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terça-feira, 31 de dezembro de 2013

GNOSE - Contumácia

CONTUMÁCIA


Contumácia é a persistência em se assinalar um erro. Por isso, jamais me cansarei de insistir em dizer que
a causa de todos os erros é o Ego, o mim mesmo. Não me importa que os animais intelectuais se
incomodem porque falo contra o Ego. Custe o que custar seguirei com a contumácia.
Passaram-se duas grandes guerras mundiais e o mundo encontra-se à beira da terceira guerra mundial. O
mundo está em crise. Por todas as partes há miséria, enfermidades e ignorância.
As duas guerras mundiais não nos deixaram nada de bom. A primeira guerra deixou-nos a terrível gripe
que matou a milhões de pessoas no ano de 1918. A segunda guerra mundial deixou-nos uma peste mental
pior que a peste da primeira. Referimo-nos a abominável filosofia existencialista que envenenou
totalmente as novas gerações e contra a qual se promulga A REVOLUÇÃO DA DIALÉTICA.
Todos nós participamos da criação deste caos social no qual vivemos. Portanto, devemos entre todos
trabalhar para dissolvê-lo para fazer deste um mundo melhor através dos ensinamentos que entrego nesta
obra.
Infelizmente, as pessoas só pensam em seu eu egoísta e dizem: Primeiro eu, em segundo lugar eu e em
terceiro eu! Já dissemos e voltamos a repetir: O Ego sabota as ordens que a psicologia revolucionária
estabelece.
Se quisermos de verdade e bem sinceramente a revolução da dialética, precisamos primeiro da
transformação radical do indivíduo.
São muitas as pessoas que aceitam a necessidade de uma mudança interior radical, total e definitiva,
porém, infelizmente, exigem estímulos e incentivos especiais.
As pessoas gostam que lhes digam que vão indo bem, que lhes dêem palmadinhas no ombro, que lhes
digam belas e estimulantes palavras...


São muitas as pessoas que exigem algum bonito verso que lhes sirva de atrativo, alguma crença, alguma
ideologia ou qualquer utopia para mudar.
Há quem exija a esperança de um bom emprego como atrativo para mudar. Há quem exija um bom
noivado ou um magnífico matrimônio que lhes sirva de atrativo para mudar.
Ninguém quer mudar assim porque sim; querem um bom incentivo para começar. As pessoas se
encantam com os estímulos. Não querem compreender essas pobres pessoas que os tais estímulos são
ocos e superficiais. Portanto, é apenas lógico que se diga que não servem.
Jamais na vida, nunca na história dos séculos, os estímulos conseguiram provocar uma mudança radical,
total e definitiva dentro de algum indivíduo.
Dentro de cada pessoa, existe um centro energético que não pode ser destruído com a morte do corpo
físico e que se perpetua, para a desgraça do mundo, em seus descendentes. Esse centro é o eu, o mim
mesmo, o si mesmo. Precisamos com suma e inadiável urgência produzir uma mudança radical dentro
desse centro energético chamado eu.
As palmadinhas no ombro, as bonitas palavras, os belos elogios, os lindos estímulos, os nobres atrativos,
etc., nunca conseguirão produzir alguma mudança radical nesse centro energético chamado eu e que está
dentro de nós mesmos.
Se muito sinceramente e de todo coração queremos uma mudança radical dentro desse centro chamado
eu, precisamos reconhecer o nosso lamentável estado de miséria e pobreza interior e esquecendo-nos de nós mesmos trabalhar desinteressadamente pela humanidade. Isto significa abnegação, completo
esquecimento de si mesmo e completo abandono de si mesmo.
É impossível que venha a ocorrer uma mudança radical dentro de nós mesmos se só pensamos em encher
nossos bolsos de dinheiro e mais dinheiro.
O eu, o mim mesmo, quer crescer, melhorar, evoluir, relacionar-se com os grandes da Terra, conseguir influências, posição, fortuna, etc. 


As mudanças superficiais em nossa pessoa não servem para nada, não
mudam nada e não transformam a ninguém nem a nada.
Precisamos de uma mudança profunda dentro de cada um de nós. Dita mudança só pode se realizar no
centro que levamos dentro, no eu. Precisamos quebrar a dito centro egoísta como se fosse um copo de
barro.
Temos de extirpar o eu com urgência para produzir dentro de cada um de nós uma mudança profunda,
radical, total e verdadeira. Assim como estamos, assim como somos, só conseguimos amargar a nossa
vida e a dos nossos semelhantes.
O eu quer encher-se de honras, virtudes, dinheiro, etc. O eu quer prazeres, fama, prestígio, etc. Em seu
louco afã de expandir-se cria uma sociedade egoísta na qual só há disputas, crueldades, cobiça insaciável,
ambições sem limites nem margens, guerras, etc.
Para infelicidade nossa, somos membros de uma sociedade criada pelo eu. Dita sociedade é inútil,
daninha e prejudicial. Só extirpando-se o eu poderemos mudar integralmente e mudar o mundo.
Se de verdade queremos a extirpação do eu, faz-se urgente manter a memória quieta para que a mente
fique serena e em seguida possamos nos auto-observar com calma a fim de conhecermos a nós mesmos.
Temos de contemplar a nós mesmos como alguém que está contemplando e agüentando sobre si mesmo
um torrencial aguaceiro.
Ninguém na vida conseguirá dissolver o eu mediante substitutos: deixando a bebida e trocando-a pelo
cigarro, abandonando uma mulher para se casar com outra, deixando um defeito para substitui-lo por
outro ou saindo de uma escola para freqüentar outra escola.
Se queremos de verdade uma mudança radical dentro de nós, temos de deixar de lado todas essas coisas
que nos parecem positivas, todos esses velhos hábitos e todos esses costumes equivocados.
A mente é a sede central do eu. Precisamos de uma mudança na sede central para que dentro de cada um
de nós haja uma verdadeira revolução.
Só com absoluta abnegação, compreensão do que infelizmente somos e sem estímulos ou incentivos de
espécie alguma poderemos de verdade conseguir a extirpação do eu.


Fonte: Fragmentos Gnósticos

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