artifício manual. Alguns as terão por supersticiosas, mágicas e super-naturais; outros considerarão como meios abomináveis e idolátricos, como se fossem necessárias conjurações diabólicas para sua preparação. Eis qual será seu raciocínio: Quem, pois, pode fazer que os metais tendo gravados  caracteres, letras e nomes do mesmo gênero, tenham virtudes se uma obra mágica e diabólica não intervém na sua preparação e confecção? Porém, eu lhes responderei desta forma: Então credes, como entendo, que, se tais coisas fossem feitas pelo diabo, teriam sua virtudes e faculdades de operar? Não acreditais, então, que o Criador da Natureza, Deus que habita nos céus, seja capaz de induzir e conferir virtudes e faculdades de operar este metal assim preparado, às raízes, ervas, pedras e outras coisas semelhantes? Como se o diabo fosse mais forte, mais engenhoso, mais onipotente, mais poderoso do que o Deus único, eterno onipotente, misericordioso, que, para a salvação e comodidade do homem, criou e fez nascer gradativamente estes metais, pedras, ervas, raízes e outras coisas semelhantes, que vivem e crescem na terra, nas águas e no ar? Além disso é muito certo e foi demonstrado pela experiência, que as mudanças do tempo têm grande força e influência principalmente se estes metais forem fundidos e preparados num tempo especial. Isto se verifica e se demonstra de muitas maneiras pela experiências. Entretanto, ninguém pode demonstrar que os metais sejam mortos e privados de vida. De fato, seus óleos, sais, enxofres e quintessências, que são sua reserva mais pura, têm um grande força para ativar e sustentar a vida humana, e nisto sobrepujam a todos os corpos simples, como se torna evidente por todos os nossos remédios. Em todo caso, se estes corpos fossem privados de vida, como. Pergunto-vos, poderiam operar a ressurreição, a restituição no seio da morte, de uma força nova e cheia de vida aos membros de corpos doentes e quase moribundos? Com efeitos, isto é notório nas pessoas desmaiadas, em estado de crise nervosa, nos que sofrem cálculos, nos sifilíticos, hidrópicos, epilépticos, maníacos, podágricos e em todos os outros que, para maior brevidade, omitirei. Ora, afirmo-o audaciosamente, os metais, pedras, raízes, ervas e todos os frutos são ricos d sua própria vida, com esta diferença apenas: que o tempo intervém na elaboração e preparação dos metais. De fato, o tempo possui uma força e uma eficácia manifestas: muito argumentos há para ensina-lo, porém o conhecimento que tem dele o público nos permite omiti-lo aqui".
     Vê-se quais argumentos o grande hermetista empregava para espalhar o valor da metaloterapia e importância das influências astrais na preparação dos remédios.
     Ora, os médicos modernos vão se apoderando pouco a pouco do saber oculto e antigo, tomando-o como descobertas novas.
     Muitos médicos tem declarado a influência irrecusável que os metais exercem sobre as pessoas de temperamento nervoso.
     As neurastenias, histerias, nevralgias e contrações tem sido diminuídas e curadas pela ação do ouro, da prata, do cobre, isolados ou reunidos e colocados sobre a parte afetada.
     Para tratar as nevralgias oculares e unilaterais, certos médicos modernos aconselham aplicar na fronte, durante a noite, uma faixa, dentro da qual se achem algumas moedas de ouro ou prata.
     O Dr. Landouzy conta o caso de um sono letárgico produzido pela aproximação de um imã.
     Os metais agem pela eletricidade o eletro-magnetismo que provocam, operando-se. Desta forma, uma transformação molecular que se repercute em todo o organismo e restabelecer o equilíbrio necessário à manutenção da saúde.
     O Dr. Burg foi o primeiro médio que, no século passado, tratou da metaloterapia.
     Nas suas memórias Metaloterapia do cobre (1867) e Metaloterapia ao serviço do Sr. Professor Verneuil (1877), estabelece o fato que o metal capaz de provocar os fenômenos não é o mesmo para todos os indivíduos; o doente é sensível  a este ou aquele metal.
     Devemos observar que os efeitos produzidos pelos metais são análogos à influência oculta das pedras: o diamante. A safra, o rubi, a esmeralda, etc., que os mopdernos stem ridicularizado tanto, sem razão alguma, pois que sabemos que todos os corpos são mais ou menos elétricos.
     Aliás, a própria eletricidade, que é desconhecida em si mesma, não é mais do que uma força oculta isto é, desconhecida para nós.
     O ilustre Dr. Charcot curou completamente, pelas aplicações de pedaços de ouro e ferro, e até a distância, doentes tomados de hemicoréias, hemianestesiads e hemiplegias causadas por lesões cerebrais.
     Por este pequeno resumo dos trabalhos modernos, vemos que a medicina de Paracelso tem uma base muito mais profunda do que parece à primeira vista.
     O sistema de tratamento de Paracelso abrange quatro classes principais de remédios ou quatro espécies de tratamento:
     1o. - Tratamento pela ação interna dos remédios, tirados sobretudo do reino vegetal e, às vezes, do reino mineral.
     2o.  -   Transplantação das doenças.
     3o.  -   Emprego externo dos metais, selos dos planetas, etc.
     4o.   -  Tratamento por sugestão, com uma substância magnética como intermediária.

DESENHO  - Paracelso aos 47 anos de idade.

     Das duas primeiras classes já tratamos nas lições precedentes. Daremos, agora, principalmente, as receitas das duas últimas classes que o grande hermetista empregava no tratamento das principais doenças. Quase sempre ele combinava no tratamento de uma só doença estas quatro espécies de remédios.
     Citaremos textualmente suas palavras.

RECEITAS HERMÉTICAS DE PARACELSO

Contra a epilepsia

     "Nesta doença, devemos observar com atenção se o epilético cai sempre em crise, e nos mesmos dias e horas, e quantas vezes; se cai durante um tempo igual ou desigual, se titubeia algum tempo antes da queda ou se cai como uma massa, de um momento para outro. Feitas estas observações, procurai sua razão; se for em horas determinadas que cai, não o fará de modo algum de um momento para outro; porém, se isto acontece em horas indeterminadas, dar-se-á o contrário, e cairá subitamente e de um só golpe. O primeiro gênero de epilepsia é mortal, o doente está em perigo, principalmente se a queda é precedida de um pouco de tremor, como se houvesse pressentimento do mal. Porém, a epilepsia que derruba de golpe o doente, não é a pior; pelo contrário, é a mais curável. A primeira é natural, a segunda nada tem de comum com a natureza, e não destrói a compleição de todos. A primeira abate ou obscurece os sentidos; a última não. Eis a operação pela qual se combate aquela:
    Primeiramente, observa com cuidado quais são o dia e a hora do mais recente ataque. Uma vez notada esta observação, examina a respeito da hora, a que planeta pertence. Em seguida, nota o ano do nascimento do doente, inscreve e observa bem se é um homem ou uma mulher. Enfim, começa a cura, e cada dia, dia, de manhã, faze-lhe tomar o remédio seguinte, a saber:

Espírito de vitríolo.............................  5 gotas
Quintessência de antimônio..............  5 gotas
Quintessência de pérolas...................  5 gotas

   "Põe esta mistura numa xícara de superior água de rosas, e faze o doente bebê-la, no paroxismo, em qualquer dia. Depois da absorção, terás 4 horas a teu dispor. Durante este tempo, farás a placa de metal seguinte:

Ouro puro e fino.................... 1/2 onça  ( catorze gramas e meia )

   Quando a Lua estiver em 12o de Câncer, funde-a num vaso de argila e derrama sobre água pura. Observa com cuidado quando se dá a conjunção dos dois planetas. Nesta hora liquefaz o ouro imediatamente; no momento da conjunção, acrescenta ao ouro fundido num vaso de argila 1/2 onça de prata fina, de tal forma que a barra seja metade de ouro e metade de prata. Despeja o metal em fusão e bate a lâmina para lhe dar a largura da parte transversal da mão. Corta-a em redor para faze-la triangular e lhe dar a forma seguinte.
   "Depois aquece-a ao rubro esbranquiçado e põe-na de lado até que a Lua ocupe o mesmo signo e o mesmo grau que ocupava no momento do ataque do próximo. Nesta hora, observa, grava ou escreve na lâmina de ouro e de prata estes caracteres, sinais ou letras (vide figura adiante). Apressar-te-ás em acabar esta operação à hora prevista; sem isso ela seria inútil. Antes de quaisquer outro sinais, gravarás no meio da lâmina o do planeta que rege a hora durante a qual houve o paroxismo.

     "Esta figura foi feita para Jacó Seizen, conselheiro áulico da Príncipe de Salzburgo; Seizen teve o ataque na hora de Mercúrio. Prepara todos os outros sinais conforme sua disposição na figura. Se o doente for uma mulher, substituirás o sinal                  pelo sinal  (deesenho).
     Será necessário pôr também a idade do doente.Jacó Seizen tinha, com efeito, tantos anos como o indica o número 34 na figura acima. Gravarás o número dos anos em qualquer ataque, para que, deste modo, a idade seja especialmente gravada.
     "Preparada a figura do modo indicado, depois do paroxismo, rasparás os cabelos na cabeça, conforme o tamanho da lâmina; desde que vires o doente cair, far-lhe-ás beber a preparação secreta acima descrita. Tu o segurarás fortemente, enquanto estiver ao chão, até que tenha tomado deste remédio, e lhe colocarás na parte raspada da cabeça a lâmina que fabricaste; farás de forma que o lado da gravura esteja em contato com a cabeça. Desata o doente coloca-se na cama. Depois deste tratamento ele não cairá mais, mesmo depois de um intervalo de 30 anos. O doente terá sempre esta lâmina na cabeça. E se os cabelos crescerem, os rasparás todos os meses, no mesmo lugar.
    
Figura para a conservação da vista

    "Fábrica um selo redondo, de chumbo puro e de boa qualidade, à hora de Vênus, a Lua entrando no signo de Áries. A hora de Vênus gravarás o que se acha representado no figura abaixo. Depois, à hora de Saturno, fábrica uma lâmina de cobre, da mesma dimensão que a de chumbo. Sempre à hora de Saturno, a Lua achando-se em Capricórnio, gravarás os sinais seguintes. Isto feito, deixa de lado os dois selos, até que Vênus entre em conjunção com Saturno. Então, à hora e minuto desta conjunção, reúne os dois signos de tal forma que os caracteres e as figuras estejam em contato. Cobre-os de cera, para protege-los da umidade. Cose-os na seda e suspende-os ao pescoço à hora de Mercúrio, numa quarta-feira. Este signo faz recobrar a vista perdida, guarda os olhos de toda dor,  dá aos velhos a mesma vista que a dos moços.

 Contra a anemia cerebral, o amolecimento do cérebro e outras doenças do mesmo órgão

    Os metais seguintes todos purificados com antecedência:
    
Ouro............. 1/2 dracma (uma dracma vale quase meia grama (exatamente 0,498)
Cobre............ 1 dracma
Prata............. 2 dracmas
Estanho......... 3 dracmas
     "Todos devem ser postos em fusão no momento da Lua Nova.
     "Espalha-os, e desta massa faze quantos quiseres. Uma vez que se achem em fusão, não os coloques de novo ao fogo. Se o planeta Júpter entra em sua casa, isto é, em Pisces, grava de um lado estes caracteres ou sinais, e no outro escreve as palavras que encontrarás na figura seguinte. À margem da peça, fixa um anel de ouro, puro e, na Lua minguante, solda-o a fim de poder suspende-la.
     "Pouco importa a ocasião da operação, contanto que seja na hora governada pelo Sol. É assim que se prepara este selo. Este sinal é muito poderoso contra as doenças da cabeça e do cérebro. Eis a sua forma:

Segredo poderoso contra a paralisia

    "Eis um remédio que dou aos que já sofreram um ataque de paralisia a fim de justificar meu Arquidoxo. É verdadeiramente muito eficaz em toda espécie de casos. Os antigos pensavam com efeito, mas falsamente, que o homem, atacado por apoplexia, se tornava incurável. Os que estiverem atacados por este terrível mal, seguirão o tratamento seguinte:

Ouro puro......................... 2 onças 
Chumbo............................... 2 onças
(A onça vale quase 29 gramas - exatamente 28.991)

    "Ambos devem ser bem purificados. Primeiramente, quando o sol entrar abaixo do horizonte, neste momento (que deve ser calculado conforme a época do ano), põe a fundir este ouro num vaso de barro novo e preparado para este fim. Isto feito, lança o chumbo sobre o ouro e espalha-os imediatamente.
    "De fato, o chumbo une-se imediatamente e no primeiro momento ao ouro. Põe de lado esta barra. Enfim, quando a Lua passar pelo 12o. grau do signo de Léo, torna a fundir este amálgama  de Sol e de Saturno que será semelhante ao latão de caldeira. Acrescenta-lhes 3 onças de Cobre, não te demores, espalha-os logo e põem-nos de reserva. A Lua achando-se no 12o grau de Escorpião, põe de novo em fusão este amálgama; durante a liquefação lança-lhe 3 onças de Estanho, espalha-os imediatamente e guarda-os. Espalha-os de tal forma que corram por uma boa extensão. Não cortarás, nem estenderás de outra forma esta massa. A entrada do Sol no signo de Áries, o que se dá cada ano pelo 10o. dia de Março, gravarás na medalha fundida os sinais como se acham representados na figura. A gravação deve ser canecada e acabada à hora do Sol. Não há diferença no dia, contanto que o sol esteja em Áries, como dissemos. Conservarás o signo preparado desta forma. Em caso de apoplexia, procurarás, cuidadosamente, o tempo, o dia e a hora do ataque e, no mesmo momento e hora do dia, suspenderás este selo ao pescoço do doente.

    "Este é um grande mistério. Ao mesmo tempo, tratarás o doente, não mortalmente atingido, com o ouro potável, estudado por nós.

Contra o cálculo e as areias dos rins

    "Para as pessoas que têm cálculos prepara-se com ouro, prata, estanho ou chumbo, um selo da forma seguinte:

Chumbo ............................. 1 1/2 dracma
Ouro.................................... 4 dracmas
Estanho............................... 1 dracma
Prata.................................... 3 dracmas


    "Põe todos estes metais misturados num cadinho novo (como os que ourives empregam); leva-os à fusão no sábado, à décima hora antes do meio dia; a Lua estando no ascendente, lança no amálgama salitre misturado com tártaro, para que este amálgama possa ser mais facilmente dúctil e separável. Cortarás e polirás a barra à hora de Marte do dia de Vênus, dando-lhe a forma exigida. Nada faças à barra enquanto a cortares. Não lhe soldarás nem anel, nem argolinha, porém a prepararás com lima para não coloca-la de novo ao fogo, depois da fusão. Por conseguinte, farás a massa maior, de modo que a argolinha e a peça pertençam ao mesmo pedaço. Operarás com atenção para fundir no mesmo sentido. Do amálgama dos metais, sobretudo do chumbo e estanho, a matéria sai particularmente dura, áspera, impenetrável, dificilmente separável e dúctil ao martelo. Toda esta preparação realizada, esperarás a Lua Cheia, quando este planeta cheque ao ponto exato da oposição. Começarás, a gravar neste círculo os sinais seguintes, e apressarás esta operação de modo que tudo seja gravado numa hora; numa face gravarás a letra A. Guarda cuidadosamente esta peça até o dia em que Júpter ou a Lua tenha aspecto dos planetas seguintes: Júpter, Vênus ou Marte. Isto feito, à hora de Mercúrio, gravarás do lado B os caracteres seguintes, tais como se acham representados. Suspende a medalha ao pescoço do doente que sofre da pedra, no dia da Lua, à hora da Lua, e na Lua minguante. Se durante a noite, faz-se mergulhar este selo em vinho, o doente poderá muito eficazmente nos rins e areia e o tártaro; aqui também o espírito de vitríolo romano é muito eficaz. Segue a forma dos caractere e dos selos.

Ungüento vulnerário

     "A simpatia ou harmonia das coisa é causa de muitos acontecimentos. Experimentamos a verdade deste axioma com a Úsnea encontrada num crânio humano abandonado algum tempo sob o céu. Com esta úsnea compor-se-á o remédio seguinte:

Usnea........................... 2 onças
Múmia......................... 1/2 onça
Gordura humana........ 2 onças
Sangue humano........... 1/2 onça
Óleo de linho................ 2 dracmas
Óleo de rosa................. 1 onça
Bolo armênio................ 1 onça

    "Mistura tudo isto num vaso de barro até a consistência de ungüento e depois guarda-o numa caixa de madeira. Se te apresentarem uma ferida, molha um pedaço de madeira com sangue da ferida e planta este pau coberto de sangue no ungüento, depois que o sangue tenha secado no pau. Todas as manhãs, rodeia a ferida de um pano novo, antes molhado na urina do ferido. Por maior que seja a tal ferida, ela será curada, sem emplastro, sem dor alguma. Deste modo, poderás curar pessoas a vinte milhas de ti com a condição que possas obter uma certa quantidade de sangue do doente. Pode-se aplicar este remédio a outras doenças, tais como dores de dentes, etc. Seja qual for a dor, será curada, se plantares e deixares nesta pomada o pau sangrento. Se um prego muito extenso ferir um cavalo, põe no ungüento o pau tinto do seu sangue; o cavalo não terá nenhuma dor. Tudo isto é certamente um milagre e dom divino.
     "Por este mesmo meio, podes também preparar um ungüento que, sem dor, curará toda ferida, se untares com este ungüento as armas que feriram alguém. O ungüento é o mesmo que o precedente; só lhe acrescentarás 1 onça de mel e 1 dracma de gordura de touro. Como nem sempre se tem as armas à mão, a cura pelo pau é excelente.

Contra a gota dos pés

   "Primeiro:

Múmia..................................
Mástique..............................
Mirra vermelha...................
Olíbano.................................              2 dracmas
Amoníaco..............................
Opoponax..............................
Bdélio.....................................

Vitríolo...................................          1 libra
Mel.........................................          2 libras
Tártaro...................................         1/2 onça
Aguardente............................         3/4 de libra

   De todas as coisas estiladas compõe-se um óleo.

   "Segundo:

   "Mandíbula inferior de um cavalo; reduzi-la a pó bem fino e extrair-lhe um óleo.
   "Deste óleo de cavalo, tirar 2 onças e 2 onças do óleo acima. Mistura-os, destila-os e põe-nos de reserva. Além disso, fabrica os seguintes caracteres:

Ouro fino............................   1 dracma
Limalha de ferro................   1 dracma
Prata....................................  1 dracma
Chumbo ..............................  2 dracmas

   Liquefaz conjuntamente estes metais à hora da Lua Nova. Que o fogo seja forte para que a limalha de ferro possa, na sua fusão, misturar-se com os outros metais: com efeito, ela funde-se lentamente. Por conseguinte, será misturada com um pouco de bórax, para que derreta mais rapidamente. Uma vez em fusão, espalha os metais líquidos numa pedra extensa para que a lâmina seja menos espessa. Não é fácil bate-lo, porque a limalha de ferro a torna pouco dúctil. Depois, à hora exata em que Saturno está em conjunção com Marte, grava e termina as palavras, sinais ou caracteres.
     "Das peças que seguem, há duas que serão gravadas e marcadas de um só lado, como segue:

    "Se marcaste e acabaste, durante a hora da conjunção de Saturno e Marte, as duas peças acima, põe-nas de lado, separadas uma da outra, afim de que não tenham contato entre si. Depois, faze um pequeno selo de ouro puro e fino. Quando Vênus celeste estiver em conjunção com Saturno e Marte, grava estes caracteres, sinais ou nomes no selo. Se aproximares os selos, toma cuidado ao faze-lo. Vênus em conjunção com Saturno, aplica a peça marcada 2 sobre o lado marcado 4. Vênus em conjunção com Marte, aplica o lado marcado 5. A Lua achando-se no 6o. grau de Câncer, coloca as três medalhas na ordem e umas contra as outras, de tal modo que a peça de ouro esteja no meio, e volta-as na ordem indicada. Depois fura as três peças pelo meio e suspende-as as pescoço do doente, reunidas, presas por um fio de ferro que as atravessará. Estende sobre os seus ombros e óleo indicado acima. Verás em seguida as operações notáveis da natureza, mesmo em sexagenário. Segue a forma da peça de ouro.

 Selo contra a paralisia

     "Ouro, em peso igual à peça de ouro da Hungria. Deve-se puro, limpo de toda escória e passado três vezes pelo antimônio. Acrescenta um pouco de bórax e põe a fundir quando a Lua se acha no 19o. ou 20o. grau de Capricórnio. Uma vez liquefeita esta mistura, põe na mesma hora 30 grãos  de limalha de cobre, e espalha. Põe de reserva até que a Lua esteja no mesmo grau de Escorpião; põe em fusão e ajunta 30 grãos de limalha de ferro. Espalha ainda e põe de lado até que a Lua entre em Léo. Depois faze a lâmina e acaba de fazer tudo, mesmo a gravação dos sinais. Faze isto à hora de Júpter. Aqui é inútil das atenção à Lua, enquanto não se tratar de suspender o selo. A hora de Júpter, grava os sinais dos dois lados da medalha, como segue. Trarás contigo este selo envolto e costurado em linho; porém, não deve estar em contato com nenhum objeto. É preciso suspendê-lo no dia de Júpter e à hora de Júpter. Seguem as formas dos selos:


Para os mênstruos da mulheres

    "É um grave incômodo o que ataca o sexo feminino e principalmente a uma certa idade. São mais sadias e mais fortes aquelas que, em certas épocas, tem falta ou abundância de mênstruos. Há duas maneiras de cura-las: primeiramente, forçar o derramamento excessivo dos mênstruos, parar e readquirir seu normal; depois, provocar os mênstruos ausentes. Porém, não se deve agir contra a natureza: isto traria conseqüências mortais.
    "Primeiramente, para fazer vir as regras em atraso, fabrica à hora de Vênus um selo de cobre puro e sem amálgama: demonstraremos logo a razão. Se não puderes faze-lo numa hora, deixa-o de lado até à volta desta hora. Acaba então a obra começada.

   "Este selo deve ser feito de uma só peça. A mulher o trará suspenso por um fio que transpassará as duas argolinhas de modo que a medalha seja fixada nas costas contra o sacro, no fim da espinha dorsal. Os caracteres devem estar voltados para as costas. É necessário faze-lo à hora da Lua, estando em seu declínio ou já tendo desaparecido.
    "Se as regras são mais excessivas do que a natureza o comporta, grava à hora do Sol este caracteres em prata pura:

    "A mulher trará esta peça não em contato com a pele porém envolvida em seda e presa ao umbigo, de modo que o lado marcado 10 olhe para o corpo. Se o fluxo tarda ainda, trará o selo durante 30 dias e depois o tirará. Se o trouxesse constantemente, o fluxo seria contínuo e, neste caso, seria pior que antes.

Contra a lepra

    "Os atuais remédios são de pouca utilidade para aqueles que são leprosos d nascimento; temos, porém, outros eficazes. A lepra, em virtude, pode ser atenuada, porém não curada radicalmente no sangue, por uma poção na qual se pôs ouro. Eis a causa: todo homem são traz em si um bálsamo particular. O leproso não o tem, portanto não é são: nenhum membro gelado tem bálsamo nele. O leproso não sente até a força do ouro descer ao estomago. Se este, depois distribui ouro aos membros, certo humor (dado pelo ouro ou saído dele) torná-se semelhante a esse bálsamo. É por isso que a ação e a marcha da lepra são paralisadas até o gasto da força do ouro. Os médicos não podem distinguir a lepra, se o doente, três dias antes da consulta ou visita, tomou ouro. Aqui falamos não dos leprosos absolutos, mas daqueles cujoS SINTOMAS SÃO MAL DEFINIDOS. Neste caso, há um remédio muito eficaz no emprego simultâneo dos remédios e do selo. O selo se faz um pouco grande, de ouro fino e puro, sendo preparado à hora de Saturno. Os caracteres são gravados à hora do Sol, o Sol e a Lua estando em Léo, o que se dá no mês de Julho.

    "Pendurarás este selo ao pescoço do leproso. À hora de Vênus, e a Lua achando-se no Ascendente. Pode-se mergulha-lo numa bebida e administra-la, depois pendura-lo de novo. Todos os na os, é preciso faze-lo de novo no mês Julho. Sua força desaparece cada ano, o  que permite à lepra trabalhar comodamente no corpo humano que atacou e de que se apoderou.

Contra o espasmo

    "Faze uma mistura de ouro, prata, cobre e ferro que estenderás com o martelo em cumprimento e largura. Depois faze um selo à hora de Saturno, depois do Sol posto. Faze também um anel com os mesmos metais, grava neles os signos seguintes e coloca-os imediatamente depois no dedo auricular da mão esquerda. É preciso fazer tudo isso no tempo, hora e dia referidos.

Contra a palpitações do coração

     "O coração do homem bate às vezes muito intensamente. A isto chamamos palpitação do coração. Esta doença é freqüente nos grandes e nos príncipes; dificilmente ataca as pessoas do povo. Isto prova evidentemente que, pela sua providência admirável. Deus deu a cada classe seus males e seus sofrimentos particulares, não tendo consideração para com ninguém. Esta doença está longe de ser insignificante. Quando ataca as raízes da vida, não só tortura o doente por freqüentes síncopes, mas por fim mata-º Ela tem sua origem na membrana que envolve o coração. Para remedia-la, examinarás o tempo e prepararás um selo da forma seguinte:

No dia da Lua e à hora da Lua, toma:

Prata .....................................     1/2 onça

     "Põe num cadinho de barro e deixa até o momento do nascer do sol, isto é, às quatro horas na ordem das horas, móveis. Neste momento, põe a prata ao fogo e liquefaze-a . No metal liquefeito, põe 2 dracmas de ouro bom e fino, aperta tudo conjuntamente e não o espalhes.Deixa-os resfriar até à hora de Vênus. Depois liquefaze de novo e põe 2 onças de cobre puro. Isto feito, espalha-os, bate a barra bem fina, e prepara-a para receber os sinais. Espera um bom aspecto da Lua e de Vênus. Sob este aspecto, grava depois dos dois primeiros sinais a palavra pannositam e nada mais. Grava-se conforme a forma prescrita. Em seguida, no momento da Lua nova grava em baixo os três sinais inferiores seguintes, de tal modo que os superiores estejam acima deles. Passada a Lua nova, deixa de lado até a lua cheia seguinte.

 "Isto feito, espera a passagem do Sol em Léo; durante a primeira entrada do Sol, grava do outro lado estes caracteres e sinais. É preciso que todas estas operações sejam começadas e acabadas na hora indicada. Suspenderás à hora da Lua cheia, no momento exato da oposição.
Preparação de óleo de coral e de súcino para o coração

Sal comum ........................... 3 minas (A mina valia 358,6 gramas)
Coral .................................... 1 libra

    Moer conjuntamente e reduzir a pó bem fino. Pôr depois num alambique e cobrir com a pasta seguinte:
Barro comum ou argila. Osso da cabeça de quadrúpede. Limalha de ferro, vidro, sal comum, cerusa, tudo bem misturado.
     "Depois coloca o vidro untado com barro num forno com alambique, cheio de areia, e submete a um fogo lento. Em seguida, sustenta-o gradualmente até que os espíritos e a radiações subam ao recipiente. Aumenta o fogo para evaporar toda a água. Este óleo de coral é um remédio admirável para as palpitações do coração se for empregado só e sem auxiliar.

Contra a vertigem

    "Os que são atacados de vertigem vêem o céu e a terra girar ao redor deles. Outros vêem voltejar diante dos seus olhos moscas e fumaças. Os que sofrem tais sintomas são predispostos estão predispostos à epilepsia  ou à apoplexia.
    "É por uma perversão do cérebro que um vapor espesso do estomago, descendo de novo pelo nervo ótico, da cabeça ao estomago, e subindo outra vez à cabeça, obscurece o espírito tanto dos olhos como dos outros sentidos. Contra esta afecção faze um selo da forma seguinte:
    "A hora de Marte, no dia de Júpter (quinta-feira), a Lua estando em Áries (não há aspecto de Marte mais favorável e neste momento nenhum planeta está em mau aspecto com Marte), portanto, à hora indicada:



Prata .....................................  5 dracmas
Ferro......................................  2 dracmas
Ouro.......................................  1/2 onça

    "Põe juntos em fusão estes três metais, puros e escolhidos. Depois da fusão, bate-os com um martelo até reduzi-los a lâmina fina e acrescentarás uma argolinha ou pequeno anel. Grava neste selo os sinais seguintes e pendura-o à hora da Lua cheia, no momento exato da mudança.

    "Trazendo este selo, poderás também acrescentar este remédio:

Ouregão.......................................   4 grãos
Unicorne (espécie de planta)......   2 grãos
Musgo..........................................   1 grão
Espírito de vitríolo......................   3 grãos

    "Fazer tomar este remédio com uma colher de prata, pelas 3 horas da manhã, durante treze dias, de tal modo que o doente tenha sempre uma hora para dormir.

Contra a paralisia ou contração

     "O remédio desta doença é o óleo de enxofre, que não é para desprezar. Tu o prepararás assim:
     "Enxofre em pó muito fino 1/2 libra. Põe num vaso de barro sobre o qual colocarás um alambique de vidro, e sublime. Coloca num quarto úmido afim de dissolver todo o enxofre que subir e ficar no alambique. Resultará que, no fim de algum tempo, ficará óleo. Depois prepararás a composição seguinte:


Óleo e enxofre............................................ 2
Aguardente................................................. 4
Sabão húngaro............................................ 3      onças
Óleo de oliva................................................ 1
Óleo de rosa................................................. 1

   "Opera o cozimento destas substâncias como precedentemente para o ungüento da gota. Cuida que não se inflame; com efeito, arde rapidamente. Num banho seco, estende esta pomada sobre os membros, trinta dias seguidos. Ela convém principalmente aos membros inertes.

Para a fratura dois ossos

    "De qualquer modo que os ossos sejam quebrados, amassados ou contusos, sendo eles variavelmente atacados, unta-os com o ungüento seguinte, desde que tenham sido ajuntados e unidos de novo. E desta forma todos os fragmentos serão de novo completamente consolidados.

Mel ........................................... 2 onças
Antimônio, óleo de vitríolo..... 2 dracmas
Gordura de texugo.................. 1 onça
Sebo de veado.......................... 2 onças
Cera ......................................... 2 onças
Sabão........................................ 1 onça
Terebintina.............................. 1 1/2 onça
Gordura de urso...................... 1 onça

    "Este ungüento cura admiravelmente, se for esfregado por mão quente, num lugar quente, afim de faze-lo penetrar.




Ungüento simpático contra a gota

   "Se tiraste sangue de um indivíduo atacado por esta doença ou lhe aplicaste ventosas, guarda este sangue, sem que ele o saiba; que ignore o seu destino. Destila este sangue a fogo brando ou em banho-maria, mais ou menos 3 vezes.

Água resultante...................................... 2 onças

Acrescentar:

Gordura humana............................ 1
Óleo rosado...................................... 1/2
Sabão veneziano bem liquefeito..... 1/2
Gordura de urso.............................. 1             onças
Suco de saião grande....................... 1
Medula e touro................................. 1/2

   "Põe estas substâncias num caldeirão de cobre; submete-as a um cozimento lento até que a mistura tenha adquirido consistência de uma sopa; agita sem cessar com uma espátula de madeira. Quando tiver chegado à consistência de ungüento, estará suficientemente cozida. Depois, uma vez por semana, a Lua estando no ascendente, escarifica a planta dos pés do doente, no luar atacado pela gota e num lugar quente esfrega teu ungüento sobre a escarificação. No fim de sete semanas, a gota terá desaparecido. A força desta pomada está na razão direta da sua velhice. Guardará durante dez anos sua eficácia, contanto que esteja em lugar fresco.



CONCLUSÃO

   Tivemos ocasião de experimentar algumas destas receitas de Paracelso e os resultados compensaram completamente os nossos esforços.
    O estudante deve observar que o método dr Paracelso combina sempre o magnetismo com a sugestão e as influências astrais.

    Outros investigadores têm obtido também excelentes resultados. Seja-nos lícito citar, entre outros, o seguinte caso relatado por Sédir numa carta dirigida a Papus.
 
A medicina hermética

    "Ao Sr. Papus Presidente do G. E.
           
                                 Paris, 29 de Maio de 1893.

    "Meu caro Papus,

    "Eis a pequena história que me pedistes por escrito: Um dos meus amigos contraiu ultimamente, em conseqüência de uma mau regime e de fadigas físicas muito prolongadas, uma sinovite: o andar se lhe tinha tornado quase impossível em dois ou três dias.
    "Eu lhe propus tentar um tratamento por um método renovado de Paracelso, e que lhe expliquei; tendo modelado com cera e óleo uma pequena redução do lugar da inflamação, eu agi uma noite, enquanto o doente estava entregue ao sono, com a intenção de parar esta inflamação; minha ação durou uma hora: é bom dizer que as nossas residências estavam separadas por uma dezena de quilômetros. No terceiro dia vi chegar meu amigo encantado e agradecendo-me efusivamente: toda dor tinha desaparecido e ele tinha podido fazer uma caminhada de oito léguas sem cansar-se.

     "Sou cordialmente vosso devotado
                                  
                                                             SÉDIR"

   
    A primeira vista, a preparação destes parece muito difícil ou dispendiosa, porém, na verdade, com um pouco de prática, o estudante facilmente conseguirá faze-los com um gasto que será logo compensado.
    A gravação dos caracteres e sinais necessita apenas um pequeno buril, um martelo e um pouco de prática,coisas que qualquer um pode adquirir.



                            ---------------------------------


 ÍNDICE

LIÇÃO I  -  Os fins principais da iniciação hermética. - A medicina oculta.
Primeiro grau
Segundo grau
Terceiro grau

LIÇÃO II  - A medicina do corpo. - Origem da alopatia.
BOTANOLOGIA
PLANTAS DA LUA
Indicações terapêuticas particulares

PLANTAS DE MERCÚRIO
Indicações terapêuticas particulares
PLANTAS DE VÊNUS
Indicações terapêuticas e particulares
PLANTAS DO SOL
Indicações terapêuticas particulares
PLANTAS DE MARTE
Indicações terapêuticas particulares
PLANTAS DE JÚPTER
Indicações terapêuticas particulares
PLANTAS DE SATURNO
Indicações terapêuticas particulares
LIÇÃO III -  A medicina do astral  -  Origem da homeopatia
LIÇÃO IV -  A medicina psíquica   -  Origem da sugestão, do magnetismo e do hipnotismo
LIÇÃO V   -  A medicina hermética  - Síntese das outras
I    - O Princípio Astral
II  -  O Principio Venenoso
III - O Princípio Natural
IV - O Princípio Espiritual
V  - O Princípio  Divino

AS BASES FUNDAMENTAIS DA MEDICINA
I   - Filosofia
II  - Astronomia
III - Alquimia
IV - A virtude do médico

Preparação hermética das plantas
LIÇÃO VI  - Determinação das doenças - As doenças físicas - As doenças astrais - As doenças mentais ou os psíquicas.
Quando das influências planetárias em atividades durante o ano terrestre
Signos correspondentes às diversas partes do corpo e as forças mentais
Partes do corpo governadas pelos planetas
Centros motores e sensitivos
Faculdades morais e intelectuais
LIÇÃO VII   - Tratamento das doenças de origem física
LIÇÃO VIII -  Tratamento das doenças de origem astral
LIÇÃO IX    -  Tratamento das doenças psíquicas - Doenças da idéia, obsessão, etc.
Ação indireta
Ação direta
LIÇÃO X - Medicina hermética de Paracelso - Alguns conselhos práticos

RECEITAS HERMÉTICAS DE PARACELSO
Contra a epilepsia
Figura para conservação da vista
Contra a anemia cerebral, o amolecimento do cérebro e outras doenças do mesmo órgão
Segredo poderoso contra a paralisia
Contra o cálculo e as areias dos rins
Ungüento vulnerário
Ungüento das armas
Contra a gota dos pés
Selo contra a paralisia
Para os mênstruos das mulheres
Contra a lepra
Contra o espasmo
Contra as palpitações do coração
Preparação de óleo de coral e de súcino para o coração
Contra a vertigem
Contra a paralisia ou contração
Para a fratura dos ossos
Ungüento simpático contra a gota

Editora Pensamento 

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